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Neste capítulo, serão abordadas as principais rotinas de pagamento 
de empregados, com destaque para a elaboração da folha de pagamen-
to, a qual deverá ser preenchida com a correta observância da legisla-
ção, sob pena de o empregador arcar com eventual passivo oriundo de 
processos trabalhistas, fiscais e previdenciários.
Trata-se, ainda, de um tema de muita importância para este curso, 
pois é a principal parte prática do que foi lecionado nos capítulos an-
teriores, na qual o profissional da área de recursos humanos aplicará, 
com zelo, os acréscimos e descontos previstos na folha de pagamento 
do empregado.
Capítulo 10
Principais rotinas 
de pagamento 
de empregados – 
parte 1
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1 Folha de pagamento: acréscimos legais e 
descontos 
A folha de pagamento é um documento elaborado pelo empregador, 
na qual são relacionados os nomes dos empregados, o período a que se 
refere o pagamento, o salário-base, os acréscimos previstos em lei, os 
descontos, bem como o valor líquido recebido pelo empregado.
Conforme previsto no artigo 457, parágrafo 1o, da Consolidação das 
Leis do Trabalho (BRASIL, 1943), o salário é integrado não apenas pela 
parte fixa convencionada, mas também pelas comissões, que correspon-
dem a uma parcela variável, condicionada ao volume de vendas ou produ-
ção, e por eventuais gratificações. 
Na elaboração da folha de pagamento, o responsável sempre deverá 
discriminar os acréscimos e descontos incidentes para não recair sobre 
a configuração do salário complessivo,1 vedado por força da Súmula 
no 91 do Tribunal Superior do Trabalho, a seguir exposta:
Súmula no 91 do TST
SALÁRIO COMPLESSIVO (mantida) – Res. 121/2003, DJ 19, 20 
e 21.11.2003. Nula é a cláusula contratual que fixa determinada 
importância ou percentagem para atender englobadamente vários 
direitos legais ou contratuais do trabalhador. (BRASIL, 2003b)
Conforme se verifica no artigo 464 da Consolidação das Leis do 
Trabalho (1943), o pagamento do salário deverá ser efetuado contra 
recibo, assinado pelo empregado. Se o empregado for analfabeto, de-
verá apor sua impressão digital no recibo, sendo admitida a assina-
tura de terceira pessoa em seu lugar, desde que na presença de duas 
1 O salário complessivo consiste na contraprestação paga ao empregado de forma englobada, sem que 
sejam discriminadas as parcelas acrescidas ou descontadas do salário-base.
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testemunhas. O comprovante de depósito bancário em conta-salário 
também terá força de recibo, desde que haja o consentimento do em-
pregado na abertura de tal conta e que sua instituição financeira acolhe-
dora seja próxima ao local de trabalho.
Por outro lado, o artigo 465 da Consolidação das Leis do Trabalho 
(1943) dispõe que o pagamento será efetuado em dia útil e no local do 
trabalho, dentro do horário de serviço ou imediatamente após seu encer-
ramento, salvo quando efetuado através de depósito em conta bancária.
As principais parcelas que incidem sobre o salário e devem constar 
da folha de pagamento são:
a. Adicional de insalubridade: enquanto o empregado trabalhar 
expos to a agentes insalubres, receberá um acréscimo, cujos per-
centuais são na ordem de 40% (quarenta por cento), 20% (vinte por 
cento) e 10% (dez por cento), em conformidade com a classifica-
ção da insalubridade em graus máximo (ex.: enfermeira que atende 
pacientes com doenças infectocontagiosas), médio (ex.: operário 
que trabalha exposto a níveis de ruído contínuo) e mínimo (ex.: pes-
soa que trabalha com carga e descarga de silos), respectivamente.
b. Adicional de horas extras: segundo o artigo 7o, inciso XVI, da 
Constituição Federal (1988), o valor da remuneração da hora 
extra, no mínimo, será superior a 50% do valor da hora normal, 
cabendo salientar que, por meio de acordo coletivo de trabalho 
ou convenção coletiva de trabalho, o empregado poderá rece-
ber sua hora extra com percentual maior do que aquele previsto 
constitucionalmente.
c. Adicional noturno: no caso do trabalhador urbano, a lei estabe-
lece um adicional de, no mínimo, 20% sobre a hora diurna, en-
quanto no caso do trabalhador rural o acréscimo é de 25%.
d. Adicional de periculosidade: enquanto perdurar a exposição 
do empregado às atividades que impliquem risco acentuado 
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em virtude de exposição permanente a produtos inflamáveis, 
explosivos, energia elétrica, roubos ou a outras espécies de vio-
lência física nas atividades profissionais de segurança pessoal 
ou patri monial, o mesmo terá direito a um acréscimo na folha 
de pagamento na ordem de 30% (trinta por cento) sobre o salá-
rio sem os acréscimos resultantes de gratificações, prêmios ou 
participações nos lucros da empresa. Um exemplo de empre-
gado que faz jus a esse adicional é o vigilante de banco. Ainda, 
será devido o adicional para os profissionais que exercem suas 
funções conduzindo motocicletas, a teor do disposto no artigo 
193, § 4o, da CLT.
e. Comissões: as comissões constituem verba atrelada ao salário 
pago na modalidade por tarefa. Possuem natureza salarial e in-
cidem sobre FGTS, férias, aviso prévio e décimo terceiro salário.
f. Décimo terceiro salário: o seu pagamento deverá estar discrimi-
nado na folha de pagamento.
O artigo 462 da CLT (1943) estabelece que é vedado efetuar qualquer 
desconto nos salários do empregado, salvo quando resultar de adianta-
mentos, de dispositivos de lei ou de contrato coletivo.
Ainda, o parágrafo 1o do referido artigo (1943) dispõe que, em caso de 
dano causado pelo empregado, o desconto será lícito, desde que essa pos-
sibilidade tenha sido acordada ou na ocorrência de dolo do empregado.
No caso de dano intencional, Ricardo Resende (2016, p. 588) cita que:
[...] se o empregado provoca um dano qualquer ao empregador, e o 
faz dolosamente, ou seja, com a intenção de fazê-lo, deve ressarcir 
o empregador dos prejuízos experimentados. E este ressarcimento 
pode ser feito inclusive através do desconto nos salários, a teor do 
disposto no art. 462, § 1o, da CLT.
Por outro lado, caso o dano seja causado por culpa do empregado, 
ou seja, de forma não intencional, o desconto do respectivo prejuízo do 
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salário somente poderá ser efetivado mediante expressa autorização 
do empregado.
Os descontos mais comuns a serem discriminados na folha de pa-
gamento são:
a. Abonos: uma vez efetuado o adiantamento de parte do salário do 
empregado, em geral na primeira quinzena do mês, o respectivo 
valor recebido pelo empregado constará do campo “descontos”.
b. Contribuição sindical: conforme previsão contida no artigo 582da Consolidação das Leis do Trabalho (1943), os empregadores 
são obrigados a descontar da folha de pagamento de seus em-
pregados relativa ao mês de março de cada ano a contribuição 
sindical por estes devida aos respectivos sindicatos, desde que 
haja prévia e expressa autorização do empregado. Tal contribui-
ção corresponde a 1 (um) dia de trabalho do empregado.
c. Vale-transporte: conforme previsto na Lei no 7.418/1985 (BRASIL, 
1985), o empregador, pessoa física ou jurídica, antecipará ao em-
pregado o valor correspondente às despesas de deslocamento 
residência-trabalho e vice-versa, através do sistema de transporte 
coletivo público, urbano ou intermunicipal e/ou interestadual com 
características semelhantes aos urbanos. Apesar de não ter natu-
reza salarial, a referida lei permite que seja descontado do salário 
básico do empregado ou do valor do vale-transporte a quantia 
equivalente a 6% para participação no custeio das respectivas 
despesas, sendo adotado o critério que for menos oneroso ao 
empregado.
d. Empréstimo consignado em folha: em conformidade com o ar-
tigo 1o, da Lei no 10.820/2003 (BRASIL, 2003a), os empregados 
contratados nos moldes da Consolidação das Leis do Trabalho 
poderão autorizar, de forma irrevogável e irretratável, o desconto 
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em folha de pagamento ou na sua remuneração disponível dos 
valores referentes ao pagamento de empréstimos, financiamen-
tos, cartões de crédito e operações de arrendamento mercantil, 
concedidos por instituições financeiras e sociedades de arrenda-
mento mercantil, quando previsto nos respectivos contratos. Tal 
desconto não poderá ser superior à quantia equivalente a 35% do 
valor recebido pelo empregado.
e. Pensão alimentícia fixada judicialmente: muitas vezes, o empre-
gado devedor de pensão alimentícia opta ou é obrigado judicial-
mente a pagar a respectiva quantia através de desconto em folha 
de pagamento. Nesses casos, o empregador recebe um ofício 
oriundo do Poder Judiciário para o fim de descontar a pensão 
fixada do salário a ser pago ao empregado e repassar tal quantia 
para o credor da pensão. Tal obrigação encontra fundamento na 
Lei no 5.478/1968 (BRASIL, 1968), cabendo salientar que o arti-
go 22 da referida lei prevê que é crime contra a administração 
da Justiça o embaraço ou a recusa do empregador em efetuar 
o desconto na folha de pagamento da pensão alimentícia devida 
pelo empregado.
2 Direito a férias: formas, prazos e 
pagamentos
As férias são consideradas um descanso remunerado e, portanto, 
um direito garantido ao trabalhador que assume vínculo empregatício, 
sendo certo que o direito ao gozo de férias é absolutamente irrenunciá-
vel, haja vista ter como objetivo a preservação da boa saúde, tanto física 
como psíquica, do empregado.
Para que o empregado adquira este direito às férias é preciso que 
cumpra o chamado período aquisitivo, ou seja, que exerça seu trabalho 
por um período mínimo de doze meses, ao passo que o empregador 
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terá os doze meses subsequentes para propiciar ao empregado o gozo 
dessas férias, sendo este denominado período de concessão, conforme 
artigo 134 da CLT (BRASIL, 1943).
Caso esse período de concessão não seja respeitado pelo empre-
gador, a remuneração do período de férias será devida em dobro, a teor 
do disposto no artigo 137, caput, da CLT (BRASIL, 1943), bem como o 
empregado poderá ingressar com reclamação trabalhista pedindo a fi-
xação judicial do mesmo, com o estabelecimento de multa diária de 5% 
(cinco por cento) sobre o salário mínimo da região, a qual será devida 
até o efetivo cumprimento, e com o envio de cópia da decisão judicial 
proferida ao Ministério do Trabalho, para o fim de ser aplicada eventual 
multa de natureza administrativa, conforme §§ 1o, 2o e 3o do mesmo 
artigo supracitado (BRASIL, 1943).
O período de férias, que será computado como tempo de serviço para 
todos os fins, a ser gozado dependerá diretamente da frequência do em-
pregado em sua rotina de trabalho, conforme dispõe o artigo 130 da CLT 
(BRASIL, 1943):
Art. 130. Após cada período de 12 (doze) meses de vigência 
do contrato de trabalho, o empregado terá direito a férias, na 
seguinte proporção:
I – 30 (trinta) dias corridos, quando não houver faltado ao serviço 
mais de 5 (cinco) vezes;
II – 24 (vinte e quatro) dias corridos, quando houver tido de 6 (seis) 
a 14 (quatorze) faltas;
III – 18 (dezoito) dias corridos, quando houver tido de 15 (quinze) a 
23 (vinte e três) faltas;
IV – 12 (doze) dias corridos, quando houver tido de 24 (vinte e qua-
tro) a 32 (trinta e duas) faltas.
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Não obstante, não é permitido ao empregador descontar eventuais 
dias em que o empregado faltou ao serviço do período de férias, mesmo 
porque, conforme observado no artigo 130 da CLT, a própria legislação 
já se preocupa em promover as devidas compensações. Nesse cená-
rio, tem-se que apenas faltas não justificadas são consideradas para o 
cômputo dessas proporções, assim consideradas aquelas que não se 
enquadrarem no artigo 131 da CLT (BRASIL, 1943). 
Como regra e conforme artigo 134 da CLT (BRASIL, 1943), as férias 
deverão ser concedidas pelo empregador ao empregado em período 
único e ininterrupto, mas, em casos excepcionais, esse tempo pode-
rá ser fracionado em três partes, de modo que uma delas não poderá, 
em hipótese nenhuma, ser inferior a catorze dias, sob pena de restar 
descaracterizado o exercício do direito às férias, frise-se, de aporte 
constitucional.
É importante ressaltar que a definição do exato período de gozo das 
férias incumbe ao empregador, que o fará considerando seus interes-
ses internos, mas este deverá comunicar a decisão ao empregado com 
uma antecedência mínima de trinta dias, ao que este dará recibo e se 
comprometerá a apresentar a sua Carteira de Trabalho e Previdência 
Social, para que seja anotada essa concessão, sob pena de não se ini-
ciar seu período de gozo das férias, devendo o empregador diligenciar 
no sentido de fazer tal anotação também no livro de registro dos em-
pregados da empresa, de acordo com exigência do artigo 135 da CLT 
(BRASIL, 1943).
A remuneração do período de férias deverá ser paga, acrescida de 
um terço do salário (denominado terço constitucional), ao empregado 
até dois dias antes do início do gozo das férias, conforme artigo 145 da 
CLT (BRASIL, 1943). O empregado, de acordo com o artigo 143 da CLT 
(BRASIL, 1943), também poderá pedir, com pelo menos quinze dias de 
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antecedência, a conversão de um terço do período de férias em abono 
pecuniário, que igualmente deveráser pago até dois dias antes do início 
das férias. E, caso o salário do empregado seja variável, deverá ser feita 
uma média do período aquisitivo.
Por fim, de acordo com o artigo 133 da CLT (BRASIL, 1943), o empre-
gado perderá o direito às férias nas seguintes e taxativas hipóteses: caso 
deixe o emprego e não seja readmitido nos sessenta dias subsequentes; 
tenha gozado licença remunerada por período superior a trinta dias; te-
nha deixado de trabalhar, sem prejuízo de sua remuneração, por perío-
do superior a trinta dias, em virtude de paralisação, seja total ou parcial, 
das atividades da empresa, a qual deverá ser comunicada ao Ministério 
do Trabalho; ou tenha recebido benefício previdenciário por acidente de 
trabalho ou em razão de doença por período superior a seis meses, ain-
da que não contínuos. Caso o empregado ostente número de faltas não 
justificadas superior a 32, perderá o mesmo o direito ao gozo das férias.
IMPORTANTE 
O direito de reclamar eventual ajuste de período aquisitivo e correlata 
concessão de férias e pagamento da respectiva remuneração é passível 
de prescrição, iniciando-se a contagem desta a partir do término do pe-
ríodo de concessão ou da extinção do contrato de trabalho, de acordo 
com o artigo 149 da CLT (BRASIL, 1943).
 
3 Décimo terceiro salário: formas, prazos e 
cálculos
O décimo terceiro salário, também conhecido como gratificação na-
talina, consiste na remuneração devida no mês de dezembro de todo 
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ano, na proporção de 1/12 do salário mensal, sendo certo que o período 
igual ou superior a quinze dias trabalhados já é considerado na quali-
dade de mês integral.
Essa gratificação está prevista no artigo 7o, inciso VIII, da Constituição 
Federal (BRASIL, 1988), mas já vinha disciplinada pela Lei no 4.090/1962 
(BRASIL, 1962). De acordo com a Lei no 4.749/1965 (BRASIL, 1965), que 
igualmente vem tratar da chamada gratificação natalina, esta deverá ser 
paga proporcional ou integralmente até o dia 20 de dezembro de todo 
ano, sendo facultado ao empregador pagar antecipadamente parte des-
te benefício no período compreendido entre os meses de fevereiro a 
novembro, somente sendo permitido o adiantamento no mês de janeiro 
se o empregado entrar em gozo de férias neste período e o requerer 
expressamente.
Como bem lembrado por Frediani e Amorim (2011), o décimo ter-
ceiro salário deverá ser efetuado regularmente em qualquer espécie de 
rescisão do contrato de trabalho, seja na sua integralidade ou de modo 
proporcional, exceto quando a rescisão for justificada pela prática de 
falta grave por parte do empregado.
Considerações finais
Questões como a folha de pagamento e os benefícios correspon-
dentes às férias e ao décimo terceiro salário são muito importantes na 
rotina de trabalho do profissional de recursos humanos, pois exigem 
desse colaborador um profundo conhecimento acerca de grande parte 
do conteúdo proposto até aqui.
É inegável que são temas com diversas minúcias e que demandam 
atenção especial no momento de suas aferições, haja vista os constan-
tes cálculos que se mostram necessários para o perfeito ajuste desses 
pontos, sem se esquecer de prazos e formas de efetivação.
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Devem ser de claro conhecimento do profissional, para evitar equí-
vocos e desrespeito a direitos do empregado, impedindo, com isso, a 
formação de passivos para o empregador. 
Referências 
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__________. Lei Federal no 7.418, de 16 de dezembro 1985. Disponível em: <www.
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planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2003/L10.820.htm>. Acesso em: 14 jun. 2017.
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