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Universidade Estadual de Maringá Centro de Ciências Exatas - CCE Departamento de Qúımica Qúımica Anaĺıtica - 210/01 Preparação e padronização de soluções e Determinação de hidróxido de magnésio em leite de magnésia pela volumetria de neutralização Discente: Pedro Henrique Siscato Ra: 117082 Docente: Catarinie Diniz Pereira 24 de Janeiro de 2024 Conteúdo 1 Introdução 1 2 Procedimentos Experimentais 2 2.1 Preparação e Padronização da Solução Ácida . . . . . . . . . . . . . . . . . 2 2.2 Preparação e Padronização da Solução Alcalina . . . . . . . . . . . . . . . 2 2.3 Determinação do hidróxido de magnésio presente em leite de magnésia . . 3 3 Resultados e discussões 4 3.1 Preparação e Padronização da Solução Ácida . . . . . . . . . . . . . . . . . 4 3.2 Preparação e Padronização da Solução Alcalina . . . . . . . . . . . . . . . 5 3.3 Determinação do hidróxido de magnésio presente em leite de magnésia . . 7 4 Conclusão 8 1 Introdução A qúımica anaĺıtica quantitativa é uma das área fundamentais dentro da qúımica onde se dedica à análise, e quantificação de analitos (compostos qúımicos de interesse) presentes em uma amostra, através de reações qúımicas simples. No âmbito dessa ciência, as soluções padrão desempenham um papel crucial. Uma solução padrão consiste de um reagente de concentração conhecida, o qual é usado para fazer uma análise volumétrica (West; Skoog; James, 2006). Ainda de acordo com o autor citado, existem algumas classificações quanto às substâncias que são utilizadas como padrões nas soluções. São eles: padrão primário e padrão se- cundários. Padrão primário: é uma espécie altamente purificada que servirá como referência nos métodos titulométricos volumétricos ou de massa. A precisão do método é depende fortemente das propriedades deste composto. Com isso, existem alguns requisitos: 1- Alta pureza; 2- Ausência de água de hidratação, para que não seja um composto higroscópico; 3- Baixo custo; 4- Boa solubilidade no meio de titulação; 5- Grande massa molar para que o erro relativo a pesagem do padrão seja mı́nimo. Padrão secundário: devido aos muitos requisitos do padrão primário, existe um número muito limitado de substâncias dispońıveis comercialmente. Como resultado, os compostos menos puros acabam sendo usados no lugar de um padrão primário, são eles os padrões secundários. Sua pureza deve ser estabelecida indiretamente por análise. A análise citada no primeiro parágrafo, é chamada de titulação. Seu processo consiste na lenta adição de uma solução padrão através de uma bureta ou outro preciso dosador de ĺıquidos a uma solução que contenha o analito, até que a reação se dê por completa. Em alguns casos, temos a retrotitulação, que é quando adicionamos um excesso de titulante padrão e então determinamos a quantidade excedente. (West; Skoog; James, 2006). As reações de titulação mais comuns são baseadas em reações ácido-base, oxidação-redução, formação de complexo e precipitação. Para saber se a reação está completa, o analista precisa de um ind́ıcio. Existem 3 tipos de ”detectores”: 1 - súbita mudança na diferença de potencial, 2 - mudança na cor de um indicador e 3 - o monitoramento da absorbância da luz pelas espécias qúımicas na reação (Harris, 2011). A reação está completa quando atinge o ponto de equivalência, que por sua vez é alcançado quando a quantidade de titulante adicionado é estequiometricamente exata, de acordo com a reação qúımica do padrão e analito. Este é o ponto ideal em que o analista deve parar (Harris, 2011). 1 2 Procedimentos Experimentais 2.1 Preparação e Padronização da Solução Ácida Preparação: - Transferir para um balão volumétrico de 250 mL que já contenha aproximadamente 60 mL de Água, 2,5 mL de HCl a 37 e densidade 1,186 g/cm3; - Depois de estabelecido o equiĺıbrio térmico, completar o volume até a marca de aferição; - Homogeneizar e padronizar com Na2CO3 (seco a 200 C durante 1 hora) Padronização: - Pesar em um béquer de 50 mL, 0,0520 a 0,0540 g de Na2CO3 e transferir quantita- tivamente para um erlenmeyer de 250 mL; - Dissolver e diluir à aproximadamente 100 mL, adicionar 3 gotas de metil orange e titular com HCl até viragem (alaranjado); - Transferir a solução ácida para um frasco de vidro limpo, rotulando-o. - Calcular o valor da concentração exata de ácido cloŕıdrico e colocar a reação entre o ácido e o padrão primário. 2.2 Preparação e Padronização da Solução Alcalina Preparação: - Pesar em um béquer de 250 mL 1,00 a 1,10 g de NaOH a 97 (balança de prato superior); - Adicionar aproximadamente 100 mL de água destilada e agitar com bastão de vidro até que haja dissolução; - Aquecer levemente por aproximadamente 5 minutos - foi pulada esta etapa; - Transferir para um balão volumétrico de 250 mL e depois de estabelecido o equiĺıbrio térmico completar o volume até a marca de aferição. Padronização: - Pipetar 25 mL da solução alcalina e transferir para um erlenmeyer de 250 mL - foram pipetados 20mL; - Diluir a cerca de 100 mL e adicionar 3 gotas de metil orange; - Titular com solução padrão de HCl até viragem e calcular a concentração real da solução. - Transferir a solução para um frasco limpo, rotulando-o. 2 2.3 Determinação do Hidróxido de Magnésio presente em Leite de Magnésia - Agitar vigorosamente o frasco de leite de magnésia; - Pesar imediatamente, com o aux́ılio de um conta gotas, entre 0,2700 a 0,3000 g da amostra em um erlenmeyer de 125 mL; - Adicionar, com uma pipeta volumétrica, exatamente 25 mL de solução padrão de HCl 0,1 mol/L e aproximadamente 40 mL de Água destilada agitando até sua dissolução, tomando cuidado para que não haja perdas; - Adicionar 3 gotas de vermelho de metila e titular com solução padrão de NaOH 0,1 mol/L; - Repetir o procedimento pelo menos mais duas vezes; - Calcular a porcentagem de hidróxido de magnésio no leite de magnésia. 3 3 Resultados e discussões 3.1 Preparação e Padronização da Solução Ácida A tabela abaixo lista das massas molares utilizadas ao longo dos cálculos. Tabela 1: Massas molares dos compostos. Composto M (g/mol) NaCO 105,99 HCl 36,46 NaOH 40,00 Mg(OH)2 58,32 Fonte: PTable. Primeiramente, podemos calcular a concentração teórica de HCl em questão. Consi- derando V = 2, 5mL, ρ = 1, 186 g/cm3, e P = 37% calculamos a concentração da solução estoque: C = ρ · P M (1) Assim: CHCl,estoque = 12, 03mol/L No ponto de equivalência, teremos a mesma quantidade em mols em proporção este- quiométrica, de titulante e analito. Portanto através da relação abaixo, obtemos qual é a concentração da nossa solução padrão teórica: n1 ν1 = n2 ν2 C1V1 ν1 = C2V2 ν2 (2) Onde νi é o coeficiente estequiométrico da espécie i. CHCl,padr,teo = 0, 1203mol/L Seguindo o procedimento experimental, obtivemos as massas de Na2CO3 e então titu- lamos com a solução preparada de HCl 0,12 mol/L. Os dados obtidos estão dispostos na tabela abaixo: 4 Tabela 2: Duplicatas de titulação: padronização da solução de HCl. Réplica mNa2CO3(g) VHCl(mL) 1 0,0520 8,35 2 0,0524 8,5 Média 0,0522 8,425 Fonte: Elaborado pelo autor. Desta forma, podemos calcular a real concentração de HCl, sabendo que a reação entre HCl e Na2CO3 é uma reação de neutralização: Na2CO3(s) + 2HCl(aq) −−→ 2NaCl(aq) +H2O(l) + CO2(g) (3) Da definição de massa molar, temos a relação: n = M n (4) Sendo assim, através das Eq. (4) e Eq. (3), calculamos: nNa2CO3 = 4, 925 · 10−4mol nHCl = 9, 85 · 10−4mol Dividindo pelo volume médio titulado, da Tabela 2, temos a concentração real do nosso padrão ácido: CHCl,padr = 0, 1169mol/L 3.2 Preparação e Padronização da Solução Alcalina Neste momento, fizemos a aferição da massa de NaOH: mNaOH = 1, 07 g. Através da Eq. (4) e da massa molar de NaOH, da Tabela 1, calculamos qual o número de mols teórico de hidróxido de sódio: nNaOH,teo = 0, 0267mol Após transferir para o balão de 250 mL e completá-lo com água destilada, obtemos a concentração teórica do padrão básico, pela Eq. 2: CNaOH,padr,teo = 0, 1200mol/L 5 Seguimos o procedimento da padronização do padrão de NaOH, titulando-o com a solução preparada de HCl 0,1169 mol/L. Os dados obtidos estão dispostos na tabela abaixo: Tabela 3: Duplicatas de titulação: Padronização da solução de NaOH. Réplica VHCl (mL) 1 20,6 2 20,45 Média 20,525 Fonte: Elaborado pelo autor. Desta forma, podemos calcular a real concentração de NaOH, sabendo que a reação entre HCl e NaOH é uma reação de neutralização: NaOH(aq) +HCl(aq) −−→ NaCl(aq) +H2O(l) (5) Pela reação, vemos que a estequiometria é 1:1. Por meio da média do volume de titulante da Tabela 3, do volume pipetado de 20mL calculamos através da Eq. (2): CNaOH,padr = 0, 1200,mol/L Podemos calcular o erro relativo percentual na preparação dos padrões, pela relação: D% = |Valor real - Valor teórico Valor teórico | · 100% (6) Para os padrões de HCl e NaOH, considerando os valores teóricos e reais, temos, respectivamente: D%HCl,padr = 2, 82% D%NaOH,padr = 12, 1% Obtemos um desvio do experimental baixo para o padrão ácido, o que significa que o experimento foi realizado adequadamente e este reśıduo deve estar associado à impurezas nos reagentes HCl e Na2CO3. Já no segundo padrão, houve um desvio percentual mais acentuado. Podeŕıamos dizer que é um erro grosseiro do autor, porém fazendo uma análise cŕıtica, vemos que o volume de titulante não teve tanta discrepância. O curioso é que o desvio foi para o sentido de termos adicionado mais NaOH do que 1,07g. Podeŕıamos dizer que isto é explicado pela incerteza na balança, com exatidão 1, 07± 0, 05, porém isto não é válido, pois a massa de NaOH que corresponde à concentração encontrada é de m = 1, 2000 g. Portanto a única explicação plauśıvel é que a balança usada estava descalibrada. 6 3.3 Determinação do hidróxido de magnésio presente em leite de magnésia Neste momento, o experimento também foi realizado em duplicada. As massas aferidas de leite de magnésia e o volume de titulante gasto estão listadas na tabela abaixo: Tabela 4: Duplicadas de titulação: Determinação de Mg(OH)2 da amostra. Réplica m(g) VNaOH(mL) 1 0,3243 14,1 2 0,3218 14,2 Média 0,3230 14,15 Fonte: Elaborado pelo autor. Para calcular quanto de Mg(OH)2 existe na amostra, primeiramente calculamos quanto de titulante deveria ter reagido com o padrão de HCl adicionado, pela estequiometria da reação de neutralização (Eq. 5). A diferença entre esse valor estequiométrico e o valor calculado pelo volume do titulante, dita o quanto de HCl reagiu com Mg(OH)2, denotado por nHCl,Mg(OH)2 . Portanto: nHCl = 2, 922 · 10−3mol nNaOH,esteq = nHCl = 2, 922 · 10−3mol nNaOH,tit = 1, 818 · 10−3mol nHCl,Mg(OH)2 = 1, 104 · 10−3mol A neutralização de Mg(OH)2 e HCl segue a reação abaixo: Mg(OH)2(aq) + 2HCl(aq) −−→ MgCl2(aq) + 2H2O(l) (7) Como a estequiometria reação é 1:2, teremos: nMg(OH)2 = 5, 522 · 10−4mol Resgatando a massa molar do hidróxido de magnésio, na Tabela 1 e aplicando a Eq. 4, temos: mMg(OH)2 = 0, 0322 g Finalmente, podemos calcular qual a porcentagem de Mg(OH)2 no leite de magnésia, através da Eq. (6), utilizando a massa média da amostra e a massa obtida através da volumetria. Desta forma: mMg(OH)2 = 9, 97% 7 A ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), determina que o percentual de Mg(OH)2 no leite de magnésia não pude ultrapassar mais que 115 % do valor declarado, que deve estar entre 7,2 a 9,2 de % Mg(OH)2 - não temos o rótulo do frasco 2, então vamos considerar este intervalo. Considerando o desvio de 115 % no limite superior, teŕıamos 10,58 %. Portanto, podemos dizer que o remédio encontra-se dentro de especificação. 4 Conclusão Neste experimento, realizamos a preparação e padronização de soluções ácida (HCl) e alcalina (NaOH), além da determinação do teor de Mg(OH)2 em leite de magnésia. A pre- paração dos padrões de HCl e NaOH resultou em concentrações experimentais próximas às teóricas, indicando a eficiência do procedimento. Notamos um desvio percentual mais significativo na preparação do padrão alcalino, possivelmente devido a uma posśıvel des- calibração da balança. Na análise do leite de magnésia, a determinação do teor de Mg(OH)2 resultou em uma porcentagem dentro dos limites aceitáveis estabelecidos pela ANVISA. Este resultado sugere a qualidade e conformidade do produto com as especificações regulatórias. Portanto, o experimento foi bem-sucedido, fornecendo informações valiosas sobre a preparação de padrões e a análise de compostos presentes em amostras comerciais. Con- siderando as incertezas associadas às técnicas experimentais, os resultados obtidos foram consistentes e informativos para a prática laboratorial. 8 Referências WEST, D. M.; SKOOG, D. A.; JAMES, H. F. Fundamentos de qúımica anaĺıtica. 8. ed. [S. l.: s. n.], 2006. HARRIS, D. C. Explorando a Qúımica Anaĺıtica. 4. ed. Estados Unidos: [s. n.], 2011. DAYAH, Michael. PTable [S. l.], 2022. Dispońıvel em: ptable.com. Acesso em: 24 jan. 2024. MINISTÉRIO DA SAÚDE. In: Biblioteca Virtual em Saúde. [S. l.], 26 out. 2006. Dispońıvel em: bvsms.saude.gov.br. Acesso em: 24 jan. 2024. 9 https://ptable.com https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/anvisa/2006/anexo/anexo_res0199_26_10_2006.pdf Introdução Procedimentos Experimentais Preparação e Padronização da Solução Ácida Preparação e Padronização da Solução Alcalina Determinação do hidróxido de magnésio presente em leite de magnésia Resultados e discussões Preparação e Padronização da Solução Ácida Preparação e Padronização da Solução Alcalina Determinação do hidróxido de magnésio presente em leite de magnésia Conclusão