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2 HISTÓRIA DA ÁFRICA – INTRODUÇÃO E ANTIGUIDADE AFRICANA QUESTÃO 01 (Ucs RS 2017) Um grupo de pesquisadores apresentou, na África do Sul, fósseis de uma espécie do gênero humano desconhecida. Eles foram encontrados em um local profundo e de difícil acesso da caverna Rising Star, na área arqueológica conhecida como “Berço da Humanidade”, considerada patrimônio mundial pela Unesco. Por se situar em um depósito sedimentar complexo, os cientistas ainda não conseguiram datar esses fósseis, que poderiam ter entre 100 mil e 4 milhões de anos. O Museu de História Natural de Londres classificou a descoberta como extraordinária. Os ossos encontrados eram de 15 hominídeos, apresentavam morfologia homogênea, e a espécie foi batizada de Homo naledi. Alguns aspectos do Homo naledi, como suas mãos, seus punhos e pés, estão muito próximos aos do Homo sapiens. Ao mesmo tempo, seu pequeno cérebro e a forma da parte superior de seu corpo são mais próximos aos do Australopithecus. A descoberta pode permitir uma compreensão melhor sobre a transição, há milhões de anos, entre o Australopithecus primitivo e o primata do gênero Homo. Se tiver mais de 3 milhões de anos, aquela espécie teria convivido com o Australopithecus; se tiver menos de 1 milhão de anos, coexistiu com o Homo neanderthalensis – primo mais próximo do Homo sapiens. Disponível em: http://g1.globo.com/ciencia-e- saude/noticia/2015/09/antiga-especie-do-genero-humano- edescoberta-na-africa-do-sul.html. Acesso em: 2 out. 16. (Parcial e adaptado.) De acordo com o texto, é correto afirmar que A) o Homo naledi surgiu há mais de 3 milhões de anos e conviveu com o Australopithecus, ancestral direto do Homo sapiens. B) os fósseis encontrados na caverna Rising Star apresentavam morfologia homogênea e pertenciam a uma espécie desconhecida. C) o Homo naledi é o elo perdido da transição do primata para o hominídeo. D) os 15 fósseis do Homo naledi foram encontrados na caverna conhecida como “Berço da Humanidade”, considerada patrimônio mundial. E) a nova espécie do gênero Homo foi encontrada, na África do Sul, por uma equipe de pesquisadores enviada pelo Museu de História Natural de Londres. QUESTÃO 02 (Uern 2013) A nova face do homem americano Mais do que quando os homens pisaram na América, o que intriga os pesquisadores é qual a cara desse pioneiro. Ao contrário do que se imaginava ele não era parecido com os índios de hoje, que têm traços siberianos, conhecidos como “fisionomia mongoloide”. Suas feições eram mais semelhantes às dos africanos. (Revista Aventuras na História. Outubro de 2006. p. 18.) ... se há um acordo geral em admitir o povoamento da América por imigrações, o mesmo não acontece quanto à origem dos imigrantes. Uns lhes atribuem uma origem comum, outros imaginam, de preferência, movimentos de populações convergentes, mas oriundos de pontos diferentes, que se teriam produzido, sendo contemporaneamente, pelo menos em vagas sucessivas. (Barbeiro, Heródoto. Coleção de olho no mundo do trabalho. Volume único para o ensino médio. São Paulo: Scipione, 2004. p. 23.) Sobre as principais hipóteses do surgimento do homem e do povoamento inicial da América, da África e da Europa, é correto afirmar que 3 A) a partir de estudos genéticos que comprovam a diversidade cultural e étnica existentes até hoje entre os continentes citados, torna-se inconcebível admitir uma origem semelhante entre os ancestrais africanos, europeus e americanos. B) nos três continentes prevalece como hipótese correta e comprovada, a do autoctonismo, ou seja, em cada um deles, em tempos e formas distintas, surgiu um tipo de hominídeo, descendente dos primatas, que evoluiu para a espécie humana. C) tanto no continente africano, quanto no europeu, estabelece-se como verídica a hipótese das imigrações de grupos sedentários vindos de um só ancestral, ou seja, a hipótese do monogenismo que justifica a semelhança entre seus descendentes. D) as hipóteses mais consideradas entre os cientistas são as que defendem o surgimento inicial do homem na África e sua saída em tempos e condições variados para a Ásia, Europa e América, por rotas distintas, tais como a siberiana, a costeira e a atlântica. QUESTÃO 03 (UFMS - 2005) A respeito do processo de evolução biológica que favoreceu o surgimento do Homo sapiens moderno, pode-se dizer que: A) recentes pesquisas arqueológicas atestam que a origem da humanidade se deu na Ásia e que o Homo floresiensis, encontrado na Ilha de Flores, Indonésia, foi a primeira espécie do gênero Homo conhecida em todo o planeta. B) ao que tudo indica, logo que o homem moderno surgiu na África, há cerca de 120 mil anos, a diversidade ambiental do planeta induziu o processo de diversificação genética e morfológica da nossa espécie. C) na década de 1970, na região de Lagoa Santa, em Minas Gerais, arqueólogos brasileiros e franceses desenterraram a famosa Luzia, nome que deram ao esqueleto de uma mulher que ali viveu há cerca de 200 mil anos. Portanto, ao contrário do que se pensava, o Brasil é um fortíssimo candidato a ser o país onde pode ter surgido o homem moderno. D) o Homo sapiens moderno surgiu diretamente da evolução do Homo sapiens neanderthalensis e do Homo erectus, que viveram na Europa centro-oriental, entre 200 e 15 mil anos atrás. E) a medida que houve o processo de evolução biológica, uma das tendências marcantes foi a diminuição da capacidade craniana dos australopitecus, os primeiros hominídeos, até o Homo sapiens sapiens, a nossa espécie. QUESTÃO 04 (Uece / 2011) O Reino de Kush foi o berço onde se desenvolveram importantes civilizações e culturas. Teve um papel determinante como elo cultural entre diferentes povos do Mediterrâneo e aqueles da África subsaariana. Dentre suas características destaca-se o modo como o rei era eleito e o papel da mulher na política. Assinale a afirmação verdadeira. A) O Reino de Kush foi o lendário rival da antiga Núbia africana. B) A história de Kush está estreitamente ligada à história do Egito. C) O Reino de Kush não consta nos relatos de Heródoto sobre a África. D) A economia cuxita foi precária devido à pobreza do solo e à escassez de água. 4 QUESTÃO 05 (FGV 2014) Após um longo período de dominação egípcia, os kushitas reorganizaram seus domínios a partir do século IX e estabeleceram Napata como a capital do seu império. Analise o mapa abaixo com atenção e assinale a alternativa correta: A) O império de Kush estabeleceu-se ao sul do Egito e caracterizou-se pela economia de subsistência. B) O Império de Kush estendeu seus domínios em direção ao deserto do Saara e controlou diversas rotas saarianas. C) Apesar da expansão kushita, o império não desenvolveu núcleos urbanos ou uma base administrativa. D) Os persas conquistaram todos os domínios kushitas no século VII a.C. E) O império de Kush conseguiu estender seus domínios até o norte do Egito nos séculos VIII e VII a.C. QUESTÃO 06 (UDESC SC/ 2018) Em 1972, a equipe do arqueólogo Richard Leakey encontrou, nas imediações do Lago Turkana, o crânio e os ossos de um Homo rudolfensis de 1,9 milhões de anos. Esta espécie teria coabitado o território africano ao mesmo tempo em que três outras; o Homo habilis, o Homo erectus e o Paranthropus boisei. Em 1974, pesquisadores descobriram, na Etiópia, um fóssil de 3,2 milhões de anos, ao qual apelidaram de Lucy. Em 2017, foram publicadas pesquisas a respeito de fósseis de Homo sapiens encontrados no Marrocos, os quais contariam com cerca de 300 mil anos. Disponível em www.bbc.com, acessado em 15 de março de 2018. Estas descobertas foram essenciais para o desenvolvimento de pesquisas, a respeito da evolução de espécies, pois elas poderiam ser referentesaos antepassados diretos da espécie humana. A este respeito, é correto afirmar: A) A descoberta de 2017 refuta a teoria de que a origem da vida humana seria na África, deslocando-a para a península arábica. B) Os seres humanos que habitam a África, a América e a Europa não fazem parte da mesma espécie. C) É consensual, para a comunidade científica, a afirmação de que a espécie humana é originária do Continente Africano. D) Não existem consensos a respeito de qual continente teria se originado a espécie humana. E) O Homo sapiens é, evidentemente, anterior ao Homo rudolfensis. 5 QUESTÃO 07 (UDESC SC/2009) Leia os excertos abaixo: “Acreditava-se, também, que a parte habitável da Etiópia era moradia de seres monstruosos: os homens de faces queimadas . [...] A cor negra, associada à escuridão e ao mal, remetia no inconsciente europeu, ao inferno e às criaturas das sombras. O Diabo, nos tratados de demonologia, nos contos moralistas e nas visões das feiticeiras perseguidas pela Inquisição, era, coincidentemente, quase sempre negro.” (DEL PRIORE, Mary e VENÂNCIO, Renato. Ancestrais. Uma introdução à história da África Atlântica. Rio de Janeiro: Editora Campus, 2004, p. 56) “A África não é uma parte histórica do mundo. Não tem movimentos, progressos a mostrar, movimentos históricos próprios dela. Quer isto dizer que sua parte setentrional pertence ao mundo europeu ou asiático. Aquilo que entendemos precisamente pela África é o espírito a-histórico, o espírito não desenvolvido, ainda envolto em condições de natural e que deve ser aqui apresentado apenas como no limiar da história do mundo.” (HEGEL, Friedrich. Filosofia da História. Brasília, Editora da UnB, 1995, p. 174) Assinale a alternativa incorreta sobre as representações construídas relativas à História da África e dos africanos, evidenciadas acima. A) A partir do século XVI, monstros, terras inóspitas, seres humanos deformados, imoralidades, regiões e hábitos demoníacos foram elementos constantes nas descrições de viajantes, aventureiros e missionários sobre o continente africano e os africanos. B) As histórias dos reinos e das civilizações africanas foram utilizadas como exemplo da capacidade africana de organização, transformação e produção, que em nada ficava a dever para os padrões europeus. Os vestígios materiais deixados do passado - técnicas de cultivo, padrões de estética da arte estatuária, ruínas dos mais diversos matizes - foram usados para evidenciar as qualidades do Continente. C) No século XIX, as ideias científicas, pautadas nas concepções do Darwinismo Social e do Determinismo Racial, situaram os africanos nos últimos degraus da evolução das raças humanas. D) Infantis, primitivos, tribais, incapazes de aprender ou evoluir, os africanos deveriam receber a benfazeja ajuda europeia, por meio das intervenções imperialistas no Continente. E) A História da África teria começado somente no momento em que os europeus passaram a manter relações com as populações do Continente, não só pela ação de registrar e relatar, mas principalmente pelas mudanças introduzidas pelos europeus na África. QUESTÃO 08 (Unirv GO 2015) “Desde o surto na Guiné do mortal Ebola Zaire, em fevereiro, cerca de 90 pessoas morreram, na medida em que o vírus se propagou para países vizinhos, como Serra Leoa, Libéria e Mali. O surto lançou ondas de choque pelas comunidades que sabem pouco sobre a doença ou sobre como ela é transmitida. Os casos no Mali aumentaram o temor de que esteja se espalhando pelo Oeste da África.” New Eastern Outlook. O recente surto de ebola trouxe mais uma vez o continente africano para as manchetes, explicitando uma África miserável e com diversos problemas estruturais, no entanto, o continente africano viu florescer diversas civilizações e poderosos impérios no decorrer de sua história. A partir do exposto, assinale (V) para as verdadeiras e (F) para as falsas. I.Império do Gana. II.Império Egípcio. III.Império de São Salvador. IV.Império do Mali. A) V – V – F – V B) V – F – F – V C) F – F – V – V D) F – V – V – F 6 QUESTÃO 09 (Udesc SC 2016) “Diz-se que entre os etíopes persiste um estranho costume. Quando o rei [de Napata], por alguma razão, sobre um dano em alguma parte do corpo, todos os cortesãos devem, por sua própria escolha, infligir-se o mesmo dano, porque consideram que seria desonroso que, tendo o rei ficado coxo de uma perna, seus súditos mais próximos continuassem perfeitos e andassem pelo palácio, a acompanhar o soberano, sem mancar; e seria estranho que uma sólida amizade, que partilha dor e pena, assim como todas as outras coisas boas e más, não participasse dos sofrimentos do corpo. Diz-se ser de norma que os cortesãos se suicidem para acompanhar um rei que morre, e que esse suicídio é honroso e prova de verdadeira amizade. Por esse motivo, diz-se, é rara entre os etíopes uma conspiração contra o soberano, pois todos estão preocupados com a segurança do rei, uma vez que dela depende a deles próprios. Esses costumes persistem entre os etíopes que vivem em sua capital, na ilha de Méroe, e nas terras adjacentes ao Egito”. Diodoro Siculus. Biblioteca da História, sec. I a.C. In: Alberto da Costa e Silva, Imagens da África. Tendo como referência a citação acima, analise as proposições. I. O autor é altamente preconceituoso em relação à sociedade egípcia, uma vez que considera os costumes e as tradições dos etíopes um fanatismo que chega às vias de sacrifícios por meio do suicídio coletivo, no momento de morte do soberano. II. O autor pronuncia-se, a partir de conhecimento indireto, sobre a tradição da organização social e política da sociedade dos etíopes. III. A experiência narrada pelo autor é a mesma da organização social e política do império romano do século I a.C. IV. O autor considera as mutilações praticadas pelos cortesãos, quando do ferimento do rei, uma imposição real que, por meio da coação ideológica, imprime a falsa sensação de que o reino era um corpo único, tendo o soberano como a cabeça e os súditos os demais membros. V. A ausência de conspiração para derrubar o rei, na sociedade etíope, é explicada pelos vínculos de amizade, confiança e segurança entre súditos e soberano. Assinale a alternativa correta. A) Somente as afirmativas II, III e V são verdadeiras. B) Somente as afirmativas I, II e III são verdadeiras. C) Somente as afirmativas I, IV e V são verdadeiras. D) Somente as afirmativas II, IV e V são verdadeiras. E) Somente as afirmativas II e V são verdadeiras. QUESTÃO 10 (UFRN 2006) No vale do rio Nilo, situado no nordeste da África, formou-se o primeiro Estado unificado da história, o Egito. Tal Estado se alicerçava: A) na servidão coletiva, cabendo à população camponesa pagar impostos sob a forma de produtos ou trabalhos. B) na agricultura familiar praticada em inúmeras aldeias, que exploravam as margens fertilizadas pelas enchentes. C) na exploração da mão-de-obra de povos estrangeiros dominados e escravizados em consequência das campanhas imperialistas dos faraós. D) na rede comercial que se estendia ao longo da bacia mediterrânica e era controlada pelo faraó, representante da classe mercantil. 7 QUESTÃO 11 (UFRGS 2016) Com relação à história dos grupos sociais da Antiguidade, assinale a alternativa correta. A) Os povos etruscos habitavam uma zona fluvial de inundações periódicas, no vale entre os rios Tigre e Eufrates, e tinham economia baseada em produtos agrícolas que dependiam dos períodos de cheias dos rios. B) A difusão da escrita cuneiforme pelos gregos, no século VIII a.C., permitiu o registro dos fatos memoráveis do passado, criando as condições propícias para o desenvolvimentoda tragédia grega que teve em Homero seu principal precursor. C) A ausência de uma codificação jurídica que permitisse a unificação das diversas regiões da Mesopotâmia, sob o domínio dos reis babilônicos, está entre as principais causas da queda do Império da Babilônia. D) A civilização hebraica caracterizou-se por uma estrutura matriarcal de sociedade, pelo politeísmo como crença religiosa e pela recusa do uso do trabalho escravo. E) O reino de Kush, com forte influência egípcia, serviu como elo de ligação entre a África central e o mundo mediterrâneo, além de estabelecer rotas comerciais entre o baixo e o alto vale do Nilo. QUESTÃO 12 O conceito de gênero possui uma enorme amplitude de usos e se faz presente em várias áreas da produção teórica, quer seja nas ciências naturais, quer seja nas ciências humanas e sociais. A sociedade comumente determina as diferenças de gênero baseadas na construção cultural de que o homem, por ser superior, “fala por”, engloba, e representa a mulher. Este modelo social é bidimensional, ou seja, a relação hierárquica é, composta de dois níveis, o superior representado pelo homem e o inferior representado pela mulher. Sociologia.seed.pr.gov.br. Instituto paranaense de desenvolvimento educacional Fundepar No Reino de Kush, atual Sudão, considerado um dos mais ricos da Antiguidade, a hierarquia citada no texto foi confrontada pelas candaces, ou kandakes, na medida em que elas A) eram consideradas encarnações dos deuses, sob forte influência do vizinho Egito; B) exerciam um papel de interlocutoras entre as camadas mais baixas e os reis; C) ocupava, incondicionalmente, o topo da pirâmide social, oprimindo os demais nobres; D) chegaram a ocupar cargos políticos, proclamando-se rainhas governantes; E) se subordinavam aos reis, assumindo sozinhas a função de educar as crianças. QUESTÃO 13 (...) na sociedade tradicional africana a noção de chefe de vilarejo significava estritamente representação, isto é, o chefe era um delegado do povo. (...) a sociedade africana tradicional não colocava o indivíduo acima do povo, mas sim o interligava ao grupo, tornando todos solidários em uma estrutura complexa de interdependência. WADE, A. Un destin pour l’Afrique. Paris: Michel Lafon O texto remete à organização social das comunidades tradicionais africanas. A respeito dessa organização social, é correto afirmar: A) manteve-se inalterada até o século XIX, quando a presença colonial europeia deu complexidade política ao continente; B) inspirou-se no modelo das cidades-Estado gregas, ao definir um ordenamento social igualitário e marcada pela fragmentação política; C) representa uma experiência de enfrentamento ao modelo sócio-político dos padrões ocidentais considerados referenciais à humanidade; D) atendeu às necessidades materiais e significações espirituais daquelas comunidades, associadas às condições naturais das regiões que ocuparam; E) confirma a limitação das populações africanas em constituir formas sofisticadas de representação de Estado que privilegiem a sociedade em detrimento do indivíduo. 8 QUESTÃO 14 (Enem) África também já serviu como ponto de partida para comédias bem vulgares, mas de muito sucesso, como Um príncipe em Nova York e Ace Ventura: um maluco na África; em ambas, a África parece um lugar cheio de tribos doidas e rituais de desenho animado. A animação O rei Leão, da Disney, o mais bem-sucedido filme americano ambientado na África, não chegava a contar com elenco de seres humanos. LEIBOWITZ, E. Filmes de Hollywood sobre África ficam no clichê. Disponível em: http://noticias.uol.com.br. Acesso em 17 abr, 2010. A produção cinematográfica referida no texto contribui para a constituição de uma memória sobre a África e seus habitantes. Essa memória enfatiza e negligencia, respectivamente, os seguintes aspectos do continente africano: A) A história e a natureza. B) O exotismo e as culturas. C) A sociedade e a economia. D) O comércio e o ambiente. E) A diversidade e a política. QUESTÃO 15 “Quando um ancião morre, é uma biblioteca que se queima” Antigo provérbio africano O provérbio africano define o sentido fundamental para as sociedades africanas, corretamente identificado no (a) A) valorização da oralidade e da memória como alicerce do pertencimento coletivo; B) exaltação aos feitos grandiosos do panteão de deuses cultuados; C) desprezo pelos indivíduos em incapacidade de produção material; D) sofisticação do registro escrito de seus costumes e tradições; E) sobreposição hierárquica dos idosos sobre os jovens como marcador distintivo social. RESOLUÇÕES RESPOSTA DA QUESTÃO 01: [B] RESPOSTA DA QUESTÃO 02: [D] RESPOSTA DA QUESTÃO 03: [B] RESPOSTA DA QUESTÃO 04: [B] RESPOSTA DA QUESTÃO 05: [E] RESPOSTA DA QUESTÃO 06: [C] RESPOSTA DA QUESTÃO 07: [B] RESPOSTA DA QUESTÃO 08: [A] RESPOSTA DA QUESTÃO 09: [E] RESPOSTA DA QUESTÃO 10: [A] RESPOSTA DA QUESTÃO 11: [E] RESPOSTA DA QUESTÃO 12: [D] RESPOSTA DA QUESTÃO 13: [D] RESPOSTA DA QUESTÃO 14: [B] RESPOSTA DA QUESTÃO 15: [A] 9 HISTÓRIA DA ÁFRICA – PERÍODO MEDIEVAL QUESTÃO 01 (Mackenzie SP 2017) Leia os textos a seguir: “De Tarkala à cidade de Gana, gastam-se três meses de marcha um deserto árido. No país de Gana, o ouro nasce como plantas na areia, do mesmo modo que as cenouras. É colhido ao nascer do sol”. Ibn al-Fakih. Citado em: Alberto da Costa e Silva. Imagens da África: da Antiguidade ao século XIX. São Paulo: Companhia das Letras, 2012, p.32 “[Gana] é a terra do ouro. (...) Toda a gente do Magreb sabe, e ninguém disto discrepa, que o rei de Gana possui em seu palácio um bloco de ouro pesando 30 arratéis (cerca de 14 kg). Esse bloco de ouro foi criado por Deus, sem ter sido fundido ao fogo ou trabalhado por instrumento. Foi, porém, furado de um lado ao outro, a fim de que nele pudesse ser amarrado o cavalo do rei. É algo curioso que não se encontra em nenhum outro lugar do mundo e que ninguém possui a não ser o rei, que disso se vangloria diante de todos os soberanos do Sudão”. Al-Idrisi. Citado em: Alberto da Costa e Silva. Imagens da África: da Antiguidade ao século XIX. São Paulo: Companhia das Letras, 2012, p.37 Os textos foram escritos por viajantes árabes ao observarem aspectos sobre o Reino de Gana, na África, durante a Idade Média europeia. Pela análise dos excertos, é correto afirmar que tal Reino A) causava espanto e admiração, tanto pelo desenvolvimento econômico como pelo poder teocrático politeísta de governante. B) causava estranhamento em seus visitantes, tanto pela quantidade exagerada de metais preciosos disponíveis como pelo poder autoritário do governante. C) provocava perplexidade nos viajantes, pois não compreendiam seu desenvolvimento em meio a um continente marcado pela inexistência de civilizações. D) desenvolveu-se sustentado pela riqueza do ouro e pela crença monoteísta, fator que o desqualificava perante os viajantes que ali passavam. E) impressionava seus visitantes, tanto pela opulência trazida pelo ouro como pela sua complexa organização política e social. QUESTÃO 02 (UFRGS 2017) Assinale a alternativa correta sobre a história das diferentes sociedades africanas até o século XVI. A) O império Songhai, situado às margens do rio Níger, teve em sua capital Gao um importante polo mercantil que reunia mercadores oriundos da Líbia, do Egito e do Magreb. B) As sociedades da África equatorial, em função das condições geográficas e climáticas pouco propícias, eram formadas predominantemente por pastores de animais de pequeno porte, sendo praticamente inexistente na região o cultivo de produtos agrícolas. C) As sociedades de origem Bantu, localizadas na regiãoda África meridional entre os séculos XII e XV, eram predominantemente nômades e coletoras, não organizadas em aldeias e com escasso desenvolvimento tecnológico. D) A África, marcada pela intensa difusão do cristianismo durante as Cruzadas, contou, entre os século XI e XV, com reduzida presença de elementos islâmicos na definição das variadas culturas existentes no continente. E) O estabelecimento da colônia portuguesa em Moçambique, no século XVI, definiu o início das rotas comerciais ligando a região oriental do continente africano, entre Madagascar e o Chifre da África, com a Europa e a Ásia. 10 QUESTÃO 03 (Udesc SC 2017) Apesar das conhecidas interferências provocadas pelos mais de 300 anos de contato, muitas vezes violento, com os povos europeus, até o início do século XIX, o Continente Africano contava com poucos territórios sob domínio externo. A respeito do Continente Africano no período que antecede o século XIX, assinale a alternativa correta. A) Até o século XVII, as rotas comerciais, existentes nos reinos e impérios africanos, eram exclusivamente externas. As riquezas, como tecidos, plantas medicinais e, especialmente, ouro, só circulavam por via marítima. B) Até o século XVII, a imposição da condição de escravidão aos homens e às mulheres, na África, ocorria apenas entre os Iorubas. C) Os reinos africanos contavam com práticas de auxílio mútuo que garantiam crescimento e prosperidade. Eis porque inexistiam, até o século XIX, exércitos ou efetivos militares. D) A língua preponderantemente falada no Continente Africano era o Khoisan, proveniente da região Sul, a partir do século XV foi substituída pelas línguas francesa e portuguesa. E) No século XV, o Continente Africano apresentava grande diversidade. Politicamente, organizava-se em inúmeros reinos e impérios dentre os quais o dos Songai, Monomotapa, Congo, Daomé e o Ioruba. Grande parte destes povos recebia, direta ou indiretamente, influência da cultura árabe e da religião mulçumana. QUESTÃO 04 (FGV 2017) [Desde o início do século XIV], no reino do Congo (...) moravam povos agricultores que, quando convocados pelo mani Congo, partiam em sua defesa contra inimigos de fora ou para controlar rebeliões de aldeias que queriam se desligar do reino. Aldeias (lubatas) e cidades (banzas) pagavam tributos ao mani Congo, geralmente com o que produziam: alimentos, tecidos de ráfia vindos do nordeste, sal vindo da costa, cobre vindo do sudeste e zimbos (pequenos búzios afunilados colhidos na região de Luanda que serviam de moeda). (...) o mani Congo, cercado de seus conselheiros, controlava o comércio, o trânsito de pessoas, recebia os impostos, exercia a justiça, buscava garantir a harmonia da vida do reino e das pessoas que viviam nele. Os limites do reino eram traçados pelo conjunto de aldeias que pagavam tributos ao poder central, devendo fidelidade a ele e recebendo proteção, tanto para os assuntos deste mundo como para os assuntos do além, pois o mani Congo também era responsável pelas boas relações com os espíritos e os ancestrais. (...) O mani Congo vivia em construções que se destacavam das outras pelo tamanho, pelos muros que a cercavam, pelo labirinto de passagens que levavam de um edifício a outro e pelos aposentos reais que ficavam no centro desse conjunto e eram decorados de tapetes e tecidos de ráfia. Ali o mani vivia com suas mulheres, filhos, parentes, conselheiros, escravos, e só recebia os que tivessem nobreza suficiente para gozar desse privilégio. (Marina de Mello e Souza. África e Brasil africano, 2006) A partir da descrição do reino do Congo, é correto afirmar que, nesse reino, A) toda a organização administrativa estava voltada para a acumulação de riquezas nas mãos do soberano, que as redistribuía entre as aldeias mais leais e com maior potencialidade econômica. B) o político e o sobrenatural estavam intimamente relacionados, além das semelhanças entre uma corte europeia e uma de um reino na África, porque ambas eram caracterizadas por hierarquias rígidas. 11 C) a ordem política derivava de uma economia voltada para a produção baseada no uso da mão de obra compulsória, por isso o soberano era o maior beneficia do com a captura de homens para serem escravizados. D) a fragmentação do poder entre os chefes das aldeias e os conselheiros do soberano permitiu a consolidação de uma prática política pouco usual na África, na qual as decisões eram tomadas pelos moradores do reino. E) a prevalência da condição tribal favoreceu sua dominação por outros povos africanos, mas especialmente pelos comerciantes europeus, interessados na exploração de metais amoedáveis. QUESTÃO 05 (Enem 2017) No império africano do Mali, no século XIV, Tombuctu foi centro de um comércio internacional onde tudo era negociado — sal, escravos marfim etc. Havia também um grande comércio de livros de história, medicina, astronomia e matemática, além de grande concentração de estudantes. A importância cultural de Tombuctu pode ser percebida por meio de um velho provérbio: “O sal vem do norte, o ouro vem do sul, mas as palavras de Deus e os tesouros da sabedoria vêm de Tombuctu”. ASSUMPÇÃO, J. E. África: uma história a ser reescrita. In: MACEDO, J. R. (Org.). Desvendando a história da África. Porto Alegre: UFRGS. 2008 (adaptado). Uma explicação para o dinamismo dessa cidade e sua importância histórica no período mencionado era o(a) A) isolamento geográfico do Saara ocidental B) exploração intensiva de recursos naturais. C) posição relativa nas redes de circulação. D) tráfico transatlântico de mão de obra servil. E) competição econômica dos reinos da região. QUESTÃO 06 (Etec SP 2017) Restritos à Península Arábica até a primeira metade do século VII, os árabes chegaram a diferentes regiões até o ano de 750 d.C., entrando em contato com outros povos. Observe o mapa que apresenta o alcance desse movimento no período citado. Vicentino, C.; Dorigo, G. História Geral e do Brasil. São Paulo: Scipione, 2010, p. 177. Sobre esse período e com o auxílio das informações do mapa, é correto afirmar que A) durante o domínio do Império Romano do Ocidente, a expansão árabe facilitou a difusão da língua latina na região norte da África. B) os povos árabes conseguiram alcançar regiões além do oceano Atlântico fazendo uso dos seus conhecimentos cartográficos. C) durante a Antiguidade, bizantinos, francos e indianos permitiram o avanço dos povos árabes, tanto no continente europeu, quanto no asiático. D) o domínio árabe alcançou cidades como Bizâncio, Poitiers e Roma, sobre as quais exerce influência cultural, política e econômica até o presente. E) a expansão árabe levou para a Europa, sobretudo a partir da Península Ibérica, transformações culturais e inovações na Álgebra, na Astronomia, na Medicina entre outras áreas. 12 QUESTÃO 07 (Fgv 2016) “Em muitos reinos sudaneses, sobretudo entre os reis e as elites, o islamismo foi bem recebido e conseguiu vários adeptos, tendo chegado à região da savana africana, provavelmente, antes do século XI, trazido pela família árabe-berbere dos Kunta. (...) O islamismo possuía alguns preceitos atraentes e aceitáveis pelas concepções religiosas africanas, (...) associava as histórias sagradas às genealogias, acreditava na revelação divina, na existência de um criador e no destino. (...) O escritor árabe Ibn Batuta relatou, no século XIV, que o rei do Mali, numa manhã, comemorou a data islâmica do fim do Ramadã e, à tarde, presenciou um ritual da religião tradicional realizado por trovadores com máscaras de aves.” (Regiane Augusto de Mattos, História e cultura afro-brasileira) Considerando o trecho e os conhecimentos sobre a história da África, é corretoafirmar que A) a penetração do islamismo nas regiões subsaarianas mostrou-se superficial porque atingiu poucos setores sociais, especialmente aqueles voltados aos negócios comerciais, além de sofrer forte concorrência do cristianismo. B) a presença do islamismo no continente africano derivou da impossibilidade dos árabes em ocupar regiões na Península Ibérica, o que os levou à invasão de territórios subsaarianos, onde ocorreu violenta imposição religiosa. C) o desprezo das sociedades africanas pela tradição árabe gerou transações comerciais marcadas pela desconfiança recíproca, desprezo mudado, posteriormente, com o abandono das religiões primitivas da África e com a hegemonia do islamismo. D) o comércio transaariano foi uma das portas de entrada do islamismo na África, e essa religião, em algumas regiões do continente, ou incorporou-se às religiões tradicionais ou facilitou uma convivência relativamente harmônica. E) as correntes islâmicas mais moderadas, caso dos sunitas, influenciaram as principais lideranças da África ocidental, possibilitando a formação de novas denominações religiosas, não islâmicas, desligadas das tradições tribais locais. QUESTÃO 08 (Uece 2000) Leia, com atenção, a seguinte informação a respeito da expansão islâmica ao norte da África: “Fustat é a capital do Egito no sentido amplo do termo; ...ela é a capital do Egito que eclipsa Bagdad, é o orgulho do Islão, nela todo o gênero humano vem comerciar...” Fonte: MAISONNEUVE, A. Apud ARRUDA, José Jobson de A. História: Antiga e Medieval. 17.ª ed. São Paulo: Ática, 1995, p. 313. Partindo da abordagem que compara a capital do Egito a Bagdad, é correto afirmar: A) a expansão comercial muçulmana restringia-se ao Egito. B) Bagdad constituía o centro religioso islâmico, de pouca expressão comercial. C) o comércio árabe, envolvendo sedas, tapetes, couros e armas envolvia a Ásia, a Europa e a África. D) as atividades agrárias e industriais, a cargo dos árabes, superavam as transações mercantis. QUESTÃO 09 (Uece 2019) Escreva V ou F conforme seja verdadeiro ou falso o que se afirma a seguir sobre o Mali: ( ) Há abundante documentação escrita sobre o Império Mali. ( ) Há poucos vestígios arqueológicos da civilização Mali. ( ) Os relatos do viajante Ibn Battuta registram o Império Mali. ( ) Os griots são fontes orais e ajudam a conhecer melhor a história Mali. A sequência correta, de cima para baixo, é: A) V, F, F, V. B) V, F, V, F. C) F, V, F, F. D) F, V, V, V. 13 QUESTÃO 10 (Enem) O tráfico de escravos em direção à Bahia pode ser dividido em quatro períodos: 1º – O ciclo da Guiné durante a segunda metade do século XVI; 2º – O ciclo de Angola e do Congo no século XVII; 3º – O ciclo da Costa da Mina durante os três primeiros quartos do século XVIII; 4º – O ciclo da Baía de Benin entre 1770 e 1850, estando incluído aí o período do tráfico clandestino. A chegada dos daomeanos (jejes) ocorreu nos dois últimos períodos. A dos nagô- iorubás corresponde, sobretudo, ao último. A forte predominância dos iorubás na Bahia, de seus usos e costumes, seria explicável pela vinda maciça desse povo no último dos ciclos. VERGER, Pierre. Fluxo e refluxo do tráfico de escravos entre o golfo do Benin e a Bahia de Todos os Santos: dos séculos XVII a XIX. Tradução de Tasso Gadzanis. São Paulo: Corrupio, 1987. p. 9. (com adaptações). Os diferentes ciclos do tráfico de escravos da costa africana para a Bahia, no Brasil, indicam que A) o início da escravidão no Brasil data do século XVI, quando foram trazidos para o Nordeste os chamados “negros da Guiné”, especialistas na extração de ouro. B) a diversidade das origens e dos costumes de cada nação africana é impossível de ser identificada, uma vez que a escravidão moldou os grupos envolvidos em um processo cultural comum. C) os ciclos correspondentes a cada período do tráfico de diferentes nações africanas para a Bahia estão relacionados aos distintos portos de comercialização de escravos. D) o tráfico de escravos jejes para a Bahia, durante o ciclo da Baía de Benin, ocorreu de forma mais intensa a partir do final do século XVII até a segunda metade do século XVIII. E) a escravidão nessa província se estendeu do século XVI até o início do século XVIII, diferentemente do que ocorreu em outras regiões do País. QUESTÃO 11 (FGV 2013) Entre os séculos XIII e XV, havia um intenso comércio de cerâmicas, produtos agrícolas, de cobre vindo da Zâmbia e de Chaba, de sal, ouro e marfim, enviados até a costa. De fora, chegavam (...) porcelana da China e da Pérsia, peças de vidro da Síria e outras mercadorias de luxo. O Grande Zimbábue (...) tinha o monopólio do comércio de ouro que era levado para Sofala e de lá embarcado para Quíloa. (Regiane Augusto de Mattos, História e cultura afro- brasileira) A partir do trecho, é possível considerar que A) o oceano Índico e a Península Arábica foram importantes “portas de entradas” de ideias e mercadorias da África, mesmo antes da costa atlântica. B) a economia africana apenas ganhou importância em fins do século XV, quando ocorreu a chegada dos grandes negociantes europeus. C) o isolamento cultural e político africano não impediu que esporádicas relações comerciais fossem travadas com outros continentes. D) desde a Antiguidade a África esteve aberta às influências externas, mas o continente só passou a ter história com o contato com a Europa moderna. E) até meados do século XVI, a costa mediterrânea foi o único espaço africano com contato externo, em função da expansão do Império carolíngio. QUESTÃO 12 (Utec SP 2019) Segunda maior floresta tropical do mundo, a floresta do Congo se estende pelo território de sete países africanos: República Democrática do Congo, República do Congo, Gabão, Camarões, República Centro-Africana, Guiné Equatorial e Angola. O ambiente propicia a biodiversidade, sendo hábitat de milhares de espécies de animais e plantas. Essa região também concentra uma grande diversidade cultural, formada pelos vários povos de línguas banto que ali vivem há séculos. Sobre a região, é correto afirmar que ela 14 A) foi colonizada por britânicos, espanhóis e portugueses no século XIII. B) conquistou a sua independência política na segunda metade do século XVI. C) era o principal destino das correntes migratórias islâmicas do final do século II. D) foi um grande entreposto comercial de ouro e diamantes dos povos do alto rio Nilo. E) era a origem da maior parte dos africanos escravizados aportados na América do Sul. QUESTÃO 13 (Fgv 2015) (...) quais mecanismos levaram à escravidão nas sociedades africanas do século VII ao século XV? (...) Genericamente, a escravidão esteve presente na África como um todo, fazendo-se necessário observar as especificidades históricas próprias de complexos sociais e políticos e das formas de poder das diversas sociedades africanas. Mas é fundamental acrescentar que a dinâmica e a intensidade da escravidão no continente africano tem a ver com a maior ou menor demanda do tráfico atlântico gerada pelo expansionismo europeu na América. Isso acarreta mudanças sociais na África, como a expansão e a subsequente transformação da poligenia, o desenvolvimento de diferentes tipos de escravidão no continente, além do empobrecimento de uma classe de mercadores africanos. (Leila Leite Hernandez, A África na sala de aula: visita à história contemporânea, 2008, p. 37-8) A partir do fragmento, é correto afirmar que A) a maior mudança ocorrida na África, após a imposição do colonialismo ibérico, esteve relacionada com a passagem da mercantilização do trabalho compulsório para formas mais brandas de exploração da escravidão, com o avanço de direitos para os africanos convertidosao cristianismo. B) a chegada do colonialismo europeu na África subsaariana foi fundamental para o desenvolvimento do continente, em razão da organização do tráfico intercontinental de escravos, permitindo que a maior parte das rendas advindas dessa atividade ficasse no próprio continente. C) a existência da escravidão na África negra era desconhecida até a chegada dos primeiros exploradores coloniais, caso dos portugueses, que impuseram essa forma de organização do trabalho, condição necessária para a posterior acumulação de capitais entre as elites regionais africanas. D) as práticas de utilização do trabalho compulsório em todo o território africano, até a chegada dos exploradores europeus, estavam articuladas com a essência da religiosidade do continente, caracterizada pela concepção de que os sacrifícios materiais levavam os homens à graça divina. E) a escravidão existente no continente africano, antes da expansão marítima, tinha uma multiplicidade de características, sendo inclusive doméstica, e o tráfico de escravos, para atender aos interesses mercantilistas europeus, trouxe decisivas transformações para as inúmeras regiões da África. 15 QUESTÃO 14 (UFGD MS/ 2008) Nas épocas Moderna e Contemporânea, o tráfico internacional de escravos sempre contou, na África, com uma oferta abundante de homens e mulheres jovens. A esse respeito, é CORRETO afirmar o seguinte: A) No continente africano, a escravidão e o tráfico de escravos tiveram início somente após a chegada dos europeus, àquele continente nos séculos XV e XVI. B) Embora o tráfico internacional de escravos africanos fosse controlado por portugueses e brasileiros, as tarefas de apresamento e condução dos cativos aos portos exportadores eram monopolizadas pelos traficantes ingleses e holandeses, em associação com os estados africanos da costa do Mediterrâneo. C) Embora a escravidão já fosse praticada na África antes da chegada dos europeus, as crescentes necessidades de escravos, por parte do mercado internacional, produziram grandes alterações nas sociedades africanas, com repercussões sobre as modalidades tradicionalmente assumidas pela escravidão nessas sociedades. D) A captura de escravos no interior da África, bem como sua condução aos portos exportadores, eram atividades realizadas por traficantes europeus e americanos, sem a participação dos africanos. E) Nas sociedades africanas, antes da chegada dos europeus, a escravidão tinha um caráter exclusivamente doméstico, e esse caráter não foi alterado em função da crescente demanda por mão-de-obra escrava na América. QUESTÃO 15 (IFMG/2016) Leia estes trechos: I. “Sabido é, que dormindo este Patriarca (Noé) com menos decência descoberto, vendo Cam, e zombando desta desnudez, a foi publicar logo a seus irmãos; e em castigo deste abominável atrevimento foi amaldiçoada do Pai toda a sua descendência, que no sentir de muitos é a mesma geração dos pretos que nos servem; e aprovando Deus esta maldição, foi condenada à escravidão e cativeiro.” BENCI, Jorge. Economia Cristã dos Senhores no Governo dos Escravos .1705 (adaptado). II. A força sem piedade, com que as raças superiores escravizaram ou exterminaram sempre as inferiores […] essa lei da concorrência animal, que na zoologia produz pela seleção os tipos superiores e na história as civilizações, provocará sempre terríveis protestos. […,] e abundam os documentos que nos mostram no negro um tipo antropologicamente inferior, não raro próximo do antropoide, e bem pouco digno do nome de homem.” OLIVEIRA MARTINS, J.P. O Brasil e as colônias portuguesas, 1887 (adaptado). A partir da leitura dos trechos, podemos afirmar que: A) A evolução da ciência no decorrer do século XIX comprovou as teorias religiosas de inferioridade racial defendidas por Benci (trecho I), embasando-se em evidências científicas produzidas por antropólogos e cientistas sociais (trecho II). B) Entre os dois trechos há mudança de enfoque da justificativa para a escravidão, pois, o discurso científico refutou as teses de inferioridade racial, comprovando a inexistência de um ancestral comum entre povos bíblicos e os negros. C) O discurso religioso (trecho I), que legitimou a escravidão africana, paulatinamente, foi substituído por um discurso pretensamente científico de base racista (trecho II), utilizado para justificar a manutenção da dominação europeia. D) Os dois trechos fazem parte do esforço europeu para se legitimar especificamente a conquista do Novo Mundo, utilizando-se tanto o discurso religioso cristão como as descobertas científicas produzidas pelo darwinismo social. 16 RESOLUÇÕES RESPOSTA DA QUESTÃO 01: [B] RESPOSTA DA QUESTÃO 02: [D] RESPOSTA DA QUESTÃO 03: [B] RESPOSTA DA QUESTÃO 04: [B] RESPOSTA DA QUESTÃO 05: [E] RESPOSTA DA QUESTÃO 06: [C] RESPOSTA DA QUESTÃO 07: [B] RESPOSTA DA QUESTÃO 08: [A] RESPOSTA DA QUESTÃO 09: [E] RESPOSTA DA QUESTÃO 10: [A] RESPOSTA DA QUESTÃO 11: [E] RESPOSTA DA QUESTÃO 12: [D] RESPOSTA DA QUESTÃO 13: [D] RESPOSTA DA QUESTÃO 14: [B] RESPOSTA DA QUESTÃO 15: [A] 17 HISTÓRIA DA ÁFRICA – PERÍODO MODERNO / DIÁSPORA AFRICANA QUESTÃO 01 “A Coroa portuguesa e outros Estados europeus devastaram a África, marcando para sempre sua história. Estimularam guerras entre seus habitantes e praticaram o escambo de produtos manufaturados, aguardente, fumo e tecidos por cativos de tribos rivais. Até o século XIX, enquanto durou a escravidão no Novo Mundo, milhões de africanos foram retirados do continente e encaminhados para as plantations americanas, em torno de 5 milhões só para a América portuguesa.” CAMPOS, F.; MIRANDA, R. G. A escrita da história. São Paulo: Escala Educacional, 2005. p. 213. Sobre o comércio de escravos no continente africano, é incorreto afirmar: A) Na África, o comércio de escravos teve início, possivelmente, por volta do século II a. C., quando o faraó Snefru retornou da região da Núbia com milhares de prisioneiros de guerra que se tornaram escravos no Egito Antigo. B) O tráfico negreiro moderno ocasionou transformações na sociedade africana, pois o aumento ou a diminuição da escravidão interna (na África) estava relacionado (a) com a maior ou a menor demanda externa (para a América). C) Com a conquista árabe de parte da África, no século XII, principalmente no norte do continente, o tráfico de escravos e o número de pessoas escravizadas na África diminuíram consideravelmente, voltando a aumentar apenas após a chegada dos europeus ao continente. D) As pessoas tornavam-se escravas na África principalmente em razão das guerras entre tribos rivais, sendo os capturados reduzidos à condição de cativos. As guerras ocorriam entre os diversos reinos africanos e também entre as diferentes etnias do continente. QUESTÃO 02 (Uern 2013) A nova face do homem americano Mais do que quando os homens pisaram na América, o que intriga os pesquisadores é qual a cara desse pioneiro. Ao contrário do que se imaginava ele não era parecido com os índios de hoje, que têm traços siberianos, conhecidos como “fisionomia mongoloide”. Suas feições eram mais semelhantes às dos africanos. (Revista Aventuras na História. Outubro de 2006. p. 18.) ... se há um acordo geral em admitir o povoamento da América por imigrações, o mesmo não acontece quanto à origem dos imigrantes. Uns lhes atribuem uma origem comum, outros imaginam, de preferência, movimentos de populações convergentes, mas oriundos de pontos diferentes, que se teriam produzido, sendo contemporaneamente, pelo menos em vagas sucessivas. (Barbeiro, Heródoto. Coleçãode olho no mundo do trabalho. Volume único para o ensino médio. São Paulo: Scipione) Sobre as principais hipóteses do surgimento do homem e do povoamento inicial da América, da África e da Europa, é correto afirmar que A) a partir de estudos genéticos que comprovam a diversidade cultural e étnica existentes até hoje entre os continentes citados, torna-se inconcebível admitir uma origem semelhante entre os ancestrais africanos, europeus e americanos. B) nos três continentes prevalece como hipótese correta e comprovada, a do autoctonismo, ou seja, em cada um deles, em tempos e formas distintas, surgiu um tipo de hominídeo, descendente dos primatas, que evoluiu para a espécie humana. C) tanto no continente africano, quanto no europeu, estabelece-se como verídica a hipótese das imigrações de grupos sedentários vindos de um só ancestral, ou seja, a hipótese do monogenismo que justifica a semelhança entre seus descendentes. D) as hipóteses mais consideradas entre os cientistas são as que defendem o surgimento inicial do homem na África e sua saída em tempos e condições variados para a Ásia, Europa e América, por rotas distintas, tais como a siberiana, a costeira e a atlântica. 18 QUESTÃO 03 Os negros, tanto homens como mulheres, acorriam todos para me ver se se tratava de uma grande maravilha, pois parecia-lhes muito extraordinário estarem perante um cristão, de que nunca tinham ouvido falar. Não se espantavam menos com a brancura da minha pele e das minhas roupas, que lhes causaram grande admiração. [...] Alguns mexiam-me nas mãos e friccionavam-me os braços com saliva, para ver se a minha brancura provinha de qualquer pintura ou se a carne era mesmo assim. Quando verificavam isso ficavam muito espantados. [...] CADAMOSTO. Relação das viagens à costa ocidental da África. 1455-1457 Nos relatos europeus sobre as terras e os povos da África, durante as Grandes Navegações, ficam flagrantes as pretensões europeias de superioridade civilizacional. Nesse depoimento, em especial, o eurocentrismo se revela na(o)(s) A) euforia catequética sobre os povos contatados. B) vestes mais ornamentadas usadas pelos europeus. C) espanto europeu diante da negritude dos povos africanos. D) imposição de feitorias e na realização do tráfico negreiro. E) perspectiva cristã e racista dos navegadores europeus. QUESTÃO 04 O perigo de classificar os brasileiros por raças Os geneticistas acreditam que a diferenciação no tom de pele ocorreu nos últimos 20 mil anos, fruto dos processos de adaptação do ser humano originalmente negro, saído da África, às diferentes pressões climáticas de outras áreas do globo. O Brasil, que tinha o privilégio de ser oficialmente cego em relação à cor da pele de seus habitantes, infelizmente corre o risco de ser mergulhado no ódio racial por causa das ações afirmativas e das políticas de cotas raciais. VEJA, ed. 2011, 06 jun. 2007 A citação da “cegueira em relação à cor da pele” considerada pelo autor um atributo ameaçado de nosso país, é uma referência ao conceito sociológico de A) darwinismo social, que defende a superioridade de uma raça sobre a outra, a partir do critério distintivo da cor da pele. B) ações afirmativas, que defendem a necessidade de implementar políticas de auxílio às minorias sociais e raciais. C) miscigenação, que acredita ser o Brasil um país singular, dada sua tríplice matriz étnico-racial: europeia, africana e ameríndia. D) democracia racial, que afirma que todas as raças e etnias brasileiras se encontram em estado de igualdade e harmonia. E) nacionalismo, que defende a tese de que o Brasil é uma experiência étnica única, em função de sua histórica mistura racial. QUESTÃO 05 Bantos do sul e sudaneses do centro-oeste africano abasteceram o brasil, incorporando-o à exploração colonial, fazendo primeiro de Salvador e depois do Rio de Janeiro os principais centro importadores. O tráfico negreiro transferiu milhões de africanos para a América entre os séculos XVI e XIX, configurando uma atividade extremamente lucrativa, que enriqueceu os setores burgueses metropolitanos, notadamente os de Portugal e Inglaterra. 19 De acordo com o mapa, o tráfico negreiro internacional caracterizou-se pela(o) A) envio de indivíduos de diversas partes da África (ocidental, central e oriental) às várias colônias europeias na América. B) deslocamento de bantos e sudaneses apenas para a América do Sul, já que nas Treze Colônias havia a reprodução de escravos locais. C) desconexão com a América Espanhola, que não recebeu escravos negros, uma vez que recorreu à exploração em massa dos nativos. D) atuação dos ingleses como principais traficantes de escravos, pois controlavam as rotas mais importantes no Atlântico sul. QUESTÃO 06 (Unesp) TEXTO PARA AS QUESTÕES 06 E 07 Os africanos não escravizavam africanos, nem se reconheciam então como africanos. Eles se viam como membros de uma aldeia, de um conjunto de aldeias, de um reino e de um grupo que falava a mesma língua, tinha os mesmos costumes e adorava os mesmos deuses. (...) Quando um chefe (...) entregava a um navio europeu um grupo de cativos, não estava vendendo africanos nem negros, mas (...) uma gente que, por ser considerada por ele inimiga e bárbara, podia ser escravizada.(...) O comércio transatlântico (...) fazia parte de um processo de integração econômica do Atlântico, que envolvia a produção e a comercialização, em grande escala, de açúcar, algodão, tabaco, café e outros bens tropicais, um processo no qual a Europa entrava com o capital, as Américas com a terra e a África com o trabalho, isto é, com a mão de obra cativa. (Alberto da Costa e Silva. A África explicada aos meus filhos, 2008. Adaptado.) Ao caracterizar a “integração econômica do Atlântico”, o texto A) destaca os diferentes papéis representados por africanos, europeus e americanos na constituição de um novo espaço de produção e circulação de mercadorias. B) reconhece que europeus, africanos e americanos se beneficiaram igualmente das relações comerciais estabelecidas através do Oceano Atlântico. C) afirma que a globalização econômica se iniciou com a colonização da América e não contou, na sua origem, com o predomínio claro de qualquer das partes envolvidas. D) sustenta que a escravidão africana nas colônias europeias da América não exerceu papel fundamental na integração do continente americano com a economia que se desenvolveu no Oceano Atlântico. E) ressalta o fato de a América ter se tornado a principal fornecedora de matérias-primas para a Europa e de que alguns desses produtos eram usados na troca por escravos africanos. QUESTÃO 07 (Unesp) Ao caracterizar a escravidão na África e a venda de escravos por africanos para europeus nos séculos XVI a XIX, o texto A) reconhece que a escravidão era uma instituição presente em todo o planeta e que a diferenciação entre homens livres e homens escravos era definida pelas características raciais dos indivíduos. B) critica a interferência europeia nas disputas internas do continente africano e demonstra a rejeição do comércio escravagista pelos líderes dos reinos e aldeias então existentes na África. C) diferencia a escravidão que havia na África da que existia na Europa ou nas colônias americanas, a partir da constatação da heterogeneidade do continente africano e dos povos que lá viviam. D) afirma que a presença europeia na África e na América provocou profundas mudanças nas relações entre os povos nativos desses continentes e permitiu maior integração e colaboração interna. E) considera que os únicos responsáveis pela escravização de africanos foram os próprios africanos, que aproveitaram as disputas tribais para obter ganhos financeiros. 20 QUESTÃO 08 (Enem)O tráfico de escravos em direção à Bahia pode ser dividido em quatro períodos: 1º – O ciclo da Guiné durante a segunda metade do século XVI; 2º – O ciclo de Angola e do Congo no século XVII; 3º – O ciclo da Costa da Mina durante os três primeiros quartos do século XVIII; 4º – O ciclo da Baía de Benin entre 1770 e 1850, estando incluído aí o período do tráfico clandestino. A chegada dos daomeanos (jejes) ocorreu nos dois últimos períodos. A dos nagô- iorubás corresponde, sobretudo, ao último. A forte predominância dos iorubás na Bahia, de seus usos e costumes, seria explicável pela vinda maciça desse povo no último dos ciclos. VERGER, Pierre. Fluxo e refluxo do tráfico de escravos entre o golfo do Benin e a Bahia de Todos os Santos: dos séculos XVII a XIX. Tradução de Tasso Gadzanis. São Paulo. Os diferentes ciclos do tráfico de escravos da costa africana para a Bahia, no Brasil, indicam que A) o início da escravidão no Brasil data do século XVI, quando foram trazidos para o Nordeste os chamados “negros da Guiné”, especialistas na extração de ouro. B) a diversidade das origens e dos costumes de cada nação africana é impossível de ser identificada, uma vez que a escravidão moldou os grupos envolvidos em um processo cultural comum. C) os ciclos correspondentes a cada período do tráfico de diferentes nações africanas para a Bahia estão relacionados aos distintos portos de comercialização de escravos. D) o tráfico de escravos jejes para a Bahia, durante o ciclo da Baía de Benin, ocorreu de forma mais intensa a partir do final do século XVII até a segunda metade do século XVIII. E) a escravidão nessa província se estendeu do século XVI até o início do século XVIII, diferentemente do que ocorreu em outras regiões do País. QUESTÃO 09 (Vunesp) Leia o texto. Os africanos foram trazidos do chamado “continente negro” para o Brasil em um fluxo de intensidade variável. Os cálculos sobre o número de pessoas transportadas como escravos variam muito. Estima-se que entre 1550 e 1855 entraram pelos portos brasileiros 4 milhões de escravos, na sua grande maioria jovens do sexo masculino. A região de proveniência dependeu da organização do tráfico, das condições locais na África e, em menor grau, das preferências dos senhores brasileiros. (Boris Fausto, História do Brasil, p. 51) Acerca do tráfico negreiro, é correto afirmar que A) nos séculos XVI e XVII, a preferência dos senhores de terra do Brasil recaía sobre a exploração da mão de obra compulsória dos índios, mas com a definitiva proibição de escravizar os indígenas, no princípio do século XVIII, com o início do tráfico de escravos, optou-se pela exploração exclusiva do escravo africano. B) desde o século XVI, a preferência dos senhores de engenho recaía sobre os escravos vindos dos portos de Benguela e Cabinda, especialmente os hauças e os jejes, reconhecidos como os homens mais fortes, que conheciam a metalurgia e ofícios mecânicos, além de se apresentarem mais leais aos seus senhores. C) no século XVI, os portos ao longo do litoral de Daomé forneceram o maior número de escravos, e nos séculos XVII e seguintes, as regiões do Congo e de Angola tornaram-se os centros mais importantes de exportação de escravos; além disso, Salvador e Rio de Janeiro foram os grandes centros importadores de escravos. D) a efetiva entrada de escravos africanos no Brasil ocorreu a partir da segunda metade do século XVIII, momento no qual já existiam justificativas religiosas e morais para a escravização do homem africano, e, em toda ordem escravista, Moçambique foi a mais importante região fornecedora de escravos. E) entre os séculos XVI e XVIII, o norte da África foi, quase exclusivamente, a região fornecedora de mão de obra compulsória para o Brasil e o resto da América colonial, mas essa situação foi radicalmente transformada com a ação do governo da França que proibiu, após a Revolução Francesa, a retirada de escravos de qualquer parte da África. 21 QUESTÃO 10 Leia o texto abaixo. Não era cerimônia muito demorada. A cada escravo, quando chegava a sua vez, dizia o padre: seu nome é Pedro, o seu é João, o seu é Francisco, e assim por diante, dando a cada qual um pedaço de papel com o nome por escrito, e pondo-lhes na língua uma pitada de sal, antes de aspergir com um hissope água benta em toda a multidão. Então, um intérprete negro a eles se dirigia, com essas palavras: “Olhai, sois já filhos de Deus; Estais a caminho de terras espanholas (ou portuguesas), onde ireis aprender as coisas da fé. Esquecei tudo o que se relacione com o lugar de onde vieste, deixai de comer cães, ratos ou cavalos. Agora podeis ir, e sede felizes. (Charles Boxer. Salvador de Sá e a luta pelo Brasil e Angola. Citado em: Jaime Rodrigues. De costa a costa. São Paulo: Companhia das Letras, 2005. p.61-2.) A cena descrita apresenta informações sobre A) o embarque de africanos escravizados para a América, atividade que durou mais de três séculos e fez dos africanos e seus descendentes a principal força de trabalho no Brasil, até o final do século XIX. B) o regime de escravidão existente na África subsaariana antes da chegada dos europeus, com o comércio de cativos sendo realizado com as áreas islamizadas ao norte do continente. C) as semelhanças existentes entre os africanos escravizados trazidos para a América por mais de três séculos, do ponto de vista social, político, econômico e cultural. D) a forma como os africanos escravizados seriam tratados na América, com direito à educação religiosa cristã, assim como à integridade física e à cidadania. QUESTÃO 11 (Enem) A identidade negra não surge da tomada de consciência de uma diferença de pigmentação ou de uma diferença biológica entre populações negras e brancas e(ou) negras e amarelas. Ela resulta de um longo processo histórico que começa com o descobrimento, no século XV, do continente africano e de seus habitantes pelos navegadores portugueses, descobrimento esse que abriu o caminho às relações mercantilistas com a África, ao tráfico negreiro, à escravidão e, enfim, à colonização do continente africano e de seus povos. K. Munanga. Algumas considerações sobre a diversidade e a identidade negra no Brasil. In: Diversidade na educação: reflexões e experiências. Brasília: SEMTEC/MEC, 2003, p. 37. Com relação ao assunto tratado no texto acima, é correto afirmar que A) a colonização da África pelos europeus foi simultânea ao descobrimento desse continente. B) a existência de lucrativo comércio na África levou os portugueses a desenvolverem esse continente. C) o surgimento do tráfico negreiro foi posterior ao início da escravidão no Brasil. D) a exploração da África decorreu do movimento de expansão europeia do início da Idade Moderna. E) a colonização da África antecedeu as relações comerciais entre esse continente e a Europa. 22 QUESTÃO 12 (PUC-SP-2015) Do século XVI ao XIX o comércio de escravos na costa atlântica da África foi negócio entre comerciantes europeus e africanos, ou representantes dos reis africanos, pois na maioria das vezes eram estes os grandes fornecedores de escravos para os navios negreiros. As trocas eram feitas em alguns pontos da costa, seguindo regras estabelecidas principalmente pelas sociedades africanas. Os comerciantes europeus agiam conforme era determinado nos locais de comércio; apesar disso, conseguiam ter alguma influência sobre os chefes locais, que passaram a depender cada vez mais das mercadorias. Marina de Mello e Souza. África e Brasil africano. São Paulo: Ática, 2007, p. 60. A partir do texto, pode-se afirmar que a ação europeia na África: A) estimulou o comércio de escravos, promovendo alterações culturais e econômicas significativasnas sociedades africanas. B) era limitada pelas decisões e pela vontade dos governantes locais, que não aceitavam quaisquer interferências externas. C) aproveitou-se da tradicional prática africana de vender escravos para outras regiões do mundo, o que gerava lucros bastantes altos. D) resumia-se ao fornecimento de produtos industrializados, evitando estabelecer outros tipos de relação mercantil com governantes africanos. E) ocorreu dentro de um contexto de ocupação territorial e domínio político, que determinaram a hegemonia europeia no continente. QUESTÃO 13 (Unesp) Os diários, as memórias e as crônicas de viagens escritas por marinheiros, comerciantes, militares, missionários e exploradores, ao lado das cartas náuticas, seriam as principais fontes de conhecimento e representação da África dos séculos XV ao XVIII. A barbárie dos costumes, o paganismo e a violência cotidiana foram atribuídos aos africanos ao mesmo tempo em que se justificava a sua escravização no Novo Mundo. A desumanização de suas práticas serviria como justificativa compensatória para a coisificação dos negros e para o uso de sua força de trabalho nas plantations da América. (Regina Claro. Olhar a África, 2012. Adaptado.) A partir do texto, é correto afirmar que a dominação europeia da África, entre os séculos XV e XVIII, A) derivou prioritariamente dos valores do islamismo, aprisionando os corpos dos africanos para, com o sacrifício, salvar suas almas. B) foi um esforço humanitário, que visava libertar povos oprimidos por práticas culturais e hábitos pré-históricos e selvagens. C) baseou-se em avanços científicos e em pressupostos liberais, voltados à eliminação de preconceitos raciais e sociais. D) sustentou-se no comércio e na construção de um imaginário acerca do continente africano, que legitimava a ideia de superioridade europeia. E) fundamentou-se nas orientações dos relatos de viajantes, que mostravam fascínio e respeito pelas culturas nativas africanas. 23 QUESTÃO 14 (Unesp 2015) A África só começou a ser ocupada pelas potências europeias exatamente quando a América se tornou independente, quando o antigo sistema colonial ruiu, dando lugar a outras formas de enriquecimento e desenvolvimento das economias mais dinâmicas, que se industrializavam e ampliavam seus mercados consumidores. Nesse momento foi criado um novo tipo de colonialismo, implantado na África a partir do final do século XIX [...]. (Marina de Mello e Souza. África e Brasil africano, 2007.) A partilha da África entre os países europeus, no final do século XIX, A) buscou conciliar os interesses de colonizadores e colonizados, valorizando o diálogo e a negociação política. B) respeitou as divisões políticas e as diferenças étnicas então existentes no continente africano. C) ignorou os laços comerciais, políticos e culturais até então existentes no continente africano. D) privilegiou, com a atribuição de maiores áreas coloniais, os países que haviam perdido colônias em outras partes do mundo. E) afetou apenas as áreas litorâneas, sem interferir no Centro e no Sul do continente africano. QUESTÃO 15 (Fgv - RJ) Entre novembro de 1884 e fevereiro de 1885, representantes de países europeus, dos Estados Unidos e do Império Otomano participaram de negociações sobre o continente africano. O conjunto de reuniões, que ficou conhecido como a Conferência de Berlim, tratou da: A) incorporação da Libéria aos domínios norte- americanos, em troca do controle da África do Sul pela Inglaterra e Holanda. B) independência de Angola e Moçambique e da incorporação do Congo ao império ultramarino português. C) ocupação e do controle do território africano de acordo com os interesses das diversas potências representadas. D) condenação do regime do Apartheid estabelecido na África do Sul e denunciado pelo governo britânico. E) incorporação da Etiópia aos domínios italianos e à transformação do Egito em protetorado da Alemanha. RESOLUÇÕES RESPOSTA DA QUESTÃO 01: [C] RESPOSTA DA QUESTÃO 02: [D] RESPOSTA DA QUESTÃO 03: [E] RESPOSTA DA QUESTÃO 04: [D] RESPOSTA DA QUESTÃO 05: [A] RESPOSTA DA QUESTÃO 06: [A] RESPOSTA DA QUESTÃO 07: [C] RESPOSTA DA QUESTÃO 08: [C] RESPOSTA DA QUESTÃO 09: [C] RESPOSTA DA QUESTÃO 10: [A] RESPOSTA DA QUESTÃO 11: [D] RESPOSTA DA QUESTÃO 12: [A] RESPOSTA DA QUESTÃO 13: [D] RESPOSTA DA QUESTÃO 14: [C] RESPOSTA DA QUESTÃO 15: [C] 24 HISTÓRIA DA ÁFRICA – PERÍODO CONTEMPORÂNEO / PAN-AFRICANISMO QUESTÃO 01 (Ufpr 2019) A seleção de futebol da França, campeã da Copa de 2018, possui mais da metade dos seus jogadores de origem africana e/ou árabe. Desde 1998, a seleção francesa é conhecida em seu país como equipe “black-blanc-beur” (negra, branca e árabe). Uma razão histórica do aumento da diversidade étnica, racial e religiosa na Europa, presente nos dias atuais é: A) a crescente imigração de pessoas oriundas de países em conflito étnico na África, de ex- colônias europeias na África e na Ásia e de nações desenvolvidas na Oceania e nas Américas a partir dos anos 1940. B) a crescente imigração de pessoas oriundas de países em guerra no Oriente Médio, de países em descolonização na África e na Ásia e de nações pobres na África, Ásia e Américas a partir dos anos 1970. C) a crescente imigração de pessoas oriundas de países em crise econômica na América do Norte, de países em guerra civil na América do Sul e de nações subdesenvolvidas na África a partir dos anos 1990. D) a crescente imigração de pessoas oriundas de países em crise humanitária no Oriente Médio, de países em conflito civil pertencentes à antiga União Soviética e de nações do Primeiro Mundo durante a crise financeira de 2008. E) a crescente imigração de pessoas oriundas de países asiáticos em decorrência da Revolução Cultural Chinesa, de países subdesenvolvidos pós-coloniais da África e de nações latino- americanas em crise a partir dos anos 1930. QUESTÃO 02 (Unirg TO 2019) Em 2018, o líder sul-africano Nelson Mandela completaria cem anos, e o regime oficial do Apartheid completaria sessenta. Acerca desse regime nefasto, que levou Mandela a permanecer por 27 anos na prisão, assinale a alternativa correta: A) O regime do Apartheid era uma política estatal assistencialista, próxima ao modelo do Bolsa-Família, que, ao distribuir renda ao povo negro, aumentou a vadiagem, o vício e a corrupção na África; B) O regime do Apartheid era um elaborado sistema jurídico que instituía limites à habitação, ao emprego e à educação, especialmente de negros e negras; C) O regime do Apartheid visava principalmente “apartar” o povo pobre e doente da classe rica, em sua maioria branca, que investiu na África do Sul e tornou-a um dos países mais ricos do continente; D) O regime do Apartheid foi instituído durante a colonização britânica, para que os negros, dominados, não se revoltassem. Ele foi extinto quando a independência da África do Sul foi consolidada. 25 QUESTÃO 03 Assinale com V (verdadeiro) ou F (falso) as afirmações abaixo, referentes ao processo de descolonização do continente africano no século XX. ( ) Na Argélia, após o conflito com os grupos independentistas, a França manteve o controle da antiga colônia, transformando-a em um protetorado e reprimindo duramente os movimentos pró-independência. ( ) No Congo recém-independente, o primeiro- ministro reformista Patrice Lumumba foi deposto e assassinado por uma coalizão entre grupos locais rivais, os antigos colonialistas belgas e a Central de Inteligência norte-americana. ( ) No Quênia, a Rebelião Mau-Mau foi duramente reprimida peloscolonizadores britânicos, o que causou o assassinato e a internação de milhares de quenianos em campos de concentração ao longo do conflito. ( ) No Senegal e no Benin, a maior parte da população votou favoravelmente à continuidade da administração colonial francesa após um plebiscito realizado em 1960. A sequência correta de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é A) F – V – F – V. B) V – F – V – F. C) V – F – F – V. D) F – V – V – F. E) V – V – F – F. QUESTÃO 04 (Uece 2019) A crise do Canal de Suez se iniciou em julho de 1956 quando o presidente egípcio Gamal Abdel Nasser nacionalizou o canal, a única ligação entre o Mediterrâneo e o Mar Vermelho e principal via para transporte de petróleo dos países árabes para a Europa. Além da perda econômica muito significativa para a França e a Inglaterra, a crise de Suez demonstrou de modo definitivo A) a força da manobra de motivação colonialista junto aos EUA. B) o fim da hegemonia colonial europeia no mundo. C) a união com vistas a reforçar o colonialismo europeu nos países árabes. D) um desestímulo aos movimentos de independência nas possessões coloniais francesas. QUESTÃO 05 (UECE 2019) A independência de Moçambique ocorreu em 1975, após um longo processo que começou com a organização da FRELIMO (Frente de Libertação de Moçambique), um movimento político nacionalista que foi fundado em 25 de junho de 1962, com o objetivo de lutar pela libertação do domínio colonial A) português. B) inglês. C) francês. D) alemão. 26 QUESTÃO 06 (FUVEST SP / 2018) No que se refere à crise do colonialismo português na África na segunda metade do século XX, A) a Era das Revoluções, ao implicar a abolição do tráfico transatlântico de escravos para as Américas, erodiu as bases do domínio de Portugal sobre Angola e Moçambique. B) Portugal, com um poder de segunda ordem no concerto europeu, se viu alijado das deliberações da Conferência de Berlim, perdendo assim o domínio sobre suas colônias. C) as independências de Angola e de Moçambique foram marcadas por um processo relativamente pacífico, que envolveu ampla negociação com os poderes metropolitanos em Portugal. D) o processo de independência das colônias portuguesas, ao contrário do que ocorreu nas colônias inglesas e francesas, não se relacionou às polarizações geopolíticas da Guerra Fria. E) o movimento de independência colonial foi decisivo para o processo de transformação política em Portugal, ao acelerar a crise do regime autoritário nascido no período entre guerras. QUESTÃO 07 (Fuvest) África vive (...) prisioneira de um passado inventado por outros. Mia Couto, Um retrato sem moldura, in Leila Hernandez, A África na sala de aula. São Paulo: Selo Negro, p.11, 2005. A frase acima se justifica porque A) os movimentos de independência na África foram patrocinados pelos países imperialistas, com o objetivo de garantir a exploração econômica do continente. B) os distintos povos da África preferem negar suas origens étnicas e culturais, pois não há espaço, no mundo de hoje, para a defesa da identidade cultural africana. C) a colonização britânica do litoral atlântico da África provocou a definitiva associação do continente à escravidão e sua submissão aos projetos de hegemonia europeia no Ocidente. D) os atuais conflitos dentro do continente são comandados por potências estrangeiras, interessadas em dividir a África para explorar mais facilmente suas riquezas. E) a maioria das divisões políticas da África definidas pelos colonizadores se manteve, em linhas gerais, mesmo após os movimentos de independência. QUESTÃO 08 (ESPM SP 2018) Depois do período de transição, em 11 de novembro de 1975, o MPLA, sob a direção de Agostinho Neto, proclamou a independência, reconhecida pelo governo português. A primeira guerra de independência estava terminada. Mas a continuidade das divisões internas logo transformou-se em uma segunda guerra civil, disputada entre MPLA e UNITA. Esta contou com a participação direta dos EUA e da África do Sul. Quanto ao MPLA, teve apoio logístico e humano da URSS, da China e sobretudo de Cuba. (Leila Hernandez. A África na sala de aula) O texto faz menção à independência de: A) Angola; B) Moçambique; C) Guiné-Bissau; D) Cabo Verde; E) Argélia. 27 QUESTÃO 09 (UERJ 2018) Tínhamos a incumbência de reelaborar nosso passado sombrio, contribuindo assim para tratar um povo traumatizado e ferido. Uma tarefa grandiosa, já que todos os sul-africanos tinham suas lesões. Queríamos obter a unidade da nação e a reconciliação. DESMOND TUTU Adaptado de dw.com, 29/10/2008. O arcebispo Desmond Tutu dirigiu a Comissão da Verdade na África do Sul, entre 1996 e 1998, durante o governo do presidente Nelson Mandela. Ao propor “a unidade da nação e a reconciliação”, o arcebispo buscava enfrentar os problemas causados pela vigência do regime de: A) segregação racial. B) natureza totalitária. C) ordenamento cultural. D) disciplinarização social. QUESTÃO 10 (PUC SP 2018) “Já vi o demônio da violência, o demônio da cobiça e o demônio do desejo ardente; [...] eram todos demônios fortes, vigorosos [...] Mas ali, naquela colina, antevi que ao brilho ofuscante do Sol daquela terra eu iria conhecer um outro demônio, flácido, falso e de olhos fracos, de uma insensatez rapinante e impiedosa.” CONRAD, Joseph. Coração das Trevas. São Paulo: Companhia da Letras. 2013 O texto refere-se à exploração das terras do Congo durante o imperialismo do século XIX, o que deixou marcas no país e em todo continente africano. Sobre a história deste continente a partir do século XIX, podemos AFIRMAR que I. A divisão territorial criada pela Conferência de Berlim, em 1885, ajudou a motivar inúmeros conflitos regionais no continente, pois não respeitou as diferentes etnias africanas e suas ocupações territoriais de origem. II. A grande maioria dos países africanos conquistou sua independência após a Segunda Guerra Mundial, porém, inúmeros outros conflitos surgiram, decorrentes de disputas políticas internas associadas às influências de EUA e URSS, já no contexto da Guerra Fria. III. A África, após o colapso da URSS, conseguiu desenvolver democracias sedimentadas em acordos étnicos e, hoje, pouco sofre com questões sociais e econômicas, graças a um crescente distanciamento dos países europeus. A) I e II estão corretas. B) I e III estão corretas. C) II e III estão corretas. D) I, II e III estão corretas. QUESTÃO 11 (Faculdade Cesgranrio RJ 2018) Em 2004, o jornal Folha de São Paulo publicou a seguinte reportagem sobre a guerra civil na Costa do Marfim, país africano colonizado pela França no passado. Nove soldados franceses e um civil americano foram mortos ontem em decorrência de bombardeios aéreos de forças rebeldes em Buaki, no norte da Costa do Marfim. (…) À noite, foram registrados tiroteios e explosões na capital, Yamoussoukro. O governo da França decidiu enviar tropas à ex-colônia para proteger seus cidadãos. Folha de São Paulo. São Paulo: 07 nov. 2004. Disponível em: <http: //www1.folha.uol.com.br/fsp/mundo /ft0711200416.htm>. Acesso em: 4 maio, 2018. A matéria do jornal aponta que, a despeito dos processos de independência das nações africanas, até os dias de hoje perdura a 28 A) discriminação racial por parte dos países europeus. B) ausência de cuidados com a África por parte da ONU. C) fragilidade da soberania nacional nos países africanos. D) pobreza disseminada nos países africanos colonizados. E) política colonial de reserva de mercado às economias da Europa. QUESTÃO 12 (SANTA CASA 2018) Com a independência [dos países africanos],