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Fisiologia da gestaçao

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Primeiro trimestre: 0 a 13 semanas
O primeiro trimestre é contado a partir do momento da fecundação até a décima terceira semana. É o período mais delicado, pois é neste período que acontecem a maioria dos abortos.
 
Por conta disso, muitas mães preferem aguardar a entrada do segundo trimestre antes de contar a novidade para amigos e familiares. 
 
É, também, nesta fase que a mamãe vai passar por desconfortos, sintomas normais do começo da gestação. São estes sintomas, inclusive, que poderão alertar a mamãe sobre sua gravidez.
 
 
Quando o óvulo é fecundado, começa o processo de multiplicação celular, até que o óvulo se torne um embrião.
A partir dessas células é que irão se desenvolver todos os sistemas essenciais para o bebê, com o passar das semanas.
Na quarta semana, o embrião será do tamanho de um grão de arroz. É, também, neste período que ocorrerá a descoberta da gravidez, em função do atraso da menstruação. É aqui, também, que começam as náuseas, sintoma comum de muitas gestantes. Os enjoos são causados em função do hormônio HCG, liberado pela placenta.o início da gravidez
Uma gestação costuma ter sinais que alertam à mamãe. Confirmar a suspeita de uma gravidez com um exame, mesmo que sejam testes de farmácia realizados em casa, é fundamental para que se possa iniciar o acompanhamento pré-natal o quanto antes.
Os sintomas mais conhecidos do início da gravidez, são:
· Menstruação atrasada
· Constante vontade de urinar
· Seios doloridos, com sensação de formigamento ou inchados
· Enjoos (matinais ou não)
· Alteração de cor na aréola (parte circular que envolve o bico do seio), aparecimento de uma linha do umbigo até o osso púbico ou outras alterações na pele
· Desejos por alimentos ou sabores específicos
· Fadiga e muito sono
No primeiro trimestre de gestação, o corpo da gestante começa a se adaptar à sua nova condição. Este começo da gravidez pode provocar grandes oscilações emocionais e maior sensibilidade nos seios, sono e cansaço, além dos famosos enjoos.
A placenta começa a se formar, bem como todo o sistema de apoio, como o cordão umbilical e o líquido amniótico. Isso garante que o embrião receba tudo o que precisa para se desenvolver.
Neste começo da gravidez acontece um rápido desenvolvimento do bebê, com a multiplicação veloz das células para iniciar a formação de vários órgãos. Com 4 semanas, o bebê tem o tamanho de um grão de arroz e o seu coração já começa a bater. Após 8 semanas, já tem braços e pernas aparentes, e começa a formação dos dedos.
No final do trimestre, o bebê já tem seu rosto praticamente formado, e seus genitais estão definidos - mas ainda não é possível descobrir o sexo.
 Segundo trimestre: 14 a 26 semana
O segundo trimestre tende a ser a fase mais tranquila da gestação. Os sintomas negativos como enjoos já passaram, e a barriga ainda não está grande o suficiente para impedir os afazeres diários. 
 
É, também, nesta fase que o momento mágico acontece: será possível sentir, pela primeira vez, o bebê se mexendo. O coração também está batendo tão alto que um estetoscópio é o suficiente para ouvi-lo.
- Principais mudanças do meio da gestação
 
É durante o segundo trimestre que o bebê termina completamente sua formação. Ele está desenvolvendo funções respiratórias, auditivas e musculares. Além disso, também vai ganhar suas características físicas, com a definição dos olhos e orelhas, e o crescimento dos pelos. 
Esta fase permite maior conforto e tranquilidade, já que os sintomas do início da gravidez começam a desaparecer. No entanto, podem surgir desconfortos como hemorróidas, constipação e dores na área da virilha. A barriga da gestante começa a crescer e é possível sentir os primeiros movimentos do bebê. Os seios começam a se preparar para a produção de leite, aumentando de tamanho. A pele e o quadril também sofrem alterações.
O bebê, nessa fase, começa seus movimentos respiratórios e a mexer as mãozinhas. Agora, também já é possível descobrir o sexo do bebê através do exame de ultrassom, se o bebê estiver uma posição que permita a visualização do órgão genital. 
Entre 17 e 18 semanas, o feto, mesmo ainda tão pequeno, já é capaz de sugar, engolir e piscar. Sua pele fica mais grossa e os seus cabelos, cílios e sobrancelhas começam a crescer. No meio da gestação (20 semanas), seus movimentos ficam mais intensos e os chutes vão surpreender a mamãe. 
Próximo ao fim do segundo trimestre, o bebê começa a ouvir e seu sistema já funciona completamente. Mas ele tem, ainda, o tamanho de uma couve-flor.
 Terceiro trimestre: 27 a 40/41 semanas
O terceiro trimestre traz, consigo, a ansiedade e expectativa de ter logo seu bebê em casa. A barriga da mãe começa a provocar desconforto, não somente por impedir algumas tarefas ou movimentos mas, também, porque a azia pode estar presente nos seus dias. 
 
É importante lembrar que, apesar de serem consideradas 40 semanas para uma gestação, cada gravidez tem sua duração. A mulher pode entrar em trabalho de parto entre as 38 e 42 semanas. 
 
 
Agora, o corpo da mamãe começa a se preparar para o parto. Com o crescimento do bebê, a barriga fica cada vez maior, causando desconfortos como dores nas costas, tornozelos inchados e falta de ar. 
Os seios estão mais inchadas e sensíveis. Nessa fase, pode acontecer do colostro (o leite produzido nos primeiros dias de amamentação) começar a vazar. O tamanho e o peso do bebê fazem pressão na bexiga, fazendo com a mãe tenha vontade de urinar com bastante frequência.
Seu bebê já está todo com seu sistema todo formado, mas precisa crescer e ganhar peso. Entre 27 e 32 semanas, ele dobra de tamanho. 
Agora, o bebê já abre os olhos, percebe a luz fora do útero e identifica vários sons. Por isso, ao nascer, é comum que os bebês se acalmem quando ouvem a voz da mamãe - um som bastante familiar. 
Com 35 semanas, o bebê, assim como o corpo da mamãe, se prepara para o parto. Ele gira, ficando com a cabeça para baixo, estará pronto para nascer a qualquer momento a partir das 37 semanas. 
Ainda que com 40 semanas o bebê já esteja completamente preparado para viver fora do útero, ele poderá demorar mais duas semanas para nascer. Depende de cada gestação.
O Parto
O trabalho de parto ocorre em três fases: a latente, a ativa e a de transição. Ele começa com a atividade uterina e continua com a dilatação progressiva. O objetivo é a preparação do canal de parto para passagem do feto, por isso acontecem contrações de intensidade e frequência ascendentes até a expulsão fetal. Ele é conduzido por uma equipe multiprofissional: “O ideal é que o atendimento seja combinado entre uma enfermeira obstetra e um médico obstetra. São monitoradas as contrações no períneo e as frequências cardíacas do feto, sendo avaliada por eles a dilatação cervical”, esclarece o doutor em ginecologia obstetrícia e médico da Unimed Belo Horizonte e do Hospital Sofia Feldman, Lucas Barbosa da Silva. A recomendação é avaliar as contrações do períneo e auscultar os batimentos do feto a cada 20 a 30 minutos durante a fase de dilatação e, no período expulsivo, a cada 5 a 15 minutos.
Os Hormônios na gravidez
A gestação causa modificações em todos os órgãos e sistemas maternos, a maioria retorna ao normal após o parto, entre eles podemos citar o Sistema Endócrino, que tem as funções da maioria das glândulas endócrinas alteradas, em parte porque a placenta produz hormônios e em parte porque a maioria dos hormônios circula sob a forma de proteínas ligadoras e essas proteínas aumentam durante a gestação.
A placenta produz a subunidade da gonadotropina coriônica humana (beta-hCG), um hormônio trófico que, como os hormônios foliculoestimulantes e luteinizantes, mantém o corpo lúteo e, portanto, previne a ovulação. Níveis de estrogênio e progesterona aumentam cedo durante a gestação porque o beta-hCG estimula os ovários a produzi-los continuamente. Após 9 a 10 semanas da gestação, a própria placenta produz grandes quantidades de estrogênio e progesterona para ajudar a manter a gestação.
A placenta produz um hormônio (similar ao TSH) que estimula a tireoide,causando hiperplasia, aumento de vascularização e moderado aumento de seu tamanho. O estrogênio estimula os hepatócitos, causando aumento dos níveis de globulina ligadora dos hormônios tireoideos; assim, embora os níveis da tiroxina possam estar aumentados, os níveis de hormônios tireoideos livres permanecem normais. O aumento da função tireoidea pode se assemelhar ao hipertireoidismo, com taquicardia, palpitação, transpiração excessiva e instabilidade emocional. Entretanto, o hipertireoidismo verdadeiro ocorre em apenas 0,08% das gestações.
A placenta produz o hormônio liberador de corticotrofina (CRH), que estimula a produção materna do hormônio adrenocorticotrófico (ACTH). O aumento dos níveis de ACTH eleva os níveis de hormônios adrenais, principalmente de aldosterona e cortisol, contribuindo assim para o edema.
O aumento de produção de corticoides e da produção placentária de progesterona causa resistência insulínica e elevação das necessidades de insulina, da mesma forma que o estresse da gestação e, possivelmente, o aumento dos níveis de lactogênio placentário humano. Insulínase, produzida pela placenta, também pode aumentar as necessidades de insulina, de tal modo que muitas mulheres com diabetes gestacional desenvolvem outras formas mais evidentes do diabetes.
A placenta produz MSH, que aumenta a pigmentação da pele durante a gestação.
A glândula hipófise aumenta cerca de 135% durante a gestação. Os níveis de prolactina no plasma materno aumentam em torno de 10 vezes. A elevação da prolactina está relacionada ao aumento da produção do TRH estimulado pelo estrogênio. A função primária da elevação da prolactina é assegurar a lactação. Os níveis de prolactina retornam ao normal no pós-parto, mesmo nas mulheres que amamentam.
Conclusão
 O acompanhamento da gravidez semana a semana deve ser feito por um médico, com a realização do pré-natal. Assim, cada etapa de desenvolvimento do bebê e alteração física ou hormonal da gestante poderão ser avaliados corretamente. 
 
Dividida em três trimestres, a gestação é um momento mágico, mas que também pode trazer desconfortos para algumas mulheres em função das bruscas alterações no corpo. A melhor maneira de passar por esses momentos é procurando orientações e dicas - e entendendo o que isso significa para o seu bebê.
 
Assim, a mulher pode curtir cada fase da sua gravidez semana a semana, percebendo as mudanças, controlando sua saúde e auxiliando para o desenvolvimento de um bebê saudável - e muito amado. 
Fonte: 
Ministério da Saúde, Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo), Mayo Clinic, A saúde dos nossos filhos - Departamento de Pediatria do Hospital Albert Einstein, e Filhos: da gravidez aos 2 anos de idade - Sociedade Brasileira de Pediatria, 2010
https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/ginecologia-e-obstetricia/abordagem-a-gestante-e-cuidados-pr-e-natais/avaliação-da-paciente-obstétrica
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