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FATORES QUE CAUSAM DOENÇAS PERIODONTAIS

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CENTRO DE ENSINO SUPERIOR DE ILHÉUS  
           
Camila L. S. Turella
FATORES DE RISCO DA DOENÇA PERIODONTAL E RASPAGEM PERIODONTAL
	
Ilhéus - BA
2024
Camila L. S. Turella
FATORES DE RISCO DA DOENÇA PERIODONTAL E RASPAGEM PERIODONTAL
Trabalho apresentado no curso de graduação Odontológica do Centro de Ensino Superior de Ilhéus.
Orientador: Ledson Nogueira
Ilhéus - BA
2024
SUMÁRIO
1.	INTRODUÇÃO	4
2.	FATORES DE RISCO PARA O SURGIMENTO DAS DOENÇAS PERIODONTAIS	5
2.1	Acúmulo de Placa Bacteriana	6
2.2	Medicamentos que alteram as gengivas	6
2.3	Baixa Imunidade	6
2.4	Diabetes (especialmente o tipo 1)	6
2.5 Maus Hábitos e condições Funcionais	6
2.5.1 Fumo	6
2.5.2 Nutrição deficiente	7
2.5.3 Higienização oral precária	7
2.5.4 Deixar de visitar o consultório odontológico regularmente	7
2.5.5 Bruxismo	7
2.5.6 Má oclusão e dentes tortos	7
2.6 Causas Emocionais	7
2.6.1 Estresse	7
2.7 Fatores Genéticos	7
2.8 Fatores Hormonais	8
2.8.1 Gravidez	8
2.8.2 Puberdade e menopausa	8
3	RASPAGEM PERIODONTAL	9
3.1 Situações em que a raspagem de dente é indicada	9
3.2 A Raspagem de dente na prática	9
3.3 Cuidados preventivos	10
3.4 Cuidados após o procedimento de raspagem	10
4	CONCLUSÃO	12
REFERENCIAS	13
1. INTRODUÇÃO
As doenças periodontais são enfermidades crônicas que afetam os tecidos de suporte do dente e cuja progressão pode causar a perda do elemento dental e até levar a problemas sistêmicos de saúde. (TANNER, 2005)
Mesmo com sendo ocasionada por diversos fatores, o fator etiológico primário da periodontite é comprovadamente o acúmulo de biofilme dental bacteriano. Sua manifestação e sua progressão podem ser influenciadas por uma grande variedade de determinantes ou fatores de risco, como características do indivíduo, fatores sociais, comportamentais, sistêmicos e genéticos, e a composição microbiana do biofilme dental. (COELHO, et al, 2008)
A doença periodontal não acomete apenas adultos com idade superior a 35 anos. Tomemos como exemplo a gengivite, que pode ter seu início na infância e na adolescência, e progredir lentamente ao longo da vida.
2. 
FATORES DE RISCO PARA O SURGIMENTO DAS DOENÇAS PERIODONTAIS
A doença periodontal é caracterizada por uma infecção por bactérias, que afeta a estrutura e o suporte dos dentes. Trata-se de uma das principais causas de perda dentária, atingindo cerca de 90% da população mundial, segundo a OMS (Organização Mundial de Saúde). 
A periodontite é uma doença oral inflamatória crônica de origem bacteriana que manifesta uma série de condições inflamatórias que afetam os tecidos gengival e ósseo que torno dos dentes, e é a principal causa de perda dentária, principalmente em adultos. 
As bactérias presentes na placa que se acumula na superfície dentária são responsáveis pela inflamação dos tecidos. Inicialmente causam inflamação das gengivas (gengivite). Em casos moderados surgem bolsas periodontais, que é quando a gengiva perde aderência e adquire o formato de bolsa. 
As bolsas periodontais abrem espaço para atividade bacteriana na região abaixo da gengiva causando inflamação assim como deterioração dos tecidos de sustentação dos dentes (cemento, ligamento periodontal e osso). Essa condição quase sempre leva à mobilidade e perda dos dentes. 
O diagnóstico se baseia em inspeção, exploração do periodonto e nas radiografias. O tratamento envolve limpeza dental que se estende sob os tecidos gengivais e o programa domiciliar rigoroso de higiene bucal. Casos avançados podem requerer antibióticos e cirurgia. 
Para todas as formas de periodontite, a primeira fase do tratamento consiste em minuciosa raspagem (limpeza profissional com instrumentos manuais ou ultrassônicos) e alisamento radicular (remoção de cemento ou dentina enfermo ou acometidos por toxinas, seguida do alisamento da raiz) para a remoção da placa bacteriana e de depósitos de cálculos. Higiene bucal meticulosa é necessária e inclui escovação cuidadosa e uso de fio dental para ajudar a limpar.
Existem alguns fatores de risco para o surgimento e agravamentos dessas doenças. 
2.1 Acúmulo de Placa Bacteriana
A placa bacteriana é um filme viscoso e transparente que se forma nos dentes, próximo à linha da gengiva. As toxinas liberadas pelas bactérias inflamam e irritam a gengiva, que pode ficar vermelha e sangrar. O tártaro a placa endurecida (cálculo de cor amarelado ou esbranquiçado) e só pode ser removida por profissional. Quando a gengiva fica frouxa, expõe a raiz e poderá haver acúmulo de cálculo nessa região. A atividade bacteriana nessa região leva a deterioração gradual do osso em torno do dente.
2.2 Medicamentos que alteram as gengivas 
Alguns medicamentos podem interferir na saúde bucal e favorecer o surgimento de doença periodontal ou dificultar a sua cura. As principais classes desses medicamentos são: anticoncepcionais, antidepressivos, anticonvulsivos, anti-hipertensivo, além de alguns medicamentos utilizados para tratamentos de problemas cardiovasculares e medicamentos para evitar rejeição de órgãos em transplantados. Por isso é importante que o paciente comunique ao dentista qualquer medicamento que esteja tomando.
2.3 Baixa Imunidade 
O paciente nessa condição, na maioria dos casos em decorrência da AIDS ou da quimioterapia, tem mais dificuldade de responder a processos infecciosos e dessa maneira são mais suscetível ao avanço da doença periodontal.
2.4 Diabetes (especialmente o tipo 1)
O Diabetes pode causar dificuldade de cicatrização, alterações da circulação sanguínea e a queda da imunidade. O paciente diabético tem mais chance de sofrer com periodontite do que o não portador da doença. O desajuste metabólico crônico atinge todo o organismo, mas quem mais sofre são os rins, os olhos e a boca. Essa vulnerabilidade acontece devido à dificuldade do diabético em reagir a processos inflamatórios e infecciosos. 
2.5 Maus Hábitos e condições Funcionais 
2.5.1 Fumo 
O fumo diminui a vascularização e consequentemente a oxigenação das células. Essa condição dificulta a resposta que o organismo deve ter sobre qualquer foco de infecção. Além disso, dificulta processos cicatriciais e reduz a salivação (fundamental para remover e combater bactérias nos dentes). 
2.5.2 Nutrição deficiente
 
A falta de ingestão de variados nutrientes, como a vitamina C, pode diminuir a resistência imunológica e favorecer infecções orais.
2.5.3 Higienização oral precária
É um relevante risco para periodontite. A correta escovação é a melhor forma de remover resíduos alimentares que eventualmente ficam aderidos aos dentes e gengivas. O acúmulo desses resíduos serve de “alimento” para as bactérias. A limpeza correta dos dentes faz toda a diferença. O ideal é escovar os dentes três vezes ao dia, sempre após o café da manhã, o almoço e antes de dormir. Quem possui próteses deve higienizar a boca também. Além da correta escovação, é recomendado o uso do fio dental e enxaguantes antissépticos.
2.5.4 Deixar de visitar o consultório odontológico regularmente
As visitas são fundamentais para identificação de problemas em estágio inicial e para realização de limpeza profissional profilática. Por mais que se realize a limpeza diária seguindo todas as recomendações, somente a profilaxia consegue remover as impurezas que a escova e o fio dental não alcançam. Portanto, as pessoas que não visitam regularmente o dentista estão mais propensas a desenvolver processos infecciosos bucais.
2.5.5 Bruxismo
 O hábito de ranger e apertar os dentes podem acelerar o processo de destruição das estruturas óssea e gengivais com doença periodontal ativa. 
2.5.6 Má oclusão e dentes tortos
Condições que podem favorecer o acúmulo de resíduos alimentares nos dentes e dessa forma dificultar a sua remoção.
 
2.6 Causas Emocionais
2.6.1 Estresse
O indivíduo estressado pode ter alteração na resposta imunológica diante de quadros infecciosos. A tensão também pode favorecer o bruxismo. 
2.7 Fatores Genéticos
 
Existem pessoas que tem predisposição genética a ter doença periodontal, ainda que mantenha bons hábitos dehigiene oral e visitando regularmente o dentista. O fator genético não causa a doença, mas pode amplificar a resposta do hospedeiro frente às bactérias, tornando a condição mais severa. 
Não se trata de um fator hereditário e é possível fazer um teste para encontrar o marcador genético que influencia a periodontite. 
2.8 Fatores Hormonais
2.8.1 Gravidez
Durante a gravidez há alteração hormonal intensa e o organismo da mulher pode demorar a responder diante de quadros infecciosos. Além disso, existem estudos que demonstram que periodontite podem influenciar num parto prematuro e o bebê nascer com deformações.
É por isso, por exemplo, que as recomendações de pré-natal inclui acompanhamento odontológico.
2.8.2 Puberdade e menopausa
Como ocorre por exemplo na gravidez, a puberdade e a menopausa são fases de intensas mudanças hormonais que podem deixar o organismo mais suscetível a infecções.
Podemos citar também como fatores de risco que contribuem com a Periodontite a Obesidade e a Deficiência de Vitamina C.
3 RASPAGEM PERIODONTAL
O tratamento de raspagem periodontal pode ser indicado em diferentes graus e situações. De forma geral, a raspagem tem o propósito principal de:
· remover placas bacterianas e cálculos dentários;
· reduzir o grau de infecção bucal; 
· melhorar a saúde dos tecidos;
· curar processos inflamatórios e/ou infecciosos;
· auxiliar no desaparecimento do sangramento gengival;
· prevenir contra doenças que causam a perda dentária;
· melhorar a estética das regiões da boca com retração gengival.
O tratamento é indicado para diferentes situações e geralmente está associado a graus mais leves de problemas gengivais. Isso porque, em alguns pacientes, a melhor opção pode ser diretamente o procedimento cirúrgico.
3.1 Situações em que a raspagem de dente é indicada 
A raspagem pode ser um tratamento indicado nas situações em que o paciente sofra com: acúmulo de tártaro; placa bacteriana; cálculos dentários; sangramento gengival associado à inflamação da gengiva; infecção bucal; retração. gengival; risco de perda dentária. 
Entretanto, cada situação deve ser avaliada individualmente por um profissional da área de odontologia, já que os tratamentos de raspagem só devem ser realizados nos casos em que realmente houver necessidade. Vale destacar ainda, que os problemas gengivais que não forem tratados adequadamente podem levar a implicações como: mau hálito, problemas estéticos do sorriso, infecções por bacteremia, perda óssea e dificuldade em tratamentos protéticos, perda dental.
3.2 A Raspagem de dente na prática
O procedimento de raspagem só pode ser realizado por um profissional da área de odontologia. Pode ser feito manualmente ou com o uso de aparelhos de ultrassom. Não é possível determinar objetivamente o tempo de duração do tratamento e do resultado final, já que eles dependem do grau da doença periodontal. 
Em alguns casos, uma única sessão periodontal pode ser suficiente para tratar o problema, em outros, o profissional pode indicar várias sessões. Em outros casos, o tratamento pode demandar até quatro sessões. 
Nas situações em que o tecido da gengiva estiver sensível ou inflamado, pode ser necessário realizar uma anestesia local. Além disso, caso os dentes estejam ou sejam sensíveis, depois do procedimento, o profissional pode indicar o uso de cremes dentais específicos. 
O procedimento se inicia com um exame da boca do paciente. Em seguida, o dentista utiliza um aparelho que tem a função de remover a placa bacteriana, este aparelho remove tanto o tártaro quanto a placa e a película bacteriana da superfície dos dentes e também aquele localizado logo abaixo da linha da gengiva. Após a remoção, o dentista fará a remoção dos resíduos que eventualmente tenham ficado na superfície dos dentes ou abaixo da linha da gengiva.
3.3 Cuidados preventivos
Quando o assunto é saúde bucal, a melhor forma de prevenir problemas é por meio da correta higienização do local. Além da escovação diária, pelo menos duas vezes ao dia, o uso do fio dental é imprescindível, especialmente no que diz respeito à saúde da gengiva. 
A visita regular ao dentista também é importante, já que o profissional pode avaliar a saúde dos dentes e da gengiva periodicamente. Isso permite que ele acompanhe a saúde bucal do paciente e indique eventuais tratamentos preventivos que ajudam a proteger e garantir dentes e gengivas saudáveis. 
3.4 Cuidados após o procedimento de raspagem 
O profissional responsável pelo procedimento deverá indicar ao paciente todos os cuidados necessários pós-raspagem. É importante destacar que as orientações vão variar de acordo com cada paciente e com o grau do seu problema.
Em geral, a orientação é de manter a higiene bucal, escovando os dentes pelo menos duas vezes ao dia e fazendo uso do fio dental diariamente. Em casos de hipersensibilidade, o profissional poderá indicar o uso de pasta de dente específica que atuará na redução da sensibilidade.
4 CONCLUSÃO 
Como vimos, a doença periodontal tem vários fatores que favorecem sua instalação e permanência. Atualmente, ela continua sendo um problema de saúde pública, não só no Brasil, mas em todo o mundo, requerendo esforços contínuos e assertivos dos órgãos de saúde pública e sociedades médico-odontológicas.
Manter a saúde bucal e consultar um dentista periodicamente é essencial para o cuidado e manutenção da sua saúde.
REFERENCIAS
https://www.scielo.br/j/rounesp/a/RrHR8N3jx5HTxHtzGdxSh4j/?format=pdf#:~:text=Fatores%20de%20risco%20n%C3%A3o%20modific%C3%A1veis,na%20severidade%20da%20doen%C3%A7a%20periodontal9
https://drsergiocaetano.com.br/doenca-periodontal-risco/
https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/dist%C3%BArbios-odontol%C3%B3gicos/dist%C3%BArbios-periodontais/periodontite
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