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Epidemiologia do envelhecimento

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CIRURGIA ORAL I
@AMANDAHERCULANO
	O PACIENTE IDOSO/GERIÁTRICO
QUEM É? 
A literatura considera idoso o paciente com idade superior a 60 anos e o estatuto do idoso 65 anos
TRANSIÇÃO DEMOGRÁFICA
Hoje nós temos muito mais pessoas idosas, do que antigamente, está havendo uma inversão da pirâmide etária. A população está envelhecendo, a taxa de natalidade está caindo e a expectativa de vida aumentando.
TRANSIÇÃO EPIDEMIOLÓGICA
O modo de adoecer está mudando também. Antigamente a população costumava morrer por doenças infecciosas, com a incorporação de novos medicamentos e vacinas, o cenário mudou. Atualmente o padrão mudou para doenças crônicas como diabetes, câncer e hipertensão. Isso se deve às mudanças de hábitos da população (sedentarismo, dieta ultraprocessada)
ODONTOGERIATRIA
Só foi reconhecida como especialidade em 2001. É um grupo que requer atenção especial, geralmente são depressivos, sozinhos, abandonados e além disso apresentam um maior risco de doenças
	EPIDEMIOLOGIA BUCAL DOS IDOSOS
· as doenças bucais têm maior prevalência em pacientes idoso
· Isso se deve pelos hábitos (fumante, higiene bucal insatisfatória) e efeitos cumulativos (a própria idade significa que o paciente teve uma maior exposição a fatores de risco ao longo da sua vida)
· Estimativa de 32 milhões de idoso no brasil 
· Necessitam de uma atenção maior
· O atendimento deve ser voltado para restabelecer a qualidade de vida do isso
· Ações preventivas devem ser preconizadas para um diagnóstico cedo e intervenções (caso precise) menos invasivas
· conhecendo bem um paciente idoso tem-se previsibilidade
	CONTEXTUALIZAÇÃO
· o grupo não é visto como prioridade
· isso se dá pela herança de práticas curativas e mutiladoras (mostrar sempre ao idoso que a manutenção dos dentes é importante para o arcabouço bucal, para manter as funções da boca)
· Principais problemas: cárie, edentulismo e doença periodontal
· público com menor acesso e utilização do serviço (não tem pouca demanda e sim pouca procura)
· as alterações fisiológicas do envelhecimento existem (como a xerostomia), porém por si só elas não determinam doenças 
	O QUE VAI DETERMINAR DOENÇAS?
· higiene bucal deficiente
· hábitos inadequados e cumulativos
· iatrogenias (erros odontológicos, procedimentos feitos erroneamente)
· falta de orientação adequada
· falta de acesso (poucas políticas voltadas para esse público)
	Principais condições odontológicas
· Perda dentária e uso de próteses
· Cárie 
· Doença periodontal
· Desgastes dentários
· Xerostomia
· 
	Perdas dentárias e uso de próteses
CONTEXTO
· a perda dentária é um dos problemas mais comuns
· alguns idoso tem a percepção que a perda dentária é inevitável
· acontece por inúmeras razões: cárie, infiltrações, doenças periodontais
· essas perdas dentárias afetam o idoso de várias maneiras: estética, pronúncia, mastigação, digestão, gustação
· Pode predispor doenças geriátricas como: anemia, desnutrição (deixam de ingerir alguns alimentos pela falta dos elementos)
	LEMBRAR
É de importante encaminhar o idoso para o nutricionista, para que este o oriente quanto a uma dieta adequada
DADOS
· De acordo com o SB Brasil 2010, o índice de dentes perdidos em idosos de 65-74 anos é 91,9% (questões socioeconômicas
· Reflexo da prática mutiladora 
· As regiões Norte e Nordeste são as que os pacientes mais precisam de próteses dentárias e não utilizam
· Às vezes o idoso apresenta a prótese, mas ela não é bem adaptada ou higienizada corretamente
	CÁRIE DENTÁRIA
CONTEXTO
· Principal problema de saúde bucal dos brasileiros
· É uma doença crônica (multifatorial, presença de biofilme, higiene bucal defeituosa, tempo)
· O idoso é grupo de risco devido as suas alterações orais: fluxo salivar diminuído, dificuldade de higienização, hábitos alimentares alterados
DADOS
· O componente de dentes perdidos por cárie, CPOd é 27,53 em pacientes de 65 a 74 anos 
· Além da cárie coronária, o idoso apresenta uma alta incidência de cárie de raiz
· Isso se dá também pelo alto índice de raízes expostas (em decorrência de doença periodontal)
· Ela se dá pelo acúmulo de biofilme, dieta cariogênica, doença periodontal (provoca recessão gengival)
· Componente perdido bastante elevado e componente restaurado baixo, Isso significa que os pacientes não têm acesso ao serviço restaurador ou optam por tratamento mutilador
	DOENÇA PERIODONTAL
CONTEXTO
· com o aumento da idade aumenta a prevalência da doença, pois o idoso tem o periodonto mais suscetível a inflamações
· a gengiva tem retração e perda de colágeno, além da diminuição da queratinização gengival (gengiva fica mais frágil) 
· idoso tem menor destreza manual
· capacidade imunológica reduzida (as células de defesa diminuem
CUIDADO
· A doença periodontal é o problema odontológico que está mais associado a condições sistêmicas. Isso significa que um paciente com diabetes têm mais dificuldade em controlar a doença periodontal,e o contrário também é verdade, um paciente com doença periodontal têm mais dificuldade em manter a diabetes compensada 
· Acúmulo de biofilme + higienização inadequada = resultam no surgimento da doença periodontal
· ela está associada a doenças CDV, pneumonias, má nutrição e diabetes
· a idade por si só já é um fator de risco, quanto maior a idade maior a prevalência de doença periodontal
	LEMBRAR
Esses fatores não determinam o surgimento da doença, significa apenas que eles apresentam maior predisposição que eles desenvolvam
	desgaste dentário
Lesões não cariosas (perdas que ocorrem por toda a vida). São resultantes do desgaste excessivo e em determinado momento, essas perdas podem ser patológicas e ocasionar dor, perda de função e estética nos idosos. 
Se devem pelo maior tempo de exposição na boca e pelo maior contato com agentes etiológicos (ou bebidas ácidas. Prevalência alta (77% dos idoso apresentam pelo menos um tipo de desgaste) 
1. ATRIÇÃO
· desgaste fisiológico e natural
· resultante do contato entre os dentes durante a mastigação (podendo chegar até o ponto de expor dentina)
· pode ser agravado em pacientes que têm bruxismo
· afeta principalmente os dentes anteriores, mas também pode aparecer em dentes posteriores
2. ABRASÃO
· relacionado a forças mecânicas não associadas a oclusão (escovação com muita força e técnica horizontal, que faz com que haja exposição da região radicular)
· desgaste em superfícies oclusais e incisais ou cervicais (em forma de V)
· superfícies dura, polida e rasa
· escovação traumática, dentifrício abrasivo, bruxismo, onicofagia
· Pode ser resultante também de uma técnica de escovação horizontal/escova dura
· RACR- raspagem e alisamento corono radicular com força excessiva removendo também tecidos dentários (iatrogenia)
	LEMBRAR
Nesse caso o paciente pode ter como queixa a sensibilidade, já na atrição é menos comum
3. EROSÃO
· também chamada de biocorrosão advém da utilização de ácidos não bacterianos
· é assintomático e crônico
· Aparecem geralmente na região cervical, em forma de U
· lesões pouco profundas, lisas e bem definidas
· a etiologia é intrínseca (ácido proveniente do próprio estômago do paciente, refluxo) e extrínseca (pode ser proveniente da dieta)
	LEMBRAR
Geralmente as lesões estão associadas, não quer dizer que ter uma impede ter outra
4. ABFRAÇÃO
· origem das forças oclusais traumáticas (ponto prematuro de contato entre os dentes, resultante de uma restauração alta)
· advém das interferências oclusais, apertamento, esforço mastigatório
· as forças se concentram no limite amelocementário, ocasionando a perca nessa área
· causa perda na região cervical do dente, em formato de cunha, profundas e com margens afiadas
	ABRASÃO X ABFRAÇÃO
A origem da abrasão são os agentes abrasivos, podendo ter contribuição das forças mecânicas. Enquanto na abfração, a origem advém de forças oclusais traumáticas
	XEROSTOMIA
· perda funcional de 20 a 30% das glândulas salivares
· a xerostomia é um sintoma de boca seca, levando a uma menor lubrificação da boca que pode ocasionar alterações bucais
·polifarmácia (idosos geralmente utilizam vários medicamentos, o que vai contribuir para essa diminuição) se distúrbios endócrinos pode agravar a redução salivar
· prescrever saliva artificial e recomendar o aumento da ingestão de água
	ALTERAÇÕES E LESÕES ORAIS
· a mucosa oral do idoso é mais lisa e seca
· efeitos cumulativos levam a lesões bucais
· redução da capacidade gustativa (80%) com mais de 50 anos
· Língua saburrosa: dificulta a percepção dos sabores (restos de alimentares e/ou bactérias)
· varicosidades linguais (variação anatômica assintomáticas, geralmente acometem borda lateral de língua)
· lesões por próteses mal adaptadas e falha de higienização
· Hiperplasia, estomatites, úlcera traumática e candidose
	LEMBRAR
Como o idoso não tem muita destreza manual, o limpador de língua é um ótimo aliado na higienização
CARCINOMA DE CÉLULAS ESPINHOSAS (CCE)
· relativamente comum em idosos, principalmente caucasianos ( a partir da 5° decada de vida)
· associado à exposição solar e por isso tem prevalência lata no Nordeste
· mais comum em homens (5° mais comum)
· causas: tabagismo (efeito do calor e componentes carcinogênicos), etilismo, HPV
· Poucos idosos sabem como prevenir (evitar exposição solar, evitar fumar, evitar consumo de álcool)
· o atraso no diagnóstico é bastante comum e há medo dele