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DIREITO INTERNACIONAL PRIVADO – RIBEIRO o Direito Internacional Privado pode ser conceituado como o ramo do Direito que estabelece normas e princípios para solucionar os conflitos de leis decorrentes de relações jurídicas com conexão internacional. É o conjunto de normas internas de um país, instituídas especialmente para definir se a determinado caso se aplicará a lei local ou a lei de um Estado estrangeiro. As normas jurídicas de diferentes direitos positivos (de diferentes países) podem colidir e irradiar efeitos (de forma fixa e simultânea) Caso exposto: casal brasileiro + argentina – casados na Argentina e a possibilidade do divórcio no Brasil. Conflitos de leis no espaço Sujeitos de direito no Direito Romano: Ius naturale Direito Natural direito comum ao homem e a todos os animais, não escrito, é um conceito universalista. Ius gentium Direito das Gentes conciliação entre os princípios da territorialidade e da personalidade. Razão natural + positivo + vigente, mas com menos caráter formalista comparado com o ius civile. Ius civile regras aplicáveis somente ao povo romano. Contém instituições e fontes próprias, mas pode ter respaldo pelo outros dois. Sistemas italianos para soluções nos casos de conflitos interespaciais: Bens imóveis a lei do lugar onde os bens se encontravam, Na sucessão a lei de domicílio do de cujus, No testamento a lei do lugar onde foi elaborado a última vontade, Na validade dos contratos e seus efeitos a lei do lugar onde foi celebrado o contrato (referente as obrigações decorrentes) e a lei do lugar da execução do contrato (referente a negligência/ mora na execução), No processo parte procedimental (desdobramentos do processo), a qual se regia pela lex fori (a lei do tribunal que vincula o feito) e a sentença judicial (submetida a lei do lugar em que o ato jurídico se efetuava), Nos delitos a lei territorial – lex loci. Organismos Internacionais: Instituto de Direito Internacional: Bélgica, 1873 Câmara de comercio internacional – ICC: Paris, 1919 Instituto Internacional para a Unificação do Direito Privado – UNIDROIT: Roma, 1926. No âmbito da lex mercatória Comissão das Nações Unidas para o Direito Comercial Internacional – UNCITRAL. 1966. Juiz da Suprema Corte, Joseph Story = cada nação decide autonomamente em que medida deve aplicar o direito estrangeiro + é de interesse mútuo admitir o direito de outro país, ou seja, um governo deve procurar fazer justiça aos nacionais de outro país, para que seus nacionais também tenham justiça naquele país estrangeiro. Solução – problemas de relações jurídicas interestatais: Particularistas (método conflitual) defende a incorporação das normas de DIP ao direito positivo interno de cada país – Sistema de opções: determinar qual legislação interna irá se aplicar. Universalista (extraterritorialidade) soluções uniformizadoras aos embates de leis diferentes – tratados bilaterais e/ou multilaterais. Tratado de Bustamante 1928, Havana/ Cuba - o mais importante. Ele trabalha com todas as questões semelhante a CF. No Brasil No Brasil, a competência internacional está prevista no CPC (Código de Processo Civil). De modo geral, a competência pode ser concorrente ou exclusiva. A concorrente é aquela em que tanto autoridade brasileira quanto estrangeira tem competência para apreciar e julgar a lide, de modo que uma não exclui a outra. competência exclusiva envolve os casos em que apenas a autoridade judiciária brasileira tem competência para apreciação do julgado. De modo geral, diz respeito à bens situados em território brasileiro. a LINDB (Decreto Lei n° 4.657/42), que é uma legislação autônoma, anexa ao Código Civil, que apresenta normas preliminares à todo o ordenamento jurídico atual. Ela dispõe sobre normas, determinando seu modo de aplicação e entendimento no tempo e espaço, e se dirige a todos os ramos do direito. A parte de Direito Internacional Privado é encontrada efetivamente dos art. 7° ao 19. LINDB contém elementos de conexão que indicarão a lei aplicável a casos conectados com legislações de mais de um país. Função = reger as normas indicando como interpretá- las ou aplica-las, determinando-lhe a vigência e a eficácia. Carta rogatória um juiz estrangeiro solicita algo para o juiz daqui, ex.: que ouça uma testemunha residente aqui. concessão da carta pelo STJ – compete juízes federais executar carta rogatória. Homologação de sentença estrangeira levado ao Supremo Tribunal de Justiça – possibilita o cumprimento de sentenças estrangeiras no Brasil As leis os atos e as sentenças de outro país não terão eficácia no Brasil quando ofenderem a soberania nacional, a ordem pública e os bons costumes. Os limites para a lei estrangeira ordem pública (valores da sociedade local) + normas imperativas (leis nacionais com um valor especial para o ordenamento jurídico local – normas trabalhistas, da criança) + princípio de neutralização dos efeitos da fraude a lei. Objeto da DIP a nacionalidade, a condição jurídica do estrangeiro, o conflito das leis no espaço e o conflito de jurisdições. FONTES: Materiais atitudes, ações que geram a necessidade de um ordenamento, as de inspirações do direito. Formais o direito positivo, vigência do Direito. Lei todas as regras de direito privado são fontes + Lei de introdução as normas de direito brasileiro (LINDB) + Lei 6.815/80 (Estatuto do estrangeiro que regula a situação do estrangeiro no Brasil). Tratado internacional Convenção de Haia (soluções para conflitos de leis no campo do direito civil e comercial) + Tratado de Lima (garante a igualdade dos estrangeiros aos direitos civis) + Tratado de Montevidéu (sistema de domicílio) + Código Bustamante (lei que rege o estado e a capacidade das pessoas) tem tratados que passam pelo Legislativo e outros que são aprovados previamente, os Acordos Executivos. Jurisprudência utiliza-se quando a legislação deixa lacunas, assim, conseguir o que a norma escrita não o pode fazer. Nos países do Common law dão maior visibilidade para esse do que para as normas escritas. Doutrina é representada pelos trabalhos dos institutos especializados na pesquisa do DIP e pelas convenções elaboradas nas conferências internacionais (mesmo quando estas não passam a serem vigentes por falta de ratificações) – por se tratar de convenções bem elaboradas o valor doutrinário passa a ser uma fonte elevado. Direito costumeiro conjunto de atos e normas não escritas, admitidas por dilatado tempo e observadas pelos Estados em suas relações mútuas. Jus non scriptum – direito não escrito – Costume = repetição uniforme de certos atos + psicológico – norma obedecida é vista como obrigatória. Código de Bustamante Normas do DIP geralmente é conflitual + indireta + não solucionadora da questão jurídica em si, mas indicadora do direito interno aplicável = classificada como sobredireito. LINDB a lei do país em que nasceu uma pessoa a seguirá até depois da morte + Para qualificar os bens, regular as relações e reger as obrigações + sucessão por morte ou por ausência obedece a lei do país em que domiciliado o defunto, qualquer que seja a natureza e a situação dos bens. CF brasileiro = natos + naturalizados. Competência exclusiva do Congresso Nacional = resolver definitivamente sobre tratados, acordos ou atos internacionais. Competência do Presidente = celebrar tratados, convenções e atos internacionais, sujeitos a referendo do CN. Competência do Supremo Tribunal de Justiça = processar e julgar, originalmente + homologação de sentenças estrangeiras e executar cartas rogatórias. Competência de juízes federias = processar e julgar – causas entre Estados estrangeiro ou organismo internacional e município ou pessoa domiciliada no País. A sucessão de bensde estrangeiros situados no País será regulada pela brasileira em benefício do cônjuge ou dos filhos brasileiros, sempre que não lhes seja mais favorável a lei pessoal do de cujus. - EXCEÇÃO LINDB sentença estrangeira pode ser executada no Brasil se seguir alguns requisitos: Haver sido proferida por juiz competente, Terem sido as partes citadas ou haver-se legalmente verificado à revelia, Ter passado em julgado e estar revestida das formalidades necessárias para a execução no lugar em que foi proferida. Estar traduzida por intérprete autorizado. Ter sido homologada pelo Supremo Tribunal Federal. Elementos de conexão: Regras estatuídas a fim de indicar o direito aplicável as diversas situações jurídicas conectadas a mais de um sistema legal. Utilizada para indicar a melhor lei para usar num caso em que há conflitos de leis no espaço. Importância do DIP necessidade de regulamentar as relações jurídicas que surgem diante da internalização das atividades humanas da convivência em sociedade. Elementos de conexão principais: Nacionalidade + domicílio + territorialidade. Outros: autonomia da vontade (sujeitos escolhas a lei aplicável – como um contrato se for sobre imóvel: deve seguir a lex rei sitae, por dar maior segurança) + raça* + religião e vizinhança/ social* + lugar da situação da coisa + lugar da constituição das obrigações + lugar da execução do contrato (maior facilidade de efetivar as medidas executórias de acordo com a lei do local). *Forte tendencia discriminatória, logo, não são tão usadas. Territorialidade se relaciona com as coisas – lex rei sitae. Elemento de conexão real. Diante de temas concernentes a propriedade + aos bens móveis + imóveis. Nacionalidade o vínculo jurídico que une o indivíduo ao estado. Diferente de cidadania, que seria o vínculo político de um indivíduo ao Estado, permitindo o exercício de seus direitos políticos (capacidade eleitoral ativa e passiva). Esta postura e mais estabilidade, pois o domicílio pode ser trocado várias vezes. Já a nacionalidade é mais complexa. Assim, a nacionalidade garante um direito permanente para o estatuto pessoal e menos sujeito a eventuais mudanças que visem fraudar a lei e, ainda, o da territorialidade pode se tornar uma fonte de imprevisibilidade para terceiros e de dificuldade para os tribunais pelo fato de depender do fator intencional da pessoa. Critérios: Jus sanguinis – pelos laços de família Jus soli – é fixada pelo local do nascimento Domicílio pelo fato de não haver uma padronização do significado de domicílio acaba gerando a possibilidade de múltiplas soluções. Assim, surge a insegurança jurídica as relações. No tratado de Montevidéu estabeleceu: Pelo lugar de sua residência habitual; Pelo lugar do centro principal dos seus negócios; Na ausência daqueles, o domicílio será aquele do lugar da sua residência simples. Se este também não existir, será decisivo o lugar onde a pessoa física se encontra. No CC utiliza o critério da residência do animo definitivo.