Buscar

Prévia do material em texto

Curso de Graduação em Direito
Da Posse à Propriedade
Análise Crítica - Torto Arado e Processo (00467483420188190203) 
ALUNO: Luciam Werner Lima
MATRÍCULA: 1210202352
Professora: Joyce Abreu de Lira
Cabo Frio 2023
Torto arado
O gerente da fazenda chegou numa Ford Rural branca e verde para nos conduzir ao hospital. Essa Rural, como chamávamos, servia aos proprietários quando estavam na fazenda, servia a Sutério para os trabalhos como gerente, se deslocando entre a cidade e Água Negra, ou percorrendo as distâncias na própria fazenda, quando não queria fazer a cavalo. Podia construir casa de barro, nada de alvenaria, nada que demarcasse o tempo de presença das famílias na terra. Podia colocar roça pequena para ter abóbora, feijão, quiabo, nada que desviasse da necessidade de trabalhar para o dono da fazenda, afinal, era para isso que se permitia a morada.
O direito das coisas consiste em um conjunto de normas, predominantemente obrigatórias, tendentes a regular o direito atribuído à pessoa sobre bens corpóreos, móveis ou imóveis de conteúdo econômico. O carro que é um bem móvel, Sutério dirige o Ford Rural para ir trabalhar ou quando ele levou as crianças ao hospital. Utilizando o carro como um usufruto, sendo um Direito Real que permite ao Sutério usar, gozar e usufruir dos frutos e utilidades de bem alheio, sem que possa alterar a sua substância. Passa a ter um direito real sobre coisa alheia.
Art. 1.255 do CC - Aquele que semeia, planta ou edifica em terreno alheio perde, em proveito do proprietário, as sementes, plantas e construções; se procedeu de boa-fé, terá direito a indenização.
Parágrafo único - Se a construção ou a plantação exceder consideravelmente o valor do terreno, aquele que, de boa-fé, plantou ou edificou, adquirirá a propriedade do solo, mediante pagamento da indenização fixada judicialmente, se não houver acordo.
Caso o valor da benfeitoria edificada de boa-fé em terreno alheio exceda consideravelmente o valor do terreno, João adquirirá a propriedade do solo, mediante indenização do proprietário. Assim, a solução jurídica para o fato “semear, plantar ou edificar em terreno alheio” não é a aquisição da propriedade do imóvel sobre o qual se plantou ou construiu. O proprietário registral, é que adquire a propriedade sobre a semeadura, plantação ou edificação, garantindo a lei, a quem assim procedeu, regra geral, apenas o direito à indenização, se tiver agido de boa-fé. Antes de construir, semear ou plantar em terreno que não lhe pertence, observe o que determina o CC: 
Art. 1.253- Toda construção ou plantação existente em um terreno presume-se feita pelo proprietário e à sua custa até que se prove o contrário.
ANÁLISE CRÍTICA AO PROCESSO (00467483420188190203)
Número 1 
A autora possui o direito de reaver a coisa, conseguindo através da ação reivindicatória, receber de fato o que é seu de direito, através do poder jurídico concedido pela lei, de acordo com o art. 1.228 do CC, para usar, gozar, dispor de um determinado bem e de reavê-lo, de quem quer que injustamente o esteja possuindo.
Número 2 
Os réus estão no imóvel desde o ano 2000, por tanto já possuindo o direito de propriedade de usucapião, ficando evidenciado que era um terreno baldio, sendo que os réus fizeram melhorias no terreno. Não tendo a autora se manifestado esses anos todo sendo assim ficando evidente que já decorre de 15 anos, já tendo o prazo da prescrição aquisitiva.
NÚMERO 3
O juiz julgou a sentença em procedentes, assim alegando a verdade dos fatos alegados pela autora, e condenando os réus do pagamento das custas e despesas do processo e honorários advocatícios. 
A parte autora de fato é a legitima dona do imóvel, comprovada através dos autos na fl. 16. 
NÚMERO 4 
Diante os fatos narrados no pedido na apelação, decido assim que a posse dos réus são legitimas, pois usavam e gozavam do imóvel desde os anos 2000, sem que a autora demostrasse interesse no imóvel. 
A Prescrição Aquisitiva é aquela que consiste não na perda, mas na aquisição de um direito real sobre um bem pelo decurso do prazo. Sendo instituto relacionado, exclusivamente, aos direitos reais sobre as coisas, sejam elas móveis ou imóveis. 
Por tanto, julgo IMPROCEDENTE o pedido autoral, e PROCEDENTE o pedido reconvencional, com o reconhecimento da prescrição aquisitiva de propriedade.
BIBLIOGRAFIA: 
VIEIRA JÚNIOR, Itamar. Torto Arado. São Paulo: Todavia, 2019.
Referência: BRASIL. Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002. Institui o Código Civil.
image1.jpeg

Mais conteúdos dessa disciplina