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44 UNIDADE 1 | EMPREENDEDORISMO DA ORIGEM À NECESSIDADE no seu quadro, aproveitando seu potencial. Voltando ao estudo, as empresas perceberam que os funcionários que saíam criavam negócios maiores que elas próprias, e estas empresas tomavam boa parte do mercado que anteriormente era da empresa que desligou esses funcionários. Foi a partir daí que as empresas passaram a trabalhar para atrair estes talentos empreendedores, e passaram a oferecer meios para manter os empreendedores nas organizações. Neste sentido, Drucker (2014) apresenta quatro diretrizes que considera necessárias para se obter uma administração empreendedora e, consequentemente, atrair e reter os talentos empreendedores na organização. A primeira diz que a organização deve ser receptiva à inovação e ver a mudança como uma oportunidade e não como ameaça. A empresa deverá se organizar para fazer o trabalho árduo do empreendedor. Para manter o clima empreendedor será necessária a criação de diretrizes e práticas. Neste caso, a inovação torna-se o melhor meio para preservar a organização, e será o alicerce para a segurança e sucesso no trabalho de cada administrador. Como segunda diretriz cita a mensuração sistemática, ou, pelo menos, a apreciação do desempenho da empresa empreendedora e inovadora se torna obrigatória. Além, é claro, do aprendizado integrado para melhorar o desempenho, aprender com os erros e acertos. É chegado o momento de avaliar seus produtos, serviços, processos, mercado, canais de distribuição, ou seja, tudo o que vem sendo feito e verificar o seu ciclo de vida e tomar decisões do tipo parar de produzir tal produto e criar algo novo para substituí-lo, ou simplesmente parar de gastar forças e recursos com algo não mais lucrativo. A terceira diretriz é que a administração empreendedora requer práticas específicas no que diz respeito à estrutura organizacional, como: provisão de pessoal, gerência, remuneração, incentivos e recompensas. E a quarta diretriz, a existência de “nãos”, coisas que não devem ser feitas na administração empreendedora. Drucker (2014) adverte que não se deve, por exemplo, misturar unidade administrativa com unidade empreendedora. Também não se deve inovar despendendo tempo em algo já existente, tampouco a empresa tentar tornar-se empreendedora se mudar suas diretrizes básicas, empreendedorismo não pode ser uma ação secundária. Outra mudança importante na organização é a da cultura organizacional, pois que também deve estar voltada à cultura empreendedora. Tanto que Hisrich et al. (2009, p. 92) diferenciam a cultura tradicional da cultura empreendedora, onde a cultura tradicional tem por diretrizes: “aderir às instruções recebidas, não cometer erros, não fracassar, não tomar a iniciativa e esperar por instruções, ficar no seu lugar e proteger a retaguarda”. Tornando-se um ambiente restritivo, que não favorece a criatividade, a flexibilidade e até mesmo a independência, não permite que sejam assumidos os riscos, que é uma das fontes geradoras