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Crimes Eleitorais e Processo Penal

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DIREITO ELEITORAL
CRIMES ELEITORAIS E PROCESSO PENAL ELEITORAL
Por Priscilla Von Sohsten
 
SUMÁRIO
1	CONCEITO	3
2	PARTE PROCESSUAL PENAL	3
2.1	AÇÃO PENAL	4
2.2	COMPETÊNCIA	4
2.3	INQUÉRITO POLICIAL	5
2.4	INSTRUÇÃO PENAL	8
3	DOS CRIMES	9
3.1	Disposições preliminares	9
3.2	CRIMES EM ESPÉCIE	11
3.2.1	DOS CRIMES CONCERNENTES À FORMAÇÃO DO CORPO ELEITORAL	11
3.2.2	CRIMES ELEITORAIS RELATIVOS À FORMAÇÃO E FUNCIONAMENTO DOS PARTIDOS POLÍTICOS	12
3.2.3	OS CRIMES ELEITORAIS CONCERNENTES À PROPAGANDA ELEITORAL	13
3.2.4	CRIMES RELATIVOS À VOTAÇÃO	15
3.2.5	CRIMES ELEITORAIS PERTINENTES À GARANTIA DO RESULTADO LEGÍTIMO DAS ELEIÇÕES	18
3.2.6	CRIMES CONTRA A FÉ PÚBLICA ELEITORAL	20
4	DISPOSITIVOS PARA O CICLO DE LEGISLAÇÃO	21
5	BIBLIOGRAFIA	21
ATUALIZADO EM 16/11/2022[footnoteRef:1] [1: As FUCS são constantemente atualizadas e aperfeiçoadas pela nossa equipe. Por isso, mantemos um canal aberto de diálogo (setordematerialciclos@gmail.com) com os alunos da #famíliaciclos, onde críticas, sugestões e equívocos, porventura identificados no material, são muito bem-vindos. Obs1. Solicitamos que o e-mail enviado contenha o título do material e o número da página para melhor identificação do assunto tratado. Obs2. O canal não se destina a tirar dúvidas jurídicas acerca do conteúdo abordado nos materiais, mas tão somente para que o aluno reporte à equipe quaisquer dos eventos anteriormente citados. ] 
CRIMES ELEITORAIS E PROCESSO PENAL ELEITORAL
Caros alunos do Ciclos, este assunto às vezes é colocado no edital como legislação penal extravagante, outras vezes como assunto do conteúdo de eleitoral. É um assunto bem simples, bem fácil de fixar com a resolução de questões, que praticamente giram em torno das mesmas perguntas. Estudaremos as normas referentes aos crimes eleitorais e ao processo penal eleitoral. Vamos lá!
	
	CONCEITO
É possível definir crimes eleitorais como condutas que violam os bens protegidos no processo eleitoral, em sentido amplo, previstas na legislação eleitoral. Trata-se, portanto, apenas de uma especificação do crime em geral, com a particularidade de visar a proteção de bens e valores político-eleitorais relevantes para a coletividade. 
Tais bens são eminentemente públicos, indisponíveis e inderrogáveis pela autonomia privada. São bens necessários à configuração da legítima ocupação dos cargos políticos-eletivos e, portanto, do regular funcionamento do regime democrático. Entre eles destacam-se: a lisura e a legitimidade do processo eleitoral (em sentido amplo), o livre exercício da cidadania e dos direitos políticos ativos e passivos, o resguardo do direito fundamental de sufrágio, a regularidade da campanha política, da propaganda eleitoral, da arrecadação e do dispêndio de recursos, a veracidade do voto, a representatividade. 
PARTE PROCESSUAL PENAL
Primeiramente, cumpre esclarecer que, quando houver lacuna no código eleitoral, deve-se utilizar o procedimento previsto no CPP. É o que dispões o artigo 364 do código Eleitoral:
Art. 364. No processo e julgamento dos crimes eleitorais e dos comuns que lhes forem conexos, assim como nos recursos e na execução, que lhes digam respeito, aplicar-se-á, como lei subsidiária ou supletiva, o Código de Processo Penal.
AÇÃO PENAL
Segundo o art. 355, do CE, a ação penal eleitoral é pública incondicionada. Atenção, pois TODOS os crimes eleitorais são de ação pública INCONDICIONADA, até mesmo os contra a honra.
#CAIEMPROVA - Caso a ação pública não seja intentada no prazo legal, obviamente caberá ação privada subsidiária da pública, já que é direito constitucionalmente previsto no art. 5º, LIX. Ademais, deve-se aplicar subsidiariamente, quando houver lacuna no código eleitoral, o CPP, conforme dispõe o art. 364 do CE. Portanto, deve-se aplicar o regramento da ação penal subsidiária da pública prevista no art. 29 do CPP, no intuito de suprir a lacuna na lei penal eleitoral.
COMPETÊNCIA
A competência é a medida da jurisdição. 
O STF entende que crime eleitoral é qualificado como crime comum e não crime de responsabilidade. Entende ainda que, em regra, são da competência da Justiça eleitoral. Admite o julgamento por Cortes da Justiça comum apenas nas hipóteses de foro por prerrogativa no STF e no STJ. 
Logo, em suma, os crimes eleitorais, bem como os conexos, são, em regra, da competência da justiça Eleitoral, salvo quando praticados por pessoas com foro privilegiado no STF ou no STJ. Como visto, o entendimento pacífico do STF é no sentido de que os crimes eleitorais são crimes comuns, o que acarreta a aplicação dos artigos 102, I, "b" e "c" e 105, I, "a" da Constituição Federal para o processamento e julgamento de crimes eleitorais praticados pelas pessoas referidas.
Cuidado! Outras pessoas, por sua vez, são julgadas originariamente pela prática de crimes eleitorais nos tribunais regionais eleitorais, também em virtude de prerrogativa de função. Nos TREs são processados e julgados originariamente os crimes eleitorais praticados por todas as pessoas com privilégio de foro nos tribunais de justiça estaduais, conforme previsão específica de cada Constituição Estadual ou da Lei Orgânica do Distrito Federal. Além disso, prefeitos municipais, promotores de justiça e deputados estaduais deverão ser julgados originariamente pelos TREs, pela prática de crimes eleitorais. 
Por fim, a competência para o processamento e julgamento originário pela prática de crimes eleitorais praticados por pessoas sem privilégio de foro é dos juízes eleitorais. Inclui-se nesta competência o processamento e julgamento de crimes eleitorais praticados por vereadores e vice-prefeitos, se estes não tiverem prerrogativa de foro prevista na constituição estadual. 
Quanto às regras de atração (da conexão e continência), a principal consequência da conexão e da continência é a unificação de processos, com vistas a uma unidade de julgamento. A regra fundamental relativa à competência para o processamento de crimes conexos ou em continência com crimes eleitorais é a da "competência eleitoral prevalente", segundo a qual a justiça Eleitoral atrai para a sua competência o crime eleitoral e o não eleitoral.
Vale destacar que a Justiça Eleitoral exerce uma atração relativa. Existem situações, no entanto, em que a solução não é tão simples, ensejando polêmicas. Algumas hipóteses são as seguintes: 
· 1ª. Crime eleitoral e crime doloso contra a vida conexos: são julgados separadamente. Em ambas as hipóteses há distribuição constitucional de competências, não existindo hierarquia entre elas. Havendo conexão entre um crime eleitoral e um crime doloso contra a vida deve haver desmembramento, fazendo com que a justiça Eleitoral julgue o crime eleitoral e o Tribunal do Júri julgue o crime contra a vida conexo.
· 2ª. Crime eleitoral e crime militar conexos: são julgados separadamente. Mesmo motivo da hipótese anterior; 
INQUÉRITO POLICIAL
Como o CPP é aplicável diante da lacuna do código eleitoral, irei colocar aqui apenas os pontos específicos do procedimento para os crimes eleitorais, que são os cobrados em provas.
Conforme o capítulo 1 da Resolução no. 23.396/13 do TSE, a Polícia Federal exercerá, com prioridade sobre as suas atribuições regulares, a função de polícia judiciária em matéria eleitoral, limitada às instruções e requisições do TSE, TREs, Juízes Eleitorais e Ministério Público Eleitoral. Quando no local da infração não existirem órgãos da Polícia Federal, a Polícia Civil do respectivo estado terá atuação supletiva. 
A resolução diz ainda que qualquer pessoa que tiver conhecimento da existência de infração penal eleitoral deverá, verbalmente ou por escrito, comunicá-la ao Juiz Eleitoral. Recebida a notícia-crime eleitoral, então, o juiz Eleitoral a encaminhará ao Ministério Público Eleitoral ou, quando necessário, à polícia, com requisição para a instauração do inquérito policial eleitoral. Verificada a sua incompetência, o Juízo Eleitoral determinará a remessa dos autos ao Juízo competente. 
Ademais, no processo penal eleitoral há uma carga inquisitorial maior. Desse modo, se aautoridade policial tiver qualquer notícia de infração penal eleitoral, deverá comunicar imediatamente o juiz eleitoral competente. Isso, no entanto, não impede a adoção das medidas acautelatórias previstas no CPP. 
Logo, Delegado, quando tiver conhecimento da prática de crime eleitoral, deve informar imediatamente o juiz eleitoral.
O inquérito policial poderá ser instaurado, segundo a resolução, por requisição do Ministério Público ou da Justiça Eleitoral, salvo quando houver prisão em flagrante. Nesse caso, o inquérito será instaurado independentemente de requisição. Ou seja, o Delegado não pode instaurar de ofício, por portaria! A doutrina diz que o TSE ignorou o modelo processual acusatório adotado pela Constituição Federal.
Antigamente, além disso, somente o juiz eleitoral poderia requisitar. No entanto, em 21 de maio de 2014, o STF, em decisão cautelar na ADI no. 5104, suspendeu a eficácia do art. 8o da Res. TSE no. 23.396/13, restabelecendo a prerrogativa do Ministério Público que havia sido usurpada.
*(atualizado em 16/11/2022)
A resolução nº 23.640/2021 do TSE passou a prever o seguinte:
Art. 3º Qualquer pessoa que tiver conhecimento da existência de infração penal eleitoral deverá, verbalmente ou por escrito, comunicar a autoridade policial, Ministério Público Eleitoral ou ao Juiz Eleitoral. 
Parágrafo único. Verificando a autenticidade e veracidade das informações, a autoridade policial mandará instaurar inquérito (art. 5º, § 3º, CPP) . 
As autoridades policiais deverão prender quem for encontrado em flagrante delito pela prática de infração eleitoral, comunicando imediatamente o fato ao juiz Eleitoral, ao Ministério Público Eleitoral e à família do preso ou a pessoa por ele indicada (Código de Processo Penal, art. 306). Em até 24 horas após a realização da prisão, será encaminhado ao juiz Eleitoral o auto de prisão em flagrante e, caso o autuado não informe o nome de seu advogado, cópia integral para a Defensoria Pública (Código de Processo Penal, art. 306, § 1º). 
Então, em resumo, a regra é que o Delegado só pode instauraR o IP por requisição do MP ou do juiz eleitoral. A exceção é no caso da prisão em flagrante, comunicando o juiz em 24hs.
#OLHAOGANCHO – Como estamos falando de prisão em flagrante, faz-se importante mencionar o art. 236 do CE: 
Art. 236. Nenhuma autoridade poderá, DESDE 5 (CINCO) DIAS ANTES E ATÉ 48 (QUARENTA E OITO) HORAS DEPOIS DO ENCERRAMENTO DA ELEIÇÃO, prender ou deter qualquer eleitor, salvo em flagrante delito ou em virtude de sentença criminal condenatória por crime inafiançável, ou, ainda, por desrespeito a salvo-conduto. 
§ 1º Os membros das Mesas Receptoras e os Fiscais de partido, durante o exercício de suas funções, não poderão ser, detidos ou presos, salvo o caso de flagrante delito; da mesma garantia gozarão os candidatos desde 15 (quinze) dias antes da eleição. 
§ 2º Ocorrendo qualquer prisão o preso será imediatamente conduzido à presença do Juiz competente que, se verificar a ilegalidade da detenção, a relaxará e promoverá a responsabilidade do coator.
Esquematizando, para melhor memorizar:
 Eleitor não poderá ser preso nem detido: 
· DESDE 5 DIAS ANTES 
· ATÉ 48 HORAS DEPOIS do encerramento da eleição, salvo em 3 casos:
· EM FLAGRANTE DELITO OU
· EM VIRTUDE DE SENTENÇA CRIMINAL CONDENATÓRIA POR CRIME INAFIANÇÁVEL 
· Desrespeito a salvo-conduto. 
Membros das Mesas Receptoras e os Fiscais de partido não poderão ser presos nem detidos: 
· Durante o exercício de suas funções, 
· Salvo o caso de flagrante delito (AQUI NÃO RESSALVA CONDENAÇÃO); 
Candidatos 
· Desde 15 DIAS ANTES da eleição
· Gozarão da mesma garantia dos membros das mesas e fiscais 
Segundo o artigo 9º da referida Resolução, se o indiciado tiver sido preso em flagrante ou preventivamente, o inquérito policial eleitoral será concluído em até 10 dias, contado o prazo a partir do dia em que se executar a ordem de prisão Se o indiciado estiver solto, o inquérito policial eleitoral será concluído em até 30 dias, mediante fiança ou sem ela. Ou seja, os prazos são iguais aos do CPP. 10 dias se preso e 30 se solto.
O arquivamento do inquérito vem disciplinado no art. 357, §1º do CE, que apresenta procedimento semelhante ao art. 28 do CPP:
Art. 357, § 1º. Se o órgão do Ministério Público, ao invés de apresentar a denúncia, requerer o arquivamento da comunicação, o Juiz, no caso de considerar improcedentes as razões invocadas, fará remessa da comunicação ao Procurador Regional, e este oferecerá a denúncia, designará outro Promotor para oferecê-la, ou insistirá no pedido de arquivamento, ao qual só então estará o Juiz obrigado a atender.
INSTRUÇÃO PENAL
Verificada a infração penal, o Ministério Público oferecerá a denúncia no prazo de 10 dias. Atenção, pois aqui o prazo é diferente do CPP. 
Caso não o faça no prazo estipulado, é possível o ajuizamento da ação penal privada subsidiária da pública com fundamento constitucional. Em tais situações o juiz eleitoral comunicará o fato ao órgão competente dentro do Ministério Público para apurar a responsabilização do promotor, nos termos do §3º. 
*(Atualizado em 31/05/2022) Recebida a denúncia, ordenará a citação do réu e a notificação do Ministério Público. O réu ou seu defensor terá o prazo de 10 dias para oferecer alegações escritas e arrolar testemunhas. 
Ouvidas as testemunhas da acusação e da defesa, o último ato da instrução processual será o interrogatório do réu, de acordo com o entendimento do STF:
#DEOLHONAJURIS A exigência de realização do interrogatório ao final da instrução criminal, conforme o art. 400 do CPP é aplicável:
• aos processos penais militares;
• aos processos penais eleitorais e
• a todos os procedimentos penais regidos por legislação especial (ex: lei de drogas).
STF. Plenário. HC 127900/AM, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 3/3/2016 (Info 816).
Praticadas as diligências requeridas pelo Ministério Público e deferidas ou ordenadas pelo juiz, abrir-se-á o prazo de 5 dias a cada uma das partes para alegações finais. Decorrido esse prazo, e conclusos os autos ao juiz dentro de quarenta e oito horas, terá o mesmo dez dias para proferir a sentença. 
Das decisões finais de condenação ou absolvição cabe recurso para o Tribunal Regional, a ser interposto no prazo de 10 dias. Se a decisão do Tribunal Regional for condenatória, baixarão imediatamente os autos à instância inferior para a execução da sentença, que será feita no prazo de 5 dias, contados da data da vista ao Ministério Público. 
Se o órgão do Ministério Público deixar de promover a execução da sentença, também caberá representação contra o mesmo, por parte da autoridade judiciária, devendo o juiz solicitar ao procurador regional a designação de outro promotor, a quem incumbirá, então, a referida obrigação.
#DEOLHONAJURISPRUDÊNCIA: - MP pode requisitar a instauração de inquérito policial para apurar crimes eleitorais. O TSE editou a Resolução nº 23.396/2013 prevendo que o inquérito policial para apurar crimes eleitorais somente poderia ser instaurado se houvesse uma determinação da Justiça Eleitoral (art. 8º). Assim, pelo texto da Resolução, o Ministério Público não poderia requisitar a instauração de inquérito policial para apurar crimes eleitorais.
O STF, ao apreciar medida cautelar, decidiu que esse dispositivo é INCONSTITUCIONAL por dispor sobre norma de direito processual e por violar prerrogativa constitucional do Ministério Público prevista no art. 129, VIII, da CF/88. (Inf. 747 do STF). 
DOS CRIMES
Disposições preliminares
A previsão de tipos penais eleitorais na legislação brasileira se encontra no Código Eleitoral (art. 289-354), na Lei nº 6.091/74 (transporte de eleitores, art. 11, I-V), Lei nº 6.996/82 (processamento eletrônico de dados nos serviços eleitorais, art. 15), Lei nº 7.021/82 (escrutínio, art. 5º), LC nº 64/90 (art. 25) e Lei nº 9.504/97 (arts. 33, §4º, 34, §§2º e 3º, 39, §5º, 40, 57-H, §§1º e 2º, 58, §7º, 68, §2º, 72, 87, §4º, e 91, p. ún.). 
Logo, não estão apenas no código eleitoral, como alguma questões afirmam na tentativa de pegar o candidato.Pode-se dividir os crimes eleitorais em 8 grupos, a saber: os crimes eleitorais concernentes à formação do corpo eleitoral; os crimes relativos à formação e funcionamento dos partidos políticos; os crimes em matéria de inelegibilidade; os crimes eleitorais concernentes à propaganda eleitoral; os crimes relativos à votação; os crimes eleitorais pertinentes à garantia do resultado legítimo das eleições; os crimes concernentes à organização e funcionamento dos serviços eleitorais e os crimes contra a fé pública eleitoral.
#CAIEMPROVA – TODOS os crimes eleitorais são DOLOSOS. Não há previsão de crime eleitoral culposo.
Alguns artigos importantes referentes às disposições preliminares:
 Art. 283. Para os efeitos penais são considerados membros e funcionários da Justiça Eleitoral:
        I - os magistrados que, mesmo não exercendo funções eleitorais, estejam presidindo Juntas Apuradoras ou se encontrem no exercício de outra função por designação de Tribunal Eleitoral;
        II - Os cidadãos que temporariamente integram órgãos da Justiça Eleitoral;
        III - Os cidadãos que hajam sido nomeados para as mesas receptoras ou Juntas Apuradoras;
        IV - Os funcionários requisitados pela Justiça Eleitoral.
        § 1º Considera-se funcionário público, para os efeitos penais, além dos indicados no presente artigo, quem, embora transitoriamente ou sem remuneração, exerce cargo, emprego ou função pública.
        § 2º Equipara-se a funcionário público quem exerce cargo, emprego ou função em entidade paraestatal ou em sociedade de economia mista.
Art. 284. Sempre que este Código não indicar o grau mínimo, entende-se que será ele de quinze dias para a pena de detenção e de um ano para a de reclusão.
Art. 285. Quando a lei determina a agravação ou atenuação da pena sem mencionar o "quantum", deve o juiz fixá-lo entre um quinto e um terço, guardados os limites da pena cominada ao crime.
#ATENÇÃO - Os artigos 284 e 285 caem bastante em provas! Vamos esquematizar, para que fique tatuado na memória:
SEMPRE QUE O TIPO NÃO INDICAR A PENA MÍNIMA:
· 15 DIAS DETENÇÃO
· 1 ANO RECLUSÃO
QUANDO O TIPO NÃO MENCIONAR O QUANTUM DE AGRAVAMENTO OU ATENUAÇÃO:
· JUIZ FIXA ENTRE 1/5 E 1/3
Art. 286. A pena de multa consiste no pagamento ao Tesouro Nacional, de uma soma de dinheiro, que é fixada em dias-multa. Seu montante é, no mínimo, 1 (um) dia-multa e, no máximo, 300 (trezentos) dias-multa.
§ 1º O montante do dia-multa é fixado segundo o prudente arbítrio do juiz, devendo este ter em conta as condições pessoais e econômicas do condenado, mas não pode ser inferior ao salário-mínimo diário da região, nem superior ao valor de um salário-mínimo mensal.
§ 2º A multa pode ser aumentada até o triplo, embora não possa exceder o máximo genérico caput, se o juiz considerar que, em virtude da situação econômica do condenado, é ineficaz a cominada, ainda que no máximo, ao crime de que se trate.
Multa:
· Dias multa – entre 1 e 300 (diferente do CP, que é entre 10 e 360)
· Valor fica ao arbítrio do juiz, tendo em conta as condições pessoais e econômicas do condenado, NÃO PODENDO SER INFERIOR AO SALÁRIO MÍNIMO DIÁRIO NEM SUPERIOR AO MENSAL (diferente do CP, que é 1/30 até 5X)
· Pode ser aumentada até o 3x, embora não possa exceder o máximo do caput
Classificações
Os delitos eleitorais podem ser específicos (puros), ou acidentais. 
· Crimes eleitorais puros/específicos: são aqueles próprios da legislação eleitoral. 
· Crimes eleitorais acidentais: são aqueles delitos que têm figura típica similar em outro ordenamento jurídico, tornando-se eleitorais quando praticados contra direitos e garantias postas na legislação eleitoral; agregam, portanto, um elemento diferenciador que atinge os bens jurídicos protegidos pela legislação eleitoral. 
Deve-se ressaltar, entretanto, que, a par de ofender o Estado, que se apresenta como sujeito passivo em todos os delitos eleitorais, alguns deles ofendem também bens jurídicos particulares, como se dá nos delitos contra a honra praticados durante a propaganda eleitoral, gratuita ou não.
CRIMES EM ESPÉCIE
Alunos Ciclos, infelizmente essa parte do assunto é maçante. No entanto, percebi, através de realização de questões, que normalmente apenas é cobrada a letra da lei. Apenas alguns tipos penais precisam de precisam de um pouco mais de atenção. Para estes, destacarei a forma que é cobrada em prova. 
DOS CRIMES CONCERNENTES À FORMAÇÃO DO CORPO ELEITORAL
Art. 289. Inscrever-se fraudulentamente eleitor:
Pena - Reclusão até cinco anos e pagamento de cinco a 15 dias-multa.
Art. 290 Induzir alguém a se inscrever eleitor com infração de qualquer dispositivo dêste Código.
Pena - Reclusão até 2 anos e pagamento de 15 a 30 dias-multa.
Art. 291. Efetuar o juiz, fraudulentamente, a inscrição de alistando.
Pena - Reclusão até 5 anos e pagamento de cinco a quinze dias-multa.
· É crime próprio, só pode ser cometido pelo juiz.
Art. 292. Negar ou retardar a autoridade judiciária, sem fundamento legal, a inscrição requerida:
Pena - Pagamento de 30 a 60 dias-multa.
· É crime próprio, só pode ser cometido pelo juiz.
· ESSES 3 PRIMEIROS CRIMES POSSUEM PENA DE RECLUSÃO!!! Acredite, já foi perguntado em prova se todos os crimes previsto no CE possuíam pena de detenção.
Art. 293. Perturbar ou impedir de qualquer forma o alistamento:
Pena - Detenção de 15 dias a seis meses ou pagamento de 30 a 60 dias-multa.
Art. 295. Reter título eleitoral contra a vontade do eleitor:
Pena - Detenção até dois meses ou pagamento de 30 a 60 dias-multa.
· Elemento subjetivo especial – Finalidade eleitoral
· Elemento normativo do tipo – Contra a vontade do eleitor
CRIMES ELEITORAIS RELATIVOS À FORMAÇÃO E FUNCIONAMENTO DOS PARTIDOS POLÍTICOS    
Art. 319. Subscrever o eleitor mais de uma ficha de registro de um ou mais partidos:
Pena - detenção até 1 mês ou pagamento de 10 a 30 dias-multa.
Art. 320. Inscrever-se o eleitor, simultaneamente, em dois ou mais partidos:
Pena - pagamento de 10 a 20 dias-multa.
Art. 321. Colher a assinatura do eleitor em mais de uma ficha de registro de partido:
Pena - detenção até dois meses ou pagamento de 20 a 40 dias-multa.
Art. 338. Não assegurar o funcionário postal a prioridade prevista no Art. 239:
Pena - Pagamento de 30 a 60 dias-multa.
 Art. 346. Violar o disposto no Art. 377:
Pena - detenção até seis meses e pagamento de 30 a 60 dias-multa.
Parágrafo único. Incorrerão na pena, além da autoridade responsável, os servidores que prestarem serviços e os candidatos, membros ou diretores de partido que derem causa à infração.
· Dispõe o art. 377 do CE mencionado que "o serviço de qualquer repartição, federal, estadual, municipal, autarquia, fundação do Estado, sociedade de economia mista, entidade mantida ou subvencionada pelo poder público, ou que realiza contrato com esta, inclusive o respectivo prédio e suas dependências, não poderá ser utilizado para beneficiar partido ou organização de caráter político".
OS CRIMES ELEITORAIS CONCERNENTES À PROPAGANDA ELEITORAL
*(Atualizado em 18/02/2022): 
 Art. 323. Divulgar, na propaganda eleitoral ou durante período de campanha eleitoral, fatos que sabe inverídicos em relação a partidos ou a candidatos e capazes de exercer influência perante o eleitorado:    (Redação dada pela Lei nº 14.192, de 2021)
 Pena - detenção de dois meses a um ano, ou pagamento de 120 a 150 dias-multa.
Parágrafo único. Revogado.     (Redação dada pela Lei nº 14.192, de 2021)
§ 1º Nas mesmas penas incorre quem produz, oferece ou vende vídeo com conteúdo inverídico acerca de partidos ou candidatos.    (Incluído pela Lei nº 14.192, de 2021)
§ 2º Aumenta-se a pena de 1/3 (um terço) até metade se o crime:    (Incluído pela Lei nº 14.192, de 2021)
I - é cometido por meio da imprensa, rádio ou televisão, ou por meio da internet ou de rede social, ou é transmitido em tempo real;    (Incluído pela Lei nº 14.192, de 2021)
II - envolve menosprezo ou discriminação à condição de mulher ou à sua cor, raça ou etnia.    (Incluído pela Lei nº 14.192, de 2021) 
Antes da alteração trazida pela Lei 14.192/21, a pena seriaagravada quando o crime fosse cometido pela imprensa, rádio ou televisão. Agora, o dispositivo legal prevê uma causa de aumento de pena de 1/3, nos casos de:
· Cometimento por meio da imprensa, rádio ou televisão, ou por meio da internet ou de rede social, ou é transmitido em tempo real 
· Envolvimento por menosprezo ou discriminação à condição de mulher ou à sua cor, raça ou etnia.    
#AJUDAMARCINHO
	CÓDIGO ELEITORAL
	Antes
	Atualmente
	Art. 323. Divulgar, na propaganda, fatos que sabe inverídicos, em relação a partidos ou candidatos e capazes de exercerem influência perante o eleitorado:
 
Pena - detenção de dois meses a um ano, ou pagamento de 120 a 150 dias-multa.
	Art. 323. Divulgar, na propaganda eleitoral ou durante período de campanha eleitoral, fatos que sabe inverídicos em relação a partidos ou a candidatos e capazes de exercer influência perante o eleitorado:
Pena - detenção de dois meses a um ano, ou pagamento de 120 a 150 dias-multa.
	 
	§ 1º Nas mesmas penas incorre quem produz, oferece ou vende vídeo com conteúdo inverídico acerca de partidos ou candidatos.
	Parágrafo único. A pena é agravada se o crime é cometido pela imprensa, rádio ou televisão.
 
Obs: o art. 285 do CE afirma que “Quando a lei determina a agravação ou atenuação da pena sem mencionar o ‘quantum’, deve o juiz fixá-lo entre um quinto e um terço, guardados os limites da pena cominada ao crime.”
	§ 2º Aumenta-se a pena de 1/3 (um terço) até metade se o crime:
 
I - é cometido por meio da imprensa, rádio ou televisão, ou por meio da internet ou de rede social, ou é transmitido em tempo real;
 
II - envolve menosprezo ou discriminação à condição de mulher ou à sua cor, raça ou etnia.
 
Art. 324. Caluniar alguém, na propaganda eleitoral, ou visando fins de propaganda, imputando-lhe falsamente fato definido como crime:
Pena - detenção de seis meses a dois anos, e pagamento de 10 a 40 dias-multa.
§ 1° Nas mesmas penas incorre quem, sabendo falsa a imputação, a propala ou divulga.
§ 2º A prova da verdade do fato imputado exclui o crime, mas não é admitida:
I - se, constituindo o fato imputado crime de ação privada, o ofendido, não foi condenado por sentença irrecorrível;
II - se o fato é imputado ao Presidente da República ou chefe de governo estrangeiro;
III - se do crime imputado, embora de ação pública, o ofendido foi absolvido por sentença irrecorrível.
Art. 325. Difamar alguém, na propaganda eleitoral, ou visando a fins de propaganda, imputando-lhe fato ofensivo à sua reputação:
Pena - detenção de três meses a um ano, e pagamento de 5 a 30 dias-multa.
Parágrafo único. A exceção da verdade somente se admite se ofendido é funcionário público e a ofensa é relativa ao exercício de suas funções.
Art. 326. Injuriar alguém, na propaganda eleitoral, ou visando a fins de propaganda, ofendendo lhe a dignidade ou o decoro:
Pena - detenção até seis meses, ou pagamento de 30 a 60 dias-multa.
§ 1º O juiz pode deixar de aplicar a pena:
I - se o ofendido, de forma reprovável, provocou diretamente a injúria;
II - no caso de retorsão imediata, que consista em outra injúria.
§ 2º Se a injúria consiste em violência ou vias de fato, que, por sua natureza ou meio empregado, se considerem aviltantes:
Pena - detenção de três meses a um ano e pagamento de 5 a 20 dias-multa, além das penas correspondentes à violência prevista no Código Penal.
· Há calúnia, difamação e injuria em propaganda eleitoral, com fins eleitorais
· São de ação pública incondicionada (diferentemente do CP)
· Calúnia e difamação eleitorais também admitem exceção da verdade 
· Injuria também admite perdão e também há injúria real eleitoral
*#NOVIDADELEGISLATIVA: Lei nº 13.834, de 4.6.2019[footnoteRef:2] - Altera a Lei nº 4.737, de 15 de julho de 1965 - Código Eleitoral, para tipificar o crime de denunciação caluniosa com finalidade eleitoral. [2: Para mais informações: https://www.dizerodireito.com.br/2019/06/o-novo-crime-de-denunciacao-caluniosa.html] 
Vejamos:
Art. 1º Esta Lei acrescenta artigo à Lei nº 4.737, de 15 de julho de 1965 - Código Eleitoral, para tipificar o crime de denunciação caluniosa com finalidade eleitoral.
Art. 2º A Lei nº 4.737, de 15 de julho de 1965 - Código Eleitoral, passa a vigorar acrescida do seguinte art. 326-A:
“Art. 326-A. Dar causa à instauração de investigação policial, de processo judicial, de investigação administrativa, de inquérito civil ou ação de improbidade administrativa, atribuindo a alguém a prática de crime ou ato infracional de que o sabe inocente, com finalidade eleitoral:
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 8 (oito) anos, e multa.
§ 1º A pena é aumentada de sexta parte, se o agente se serve do anonimato ou de nome suposto.
§ 2º A pena é diminuída de metade, se a imputação é de prática de contravenção.
§ 3º (VETADO)”
Art. 3º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
#AJUDAMARCINHO #DIZERODIREITO:
Em que consiste o crime
O agente, ...
- movido por uma finalidade eleitoral (ex: para denegrir a imagem do adversário político),
- pratica alguma conduta por meio da qual atribui a determinada pessoa a prática de um crime ou ato infracional,
- mesmo sabendo que ela é inocente,
- fazendo com que as autoridades iniciem...
• uma investigação policial
• um processo judicial
• uma investigação administrativa
• um inquérito civil
• ou uma ação de improbidade administrativa.
Necessidade de criar o crime e diferença em relação à denunciação caluniosa do CP
O Código Penal também prevê, no art. 339, o crime de denunciação caluniosa, com redação muito semelhante ao art. 326-A do CE. A pena, inclusive, é mesma.
Diferenças entre o art. 339 do CP e o art. 326-A do CE:
	Denunciação caluniosa com finalidade eleitoral
	Denunciação caluniosa “comum”
	Previsto no art. 326-A do CE.
	Previsto no art. 339 do CP.
	Exige finalidade eleitoral.
	Não exige finalidade eleitoral.
	O agente atribui a alguém a prática de crime ou ato infracional de que o sabe inocente.
	O agente atribui a alguém a prática de crime de que o sabe inocente.
	Competência da Justiça Eleitoral.
	Competência da Justiça Comum.
Antes da Lei nº 13.834/2019, caso o agente tivesse praticado essa conduta “com finalidade eleitoral”, ele respondia pelo do art. 339 do CP, sendo o crime julgado pela Justiça Comum Federal (obs: o crime era julgado pela Justiça Federal porque é praticado em detrimento da Justiça Eleitoral, que é um órgão da União, atraindo, portanto, a hipótese do art. 109, IV, da CF/88). Nesse sentido, confira este precedente do TSE:
Ação penal. Justiça Eleitoral. Incompetência. Denunciação caluniosa.
1. Considerando que o art. 339 do Código Penal não tem equivalente na legislação eleitoral, a Corte de origem assentou a incompetência da Justiça Eleitoral para exame do fato narrado na denúncia - levando-se em conta que a hipótese dos autos caracteriza, em tese, ofensa à administração desta Justiça Especializada -, anulou a sentença e determinou a remessa dos autos à Justiça Federal.
2. É de se manter o entendimento do Tribunal a quo, visto que a denunciação caluniosa decorrente de imputação de crime eleitoral atrai a competência da Justiça Federal, visto que tal delito é praticado contra a administração da Justiça Eleitoral, órgão jurisdicional que integra a esfera federal, o que evidencia o interesse da União, nos termos do art. 109, inciso IV, da Constituição Federal.
(Agravo de Instrumento nº 26717, Acórdão, Relator(a) Min. Arnaldo Versiani, Publicação: DJE - Diário de justiça eletrônico, Data 07/04/2011, Página 42)
Assim, com a inclusão do art. 326-A do CE praticamente a única mudança foi quanto à competência:
• Se o agente praticasse denunciação caluniosa com finalidade eleitoral antes da Lei nº 13.834/2019: ele responderia pelo crime do art. 339 do CP, sendo julgado pela Justiça Comum Federal.
• Se o agente praticar denunciação caluniosa com finalidade eleitoral depois da Lei nº 13.834/2019: ele responde pelo crime do art. 326-A do CE, sendo julgado pela Justiça Eleitoral.
Bem jurídico protegido
Esse crime tem por objetivo proteger, em primeirolugar, a Administração da Justiça. Em outras palavras, pune-se o agente pelo fato de ter movimentado a Justiça (aqui entendida em sentido amplo) mesmo sabendo que a pessoa a quem se atribuiu o crime (ou ato infracional) era inocente.
Além disso, o tipo busca proteger também, secundariamente, a honra da pessoa a quem se atribuiu o crime ou ato infracional.
Dar causa
Significa provocar, dar início. 
Essa provocação pode ser: 
a) direta: quando o agente, em nome próprio, provoca as autoridades afirmando que a pessoa praticou o crime ou o ato infracional;
b) indireta: quando o agente se vale de meios dissimulados para provocar as autoridades. Exs: delação anônima, “plantar” droga na bagagem da vítima.
Sujeito ativo
Pode ser praticado por qualquer pessoa. Trata-se de crime comum.
Sujeito passivo
O Estado e a pessoa a quem se atribuiu falsamente a prática do delito.
Elemento subjetivo
É o dolo direto, considerando que o tipo penal utiliza a expressão “imputando-lhe crime de que o sabe inocente”.
Desse modo, é imprescindível que esteja provado que o agente tenha efetivo conhecimento da inocência da pessoa e, mesmo assim, dê causa à instauração do procedimento.
Não se admite o dolo eventual nem a modalidade culposa.
Além do dolo, o crime do art. 326-A do CE exige um elemento subjetivo especial (“dolo específico”): a finalidade eleitoral. Assim, o sujeito ativo deve ter dado causa à instauração motivado por objetivos eleitorais (ex: impedir que o adversário político concorra, fazer com que ele perca votos etc.).
Consumação
O crime se consuma quando a autoridade dá início à investigação policial, ao processo judicial, à investigação administrativa, ao inquérito civil ou à ação de improbidade administrativa.
Tentativa
É possível. Ex: o agente narra que determinada pessoa praticou um crime, mas o Delegado constata que se trata de uma falta delação antes mesmo de instaurar a investigação.
Anonimato
Se o agente se serve do anonimato ou de nome suposto, haverá contra ele uma causa de aumento de pena de 1/6.
§ 1º A pena é aumentada de sexta parte, se o agente se serve do anonimato ou de nome suposto.
Denunciação caluniosa privilegiada
Se o agente dá causa à instauração do procedimento imputando falsamente a prática de uma contravenção penal, haverá uma causa de diminuição de pena de 1/2 (metade).
§ 2º A pena é diminuída de metade, se a imputação é de prática de contravenção.
	Calúnia (art. 324 do CE)
	Denunciação caluniosa (art. 326-A do CE)
	Art. 324. Caluniar alguém, na propaganda eleitoral, ou visando fins de propaganda, imputando-lhe falsamente fato definido como crime:
Pena. detenção de seis meses a dois anos, e pagamento de 10 a 40 dias-multa.
	Art. 326-A. Dar causa à instauração de investigação policial, de processo judicial, de investigação administrativa, de inquérito civil ou ação de improbidade administrativa, atribuindo a alguém a prática de crime ou ato infracional de que o sabe inocente, com finalidade eleitoral:
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 8 (oito) anos, e multa.
	O agente apenas imputa falsamente um fato definido como crime.
	O agente, além de imputar falsamente um fato definido como crime, leva essa imputação para as autoridades para que seja instaurado um procedimento contra a vítima.
	O agente somente quer atingir a honra da vítima na propaganda eleitoral ou com fins de propaganda.
	O agente quer que seja instaurado um procedimento ou processo contra a vítima.
Seu objetivo é eleitoral, mas não necessariamente relacionado com a propaganda eleitoral (ex: o agente dá causa à instauração de uma ação penal com o objetivo de que a vítima seja condenada e que, portanto, fique impedida de concorrer).
	A imputação é unicamente de crime. Não existe calúnia se o agente imputa falsamente a prática de uma contravenção penal.
	A imputação falsa pode ser de crime ou contravenção penal.
Art. 326-A. Dar causa à instauração de investigação policial, de processo judicial, de investigação administrativa, de inquérito civil ou ação de improbidade administrativa, atribuindo a alguém a prática de crime ou ato infracional de que o sabe inocente, com finalidade eleitoral: (Incluído pela Lei nº13.834, de 2019)
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 8 (oito) anos, e multa. (Incluído pela Lei nº13.834, de 2019)
§ 1º A pena é aumentada de sexta parte, se o agente se serve do anonimato ou de nome suposto. (Incluído pela Lei nº13.834, de 2019)
§ 2º A pena é diminuída de metade, se a imputação é de prática de contravenção. (Incluído pela Lei nº13.834, de 2019)
§ 3º Incorrerá nas mesmas penas deste artigo quem, comprovadamente ciente da inocência do denunciado e com finalidade eleitoral, divulga ou propala, por qualquer meio ou forma, o ato ou fato que lhe foi falsamente atribuído. (Incluído pela Lei nº13.834, de 2019)
Ação penal
Ação penal pública incondicionada.
Todos os crimes eleitorais são de ação pública incondicionada, conforme prevê o art. 355 do Código Eleitoral:
Art. 355. As infrações penais definidas neste Código são de ação pública.
Suspensão condicional do processo
A figura típica do caput não admite suspensão condicional do processo porque a pena mínima é superior a 1 ano.
No caso da prática do § 2º, é possível a concessão do referido benefício.
Vigência
A Lei nº 13.834/2019 entrou em vigor na data de sua publicação (05/06/2019).
*#DEOLHONAJURISPRUDÊNCIA #STF: O comitê de campanha do candidato Ronaldo foi arrombado e de lá furtados dois computadores. Em entrevista concedida a um jornal, Ronaldo teria afirmado que o maior suspeito do crime era o governo. Em razão das declarações o Ministério Público eleitoral ofereceu denúncia contra Ronaldo pela prática de calúnia eleitoral (art. 324 do CE), figurando como suposta vítima Teotônio, Governador e candidato a reeleição O réu se defendeu alegando que apenas emitiu opinião sobre o ocorrido e que não citou o nome do Governador. Vale ressaltar que Teotônio (suposta vítima) afirmou que não se sentiu pessoalmente ofendido. Diante disso o STF absolveu o réu afirmando que para configurar o delito de calúnia é necessária a comprovação da lesividade da conduta e que, como o suposto atingido afirma não ter se ofendido com as declarações, não há prova da materialidade da conduta delituosa. STF. Plenário. AP 929 ED-2º julg-EI/AL, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 17/10/2018 (Info 920).
*(Atualizado em 18/02/2022): #NOVIDADE LEGISLATIVA! A Lei 14.192/21 acrescentou um novo tipo penal no Código Eleitoral, referente à violência política contra a mulher. Vejamos:
Art. 326-B. Assediar, constranger, humilhar, perseguir ou ameaçar, por qualquer meio, candidata a cargo eletivo ou detentora de mandato eletivo, utilizando-se de menosprezo ou discriminação à condição de mulher ou à sua cor, raça ou etnia, com a finalidade de impedir ou de dificultar a sua campanha eleitoral ou o desempenho de seu mandato eletivo.     (Incluído pela Lei nº 14.192, de 2021)
Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.    (Incluído pela Lei nº 14.192, de 2021)
Parágrafo único. Aumenta-se a pena em 1/3 (um terço), se o crime é cometido contra mulher:    (Incluído pela Lei nº 14.192, de 2021)
I - gestante;    (Incluído pela Lei nº 14.192, de 2021)
II - maior de 60 (sessenta) anos;    (Incluído pela Lei nº 14.192, de 2021)
III - com deficiência.    (Incluído pela Lei nº 14.192, de 2021)
#AJUDAMARCINHO #DIZERODIREITO
A Lei nº 14.192/2021 acrescenta o art. 326-B ao Código Eleitoral prevendo novo tipo penal, nos seguintes termos:
Art. 326-B. Assediar, constranger, humilhar, perseguir ou ameaçar, por qualquer meio, candidata a cargo eletivo ou detentora de mandato eletivo, utilizando-se de menosprezo ou discriminação à condição de mulher ou à sua cor, raça ou etnia, com a finalidade de impedir ou de dificultar a sua campanha eleitoral ou o desempenho de seu mandato eletivo.
Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
 
Em que consiste o crime:
	Assediar, constranger, humilhar, perseguir ou ameaçar...
	...por qualquer meio
	a) candidata a cargo eletivoou
 
b) detentora de mandato eletivo
	... utilizando-se de menosprezo ou discriminação
	· à sua condição de mulher
 
ou
 
· à sua cor, raça ou etnia
	... com a finalidade de impedir ou de dificultar a sua campanha eleitoral ou o desempenho de seu mandato eletivo.
 
Sujeito ativo:
Consiste em crime comum, podendo ser praticado por qualquer pessoa.
 
Sujeito passivo:
Trata-se de crime próprio, considerando que a vítima deverá ser uma mulher que seja:
a) candidata a cargo eletivo;
b) detentora de mandato eletivo.
 
Prevalece na doutrina e jurisprudência que a Lei Maria da Penha pode ser aplicada para a mulher transgênero, ainda que não tenha se submetido a cirurgia de redesignação sexual. Logo, penso que o mesmo raciocínio se aplicará ao presente caso, de forma que a mulher transgênero pode ser vítima do crime do art. 326-B do CE.
Vale ressaltar que não configura esse crime caso a conduta tenha sido praticada contra “pré-candidata”. Segundo a jurisprudência do TSE, a condição de candidato somente é obtida a partir da formalização do pedido de registro de candidatura” (Consulta nº 060106664, Acórdão, Relator(a) Min. Napoleão Nunes Maia Filho, Publicação:  DJE - Diário da justiça eletrônica, Tomo 51, Data 14/03/2018).
Importante também destacar que não há crime se a vítima for apenas suplente e não estiver no exercício do mandato eletivo. Assim, por exemplo, se a humilhação foi praticada contra uma suplente do cargo de Senador, não haverá o crime do art. 326-B do CE por não ser ela “detentora de mandato eletivo”.
 
Forma livre
É classificado como crime de “forma livre”, tendo em vista que pode ser “por qualquer meio”.
 
Condição de mulher ou à sua cor, raça ou etnia
Importante ressaltar que o crime não combate apenas a discriminação de gênero, punindo também o menosprezo ou a discriminação à cor, raça ou etnia da candidata ou da detentora de mandato eletivo.
É o caso, por exemplo, de uma humilhação feita contra determinada Deputada invocando menosprezo pela região do país onde ela nasceu.
 
Elemento subjetivo
O crime é punido a título de dolo.
Vale ressaltar, no entanto, que o tipo exige um elemento subjetivo especial (“finalidade específica”). Isso porque o agente deve ter praticado a conduta “com a finalidade de impedir ou de dificultar a sua campanha eleitoral ou o desempenho de seu mandato eletivo”.
 
Consumação
O crime se consuma com a prática de ato consistente em assediar, constranger, humilhar, perseguir ou ameaçar a vítima.
Não se exige resultado naturalístico. Trata-se de crime formal.
 
Ação penal
O delito é de ação penal pública incondicionada.
Aliás, todos os crimes eleitorais são de ação pública incondicionada, conforme prevê o art. 355 do Código Eleitoral:
Art. 355. As infrações penais definidas neste Código são de ação pública.
 
Causa de aumento de pena:
Parágrafo único. Aumenta-se a pena em 1/3 (um terço), se o crime é cometido contra mulher:
I - gestante;
II - maior de 60 (sessenta) anos;
III - com deficiência.
 
Novas causas de aumento de pena para a calúnia, difamação e injúria eleitoral
Os arts. 324, 325 e 326 do Código Eleitoral punem a calúnia, a difamação e a injúria eleitoral, respectivamente:
Art. 324. Caluniar alguém, na propaganda eleitoral, ou visando fins de propaganda, imputando-lhe falsamente fato definido como crime:
Pena - detenção de seis meses a dois anos, e pagamento de 10 a 40 dias-multa.
 
Art. 325. Difamar alguém, na propaganda eleitoral, ou visando a fins de propaganda, imputando-lhe fato ofensivo à sua reputação:
Pena - detenção de três meses a um ano, e pagamento de 5 a 30 dias-multa.
 
Art. 326. Injuriar alguém, na propaganda eleitoral, ou visando a fins de propaganda, ofendendo-lhe a dignidade ou o decoro:
Pena - detenção até seis meses, ou pagamento de 30 a 60 dias-multa.
 
No art. 327 são previstas causas de aumento de pena para esses crimes.
A Lei nº 14.192/2021 alterou o caput do art. 327 e acrescentou duas novas causas de aumento:
	CÓDIGO ELEITORAL
	Antes
	Atualmente
	Art. 327. As penas cominadas nos artigos. 324, 325 e 326, aumentam-se de um terço, se qualquer dos crimes é cometido:
(...)
	Art. 327. As penas cominadas nos arts. 324, 325 e 326 aumentam-se de 1/3 (um terço) até metade, se qualquer dos crimes é cometido:
(...)
	Não havia.
	IV - com menosprezo ou discriminação à condição de mulher ou à sua cor, raça ou etnia;
	Não havia.
	V - por meio da internet ou de rede social ou com transmissão em tempo real.
 
Art. 331. Inutilizar, alterar ou perturbar meio de propaganda devidamente empregado:
Pena - detenção até seis meses ou pagamento de 90 a 120 dias-multa.
Art. 332. Impedir o exercício de propaganda:
Pena - detenção até seis meses e pagamento de 30 a 60 dias-multa.
Art. 334. Utilizar organização comercial de vendas, distribuição de mercadorias, prêmios e sorteios para propaganda ou aliciamento de eleitores:
Pena - detenção de seis meses a um ano e cassação do registro se o responsável for candidato.
Art. 335. Fazer propaganda, qualquer que seja a sua forma, em língua estrangeira:
Pena - detenção de três a seis meses e pagamento de 30 a 60 dias-multa.
· Esse crime cai em prova. Fazer propaganda eleitoral em língua estrangeira é CRIME!!
Parágrafo único. Além da pena cominada, a infração ao presente artigo importa na apreensão e perda do material utilizado na propaganda.
Art. 337. Participar, o estrangeiro ou brasileiro que não estiver no gozo dos seus direitos políticos, de atividades partidárias inclusive comícios e atos de propaganda em recintos fechados ou abertos:
Pena - detenção até seis meses e pagamento de 90 a 120 dias-multa.
· Também respondem os responsáveis pela emissora de tv que transmite e o jornal que publica.
*(atualizado em 05/07/2021): Ac.-TSE, de 14.10.2014, no REspe nº 36173: não recepção do art. 337 deste código pela Constituição Federal de 1988.
CRIMES RELATIVOS À VOTAÇÃO
Art. 296. Promover desordem que prejudique os trabalhos eleitorais;
Pena - Detenção até dois meses e pagamento de 60 a 90 dias-multa.
Art. 297. Impedir ou embaraçar o exercício do sufrágio:
Pena - Detenção até seis meses e pagamento de 60 a 100 dias-multa.
Art. 298. Prender ou deter eleitor, membro de mesa receptora, fiscal, delegado de partido ou candidato, com violação do disposto no Art. 236:
Pena - Reclusão até quatro anos.
Vimos o art. 236 no início da FUC. Fizemos inclusive um esquema:
Eleitor não poderá ser preso nem detido: 
· DESDE 5 DIAS ANTES 
· ATÉ 48 HORAS DEPOIS do encerramento da eleição, salvo em 3 casos:
· EM FLAGRANTE DELITO DE CRIME INAFIANÇÁVEL 
· EM VIRTUDE DE SENTENÇA CRIMINAL CONDENATÓRIA POR CRIME INAFIANÇÁVEL 
· Desrespeito a salvo-conduto. 
Membros das Mesas Receptoras e os Fiscais de partido não poderão ser presos nem detidos: 
· Durante o exercício de suas funções, 
· Salvo o caso de flagrante delito (AQUI NÃO RESSALVA CONDENAÇÃO); 
Candidatos 
· Desde 15 DIAS ANTES da eleição
· Gozarão da mesma garantia dos membros das mesas e fiscais 
A autoridade que prender essas pessoas desrespeitando o 236, incorrerá nesse crime. 
Art. 299. Dar, oferecer, prometer, solicitar ou receber, para si ou para outrem, dinheiro, dádiva, ou qualquer outra vantagem, para obter ou dar voto e para conseguir ou prometer abstenção, ainda que a oferta não seja aceita:
Pena - reclusão até quatro anos e pagamento de cinco a quinze dias-multa.
Esse é o crime de corrupção eleitoral. É um dos que mais caem em provas. Perceba que a ativa e a passiva estão num mesmo tipo penal.
· A ATIVA TEM O VERBO DAR (diferentemente da prevista no CP)
· Crime formal. Não admite tentativa
· Dolo específico de obter ou dar voto
· PROMESSAS GENÉRICAS DE PALANQUE NÃO CONFIGURAM CORRUPÇÃO ELEITORAL (JÁ CAIU EM PROVA!)
· AQUELE QUE RECEBE DINHEIRO PARA VOTO SÓ COMETE CORRUPÇÃO ELEITORAL SE FOR APTO A VOTAR (JÁ CAIU EM PROVA!)
#DEOLHONAJURISPRUDÊNCIA: “Dolo específico” no crime de corrupção eleitoral (art. 299 do CE) O delito do art. 299 do CE, exige “dolo específico” (elemento subjetivo especial). No caso da corrupção eleitoral ativa, esse “dolo específico” é a intenção doagente de obter voto ou conseguir abstenção. Na corrupção eleitoral passiva, a finalidade específica do sujeito é a de dar seu voto ou prometer abstenção. (Inf. 742 STF). 
Art. 300. Valer-se o servidor público da sua autoridade para coagir alguém a votar ou não votar em determinado candidato ou partido:
Pena - detenção até seis meses e pagamento de 60 a 100 dias-multa.
Parágrafo único. Se o agente é membro ou funcionário da Justiça Eleitoral e comete o crime prevalecendo-se do cargo a pena é agravada.
· Princípio da especialidade – especial em relação à concussão
Art. 301. Usar de violência ou grave ameaça para coagir alguém a votar, ou não votar, em determinado candidato ou partido, ainda que os fins visados não sejam conseguidos:
Pena - reclusão até quatro anos e pagamento de cinco a quinze dias-multa.
· Princípio da especialidade - Especial em ralação ao constrangimento ilegal
Art. 302. Promover, NO DIA DA ELEIÇÃO, com o fim de impedir, embaraçar ou fraudar o exercício do voto a concentração de eleitores, sob qualquer forma, inclusive o fornecimento gratuito de alimento e transporte coletivo: (Redação dada pelo Decreto-Lei nº 1.064, de 24.10.1969)
Pena - reclusão de quatro (4) a seis (6) anos e pagamento de 200 a 300 dias-multa. (Redação dada pelo Decreto-Lei nº 1.064, de 24.10.1969)
· De acordo com o julgamento do TSE no HC nº 70543, o crime de concentração ilegal de eleitores não alcança o transporte de cidadãos no dia da realização de plebiscito.
Art. 303. Majorar os preços de utilidades e serviços necessários à realização de eleições, tais como transporte e alimentação de eleitores, impressão, publicidade e divulgação de matéria eleitoral.
Pena - pagamento de 250 a 300 dias-multa.
Art. 304. Ocultar, sonegar açambarcar ou recusar no dia da eleição o fornecimento, normalmente a todos, de utilidades, alimentação e meios de transporte, ou conceder exclusividade dos mesmos a determinado partido ou candidato:
Pena - pagamento de 250 a 300 dias-multa.
Art. 305. Intervir autoridade estranha à mesa receptora, salvo o juiz eleitoral, no seu funcionamento sob qualquer pretexto:
Pena - detenção até seis meses e pagamento de 60 a 90 dias-multa.
Art. 306. Não observar a ordem em que os eleitores devem ser chamados a votar:
Pena - pagamento de 15 a 30 dias-multa.
Art. 307. Fornecer ao eleitor cédula oficial já assinalada ou por qualquer forma marcada:
Pena - reclusão até cinco anos e pagamento de 5 a 15 dias-multa.
Art. 308. Rubricar e fornecer a cédula oficial em outra oportunidade que não a de entrega da mesma ao eleitor.
Pena - reclusão até cinco anos e pagamento de 60 a 90 dias-multa.
Art. 309. Votar ou tentar votar mais de uma vez, ou em lugar de outrem:
Pena - reclusão até três anos.
· CRIME DE ATENTADO – Aquele em que a tentativa é punida com a mesma pena do crime consumado.
Art. 310. Praticar, ou permitir membro da mesa receptora que seja praticada, qualquer irregularidade que determine a anulação de votação, salvo no caso do Art. 311:
Pena - detenção até seis meses ou pagamento de 90 a 120 dias-multa.
Art. 311. Votar em seção eleitoral em que não está inscrito, salvo nos casos expressamente previstos, e permitir, o presidente da mesa receptora, que o voto seja admitido:
Pena - detenção até um mês ou pagamento de 5 a 15 dias-multa para o eleitor e de 20 a 30 dias-multa para o presidente da mesa.
Art. 312. Violar ou tentar violar o sigilo do voto:
Pena - detenção até dois anos.
· CRIME DE ATENTADO – Aquele em que a tentativa é punida com a mesma pena do crime consumado.
CRIMES ELEITORAIS PERTINENTES À GARANTIA DO RESULTADO LEGÍTIMO DAS ELEIÇÕES
Art. 313. Deixar o juiz e os membros da Junta de expedir o boletim de apuração imediatamente após a apuração de cada urna e antes de passar à subsequente, sob qualquer pretexto e ainda que dispensada a expedição pelos fiscais, delegados ou candidatos presentes:
Pena - pagamento de 90 a 120 dias-multa.
Parágrafo único. Nas seções eleitorais em que a contagem for procedida pela mesa receptora incorrerão na mesma pena o presidente e os mesários que não expedirem imediatamente o respectivo boletim.
Art. 314. Deixar o juiz e os membros da Junta de recolher as cédulas apuradas na respectiva urna, fechá-la e lacrá-la, assim que terminar a apuração de cada seção e antes de passar à subsequente, sob qualquer pretexto e ainda que dispensada a providencia pelos fiscais, delegados ou candidatos presentes:
Pena - detenção até dois meses ou pagamento de 90 a 120 dias-multa.
Parágrafo único. Nas seções eleitorais em que a contagem dos votos for procedida pela mesa receptora incorrerão na mesma pena o presidente e os mesários que não fecharem e lacrarem a urna após a contagem.
Art. 315. Alterar nos mapas ou nos boletins de apuração a votação obtida por qualquer candidato ou lançar nesses documentos votação que não corresponda às cédulas apuradas:
Pena - reclusão até cinco anos e pagamento de 5 a 15 dias-multa.
Art. 316. Não receber ou não mencionar nas atas da eleição ou da apuração os protestos devidamente formulados ou deixar de remetê-los à instância superior:
Pena - reclusão até cinco anos e pagamento de 5 a 15 dias-multa.
Art. 317. Violar ou tentar violar o sigilo da urna ou dos invólucros.
Pena - reclusão de três a cinco anos.
· CRIME DE ATENTADO – Aquele em que a tentativa é punida com a mesma pena do crime consumado.
Art. 318. Efetuar a mesa receptora a contagem dos votos da urna quando qualquer eleitor houver votado sob impugnação (art. 190):
Art. 339 - Destruir, suprimir ou ocultar urna contendo votos, ou documentos relativos à eleição:
Pena - reclusão de dois a seis anos e pagamento de 5 a 15 dias-multa.
Parágrafo único. Se o agente é membro ou funcionário da Justiça Eleitoral e comete o crime prevalecendo-se do cargo, a pena é agravada.
Art. 340. Fabricar, mandar fabricar, adquirir, fornecer, ainda que gratuitamente, subtrair ou guardar urnas, objetos, mapas, cédulas ou papéis de uso exclusivo da Justiça Eleitoral:
Pena - reclusão até três anos e pagamento de 3 a 15 dias-multa.
Parágrafo único. Se o agente é membro ou funcionário da Justiça Eleitoral e comete o crime prevalecendo-se do cargo, a pena é agravada.
Art. 341. Retardar a publicação ou não publicar, o diretor ou qualquer outro funcionário de órgão oficial federal, estadual, ou municipal, as decisões, citações ou intimações da Justiça Eleitoral:
Pena - detenção até um mês ou pagamento de 30 a 60 dias-multa.
Art. 342. Não apresentar o órgão do Ministério Público, no prazo legal, denúncia ou deixar de promover a execução de sentença condenatória:
Pena - detenção até dois meses ou pagamento de 60 a 90 dias-multa.
· CRIME PRÓPRIO DE MEMBRO DO MP!
Art. 343. Não cumprir o juiz o disposto no § 3º do Art. 357:
Pena - detenção até dois meses ou pagamento de 60 a 90 dias-multa.
Art. 344. Recusar ou abandonar o serviço eleitoral sem justa causa:
Pena - detenção até dois meses ou pagamento de 90 a 120 dias-multa.
Art. 345. Não cumprir a autoridade judiciária, ou qualquer funcionário dos órgãos da Justiça Eleitoral, nos prazos legais, os deveres impostos por êste Código, se a infração não estiver sujeita a outra penalidade:            (Redação dada pela Lei nº 4.961, de 4.5.1966)
Pena - pagamento de trinta a noventa dias-multa.             (Redação dada pela Lei nº 4.961, de 4.5.1966)
Art. 347. Recusar alguém cumprimento ou obediência a diligências, ordens ou instruções da Justiça Eleitoral ou opor embaraços à sua execução:
Pena - detenção de três meses a um ano e pagamento de 10 a 20 dias-multa.
· Princípio da especialidade - Especial em relação à desobediência
#DEOLHONAJURISPRUDÊNCIA #AJUDAMARCINHO: Não comete crime de desobediência eleitoral o candidato que, proibido de ingressar em órgãos públicos com o intuito de realizar atos inerentes à campanha eleitoral, adentra nos prédios da Administração Pública para filmar e fotografar fiscalizando se o então Prefeito, seu adversário, estava praticando ilícitos eleitorais. (Inf. 826 do STF). 
#DEOLHONAJURISPRUDÊNCIA: Requisitos para a configuração do crime de desobediênciaeleitoral. O juiz eleitoral de uma zona eleitoral do interior do Estado expediu um ofício-circular proibindo que os candidatos fizessem carreatas em determinas ruas do Município. Alguns dias depois, determinado candidato fez uma carreata no Município e passou por algumas ruas que tinham sido proibidas. Diante disso, foi denunciado pela prática do crime de desobediência eleitoral (art. 347 do Código Eleitoral). Houve a prática de crime? NÃO. Para configuração do crime de desobediência eleitoral é necessário que:
• a ordem descumprida tenha sido emitida de forma direta e individualizada; e
• que o agente (réu) tinha ciência da ordem tida por descumprida. 
A ordem foi emitida de forma geral e não individualizada e, além disso não havia nenhum outro indício de que o agente tinha ciência da proibição. (Inf. 781 do STF). 
CRIMES CONTRA A FÉ PÚBLICA ELEITORAL
Art. 348. Falsificar, no todo ou em parte, documento público, ou alterar documento público verdadeiro, para fins eleitorais:
Pena - reclusão de dois a seis anos e pagamento de 15 a 30 dias-multa.
§ 1º Se o agente é funcionário público e comete o crime prevalecendo-se do cargo, a pena é agravada.
§ 2º Para os efeitos penais, equipara-se a documento público o emanado de entidade paraestatal inclusive Fundação do Estado.
Art. 349. Falsificar, no todo ou em parte, documento particular ou alterar documento particular verdadeiro, para fins eleitorais:
Pena - reclusão até cinco anos e pagamento de 3 a 10 dias-multa.
Art. 350. Omitir, em documento público ou particular, declaração que dêle devia constar, ou nele inserir ou fazer inserir declaração falsa ou diversa da que devia ser escrita, para fins eleitorais:
Pena - reclusão até cinco anos e pagamento de 5 a 15 dias-multa, se o documento é público, e reclusão até três anos e pagamento de 3 a 10 dias-multa se o documento é particular.
*#DEOLHONAJURIS #STF #DIZERODIREITO: Candidato que omite, na prestação de contas apresentada à Justiça Eleitoral, recursos utilizados em sua campanha eleitoral, pratica o crime do art. 350 do Código Eleitoral. Vale ressaltar que o delito de falsidade ideológica é crime formal. Não exige, portanto, o recolhimento do material não declarado. Caso concreto: Paulo era candidato a Deputado Federal. A empresa de Paulo pagou R$ 168 mil de materiais gráficos para a campanha, mas o candidato não declarou tais despesas na prestação de contas apresentada à Justiça Eleitoral. STF. 1ª Turma. AP 968/SP, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 22/5/2018 (Info 903)
ATENÇÃO: o crime de CAIXA 2 não encontra previsão específica no CE, motivo pelo qual a conduta, segundo entendimento do STF, amolda-se ao crime previsto no art. 350.[footnoteRef:3] [3: Caiu na Segunda Fase DPU (2017)] 
Parágrafo único. Se o agente da falsidade documental é funcionário público e comete o crime prevalecendo-se do cargo ou se a falsificação ou alteração é de assentamentos de registro civil, a pena é agravada.
Art. 351. Equipara-se a documento (348,349 e 350) para os efeitos penais, a fotografia, o filme cinematográfico, o disco fonográfico ou fita de ditafone a que se incorpore declaração ou imagem destinada à prova de fato juridicamente relevante.
Art. 352. Reconhecer, como verdadeira, no exercício da função pública, firma ou letra que o não seja, para fins eleitorais:
Pena - reclusão até cinco anos e pagamento de 5 a 15 dias-multa se o documento é público, e reclusão até três anos e pagamento de 3 a 10 dias-multa se o documento é particular.
Art. 353. Fazer uso de qualquer dos documentos falsificados ou alterados, a que se referem os artigos. 348 a 352:
Pena - a cominada à falsificação ou à alteração.
Art. 354. Obter, para uso próprio ou de outrem, documento público ou particular, material ou ideologicamente falso para fins eleitorais:
Pena - a cominada à falsificação ou à alteração.
--x--
*(Atualizado em 18/02/2022): A Lei 14.192/21 alterou a redação do art. 327 do Código Eleitoral para prever a causa de aumento de pena de 1/3 até ½ (antes era prevista a causa de aumento de pena de 1/3). Ademais, acrescentou duas causas de aumento de pena nos incisos IV e V:
Art. 327. As penas cominadas nos arts. 324, 325 e 326 aumentam-se de 1/3 (um terço) até metade, se qualquer dos crimes é cometido:    (Redação dada pela Lei nº 14.192, de 2021)
I - contra o Presidente da República ou chefe de governo estrangeiro;
II - contra funcionário público, em razão de suas funções;
III - na presença de várias pessoas, ou por meio que facilite a divulgação da ofensa.
IV - com menosprezo ou discriminação à condição de mulher ou à sua cor, raça ou etnia;    (Incluído pela Lei nº 14.192, de 2021)
V - por meio da internet ou de rede social ou com transmissão em tempo real.    (Incluído pela Lei nº 14.192, de 2021)
Art. 330. Nos casos dos artigos. 328 e 329 se o agente repara o dano antes da sentença final, o juiz pode reduzir a pena.
*NOVIDADE LEGISLATIVA: APROPRIAÇÃO INDÉBITA ELEITORAL - A Lei nº 13.488/2017 criou um novo crime previsto no art. 354-A do Código Eleitoral:
Art. 354-A. Apropriar-se o candidato, o administrador financeiro da campanha, ou quem de fato exerça essa função, de bens, recursos ou valores destinados ao financiamento eleitoral, em proveito próprio ou alheio: 
Pena - reclusão, de dois a seis anos, e multa.
DISPOSITIVOS PARA O CICLO DE LEGISLAÇÃO
	DIPLOMA
	DISPOSITIVO
	Código Eleitoral
	Artigos 289-354
	Lei nº 6.091/74
	Artigo 11
	Lei nº 6.996/82
	Artigo 15
	Lei nº 7.021/82
	Artigo 5º
	LC nº 64/90
	Artigo 25
	Lei nº 9.504/97
	Lei nº 9.504/97 arts. 33, §4º, 34, §§2º e 3º, 39, §5º, 40, 57-H, §§1º e 2º, 58, §7º, 68, §2º, 72, 87, §4º, e 91, parágrafo único. 
BIBLIOGRAFIA
- GOMES, José Jairo. Direito eleitoral. 9. ed. São Paulo: Atlas, 2015
- Anotações pessoais de aulas 
STF
Presidente e vice-presidente da república. 
STJ
Governadores e vice-governadores de estados e do DF. 
TRE
Prefeitos municipais
Membros do Congresso Nacional 
Ministros de Estado. 
Procurador-Geral da República. 
Comandantes da Marina, Exército e Aeronáutica. 
Membros dos tribunais superiores. 
Membros do Tribunal de Contas da União. 
Chefes de missão diplomática de caráter permanente.
Membros dos tribunais de contas dos estados e do DF. 
Membros dos tribunais regionais federais, tribunais regionais eleitorais e tribunais regionais do trabalho. 
Membros dos tribunais de contas dos munidpios 
Membros do Ministério Público da União que oficiem perante tribunais. 
Desembargadores dos tribunais de justiça estaduais.
Promotores de justiça
Deputados estaduais
Pessoas com privilégio de foro nos tribunais de justiça estaduais, conforme previsão específica de cada Constituição Estadual ou da Lei Orgânica do Distrito Federal
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