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FUNDAMENTOS DA EDUCAÇÃO IV 2023.1 - Resumo Aulas 1 a 7 AULA 1 - SOCIOLOGIA E SENSO COMUM Senso comum: É o conhecimento baseado em observações da realidade cujos Fundamentos são as experiências subjetivas, o saber imediato, conhecimentos cotidianos acumulados, socialização dos indivíduos, tradição, crenças e mitos. A Sociologia é um campo de conhecimento científico que tem como objetivo compreender os fenômenos sociais, os indivíduos e suas formas de coesão social; examinar as estruturas sociais (organizações, comunidades); identificar as categorias sociais (classe, gênero, raça), as instituições (parentesco, economia, política e religião). Compreender como essas forças sociais formam nossas vidas, especialmente aquelas que afetam nossa consciência ou ignorância, nossas atitudes, ações e oportunidades é o objetivo principal da Sociologia. SENSO COMUM:1. Visões do senso comum são frequentemente baseadas nas experiências imediatas elimitadas das pessoas. Por exemplo: as pessoas podem perceber um aumento na criminalidade baseadas em suas experiências pessoais com o problema da violência. Um familiar assaltado, um parente assassinado, uma vizinha ameaçada por traficantes. 2. Visões do senso comum são frequentemente mutantes, simples e podem refletir algum grau de preconceito. Por exemplo: os mendigos são um perigo para a sociedade e devem ser retirados da rua. 3. Visões do senso comum tendem a refletir tradições e convenções sociais e em muitos casos resistir às mudanças sociais. Por exemplo: as crianças serão melhor formadas se suas mães conservam a estrutura de família nuclear ou as empregadas domésticas de crença protestante são mais honestas. 4. Visões do senso comum quase sempre se baseiam em estereótipos que são reforçados pela mídia. Por exemplo: a maioria dos assaltantes é de cor preta. 5. Visões do senso comum tendem a enfatizar explicações individualistas e naturalizadas do comportamento. Por exemplo: estudantes com desempenho ruim na escola são rebeldes encarecem de inteligência 6. Visões de senso comum carecem de verificação e validade científica. SOCIOLOGIA:1. Visões sociológicas são baseadas em rigorosa pesquisa e em evidências. Podem ser baseadas em pesquisa quantitativa ou qualitativa. Por exemplo: 1) o relatório do IPEA (Instituto de pesquisa Econômica Apliacada) sobre as desigualdades sociais faz uso de estatísticas oficiais sobre níveis de desigualdade entre os mais ricos e os mais pobres na sociedade brasileira. 2) professores da UFRJ identificaram, através de entrevistas informais com estudantes de universidades públicas, um alto índice de rejeição à privatização do ensino público.2. Visões sociológicas são baseadas em teorias que informam algumas conclusões complexas. Por exemplo: os funcionalistas acreditam que a religião é a maior agência dessocialização para a transmissão de normas e valores morais. 3. As abordagens sociológicas sobre conflito podem muitas vezes estimular a mudança social. Por exemplo: 1) marxistas ressaltam o conflito de classes baseado na exploração do proletariado pela burguesia. Marx argumentava que a classe trabalhadora deveria se unir para derrotar a classe dominante. 2) feministas radicais levantam sérias críticas às sociedades patriarcais que pressionam e exploram as mulheres, sugerindo que essas sociedades devam ser radicalmente mudadas. 4. Visões sociológicas desafiam os estereótipos. Por exemplo: sociólogos que estudam violência nos Estados Unidos reconhecem que alguns negros roubam por razões econômicas. Contudo, eles também sugerem que o fenômeno da criminalidade entre os negros tem sido exagerado e ampliado pelas agências de controle social, pela mídia e pela polícia. 5. Visões sociológicas sugerem que poderosas forças sociais explicam o comportamento humano. Por exemplo: Durkheim acreditava que o suicídio ocorria devido a muito pouco ou ao exagerado constrangimento imposto ao indivíduo pela sociedade .6; Visões sociológicas baseadas em dados quantitativos são em geral altamente confiáveis. Por exemplo: dados do I BGE sobre população estão baseados em entrevistas que cobrem quase a totalidade dos domicílios brasileiros. CONCLUSÃO: Ao contrário do senso comum, podemos pensar que o saber sociológico possui disciplina, natureza científica, regras de verificação, conceitos, estatísticas e um quadro de referências com limites rigorosos. É a partir desse complexo repertório metodológico e do controle de preconceitos e de preferências pessoais que o sociólogo compreende o mundo e se diferencia da compreensão que o senso comum tem desse mesmo mundo. AULA 2: SOCIOLOGIA DA EDUCAÇÃO Quando a Sociologia surgiu, no século XIX, herdou a influência do pensamento do francês Auguste Comte: Positivismo. Dispensa crenças e religião, a verdade é apenas o que pode ser comprovado com dados extraídos da realidade de forma empírica através de argumentação lógica. Trindade divina da Sociologia: Durkheim + Marx + Weber O PENSAMENTO DURKHEIMNIANO (Funcionalismo): A Ciência Social deve estudar os “fatos sociais”, isto é, o conjunto de ações e relações que são criadas coletivamente e impõem aos indivíduos uma coerção. A vida social é regida por normas e padrões que existem de acordo com as necessidades e interesses coletivos. Há preponderância do coletivo sobre o individual. Conceitos como moral, a religião, o casamento, a justiça, apolítica, a educação e o trabalho. Educação: como parte do processo de socialização dos indivíduos e grupos, assumindo as formas de comportamento social previstas pela ordem estabelecida e fazendo com que cada um seja parte de um todo organicamente estruturado. Em consequência, temos o desempenho de papéis como funções sociais que são representados por nós, tais como os de professor, aluno, pai, mãe, etc. Sendo assim, a educação contribui para a adaptação do indivíduo na sociedade PENSAMENTO MARXISTA (crítica): Está baseada nas relações de produção, que ele entendia como fundamentais e determinantes. Isso significa dizer que a maneira pela qual os homens organizam a produção econômica (produção, distribuição e consumo), a fim de satisfazer as suas necessidades básicas, cria a infraestrutura do edifício social e influencia a organização dos níveis (chamados de superestrutura), tais como o político, o jurídico e o cultural. Capitalismo: Conflito entre as classes dominante (burguesia) e dominada (proletariado). A Burguesia domina a economia, o poder político, o aparato legal a cultura e difunde suas ideias pormeio da família, religião, escolas e comunicação social . Educação: um instrumento para formar os indivíduos segundo a mentalidade burguesa e prepará- los com as capacidades para o trabalho que atenda aos objetivos de acumulação de capital, lucro e competitividade das empresas. Por isso, a escola é um órgão responsável pela reprodução dos valores e do saber dominante e da reprodução da força de trabalho, por meio da qualificação profissional. A escola é organizada para manter a desigualdade das condições de classe. PENSAMENTO WEBERIANO (interacionista): baseado no conceito de ação social. Ele as qualificou como todas as ações humanas dotadas de sentido. Este é construído pelo ator (indivíduo ou grupo) e está relacionado ao sentido atribuído por outro( s) ator(res). Neste caso, a vida social é um conjunto complexo de interações entre indivíduos e grupos que se influenciam reciprocamente na maneira de pensar e agir. Educação como ação social: quando um professor ensina uma determinada disciplina, ele está realizando uma ação social, que tem a ver com o(s) sentido(s) construído(s) por ele e seus colegas; por sua vez, isso está relacionado ao(s) sentido(s) atribuído(s) pelos demais atores envolvidos nesse contexto: estudantes, responsáveis, patrões, governantes e população. A educação se manifesta na organização da escola, hábitos, valores etc QUESTÕES SOCIOLÓGICAS CONTEMPORÂNEAS NA EDUCAÇÃO1) Concepções funcionalistas: justificam a maneira pela qual o sistema social capitalista deve funcionar, tal como ele tem sido ao longo dos anos, e o papel que a Educação desempenha nele 2) Concepções críticas: criticam a função da escola na estrutura capitalista. Esta concepção se subdivide em: a) perspectivas reprodutivistas: Ideia de que a Escola é um fator essencial para que a estrutura social se mantenha como tal. A finalidade da escola é reproduzir a cultura e assegurar a manutenção da divisão entre as classes. b) perspectivas gramscianas: A Educação como processo de formação e conscientização dos dominados sobre a sua verdadeira condição social, para que possam, como classe. transformá-la e chegar a uma nova forma de estrutura social, que para ele seria o socialismo .c) perspectivas frankfurtianas: A Educação é pensada como um mecanismo de conformidade a tal situação, pois os indivíduos estudam para alcançar um padrão de consumo considerado invejável d) perspectivas foucaultianas: Educação é percebida como um mecanismo de produção de sujeitos para exercerem papéis que sejam considerados dóceis e úteis para o sistema social. Mas também é possível a criação de estratégias de atuação capazes de promover transformação da situação vigente 3) Concepções interacionistas: preocupam-se em centrar as análises nas interações existentes na interação entre os membros de uma comunidade e a maneira como eles constroem os significados da vida coletiva. .A NOVA SOCIOLOGIA DA EDUCAÇÃO A Nova Sociologia da Educação é uma decorrência das concepções clássicas, fazendo um certo tipo de cruzamento entre elas para tratar dos temas como o currículo, o sucesso/fracasso escolar, as identidades culturais e os papéis existentes no universo educacional. .AULA 3 - A INSTITUIÇÃO DA ESCOLA NO MUNDO MODERNO O início da era moderna é marcada pelo rompimento da humanidade com o mundo medieval. O homem passa a procurar explicações lógicas para os fenômenos da natureza, deixando a explicação preconcebida de que tudo que acontece no mundo se dá, simplesmente, pela vontade de Deus. Cresce o Antropocentrismo, ou seja, o pensamento de que o Homem é o centro do universo, e dessa forma, a busca por riquezas e conhecimento passam a permear as atividades humanas. O fortalecimento da burguesia e o enfraquecimento da nobreza vão consolidar o modo de produção capitalista e a Reforma e Contra reforma iniciam uma disputa pedagógica, espalhando colégios ao redor mundo. Logo a educação começa a ser vista como fator importante para o fortalecimento da nova forma de pensar, de produzir, de viver em sociedade. A demanda por trabalhadores para atender o modelo capitalista faz crescer o interesse do Estado em estabelecer uma escola pública, ideia que se fortalece ainda mais com a Revolução Industrial que potencializa a demanda por mão de obra qualificada, e abre de vez as portas da escola para as massas sociais. A necessidade de intervenção do Estado institucionaliza a educação e a escola se torna base fundamental para sustento da sociedade contemporânea. AULA 4 - A SOCIOLOGIA DO CONSENSO: O OTIMISMO PEDAGÓGICO E OPESSIMISMO PEDAGÓGICO O entusiasmo pela educação surge em um cenário marcado por uma demanda de redução quantitativa das taxas de analfabetismo. É um movimento onde se considera a educação como a esperança da salvação nacional, ou seja, acredita-se que todos os problemas do país podem ser resolvidos com educação. O Otimismo Pedagógico é marcado por profissionais da educação preocupados com a qualidade do ensino fixados em uma perspectiva unilateral da educação, se importam com questões pedagógicas porém, não se preocupam com a reflexão sobre questões sociais. O Realismo da Educação se preocupa tanto com a qualidade de ensino quanto às questões sociais. É formado quatro grupos: A) profissionais da educação A) profissionais da educação liberais: ênfase na qualidade do ensino e à reforma do sistema educativo, porém não absolutizam essas questões e não perderam de vista a perspectiva externa em suas análises e ações. B) Defensores de posições educativas ligadas à esquerda marxista: procuraram analisar a forma como a atuação educativa poderia contribuir para a transformação da sociedade e para a revolução proletária C) esquerdistas não marxistas: surge do intercâmbio ideológico entre cristãos e marxistas como consequência da evolução do pensamento social no seio da Igreja Católica. Deram maior importância à cultura e à educação como fatores indispensáveis para a mudança social. O principal teórico desse grupo é Paulo Freire. ESSES TRÊS GRUPOS TINHAM EM COMUM Preocupação humanista – educação como meio para a realização do homem; • Defesa da educação – obrigatória e gratuita para todos; • Preocupação em promover a participação popular nas decisões políticas tanto o caráter dessa participação quanto a forma de sua promoção variam de um grupo para o outro. D) tecnocratas da educação: provenientes principalmentedo campo da economia e seu aparecimento deve-se à tecnificação do território educacional. Esse grupo está comprometido politicamente com a ordem vigente e interessa aos seus membros saber de que modo podem fazer do sistema ou dos movimentos educacionais instrumentos eficazes de modernização, de funcionamento adequado das estruturas socioeconômicas vigentes e de fortalecimento dos grupos políticos dominantes. Na Sociologia do consenso, as teorias, apesar de suas diferenças, concordam e num ponto fundamental: não criticam o modelo educacional vigente. No Otimismo Pedagógico, por exemplo, apesar da preocupação com a qualidade do ensino, não há estímulo ao pensamento crítico. PESSIMISMO PEDAGÓGICO: é uma cabal percepção da dependência da educação em relação à sociedade. Entretanto, como na análise que desenvolvem chegam invariavelmente à conclusão de que a função própria da educação consiste na reprodução da sociedade em que ela se insere. TEORIA DO SISTEMA DE ENSINO ENTENDIDA COMO VIOLÊNCIA SIMBÓLICA: a origem social marca de maneira inevitável e irreversível a carreira escolar e, depois, a vida profissional dos indivíduos. TEORIA DA ESCOLA ENQUANTO APARELHO IDEOLÓGICO DO ESTADO: a escola constitui o instrumento mais acabado de reprodução das relações de produção de tipo capitalista. Para tanto, a escola toma para si todas as crianças de todas as classes sociais e lhes inculca, durante anos, o fio da audiência obrigatória: saberes práticos envolvidos na ideologia dominante. TEORIA DA ESCOLA DUALISTA: a escola, embora aparente ser unitária, está dividida em duas grandes redes, que correspondem à divisão da sociedade capitalista em duas classes fundamentais: a burguesia e o proletariado. A divisão social do trabalho é a responsável pelo insucesso escolar em massa da imensa maioria que inicia a escolaridade mas não consegue prosseguir. AULA 5: SOCIOLOGIA DO CONFLITO: VISÃO CRÍTICA. Denomina-se teoria do conflito, no campo da Sociologia da Educação, o conjunto de teorias que concebe a sociedade e a realidade social a partir das contradições de classe e de suas relações com a reprodução da dominação e da ideologia. Enquanto as teorias do consenso estão centradas na problemática da integração social e do equilíbrio, as teorias do conflito colocam os conflitos de classe no cerne da explicação da realidade social, na qual se circunscreve o espaço da educação.Para as primeiras teorias (as do consenso), o conceito- chave é o de ordem, enquanto para as teorias do conflito é o de controle .REPRODUÇÃO SOCIAL consegue prosseguir. Ideologia e aparelhos ideológicos de Estado (AIE) - Louis Althusser Interpretação política e marxista da escola. Reprodução das relações de produção capitalistas. Sociedade constituída por duas instâncias: Infra-estrutura (base econômica) e superestrutura (jurídico-político + ideologia), como um prédio de dois andares. A superestrutura não pode sustentar-se por si só. O primeiro aparelho (ou primeiro andar =jurídico - político) ocupa-se em conservar o poder político de forma direta, ou seja, o direito de coerção - utilizar a violência, quando necessário. Já os aparelhos ideológicos do Estado(AIE) são integrados a um conjunto de instituições: Religioso, escolar, familiar, jurídico(pertence aos dois aparelhos), político (nos diferentes partidos), sindical, de informação(imprensa, tv etc.) e cultural. Todos os aparelhos funcionam mediante, em primeiro lugar, a ideologia e, em segundo lugar, repressão. A diferença entre os dois aparelhos está no peso diferente em que atribuem à violência e repressão.), sindical, de informação(imprensa, tv etc.) e cultural. Todos os aparelhos funcionam mediante, em primeiro lugar, a ideologia e, em segundo lugar, repressão. A diferença entre os dois aparelhos está no peso diferente em que atribuem à violência e repressão. A escola como Aparelho Ideológico de Estado, passa a desempenhar uma função prioritária na manutenção das relações sociais e econômicas existentes. A instituição educativa é, de todos os aparelhos ideológicos de Estado, aquele que cumpre a função dominante na reprodução das relações de exploração capitalistas, já que é, além disso, o que dispõe demais anos de audiência obrigatória e, inclusivamente, gratuita para a totalidade das criança se jovens da sociedade. A escola é vista como uma “caixa negra” onde na realidade não se passa nada; tudo segue uma linearidade perfeita; não existem verdadeiras possibilidades de analisar e modificar esses objetivos e conteúdos da educação. A escola, como tal, não pode contribuir em nada na luta pela transformação das estruturas de produção e das relações sociais existentes. No pensamento althusseriano, é muito difícil o aparecimento deum pensamento e de práticas contra hegemônicas, caindo assim num determinismo debase econômica. Segundo Althusser, a manutenção do atual sistema de produção e das relações de poder depende tanto do uso da força quanto do uso da ideologia. Assim, a produção das condições de produção baseia-se na produção de valores que sustentam as relações de produção, no uso da força e da ideologia, que apóiam as classes dominantes em todos os espaços de controle e na produção do conhecimento e das habilidades importantes para as formas específicas de trabalho TEORIA DA CORRESPONDÊNCIA - Samuel Bowles e Herber Gintis Ênfase na importância política do currículo oculto, especialmente da forma do currículo como recurso para a reprodução, coesão e estabilidade das relações sociais de produção e distribuição. Defendem um maior radicalismo político. Não aceitam mudanças parciais ou progressivas. Com isso, apoiam um movimento socialista revolucionário nos Estados Unidos por considerar uma alternativa socialista capaz de proporcionar o único acesso a um futuro progresso real em termos de justiça, libertação pessoal e bem-estar social. A teoria da correspondência, postulada por Bowles e Gintis, parte do argumento de que ospadrões hierarquicamente estruturados de valores, normas e habilidades, característicosdas sociedades capitalistas, refletem-se na dinâmica social do cotidiano da escola. Asrelações sociais estabelecidas na escola inculcam nos estudantes as atitudes e disposiçõesnecessárias para a ocultação dos imperativos da lógica do capital, de analisar e modificar esses objetivos e conteúdos da educação. A escola, como tal, nãopode contribuir em nada na luta pela transformação das estruturas de produção e dasrelações sociais existentes. No pensamento althusseriano, é muito difícil o aparecimento deum pensamentoe de práticas contra-hegemônicas, caindo assim num determinismo debase econômica.Segundo Althusser, a manutenção do atual sistema de produção e das relações de poderdepende tanto do uso da força quanto do uso da ideologia. Assim, a produção dascondições de produção baseia-se na produção de valores que sustentam as relações deprodução, no uso da força e da ideologia, que apóiam as classes dominantes em todos osespaços de cont role e na produção do conhecimento e das habilidades importantes para asformas específicas de trabalho. justiça, libertação pessoal e bem-estar social.A teoria da correspondência, postulada por Bowles e Gintis, parte do argumento de que ospadrões hierarquicamente estruturados de valores, normas e habilidades, característicosdas sociedades capitalistas, refletem-se na dinâmica social do cotidiano da escola. Asrelações sociais estabelecidas na escola inculcam nos estudantes as atitudes e disposiçõesnecessárias para a ocultação dos imperativos da lógica do capital. REPRODUÇÃO CULTURAL - Pierre BourdieuAs sociedades humanas est ão divididas de forma hierárquica em classes e est ahierarquização se mantém e perpetua através da violência simbólica. Violência simbólica. É uma forma de coação que se apoia no reconhecimento de umaimposição determinada, seja esta econômica, social, cultural, institucional ou simbólica. A violência simbólica se funda na fabricação contínua de crenças no processo desocialização, que induzem o i ndivíduo a se posicionar no espaço social seguindocritérios e padrões do discurso dominante . Devido a esse conhecimento do discursodominante, a violência simbólica é manifestação desse conhecimento at ravés doreconhecimento da legitimi dade desse discurso dominante . Para Bourdieu, a violênciasimbólica é o meio de exercício do poder simbólico.O processo de socialização vai criar em cada pessoa um habitus. Este é produto de umainteriorização de princípios da cultura dominante, das suas categorias de percepção e deapreciação da realidade e vai ter efeitos reprodutores. O habitus se constrói atr avés de umprocesso educativo e constitui a garantia da sobrevivência de uma culturaA teoria da r eprodução cultural, elaborada por Bourdieu e Passeron, começa com opressuposto de que a estratificação das sociedades e as configurações ideológicas emateriais nas quais elas se sustentam estão mediadas e são reproduzidas através do queeles chamam de violência simbólica. Assim, a educação é concebida como uma relevanteforça social e política no processo de reprodução das classes, já que se coloca comotransmissora neutra dos benefícios da cultura dominante, permitindo que as escolaspromovam a desigualdade em nome da justiça e da objetividade. violência simbólica se funda na fabricação contínua de crenças no processo desocialização, que induzem o i ndivíduo a se posicionar no espaço social seguindocritérios e padrões do discurso dominante . Devido a esse conhecimento do discursodominante, a violência simbólica é manifestação desse conhecimento at ravés doreconhecimento da legitimi dade desse discurso dominante . Para Bourdieu, a violênciasimbólica é o meio de exercício do poder simbólico.O processo de socialização vai criar em cada pessoa um habitus. Este é produto de umainteriorização de princípios da cultura dominante, das suas categorias de percepção e deapreciação da realidade e vai ter efeitos reprodutores. O habitus se constrói atr avés de umprocesso educativo e constitui a garantia da sobrevivência de uma culturaA teoria da r eprodução cultural, elaborada por Bourdieu e Passeron, começa com opressuposto de que a estratificação das sociedades e as configurações ideológicas emateriais nas quais elas se sustentam estão mediadas e são reproduzidas através do queeles chamam de violência simbólica. Assim, a educação é concebida como uma relevanteforça social e política no processo de reprodução das classes, já que se coloca comotransmissora neutra dos benefícios da cultura dominante, permitindo que as escolaspromovam a desigualdade em nome da justiça e da objetividade. AULA 6: A RELAÇÃO HEGEMONIA IDEOLOGIA E PODER NA EDUCAÇÃO IIDEOLOGIA::Destutt de Tracy: Ele preocupou-se com a elaboração de uma ciência sobre a origem e asleis de f ormação das idéias, queria explicar a relação entre o corpo humano e o meioambiente, mostrando como esta relação constrói idéias. Ele pretendia revelar amaterialidade das idéias, acreditando que essa revelação produzisse um conhecimentoverdadeiro e universal da natureza humana. Auguste Comte: analisa a ideologia sob dois ângulos: 1º - como uma atividade filosófico-científica, que estuda a f ormação das idéias, observandoas relações entre o corpo humano e o meio ambiente, por meio das sensações, 2º - como o conjunto de idéias de uma época, ou melhor, o conjunto de opiniões de umaépoca ou das idéias dos pensadores de uma época Émile Durkheim: “noções vulgares ou fantasmas que o pensador acolhe porque f azemparte de toda a tradição social onde está inserido”. Defende a ideologia como uma pré-noção, uma concepção pré-científica. Hegel: preocupar-se-á em discutir a relação entre as idéias e a história, entre oconhecimento e o mundo. Sua questão fundamental era a relação entre o real e o racional. Marx: “não é a consciência que determina a vida, mas é a vida que determina aconsciência”. Marx diz que devemos considerar a historicidade de nossa consciência e dasidéias, mostrando que as produções da consciência estão vinculadas, mesmo queindiretamente, à produção material.Gramsci: seguirá o pensamento marxista, ou seja, não considerará a ideologia como f alsaconsciência. Para Gramsci, a ideologia está inserida no complexoinfra- estrutura/superestrutura. Uma ideologia pode cont ribuir para a consolidação outransformação de uma estrutura. (ideologia dominante Émile Durkheim: “noções vulgares ou fantasmas que o pensador acolhe porque f azemparte de toda a tradição social onde está inserido”. Defende a ideologia como uma pré-noção, uma concepção pré-científica. Hegel: preocupar-se-á em discutir a relação entre as idéias e a história, entre oconhecimento e o mundo. Sua questão fundamental era a relação entre o real e o racional. Marx: “não é a consciência que determina a vida, mas é a vida que determina aconsciência”. Marx diz que devemos considerar a historicidade de nossa consciência e dasidéias, mostrando que as produções da consciência estãovinculadas, mesmo queindiretamente, à produção material.Gramsci: seguirá o pensamento marxista, ou seja, não considerará a ideologia como f alsaconsciência. Para Gramsci, a ideologia está inserida no complexoinfra- estrutura/superestrutura. Uma ideologia pode cont ribuir para a consolidação outransformação de uma estrutura. (ideologia dominante)Louis Althusser: Metáfora do edifício. A ideologia e a política são consideradas níveis dasuperestrutura de uma formação social.Constatamos que o estudo sobre a ideologia t em como eixos fundamentais a relaçãoentre as idéias produzidas pelos homens e o contexto social e histórico e o grau deconsciência que temos da realidade que está à nossa volta HEGEMONIA, PODER E EDUCAÇÃO - Lênin e GramsciConclui-se que para (a classe dominante) realizar a hegemonia (ideológica) é necessário oconsenso, o convencimento e, portanto, a ideologia é fundamental no processo deconstrução de hegemonia. Q uando uma classe social domina apenas na base da coerção,da repressão, ela é dominante, mas não hegemônica.A hegemonia é ao mesmo tempo o conjunto de domínio e direção exercido por uma classesocial.A hegemonia trabalha com a persuasão, por isso é necessário estabelecer mecanismos eestratégias na sociedade que permitam construir a hegemonia. A classe dominante t ende a imprimir uma direção cultural e ideológica no context o sociocultural, seus intelectuaiselaboram um sistema de idéias que t em um forte poder de convencimento, por isso éfundamental que as classes dominadas organizem e sistematizem a sua visão de mundopara que não permaneçam desestruturadas e passivas. Elas devem lutar para construiruma nova hegemonia. O processo educacional é fundamental para manter ou construir uma novahegemonia.. AULA 7: A RELAÇÃO HEGEMONIA IDEOLOGIA E PODER NA EDUCAÇÃO II Destutt de Tracy, criador do conceito de ideologia, f oi um dos responsáveis pelo Instituto deFrança, entidade que tinha como missão difundir os ideais do Iluminismo. Ele defende anecessidade de uma nova ciência das idéias, uma ideologia, que seria a base de todas asoutras ciências. A necessidade deste novo conceito anda a par com a necessidade deexplicar a forma como se constroem as nossas ideias. Antoine Destutt de Tracy defende que as nossas idéias se baseiam em sensações físicas, pelo que podem ser estudadas deforma empírica, com os métodos próprios da ciência, com o que as parcialidades e as idéias preconcebidas poderiam ser eliminadas. É através da investigação que podemos ficar asaber que essas idéias têm origem nas necessidades e nos desejos humanos. Essasnecessidades e, consequentemente, essas idéias deverão constituir o fundamento daestrutura das leis reguladoras da sociedade. imprimir uma direção cultural e ideológica no context o sociocultural, seus intelectuaiselaboram um sistema de idéias que t em um forte poder de convencimento, por isso éfundamental que as classes dominadas organizem e sistematizem a sua visão de mundopara que não permaneçam desestruturadas e passivas. Elas devem lutar para construiruma nova hegemonia. O processo educacional é fundamental para manter ou construir uma novahegemonia. Filosofia Alemã: Hegel - as ideias dominantes são relativas pois dependem de contextoshistóricos e estão sujeitas a modificações. Marx ( discípulo de Hegel) - As ideias sociais e políticas se transformam de acordo com asdinâmicas da r elação entre as classes sociais de cada país. Para Marx, ideologia é umsistema elaborado de representações ou de idéias da vida em sociedade (consciência doshomens) que se manifesta de forma invertida, porque elas não representam a consciênciada maioria das pessoas, mas de uma classe social predominante (minoria detentora dopoder). Dessa forma, as relações dos homens com o mundo aparecem como ilusão, comomentira, como sonho, porque elas estão em oposição ao mundo real, às condiçõesmateriais da vida. A ideologia tem aqui o sentido de mascaramento da real idade oude formação da realidade aparecem de forma invertida? 3. Comente o conceito de ideologia elaborado por Chauí (1985). 4. Cite uma função da ideologia. 5. Qual é o papel da crítica da ideologia? 6. Comente o conceito de hegemonia ideológica elaborado por Gramsci.1 - Destutt de Tracy, criador do conceito de ideologia, f oi um dos responsáveis pelo Institutode Fr ança, entidade que t inha como missão difundir os ideais do Iluminismo. Ele defende anecessidade de uma nova ciência das idéias, uma ideologia, que seria a base de todas asoutras ciências. A necessidade deste novo conceito anda a par com a necessidade deexplicar a forma como se constroem as nossas ideias. 2 - Para Marx, ideologia é um sistema elaborado de representações ou de idéias da vida emsociedade (consciência dos homens) que se manifesta de forma invertida, porque elas nãorepresentam a consciência da maioria das pessoas, mas de uma classe socialpredominante, ou seja, da minoria detentora do poder. 3 - A ideologia é um conjunto de ideias, valores, normas ou regras que indicam como osmembros de uma sociedade devem pensar e agir. Sua função, é dar aos membros dasociedade uma explicação r acional para as diferenças sociais, políticas e culturais, porém,sem jamais atribuir tais diferenças à divisão da sociedade, pelo contrár io, a ideologia deveapagar as diferenças entre as classes e fornecer aos membros da sociedade um sentimentode identidade social. Em sí ntese, a ideologia possui o sentido de mascarament o darealidade ou def ormação da realidade para que o trabalhador não perceba a real situaçãoque se encontra. 4 - A função da ideologia é manter e justificar as estruturas sociais existentes. 5 - Cabe à crítica da ideologia desmascarar os processos de formação de idéias e depensamentos mostrando as suas raízes e causas histórico-sociais .6 - O objetivo da hegemonia é reproduzir no plano ideológico as condições para adominação de classe e para a perpetuação das relações sociais de produção e distribuição. A hegemonia acontece quando a classe dominadora conquista o consenso da classe dominada. Porém o conceito de hegemonia ideológica não exclui a possibilidade de geraruma contra-hegemonia.