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FUNDAMENTOS DA EDUCAÇÃO IV 2023.1 - Resumo Aulas 
1 a 7 
AULA 1 - SOCIOLOGIA E SENSO COMUM Senso comum: 
É o conhecimento baseado em observações da realidade 
cujos Fundamentos são as experiências subjetivas, o saber 
imediato, conhecimentos cotidianos acumulados, socialização 
dos indivíduos, tradição, crenças e mitos. A Sociologia é um 
campo de conhecimento científico que tem como 
objetivo compreender os fenômenos sociais, os indivíduos e suas 
formas de coesão social; examinar as estruturas sociais 
(organizações, comunidades); identificar as categorias 
sociais (classe, gênero, raça), as instituições (parentesco, 
economia, política e religião). 
 Compreender como essas forças sociais formam nossas 
vidas, especialmente aquelas que afetam nossa consciência 
ou ignorância, nossas atitudes, ações e oportunidades é o objetivo 
principal da Sociologia. 
SENSO COMUM:1. Visões do senso comum são 
frequentemente baseadas nas experiências imediatas 
elimitadas das pessoas. Por exemplo: as pessoas podem 
perceber um aumento na criminalidade baseadas em suas 
experiências pessoais com o problema da violência. Um 
familiar assaltado, um parente assassinado, uma vizinha ameaçada 
por traficantes. 
2. Visões do senso comum são frequentemente mutantes, 
simples e podem refletir algum grau de preconceito. Por 
exemplo: os mendigos são um perigo para a sociedade 
e devem ser retirados da rua. 
3. Visões do senso comum tendem a refletir tradições e 
convenções sociais e em muitos casos resistir às 
mudanças sociais. Por exemplo: as crianças serão melhor 
formadas se suas mães conservam a estrutura de família 
nuclear ou as empregadas domésticas de crença protestante 
são mais honestas. 
4. Visões do senso comum quase sempre se baseiam 
em estereótipos que são reforçados pela mídia. Por exemplo: 
a maioria dos assaltantes é de cor preta. 
5. Visões do senso comum tendem a enfatizar explicações 
individualistas e naturalizadas do comportamento. Por 
exemplo: estudantes com desempenho ruim na escola são 
rebeldes encarecem de inteligência 
6. Visões de senso comum carecem de verificação e validade 
científica. 
SOCIOLOGIA:1. Visões sociológicas são baseadas em 
rigorosa pesquisa e em evidências. Podem ser baseadas 
em pesquisa quantitativa ou qualitativa. Por exemplo: 
 1) o relatório do IPEA (Instituto de pesquisa Econômica 
Apliacada) sobre as desigualdades sociais faz uso de 
estatísticas oficiais sobre níveis de desigualdade entre os 
mais ricos e os mais pobres na sociedade brasileira. 
 2) professores da UFRJ identificaram, através de entrevistas 
informais com estudantes de universidades públicas, um 
alto índice de rejeição à privatização do ensino público.2. 
Visões sociológicas são baseadas em teorias que 
informam algumas conclusões complexas. Por exemplo: os 
funcionalistas acreditam que a religião é a maior 
agência dessocialização para a transmissão de normas e valores 
morais. 
3. As abordagens sociológicas sobre conflito podem 
muitas vezes estimular a mudança social. Por exemplo: 
 1) marxistas ressaltam o conflito de classes baseado na 
exploração do proletariado pela burguesia. Marx 
argumentava que a classe trabalhadora deveria se unir 
para derrotar a classe dominante. 2) feministas radicais 
levantam sérias críticas às sociedades patriarcais que 
pressionam e exploram as mulheres, sugerindo que essas 
sociedades devam ser radicalmente mudadas. 4. Visões 
sociológicas desafiam os estereótipos. Por exemplo: 
sociólogos que estudam violência nos Estados Unidos 
reconhecem que alguns negros roubam por razões 
econômicas. Contudo, eles também sugerem que o 
fenômeno da criminalidade entre os negros tem sido 
exagerado e ampliado pelas agências de controle social, 
pela mídia e pela polícia. 
5. Visões sociológicas sugerem que poderosas forças 
sociais explicam o comportamento humano. Por exemplo: 
Durkheim acreditava que o suicídio ocorria devido a muito 
pouco ou ao exagerado constrangimento imposto ao indivíduo 
pela sociedade 
.6; Visões sociológicas baseadas em dados quantitativos são em 
geral altamente confiáveis. Por exemplo: dados do I BGE 
sobre população estão baseados em entrevistas que 
cobrem quase a totalidade dos domicílios brasileiros. 
CONCLUSÃO: Ao contrário do senso comum, podemos 
pensar que o saber sociológico possui disciplina, natureza 
científica, regras de verificação, conceitos, estatísticas e um 
quadro de referências com limites rigorosos. É a partir 
desse complexo repertório metodológico e do controle de 
preconceitos e de preferências pessoais que o sociólogo 
compreende o mundo e se diferencia da compreensão que o 
senso comum tem desse mesmo mundo. 
AULA 2: SOCIOLOGIA DA EDUCAÇÃO Quando a 
Sociologia surgiu, no século XIX, herdou a influência do 
pensamento do francês Auguste Comte: Positivismo. 
Dispensa crenças e religião, a verdade é apenas o que 
pode ser comprovado com dados extraídos da realidade 
de forma empírica através de argumentação lógica. Trindade 
divina da Sociologia: Durkheim + Marx + Weber 
 O PENSAMENTO DURKHEIMNIANO (Funcionalismo): 
A Ciência Social deve estudar os “fatos sociais”, isto é, 
o conjunto de ações e relações que são criadas 
coletivamente e impõem aos indivíduos uma coerção. A 
vida social é regida por normas e padrões que existem 
de acordo com as necessidades e interesses coletivos. 
Há preponderância do coletivo sobre o individual. 
Conceitos como moral, a religião, o casamento, a 
justiça, apolítica, a educação e o trabalho. Educação: como 
parte do processo de socialização dos indivíduos e 
grupos, assumindo as formas de comportamento social 
previstas pela ordem estabelecida e fazendo com que 
cada um seja parte de um todo organicamente 
estruturado. Em consequência, temos o desempenho de 
papéis como funções sociais que são representados por 
nós, tais como os de professor, aluno, pai, mãe, etc. 
Sendo assim, a educação contribui para a adaptação do 
indivíduo na sociedade 
PENSAMENTO MARXISTA (crítica): Está baseada nas 
relações de produção, que ele entendia como fundamentais 
e determinantes. Isso significa dizer que a maneira pela 
qual os homens organizam a produção econômica 
(produção, distribuição e consumo), a fim de satisfazer as 
suas necessidades básicas, cria a infraestrutura do edifício 
social e influencia a organização dos níveis (chamados de 
superestrutura), tais como o político, o jurídico e o 
cultural. Capitalismo: Conflito entre as classes dominante 
(burguesia) e dominada (proletariado). A Burguesia domina 
a economia, o poder político, o aparato legal a cultura 
e difunde suas ideias pormeio da família, religião, escolas e 
comunicação social . Educação: um instrumento para formar 
os indivíduos segundo a mentalidade burguesa e prepará-
los com as capacidades para o trabalho que atenda aos 
objetivos de acumulação de capital, lucro e 
competitividade das empresas. Por isso, a escola é um 
órgão responsável pela reprodução dos valores e do saber 
dominante e da reprodução da força de trabalho, por 
meio da qualificação profissional. A escola é organizada 
para manter a desigualdade das condições de classe. 
PENSAMENTO WEBERIANO (interacionista): baseado no 
conceito de ação social. Ele as qualificou como todas as 
ações humanas dotadas de sentido. Este é construído 
pelo ator (indivíduo ou grupo) e está relacionado ao 
sentido atribuído por outro( s) ator(res). Neste caso, a 
vida social é um conjunto complexo de interações entre 
indivíduos e grupos que se influenciam reciprocamente na 
maneira de pensar e agir. Educação como ação social: quando 
um professor ensina uma determinada disciplina, ele está 
realizando uma ação social, que tem a ver com o(s) 
sentido(s) construído(s) por ele e seus colegas; por sua 
vez, isso está relacionado ao(s) sentido(s) atribuído(s) 
pelos demais atores envolvidos nesse contexto: estudantes, 
responsáveis, patrões, governantes e população. A educação se 
manifesta na organização da escola, hábitos, valores etc 
QUESTÕES SOCIOLÓGICAS CONTEMPORÂNEAS NA 
EDUCAÇÃO1) Concepções funcionalistas: justificam a 
maneira pela qual o sistema social capitalista deve 
funcionar, tal como ele tem sido ao longo dos anos, e 
o papel que a Educação desempenha nele 
2) Concepções críticas: criticam a função da escola na 
estrutura capitalista. Esta concepção se subdivide em: a) 
perspectivas reprodutivistas: Ideia de que a Escola é um 
fator essencial para que a estrutura social se mantenha 
como tal. A finalidade da escola é reproduzir a cultura 
e assegurar a manutenção da divisão entre as classes. b) 
perspectivas gramscianas: A Educação como processo de 
formação e conscientização dos dominados sobre a sua 
verdadeira condição social, para que possam, como 
classe. 
transformá-la e chegar a uma nova forma de estrutura 
social, que para ele seria o socialismo .c) perspectivas 
frankfurtianas: A Educação é pensada como um 
mecanismo de conformidade a tal situação, pois os 
indivíduos estudam para alcançar um padrão de consumo 
considerado invejável 
d) perspectivas foucaultianas: Educação é percebida como 
um mecanismo de produção de sujeitos para exercerem 
papéis que sejam considerados dóceis e úteis para o 
sistema social. Mas também é possível a criação de 
estratégias de atuação capazes de promover transformação 
da situação vigente 3) Concepções interacionistas: 
preocupam-se em centrar as análises nas interações 
existentes na interação entre os membros de uma 
comunidade e a maneira como eles constroem os 
significados da vida coletiva. 
.A NOVA SOCIOLOGIA DA EDUCAÇÃO A Nova Sociologia 
da Educação é uma decorrência das concepções clássicas, 
fazendo um certo tipo de cruzamento entre elas para 
tratar dos temas como o currículo, o sucesso/fracasso 
escolar, as identidades culturais e os papéis existentes 
no universo educacional. 
.AULA 3 - A INSTITUIÇÃO DA ESCOLA NO MUNDO 
MODERNO O início da era moderna é marcada pelo 
rompimento da humanidade com o mundo medieval. O 
homem passa a procurar explicações lógicas para os 
fenômenos da natureza, deixando a explicação 
preconcebida de que tudo que acontece no mundo se 
dá, simplesmente, pela vontade de Deus. Cresce o 
Antropocentrismo, ou seja, o pensamento de que o 
Homem é o centro do universo, e dessa forma, a 
busca por riquezas e conhecimento passam a permear as 
atividades humanas. O fortalecimento da burguesia e o 
enfraquecimento da nobreza vão consolidar o modo de 
produção capitalista e a Reforma e Contra reforma iniciam 
uma disputa pedagógica, espalhando colégios ao redor 
mundo. Logo a educação começa a ser vista como fator 
importante para o fortalecimento da nova forma de 
pensar, de produzir, de viver em sociedade. A demanda 
por trabalhadores para atender o modelo capitalista faz 
crescer o interesse do Estado em estabelecer uma escola 
pública, ideia que se fortalece ainda mais com a 
Revolução Industrial que potencializa a 
demanda por mão de obra qualificada, e abre de vez 
as portas da escola para as massas sociais. A 
necessidade de intervenção do Estado institucionaliza a 
educação e a escola se torna base fundamental para sustento 
da sociedade contemporânea. 
 AULA 4 - A SOCIOLOGIA DO CONSENSO: O 
OTIMISMO PEDAGÓGICO E OPESSIMISMO 
PEDAGÓGICO O entusiasmo pela educação surge em um 
cenário marcado por uma demanda de redução quantitativa 
das taxas de analfabetismo. É um movimento onde se 
considera a educação como a esperança da salvação 
nacional, ou seja, acredita-se que todos os problemas do 
país podem ser resolvidos com educação. O Otimismo 
Pedagógico é marcado por profissionais da educação 
preocupados com a qualidade do ensino fixados em uma 
perspectiva unilateral da educação, se importam com 
questões pedagógicas porém, não se preocupam com a reflexão 
sobre questões sociais. O Realismo da Educação se preocupa 
tanto com a qualidade de ensino quanto às questões sociais. É 
formado quatro grupos: 
A) profissionais da educação 
A) profissionais da educação liberais: ênfase na qualidade 
do ensino e à reforma do sistema educativo, porém não 
absolutizam essas questões e não perderam de vista a 
perspectiva externa em suas análises e ações. 
B) Defensores de posições educativas ligadas à esquerda 
marxista: procuraram analisar a forma como a atuação 
educativa poderia contribuir para a transformação da 
sociedade e para a revolução proletária 
C) esquerdistas não marxistas: surge do intercâmbio 
ideológico entre cristãos e marxistas como consequência 
da evolução do pensamento social no seio da Igreja 
Católica. Deram maior importância à cultura e à 
educação como fatores indispensáveis para a mudança 
social. O principal teórico desse grupo é Paulo Freire. 
ESSES TRÊS GRUPOS TINHAM EM COMUM 
Preocupação humanista – educação como meio para a realização 
do homem; 
 • Defesa da educação – obrigatória e gratuita para todos; 
 • Preocupação em promover a participação popular nas 
decisões políticas tanto o caráter dessa participação quanto 
a forma de sua promoção variam de um grupo para o 
outro. 
D) tecnocratas da educação: provenientes principalmentedo 
campo da economia e seu aparecimento deve-se à 
tecnificação do território educacional. Esse grupo está 
comprometido politicamente com a ordem vigente e 
interessa aos seus membros saber de que modo podem 
fazer do sistema ou dos movimentos educacionais 
instrumentos eficazes de modernização, de funcionamento 
adequado das estruturas socioeconômicas vigentes e de 
fortalecimento dos grupos políticos dominantes. Na Sociologia 
do consenso, as teorias, apesar de suas diferenças, 
concordam e num ponto fundamental: não criticam o 
modelo educacional vigente. No Otimismo Pedagógico, por 
exemplo, apesar da preocupação com a qualidade do 
ensino, não há estímulo ao pensamento crítico. 
PESSIMISMO PEDAGÓGICO: é uma cabal percepção da 
dependência da educação em relação à sociedade. 
Entretanto, como na análise que desenvolvem chegam 
invariavelmente à conclusão de que a função própria da 
educação consiste na reprodução da sociedade em que ela se 
insere. 
TEORIA DO SISTEMA DE ENSINO ENTENDIDA 
COMO VIOLÊNCIA SIMBÓLICA: a origem social marca 
de maneira inevitável e irreversível a carreira escolar e, depois, 
a vida profissional dos indivíduos. 
TEORIA DA ESCOLA ENQUANTO APARELHO 
IDEOLÓGICO DO ESTADO: a escola constitui o 
instrumento mais acabado de reprodução das relações de 
produção de tipo capitalista. Para tanto, a escola toma para si 
todas as crianças de todas as classes sociais e lhes inculca, 
durante anos, o fio da audiência obrigatória: saberes 
práticos envolvidos na ideologia dominante. 
TEORIA DA ESCOLA DUALISTA: a escola, embora 
aparente ser unitária, está dividida em duas grandes redes, 
que correspondem à divisão da sociedade capitalista em 
duas classes fundamentais: a burguesia e o proletariado. A 
divisão social do trabalho é a responsável pelo insucesso 
escolar em massa da imensa maioria que inicia a 
escolaridade mas não consegue prosseguir. 
AULA 5: SOCIOLOGIA DO CONFLITO: VISÃO CRÍTICA. 
Denomina-se teoria do conflito, no campo da Sociologia da 
Educação, o conjunto de teorias que concebe a sociedade e a 
realidade social a partir das contradições de classe e de suas 
relações com a reprodução da dominação e da ideologia. 
Enquanto as teorias do consenso estão centradas na problemática 
da integração social e do equilíbrio, as teorias do conflito 
colocam os conflitos de classe no cerne da explicação 
da realidade social, na qual se circunscreve o espaço da 
educação.Para as primeiras teorias (as do consenso), o 
conceito- chave é o de ordem, enquanto para as teorias do 
conflito é o de controle 
.REPRODUÇÃO SOCIAL consegue prosseguir. Ideologia e 
aparelhos ideológicos de Estado (AIE) - Louis Althusser 
Interpretação política e marxista da escola. Reprodução 
das relações de produção capitalistas. Sociedade constituída 
por duas instâncias: Infra-estrutura (base econômica) e 
superestrutura (jurídico-político + ideologia), como um 
prédio de dois andares. A superestrutura não pode 
sustentar-se por si só. O primeiro aparelho (ou primeiro 
andar =jurídico - político) ocupa-se em conservar o 
poder político de forma direta, ou seja, o direito de 
coerção - utilizar a violência, quando necessário. Já os 
aparelhos ideológicos do Estado(AIE) são integrados a 
um conjunto de instituições: Religioso, escolar, familiar, 
jurídico(pertence aos dois aparelhos), político (nos 
diferentes partidos), sindical, de informação(imprensa, tv 
etc.) e cultural. Todos os aparelhos funcionam mediante, 
em primeiro lugar, a ideologia e, em segundo lugar, 
repressão. A diferença entre os dois aparelhos está no peso 
diferente em que atribuem à violência e repressão.), sindical, de 
informação(imprensa, tv etc.) e cultural. Todos os 
aparelhos funcionam mediante, em primeiro lugar, a 
ideologia e, em segundo lugar, repressão. A diferença entre 
os dois aparelhos está no peso diferente em que atribuem à 
violência e repressão. A escola como Aparelho Ideológico de 
Estado, passa a desempenhar uma função prioritária na 
manutenção das relações sociais e econômicas existentes. 
A instituição educativa é, de todos os aparelhos 
ideológicos de Estado, aquele que cumpre a função 
dominante na reprodução das relações de exploração 
capitalistas, já que é, além disso, o que dispõe demais 
anos de audiência obrigatória e, inclusivamente, gratuita para a 
totalidade das criança se jovens da sociedade. A escola é 
vista como uma “caixa negra” onde na realidade não se 
passa nada; tudo segue uma linearidade perfeita; não 
existem verdadeiras possibilidades de analisar e modificar 
esses objetivos e conteúdos da educação. A escola, 
como tal, não pode contribuir em nada na luta pela 
transformação das estruturas de produção e das relações 
sociais existentes. No pensamento althusseriano, é muito 
difícil o aparecimento deum pensamento e de práticas 
contra hegemônicas, caindo assim num determinismo 
debase econômica. Segundo Althusser, a manutenção do 
atual sistema de produção e das relações de poder 
depende tanto do uso da força quanto do uso da 
ideologia. Assim, a produção das condições de produção 
baseia-se na produção de valores que sustentam as 
relações de produção, no uso da força e da ideologia, 
que apóiam as classes dominantes em todos os espaços 
de controle e na produção do conhecimento e das habilidades 
importantes para as formas específicas de trabalho 
TEORIA DA CORRESPONDÊNCIA - Samuel Bowles e Herber 
Gintis Ênfase na importância política do currículo oculto, 
especialmente da forma do currículo como recurso para a 
reprodução, coesão e estabilidade das relações sociais de 
produção e distribuição. Defendem um maior radicalismo 
político. Não aceitam mudanças parciais ou progressivas. 
Com isso, apoiam um movimento socialista 
revolucionário nos Estados Unidos por considerar uma 
alternativa socialista capaz de proporcionar o único acesso a um 
futuro progresso real em termos de justiça, libertação pessoal e 
bem-estar social. A teoria da correspondência, postulada por 
Bowles e Gintis, parte do argumento de que ospadrões 
hierarquicamente estruturados de valores, normas e 
habilidades, característicosdas sociedades capitalistas, 
refletem-se na dinâmica social do cotidiano da escola. 
Asrelações sociais estabelecidas na escola inculcam nos 
estudantes as atitudes e disposiçõesnecessárias para a ocultação 
dos imperativos da lógica do capital, de analisar e modificar 
esses objetivos e conteúdos da educação. A escola, 
como tal, nãopode contribuir em nada na luta pela 
transformação das estruturas de produção e dasrelações 
sociais existentes. No pensamento althusseriano, é muito 
difícil o aparecimento deum pensamentoe de práticas 
contra-hegemônicas, caindo assim num determinismo 
debase econômica.Segundo Althusser, a manutenção do 
atual sistema de produção e das relações de 
poderdepende tanto do uso da força quanto do uso da 
ideologia. Assim, a produção dascondições de produção 
baseia-se na produção de valores que sustentam as 
relações deprodução, no uso da força e da ideologia, 
que apóiam as classes dominantes em todos osespaços 
de cont role e na produção do conhecimento e das habilidades 
importantes para asformas específicas de trabalho. justiça, 
libertação pessoal e bem-estar social.A teoria da 
correspondência, postulada por Bowles e Gintis, parte do 
argumento de que ospadrões hierarquicamente estruturados 
de valores, normas e habilidades, característicosdas 
sociedades capitalistas, refletem-se na dinâmica social do 
cotidiano da escola. Asrelações sociais estabelecidas na 
escola inculcam nos estudantes as atitudes e 
disposiçõesnecessárias para a ocultação dos imperativos da lógica 
do capital. REPRODUÇÃO CULTURAL - Pierre BourdieuAs 
sociedades humanas est ão divididas de forma hierárquica 
em classes e est ahierarquização se mantém e perpetua através 
da violência simbólica. Violência simbólica. É uma forma 
de coação que se apoia no reconhecimento de 
umaimposição determinada, seja esta econômica, social, 
cultural, institucional ou simbólica. A violência simbólica 
se funda na fabricação contínua de crenças no processo 
desocialização, que induzem o i ndivíduo a se posicionar 
no espaço social seguindocritérios e padrões do discurso 
dominante . Devido a esse conhecimento do 
discursodominante, a violência simbólica é manifestação 
desse conhecimento at ravés doreconhecimento da legitimi 
dade desse discurso dominante . Para Bourdieu, a 
violênciasimbólica é o meio de exercício do poder simbólico.O 
processo de socialização vai criar em cada pessoa um 
habitus. Este é produto de umainteriorização de 
princípios da cultura dominante, das suas categorias de 
percepção e deapreciação da realidade e vai ter efeitos 
reprodutores. O habitus se constrói atr avés de 
umprocesso educativo e constitui a garantia da sobrevivência de 
uma culturaA teoria da r eprodução cultural, elaborada por 
Bourdieu e Passeron, começa com opressuposto de que 
a estratificação das sociedades e as configurações 
ideológicas emateriais nas quais elas se sustentam estão 
mediadas e são reproduzidas através do queeles chamam 
de violência simbólica. Assim, a educação é concebida 
como uma relevanteforça social e política no processo 
de reprodução das classes, já que se coloca 
comotransmissora neutra dos benefícios da cultura 
dominante, permitindo que as escolaspromovam a 
desigualdade em nome da justiça e da objetividade. 
violência simbólica se funda na fabricação contínua de 
crenças no processo desocialização, que induzem o i 
ndivíduo a se posicionar no espaço social 
seguindocritérios e padrões do discurso dominante . 
Devido a esse conhecimento do discursodominante, a 
violência simbólica é manifestação desse conhecimento at 
ravés doreconhecimento da legitimi dade desse discurso 
dominante . Para Bourdieu, a violênciasimbólica é o meio de 
exercício do poder simbólico.O processo de socialização vai 
criar em cada pessoa um habitus. Este é produto de 
umainteriorização de princípios da cultura dominante, das 
suas categorias de percepção e deapreciação da realidade 
e vai ter efeitos reprodutores. O habitus se constrói atr 
avés de umprocesso educativo e constitui a garantia da 
sobrevivência de uma culturaA teoria da r eprodução 
cultural, elaborada por Bourdieu e Passeron, começa com 
opressuposto de que a estratificação das sociedades e as 
configurações ideológicas emateriais nas quais elas se 
sustentam estão mediadas e são reproduzidas através do 
queeles chamam de violência simbólica. Assim, a 
educação é concebida como uma relevanteforça social e 
política no processo de reprodução das classes, já que 
se coloca comotransmissora neutra dos benefícios da 
cultura dominante, permitindo que as escolaspromovam a 
desigualdade em nome da justiça e da objetividade. 
AULA 6: A RELAÇÃO HEGEMONIA IDEOLOGIA E PODER 
NA EDUCAÇÃO IIDEOLOGIA::Destutt de Tracy: Ele 
preocupou-se com a elaboração de uma ciência sobre a 
origem e asleis de f ormação das idéias, queria explicar 
a relação entre o corpo humano e o meioambiente, 
mostrando como esta relação constrói idéias. Ele 
pretendia revelar amaterialidade das idéias, acreditando 
que essa revelação produzisse um conhecimentoverdadeiro 
e universal da natureza humana. Auguste Comte: analisa a 
ideologia sob dois ângulos: 1º - como uma atividade 
filosófico-científica, que estuda a f ormação das idéias, 
observandoas relações entre o corpo humano e o meio ambiente, 
por meio das sensações, 2º - como o conjunto de idéias 
de uma época, ou melhor, o conjunto de opiniões de 
umaépoca ou das idéias dos pensadores de uma época Émile 
Durkheim: “noções vulgares ou fantasmas que o 
pensador acolhe porque f azemparte de toda a tradição 
social onde está inserido”. Defende a ideologia como 
uma pré-noção, uma concepção pré-científica. Hegel: 
preocupar-se-á em discutir a relação entre as idéias e a 
história, entre oconhecimento e o mundo. Sua questão 
fundamental era a relação entre o real e o racional. Marx: “não 
é a consciência que determina a vida, mas é a vida 
que determina aconsciência”. Marx diz que devemos 
considerar a historicidade de nossa consciência e 
dasidéias, mostrando que as produções da consciência 
estão vinculadas, mesmo queindiretamente, à produção 
material.Gramsci: seguirá o pensamento marxista, ou seja, 
não considerará a ideologia como f alsaconsciência. Para 
Gramsci, a ideologia está inserida no complexoinfra-
estrutura/superestrutura. Uma ideologia pode cont ribuir 
para a consolidação outransformação de uma estrutura. 
(ideologia dominante Émile Durkheim: “noções vulgares ou 
fantasmas que o pensador acolhe porque f azemparte de 
toda a tradição social onde está inserido”. Defende a 
ideologia como uma pré-noção, uma concepção pré-científica. 
Hegel: preocupar-se-á em discutir a relação entre as 
idéias e a história, entre oconhecimento e o mundo. Sua 
questão fundamental era a relação entre o real e o racional. 
Marx: “não é a consciência que determina a vida, mas 
é a vida que determina aconsciência”. Marx diz que 
devemos considerar a historicidade de nossa consciência 
e dasidéias, mostrando que as produções da consciência 
estãovinculadas, mesmo queindiretamente, à produção 
material.Gramsci: seguirá o pensamento marxista, ou seja, 
não considerará a ideologia como f alsaconsciência. Para 
Gramsci, a ideologia está inserida no complexoinfra-
estrutura/superestrutura. Uma ideologia pode cont ribuir 
para a consolidação outransformação de uma estrutura. 
(ideologia dominante)Louis Althusser: Metáfora do 
edifício. A ideologia e a política são consideradas níveis 
dasuperestrutura de uma formação social.Constatamos que o 
estudo sobre a ideologia t em como eixos fundamentais a 
relaçãoentre as idéias produzidas pelos homens e o 
contexto social e histórico e o grau deconsciência que 
temos da realidade que está à nossa volta HEGEMONIA, 
PODER E EDUCAÇÃO - Lênin e GramsciConclui-se que 
para (a classe dominante) realizar a hegemonia 
(ideológica) é necessário oconsenso, o convencimento e, 
portanto, a ideologia é fundamental no processo 
deconstrução de hegemonia. Q uando uma classe social 
domina apenas na base da coerção,da repressão, ela é 
dominante, mas não hegemônica.A hegemonia é ao mesmo 
tempo o conjunto de domínio e direção exercido por uma 
classesocial.A hegemonia trabalha com a persuasão, por 
isso é necessário estabelecer mecanismos eestratégias na 
sociedade que permitam construir a hegemonia. A classe 
dominante t ende a 
imprimir uma direção cultural e ideológica no context o 
sociocultural, seus intelectuaiselaboram um sistema de 
idéias que t em um forte poder de convencimento, por 
isso éfundamental que as classes dominadas organizem e 
sistematizem a sua visão de mundopara que não 
permaneçam desestruturadas e passivas. Elas devem lutar 
para construiruma nova hegemonia. O processo educacional 
é fundamental para manter ou construir uma 
novahegemonia.. 
AULA 7: A RELAÇÃO HEGEMONIA IDEOLOGIA E PODER 
NA EDUCAÇÃO II Destutt de Tracy, criador do conceito de 
ideologia, f oi um dos responsáveis pelo Instituto deFrança, 
entidade que tinha como missão difundir os ideais do 
Iluminismo. Ele defende anecessidade de uma nova 
ciência das idéias, uma ideologia, que seria a base de 
todas asoutras ciências. A necessidade deste novo 
conceito anda a par com a necessidade deexplicar a 
forma como se constroem as nossas ideias. Antoine 
Destutt de Tracy defende que as nossas idéias se 
baseiam em sensações físicas, pelo que podem ser 
estudadas deforma empírica, com os métodos próprios da 
ciência, com o que as parcialidades e as idéias preconcebidas 
poderiam ser eliminadas. É através da investigação que 
podemos ficar asaber que essas idéias têm origem nas 
necessidades e nos desejos humanos. Essasnecessidades e, 
consequentemente, essas idéias deverão constituir o 
fundamento daestrutura das leis reguladoras da sociedade. 
imprimir uma direção cultural e ideológica no context o 
sociocultural, seus intelectuaiselaboram um sistema de 
idéias que t em um forte poder de convencimento, por 
isso éfundamental que as classes dominadas organizem e 
sistematizem a sua visão de mundopara que não 
permaneçam desestruturadas e passivas. Elas devem lutar 
para construiruma nova hegemonia. O processo educacional 
é fundamental para manter ou construir uma 
novahegemonia. Filosofia Alemã: Hegel - as ideias 
dominantes são relativas pois dependem de 
contextoshistóricos e estão sujeitas a modificações. Marx ( 
discípulo de Hegel) - As ideias sociais e políticas se 
transformam de acordo com asdinâmicas da r elação 
entre as classes sociais de cada país. 
Para Marx, ideologia é umsistema elaborado de 
representações ou de idéias da vida em sociedade 
(consciência doshomens) que se manifesta de forma 
invertida, porque elas não representam a consciênciada 
maioria das pessoas, mas de uma classe social 
predominante (minoria detentora dopoder). Dessa forma, 
as relações dos homens com o mundo aparecem como 
ilusão, comomentira, como sonho, porque elas estão em 
oposição ao mundo real, às condiçõesmateriais da vida. 
 A ideologia tem aqui o sentido de mascaramento da 
real idade oude formação da realidade aparecem de forma 
invertida? 
3. Comente o conceito de ideologia elaborado por Chauí (1985). 
4. Cite uma função da ideologia. 
5. Qual é o papel da crítica da ideologia? 
6. Comente o conceito de hegemonia ideológica elaborado por 
Gramsci.1 - Destutt de Tracy, criador do conceito de 
ideologia, f oi um dos responsáveis pelo Institutode Fr ança, 
entidade que t inha como missão difundir os ideais do 
Iluminismo. Ele defende anecessidade de uma nova 
ciência das idéias, uma ideologia, que seria a base de 
todas asoutras ciências. A necessidade deste novo 
conceito anda a par com a necessidade deexplicar a 
forma como se constroem as nossas ideias. 
2 - Para Marx, ideologia é um sistema elaborado de 
representações ou de idéias da vida emsociedade (consciência 
dos homens) que se manifesta de forma invertida, porque 
elas nãorepresentam a consciência da maioria das 
pessoas, mas de uma classe socialpredominante, ou seja, da 
minoria detentora do poder. 
3 - A ideologia é um conjunto de ideias, valores, 
normas ou regras que indicam como osmembros de uma 
sociedade devem pensar e agir. Sua função, é dar aos 
membros dasociedade uma explicação r acional para as 
diferenças sociais, políticas e culturais, porém,sem jamais 
atribuir tais diferenças à divisão da sociedade, pelo 
contrár io, a ideologia deveapagar as diferenças entre as 
classes e fornecer aos membros da sociedade um sentimentode 
identidade social. Em sí ntese, a ideologia possui o 
sentido de mascarament o darealidade ou def ormação da 
realidade para que o trabalhador não perceba a real 
situaçãoque se encontra. 
4 - A função da ideologia é manter e justificar as estruturas sociais 
existentes. 
5 - Cabe à crítica da ideologia desmascarar os 
processos de formação de idéias e depensamentos 
mostrando as suas raízes e causas histórico-sociais 
.6 - O objetivo da hegemonia é reproduzir no plano 
ideológico as condições para adominação de classe e para 
a perpetuação das relações sociais de produção e distribuição. 
A hegemonia acontece quando a classe dominadora 
conquista o consenso da classe dominada. Porém o 
conceito de hegemonia ideológica não exclui a 
possibilidade de geraruma contra-hegemonia.

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