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TRABALHO - PRISOES - PROCESSO PENAL PARTE GERAL

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UNIFAVIP – WYDEN
Diogo José da Silva Siqueira – 202102538131
PROCESSO PENAL - PARTE GERAL
Liberdade e prisão no curso do processo
CARUARU
2023
Diogo José da Silva Siqueira – 202102538131
PROCESSO PENAL – PARTE GERAL
Liberdade e prisão no curso do processo
Trabalho apresentado no curso de 
Bacharelado em Direito da Universidade
Do Vale do Ipojuca – UNIFAVIP WYDEN.
Orientadora: Prof. Newdylande De Oliveira R. De Souza
CARUARU
2023
PRISÃO EM FLAGRANTE
Trata-se por prisão em flagrante, toda aquela que ocorrer em crime recente, isto é, em crimes em execução ou recém cometidos (há pouco tempo), esta prisão é tipificada no Código de Processo Penal, a partir do art. 301 até o art. 310.
Em seu art. 301, o CPP traz aquele que pode efetuar a prisão em flagrante:
“Art. 301.  Qualquer do povo poderá e as autoridades policiais e seus agentes deverão prender quem quer que seja encontrado em flagrante delito.”
Já no art. 302, o Código tipifica aquilo que deve ser considerado como em flagrante delito: 
“Art. 302. Considera-se em flagrante delito quem:
I - está cometendo a infração penal;
II - acaba de cometê-la;
III - é perseguido, logo após, pela autoridade, pelo ofendido ou por qualquer pessoa, em situação que faça presumir ser autor da infração;
IV - é encontrado, logo depois, com instrumentos, armas, objetos ou papéis que façam presumir ser ele autor da infração.”
· Pedido de liberdade
Ao ser presa em flagrante delito, o investigado pode requerer sua liberdade provisória, uma medida cautelar diversa da prisão, o relaxamento da prisão ou a revogação dela.
Os requerimentos de liberdade provisória devem ser anteriores à conversão da prisão em flagrante, em preventiva. A concessão da liberdade provisória pode ser feita mediante arbitramento de fiança ou até em ausência dela, e o juiz também pode determinar o cumprimento de medidas cautelares diversas da prisão.
Todas as determinações são conferidas ao juiz conforme explica o art. 310:
“Art. 310. Após receber o auto de prisão em flagrante, no prazo máximo de até 24 (vinte e quatro) horas após a realização da prisão, o juiz deverá promover audiência de custódia com a presença do acusado, seu advogado constituído ou membro da Defensoria Pública e o membro do Ministério Público, e, nessa audiência, o juiz deverá, fundamentadamente: 
I - relaxar a prisão ilegal; ou 
II - converter a prisão em flagrante em preventiva, quando presentes os requisitos constantes do art. 312 deste Código, e se revelarem inadequadas ou insuficientes as medidas cautelares diversas da prisão; ou 
III - conceder liberdade provisória, com ou sem fiança.”
PRISÃO PREVENTIVA
A prisão preventiva pode ser definida como um instrumento cautelar processual, utilizado pelo juiz de direito para que se recolha preventivamente o investigado ou acusado em unidade prisional em situações específicas.
Tal prisão é tipificada nos arts. 311 a 316 do CPP, onde diz que:
“Art. 311. Em qualquer fase da investigação policial ou do processo penal, caberá a prisão preventiva decretada pelo juiz, a requerimento do Ministério Público, do querelante ou do assistente, ou por representação da autoridade policial.
Art. 312. A prisão preventiva poderá ser decretada como garantia da ordem pública, da ordem econômica, por conveniência da instrução criminal ou para assegurar a aplicação da lei penal, quando houver prova da existência do crime e indício suficiente de autoria e de perigo gerado pelo estado de liberdade do imputado. 
§ 1º A prisão preventiva também poderá ser decretada em caso de descumprimento de qualquer das obrigações impostas por força de outras medidas cautelares
§ 2º A decisão que decretar a prisão preventiva deve ser motivada e fundamentada em receio de perigo e existência concreta de fatos novos ou contemporâneos que justifiquem a aplicação da medida adotada.”
Além dessas hipóteses, o CPP entende que a admissão de prisão preventiva é possível em situações que tratam o seu art. 313:
“Art. 313. Nos termos do art. 312 deste Código, será admitida a decretação da prisão preventiva: 
I - nos crimes dolosos punidos com pena privativa de liberdade máxima superior a 4 (quatro) anos; 
II - se tiver sido condenado por outro crime doloso, em sentença transitada em julgado, ressalvado o disposto no inciso I do caput do art. 64 do Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Código Penal; 
III - se o crime envolver violência doméstica e familiar contra a mulher, criança, adolescente, idoso, enfermo ou pessoa com deficiência, para garantir a execução das medidas protetivas de urgência;”
 
· Pedido de liberdade
Nos casos em que a prisão preventiva for advinda da prisão em flagrante, poderá a defesa requerer o relaxamento de tal prisão se observada ilegalidade no processo. Quando tal processo ocorrer de maneira legal, a defesa poderá alegar a desnecessidade de tal instrumento de prevenção e solicitar a revogação da prisão.
Tal pedido pode ser requerido em qualquer momento no curso processual.
PRISÃO TEMPORÁRIA
Um dos tipos de prisão mais comuns, é utilizado ainda na fase investigatória, visando que se assegure o processo investigatório sem percalços.
Sua tipificação está presente na Lei 7960/89 e seus casos estão presentes no seguinte dispositivo:
Art. 1° Caberá prisão temporária: (Vide ADI 3360) (Vide ADI 4109)
I - quando imprescindível para as investigações do inquérito policial;
II - quando o indicado não tiver residência fixa ou não fornecer elementos necessários ao esclarecimento de sua identidade;
III - quando houver fundadas razões, de acordo com qualquer prova admitida na legislação penal, de autoria ou participação do indiciado nos seguintes crimes:
a) homicídio doloso (art. 121, caput, e seu § 2°);
b) seqüestro ou cárcere privado (art. 148, caput, e seus §§ 1° e 2°);
c) roubo (art. 157, caput, e seus §§ 1°, 2° e 3°);
d) extorsão (art. 158, caput, e seus §§ 1° e 2°);
e) extorsão mediante seqüestro (art. 159, caput, e seus §§ 1°, 2° e 3°);
f) estupro (art. 213, caput, e sua combinação com o art. 223, caput, e parágrafo único); (Vide Decreto-Lei nº 2.848, de 1940)
g) atentado violento ao pudor (art. 214, caput, e sua combinação com o art. 223, caput, e parágrafo único); (Vide Decreto-Lei nº 2.848, de 1940)
h) rapto violento (art. 219, e sua combinação com o art. 223 caput, e parágrafo único); (Vide Decreto-Lei nº 2.848, de 1940)
i) epidemia com resultado de morte (art. 267, § 1°);
j) envenenamento de água potável ou substância alimentícia ou medicinal qualificado pela morte (art. 270, caput, combinado com art. 285);
l) quadrilha ou bando (art. 288), todos do Código Penal;
m) genocídio (arts. 1°, 2° e 3° da Lei n° 2.889, de 1° de outubro de 1956), em qualquer de sua formas típicas;
n) tráfico de drogas (art. 12 da Lei n° 6.368, de 21 de outubro de 1976);
o) crimes contra o sistema financeiro (Lei n° 7.492, de 16 de junho de 1986).
p) crimes previstos na Lei de Terrorismo. (Incluído pela Lei nº 13.260, de 2016)
Esta prisão poderá der decretada apenas, após requerimento da autoridade policial ou do MP, conforme a lei:
“Art. 2° A prisão temporária será decretada pelo Juiz, em face da representação da autoridade policial ou de requerimento do Ministério Público, e terá o prazo de 5 (cinco) dias, prorrogável por igual período em caso de extrema e comprovada necessidade.
§ 1° Na hipótese de representação da autoridade policial, o Juiz, antes de decidir, ouvirá o Ministério Público.”
Este artigo ainda dispõe sobre sua soltura:
“§ 7º Decorrido o prazo contido no mandado de prisão, a autoridade responsável pela custódia deverá, independentemente de nova ordem da autoridade judicial, pôr imediatamente o preso em liberdade, salvo se já tiver sido comunicada da prorrogação da prisão temporária ou da decretação da prisão preventiva.”
· Pedido de liberdade
Cabe a este tipo de prisão o pedido de revogação de prisão, nos casos em que seentender que não é mais necessário a manutenção da prisão temporária.
MEDIDAS CAUTELARES DIVERSAS DA PRISÃO
Medidas cautelares são aquelas que ocorrem anteriormente a acusação e restringem apenas direitos, mas não a liberdade do indivíduo, tais medidas estão também presentes no Código de Processo Penal, a partir do art. 319:
“Art. 319. São medidas cautelares diversas da prisão: 
I - comparecimento periódico em juízo, no prazo e nas condições fixadas pelo juiz, para informar e justificar atividades; 
II - proibição de acesso ou frequência a determinados lugares quando, por circunstâncias relacionadas ao fato, deva o indiciado ou acusado permanecer distante desses locais para evitar o risco de novas infrações; 
III - proibição de manter contato com pessoa determinada quando, por circunstâncias relacionadas ao fato, deva o indiciado ou acusado dela permanecer distante; 
IV - proibição de ausentar-se da Comarca quando a permanência seja conveniente ou necessária para a investigação ou instrução; 
V - recolhimento domiciliar no período noturno e nos dias de folga quando o investigado ou acusado tenha residência e trabalho fixos; 
VI - suspensão do exercício de função pública ou de atividade de natureza econômica ou financeira quando houver justo receio de sua utilização para a prática de infrações penais; 
VII - internação provisória do acusado nas hipóteses de crimes praticados com violência ou grave ameaça, quando os peritos concluírem ser inimputável ou semi-imputável (art. 26 do Código Penal) e houver risco de reiteração; 
VIII - fiança, nas infrações que a admitem, para assegurar o comparecimento a atos do processo, evitar a obstrução do seu andamento ou em caso de resistência injustificada à ordem judicial; 
IX - monitoração eletrônica. 
§ 4o A fiança será aplicada de acordo com as disposições do Capítulo VI deste Título, podendo ser cumulada com outras medidas cautelares. 
 Art. 320. A proibição de ausentar-se do País será comunicada pelo juiz às autoridades encarregadas de fiscalizar as saídas do território nacional, intimando-se o indiciado ou acusado para entregar o passaporte, no prazo de 24 (vinte e quatro) horas.”
Tais medidas são cabíveis apenas nos crimes que possuem pena restritiva de liberdade, de modo que obedeçam o art. 282:
“Art. 282. As medidas cautelares previstas neste Título deverão ser aplicadas observando-se a: 
I - necessidade para aplicação da lei penal, para a investigação ou a instrução criminal e, nos casos expressamente previstos, para evitar a prática de infrações penais; 
II - adequação da medida à gravidade do crime, circunstâncias do fato e condições pessoais do indiciado ou acusado.”
FONTES E REFERÊNCIAS:
· Sites
https://www.jusbrasil.com.br/artigos/prisao-em-flagrante-preventiva-ou-temporaria/467381373
https://www.jusbrasil.com.br/artigos/diferenca-entre-prisao-em-flagrante-prisao-preventiva-e-prisao-temporaria/1184047845
https://www.direitonet.com.br/resumos/exibir/241/Prisao-temporaria-e-prisao-preventiva
https://www.tjdft.jus.br/institucional/imprensa/campanhas-e-produtos/direito-facil/edicao-semanal/liberdade-provisoria-relaxamento-da-prisao-e-revogacao-da-prisao#:~:text=Liberdade%20provis%C3%B3ria%2C%20Relaxamento%20da%20pris%C3%A3o%20e%20revoga%C3%A7%C3%A3o%20da%20pris%C3%A3o,-C%C3%B3digo%20De%20Processo&text=A%20liberdade%20provis%C3%B3ria%20pode%20ser,do%20C%C3%B3digo%20de%20Processo%20Penal.
https://www.jusbrasil.com.br/artigos/tipos-de-prisao-e-medidas-de-defesa/304017659
https://www.tjdft.jus.br/institucional/imprensa/campanhas-e-produtos/direito-facil/edicao-semanal/medidas-cautelares-diversas-da-prisao
· Bibliografia
Código de Processo Penal – CPP
Lei 7960/89

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