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Matrizes do pensamento Humanista

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Prof. Leandro Medeiros
Matrizes do Pensamento 
Humanista
DO PROF. Leandro Medeiros
2022
DO PROF. Leandro Medeiros
DO Prof. ANDERSON
• Apresentação ........................................................................................ 04
• O Nascimento da Psicologia Humanista ................................................ 05
• Psicologia Humanista, Existencial e Fenomenológica............................ 10
• Resgate histórico e epistemológico....................................................... 14
• Existencialismo.......................................................................................... 18
• Fenomenologia......................................................................................... 27
• Filosofia humanista.................................................................................... 36
• Fenomenologia de Husserl a Heidegger.................................................... 43
• Existencialismo e relação existencial......................................................... 61
• Abordagem centrada na pessoa ............................................................... 68
• Gestalt-terapia........................................................................................... 80
• Psicodrama................................................................................................. 92
SUMARIO
DO Prof. ANDERSON
Apostila elaborada para ministrar aula de
Matrizes do Pensamento Humanista para
turmas dos cursos de Psicologia da Faculdade
Anhanguera Campinas Ouro Verde, SP, ano de
2022.
Prof. Leandro Medeiros
Campinas, 2022
Apresentação
DO PROF. Leandro Medeiros
O Nascimento da 
Psicologia Humanista 
O Nascimento da Psicologia Humanista 
A psicologia humanista surgiu na década de 1950, e ganhou força nas duas
décadas seguintes, como uma reação às ideias de comportamento advindas
do behaviorismo e do enfoque do inconsciente e seus determinismos que
eram defendidos pela psicanálise. A ideia não era a de revisar ou adaptar
estas teorias, mas dar uma nova contribuição à psicologia.
O Nascimento da Psicologia Humanista 
Seu surgimento se deu como uma reação ao determinismo que era
dominante nas demais áreas psicoterapêuticas, colocando que todo sujeito
possui uma força de autorrealização que vai conduzindo na formação e
desenvolvimento de sua personalidade, preferencialmente de forma
criativa e saudável; porém, essa força pode ser impedida de seguir seu
desenvolvimento. A psicologia humanista considera que o sujeito em
constante construção, detentor de liberdade e poder de escolha
O Nascimento da Psicologia Humanista 
O homem atual, portanto, encontra-se no assumir as questões de sentido, e
por isso significa uma reviravolta completa de perspectivas (do homem-
resultado, para o homem-atual). E é exatamente essa reviravolta que faz o
sentido da psicologia humanista (AMATUZZI, 1989, p. 90).
O Nascimento da Psicologia Humanista 
Segundo Melo (2015), dialogar sobre as contribuições das abordagens
fenomenológicas, humanistas e existenciais à psicoterapia é sempre uma
atividade complexa, assim como a diversidade de teorias advindas dessas.
DO PROF. Leandro Medeiros
Psicologia Humanista, 
Existencial e 
Fenomenológica
Psicologia Humanista, Existencial e 
Fenomenológica
A principal característica da psicologia humanista é considerar o ser
humano como um todo. A base está no fato de que muitos fatores
envolvem a saúde mental do ser humano, e todos estes fatores convergem
e se mostram interligados, como as emoções, o corpo, os sentimentos, os
pensamentos etc. A ênfase, então, está no papel do sujeito como sendo o
principal elaborador do conhecimento humano. A partir daí o
desenvolvimento da personalidade do sujeito gera uma capacidade de
atuar como uma pessoa integrada.
Importante compreendermos que a psicologia humanista surgiu como uma
reação ao determinismo que era dominante nas práticas terapêuticas como
o behaviorismo e a psicanálise, mostrando que o ser humano pode ser
detentor de uma força de autorrealização que pode auxiliá-lo no
desenvolvimento de uma personalidade mais criativa e saudável, ou seja, a
psicologia humanista considera o sujeito como estando em constante
construção, sendo detentor de sua liberdade e poder de escolha
Psicologia Humanista, Existencial e 
Fenomenológica
Abraham Maslow foi o primeiro teórico a desenvolver uma teoria
humanista, com a sua pirâmide das necessidades. Mais tarde, Carl Rogers
usou como base as ideias de Maslow para desenvolver a terapia centrada
na pessoa, assumindo, então, um significado mais prático.
Mesmo tendo surgido apenas na década de 1950 do século XX, a psicologia
humanista apenas ganhou força durante as décadas de 1960 e 1970.
Psicologia Humanista, Existencial e 
Fenomenológica
DO PROF. Leandro Medeiros
Resgate histórico e 
epistemológico
Resgate histórico e epistemológico
A partir da psicologia internacional, na década de 1930, começa a surgir duas tendências
onde, de um lado, estava a exploração científica da experiência consciente com
influência da Gestalt, e, de outro lado, o surgimento dos estudos da personalidade
recupera a centralidade da experiência consciente para a psicologia. “Em suma, os
esforços dos experimentalistas na retomada das questões cognitivas, e dos
compreensivistas na retomada das questões fenomenais e vivenciais trouxeram de volta
o lugar da consciência na pesquisa e na prática psicológica” (GOMES; HOLANDA; GAUER,
2004).
Ainda segundo Gomes, Holanda e Gauer (2004), baseados em um estudo
histórico relacionado às psicologias fenomenológicas, existenciais e
humanistas, alguns autores mostraram dificuldade em definir a psicologia
humanista de um modo conclusivo e/ou satisfatório; um, por conta da
ausência de uma teoria humanista de psicologia e, outro, pela própria
história do humanismo.
Resgate histórico e epistemológico
O pensador católico Alceu Amoroso Lima (1893-1983), ao apresentar o existencialismo para os leitores
brasileiros em 1951, distinguiu três variedades de humanismo: marxista, existencialista, e personalista. No
humanismo marxista, de inspiração hegeliana, o homem é objeto, produto da evolução da matéria e da história
da sociedade. O humanismo existencialista, de orientação sartreana, é um protesto contra o marxista: o
homem é um projeto, vive sem saber de onde vem e para onde vai. Não dependendo de Deus e nem da
sociedade, é soberano e livre, em escolhas e situações (angústia, náusea, etc.). O humanismo cristão, ou
personalista, preferido por Lima, tomaria o homem como sujeito, ápice da criação de Deus e centro do
universo, e infinito em possibilidades (LIMA, 1951). Numa perspectiva histórica e sem preferências filosóficas ou
religiosas, o termo humanismo pode ser associado a cinco grandes momentos das ideias psicológicas, podendo
ser denominados de humanismo clássico, humanismo romântico, humanismo individual, humanismo social, e
humanismo crítico (GOMES; HOLANDA; GAUER, 2004).
Resgate histórico e epistemológico
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Existencialismo
Existencialismo
Segundo Cobra (2001), o existencialismo se difundiu a partir de um
pensamento mais radical a respeito do ser humano na época
contemporânea. O existencialismo nasceu em meados do século XX com
Kierkegaard, pensador dinamarquês, o qual alcançou seu apogeu após a
Segunda Guerra Mundial, em conjunto com os pensadores Heidegger e
Jean-Paul Sartre. O existencialismo também sofreu influência da
fenomenologia, da qual o fenômeno da consciência passou a ter grande
significância.
Kierkegaard trouxe, como contribuição para o existencialismo, “que não
existe qualquer predeterminação com respeito ao homem, e que esta
indeterminação e liberdade levam o homem a uma permanente angústia”
(COBRA, 2001).
Existencialismo
Segundo Kierkegaard, o homem tem diante de si várias opções possíveis, é inteiramente livre, não se
conforma a um predeterminismo lógico,ao qual, segundo Hegel, estão submetidos todos os fatos e
também as ações humanas. A verdade não é encontrada através do raciocínio lógico, mas segundo a
paixão que é colocada na afirmação e sustentação dos fatos: a verdade é subjetividade. A consequência
de ser a verdade subjetiva é que a liberdade torna-se ilimitada. Consequentemente não se pode,
também, fazer qualquer afirmativa sobre o homem. O pensamento fundamental de Kierkegaard, e que
veio a se constituir em linha mestra do Existencialismo, é este: inexiste um projeto básico, para o homem
verdadeiro, uma essência definidora do homem porque cada um se define a si mesmo e assim é uma
verdade para si. Daí o moto conhecido que sintetiza o pensamento existencialista: “no homem, a
existência precede a essência” (COBRA, 2001).
Existencialismo
Segundo Gomes, Holanda e Gauer (2004), a discussão filosófica sobre o existencialismo
se rompeu no início do século XX em torno das tendências do espiritualismo,
materialismo e positivismo. Um filósofo de grande importância foi o cearense Farias
Brito (1862-1917), formado em direito, o qual era crítico do materialismo, do
evolucionismo, do mecanicismo, do marxismo e do positivismo, defendia uma de
monismo espiritualista, com influência de Spinoza (1632-1677). Farias Brito foi
considerado um dos principais pensadores brasileiros dentro do positivismo,
espiritualismo e materialismo.
Existencialismo
Farias Brito dividiu suas obras em duas fases, onde a primeira se tratava da
finalidade do mundo e a segunda se tratava dos interesses pelos dados
gerais da filosofia do espírito. Em seus estudos, ele reserva à psicologia um
papel de foça na reflexão filosófica. De fato, ele pretendia que a filosofia
estivesse fundamentada na psicologia. Ele dizia que a metafísica se
confunde com a psicologia na medida em que a realidade em si se resume à
vida interior, enquanto o mundo exterior é apenas aparência.
.
Existencialismo
A partir de Farias Brito, Gomes, Holanda e Gauer (2004) nos colocam que
mecanismo e consciência seriam princípios irredutíveis um ao outro; então,
a psicologia deveria se ocupar dos fenômenos subjetivos da consciência por
meio da introspecção, podendo ser direta quando voltada para os
fenômenos imediatos da consciência, ou indireta quando voltada para as
manifestações exteriores da consciência e para os movimentos de outros
sujeitos.
Existencialismo
A ligação de Farias Brito com o existencialismo reflete na tendência a
recorrer as fontes subjetivas baseadas na elaboração filosófica que
assumiria forma extremada no existencialismo francês e na filosofia
existencial alemã. O sentido dado por Farias Brito ao existencialismo é
resumido em temas humanos, morte, vida, mundo moral, circunstâncias
existenciais, conhecimento, consciência e mundo, além de grandes temas
do espírito e do mundo interior.
Existencialismo
O filósofo Kierkegaard, que viveu entre os anos 1813 e 1855, foi o primeiro
a fazer uso do termo existência no sentido de subjetividade, assinalando o
processo de experiência da interioridade individual como algo válido e
concreto. Já o termo existencialismo, traz os filósofos Gabriel Marcel, Jean-
Paul Sartre, Maurice Merleau-Ponty, Simone de Beauvoir, dentre vários
outros, como sendo os identificadores deste termo.
Existencialismo
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Fenomenologia
O início do Movimento Fenomenológico é marcado com a publicação do livro Investigações
Lógicas, de Edmund Husserl (1859-1938).
Husserl criticava, neste livro, o psicologismo, que foi colocado por ele como a substituição da
lógica pelo processo empírico da psicologia. Segundo Gomes, Holanda e Gauer (2004), Husserl
se opunha à pretensão de uma psicologia positivista e experimental, baseada em uma
epistemologia fisiológica, se apresentando como um fundamento para a filosofia. Diante dessa
improcedência, a fenomenologia surgia como um método descritivo e reflexivo para estudar a
experiência do consciente. Seu método, tecnicamente, mostrava a experiência consciente como
uma evidência para a investigação.
.
Fenomenologia
A partir de Husserl, a fenomenologia, segundo Gomes, Holanda e Gauer (2004), se
desdobrou em pelo menos quatro ramos distintos, como segue:
1. Fenomenologia realista com ênfase na busca de essências universais dentre os
mais variados objetos.
2. Fenomenologia constitutiva com ênfase em aspectos técnicos do método, como as
questões voltadas ao estudo da percepção sem se preocupar com qualquer
influência de estimulação.
Fenomenologia
3. Fenomenologia existencial dentre as diferentes concepções de Heidegger, Sartre e
Merleau-Ponty.
4. Fenomenologia hermenêutica, que foi representada nos trabalhos sobre
interpretação de Gadamer e Ricoeur.
Fenomenologia
A fenomenologia foi tomando diferentes caminhos na tentativa de atender as
necessidades das mais diferentes áreas de conhecimento. Seguindo essa lógica, é
sempre uma surpresa encontrar os estudos e as pesquisas fenomenológicas nas
universidades. Podem aparecer em departamentos díspares, como geografia e
matemática, por exemplo.
Porém, é possível dizer que os pesquisadores fenomenológicos concordam com pelo
menos um dos pontos a seguir:
Fenomenologia
1. A cognição, enquanto consciência da coisa em si, poderá ser abordada de modo claro e distinto,
sempre de acordo com sua natureza e especificidades.
2. A cognição, enquanto consciência da coisa em si, também pode se constituir de objetos naturais,
ideais e culturais, e, estes objetos podem ser evidenciados e/ou conhecidos.
3. A pesquisa é eminentemente dialogal.
4. A abordagem central deste método é a descrição do fenômeno, enquanto situação anterior ao que
determinou as causas, propósitos e/ou fundamentos.
5. A autenticidade de descrição vai depender da habilidade do pesquisados em suspender e/ou colocar
entre parênteses os seus preconceitos.
Fenomenologia
Esse movimento se opõe a uma aceitação mais ingênua ou não crítica em relação aos
pensamentos especulativos e sistemas teóricos fundamentais voltados para premissas
hipotéticas. Também é conhecido pela oposição ao objetivismo e ao positivismo. No
entanto, é importante que deixemos claro que a fenomenologia não é uma oposição ao
desenvolvimento da ciência natural ou da tecnologia. Muito pelo contrário, na verdade é
uma forma mais sofisticada e refinada para trabalhar com a evidência e desta forma,
contribuir para o aperfeiçoamento técnico e ético da ciência, da filosofia e da existência.
Fenomenologia
As ideias da fenomenologia foram se expandindo rapidamente mesmo com as
dificuldades pessoais de Husserl com a comunicação e as relações interpessoais. A
fenomenologia, ainda no século XX, foi de grande influência na psiquiatria, representada
nos trabalhos de Ludwing Binswanger (1881-1966) e Karl Jaspers (1882-1969). Em
seguida, sua influência foi alcançando a educação, a música, a teologia e o simbolismo;
depois, a arquitetura, literatura, teatro, antropologia e política. Já na segunda metade
do século XX, a fenomenologia dominou o cenário filosófico francês, e, posteriormente,
se transformou em método empírico de pesquisa para a psicologia. Já nas últimas
décadas do século XX, também passou a ser estudada pela enfermagem e medicina.
Fenomenologia
No Brasil, temos Nilton Campos (1898-1963) como sendo o primeiro nome ligado à
fenomenologia. Nilton Campos era médico, com suas funções voltadas à neurologia e
psiquiatria, e, começou a trabalhar com Waclaw Radecki (1887-1953) no laboratório de
psicologia da Colônia de Psicopatas do Engenho de Dentro. Em seguida, se tornou
diretor do Instituto de Psicologia do Serviço de Doenças Mentais o qual deu origem ao
Instituto de Psicologia da Universidade do Brasil. Sua tese de doutorado versava sobre o
método fenomenológico na psicologia, procurando dar encaminhamento empírico ao
método fenomenológico, estabelecendo diversas comparações com a introspecção
psicológica.
Fenomenologia
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Filosofia humanista
O humanismo foi um movimento intelectual que, primeiramente, se
destacou na Itália durante o século XIV, quando o Renascimento estava
sendo difundido pela Europa. A grande questão aqui, seria a quebra de
valores, pois, o Renascimento iniciava o rompimento com a influência da
Igreja que era bem forte durante a Idade Média. Ou seja, o teocentrismo
começava a dar lugar ao antropocentrismo, tendo o homem como centro
dos interesses.
Filosofia humanista
Pensando no surgimento e no desenvolvimento, podemos dizer que o
humanismo se desenvolveu e se manifestou em diversos momentos da
história, inclusive em vários campos de conhecimento e das artes.
Na antiguidade clássica – aqui pensamos em Grécia e Roma – o humanismo
se manifestou, principalmente, na filosofia e nas artes plásticas. As obras da
época valorizavam muito o corpo humano e os sentimentos.
Filosofia humanista
No renascimento – entre os séculos XV e XVI – os artistas plásticos e os
escritores resgataram os valores humanistas da cultura greco-romana. O
antropocentrismo foi o grande norteador do desenvolvimento intelectual e
artístico desta época.
No positivismo – segunda metade do século XIX – era valorizado o
pensamento científico, destacado como única forma de progresso. Auguste
Comte foi o principal idealizador
Filosofia humanista
No renascimento – entre os séculos XV e XVI – os artistas plásticos e os
escritores resgataram os valores humanistas da cultura greco-romana. O
antropocentrismo foi o grande norteador do desenvolvimento intelectual e
artístico desta época.
No positivismo – segunda metade do século XIX – era valorizado o
pensamento científico, destacado como única forma de progresso. Auguste
Comte foi o principal idealizador
Filosofia humanista
O ponto de convergência entre os diversos tipos de humanismo seria a ênfase no valor
da individualidade. O humanismo individual, ou, como conhecemos, a psicologia
humanista, tem como objetivo a promoção de revoluções individuais, ou seja, romper
com um estilo de vida e/ou com uma maneira de pensar. Em contrapartida, o
humanismo social, ou, como conhecemos, psicologia sócio-histórica, é anti-
individualista, enfatizando a junção de forças em grandes movimentos solidários frente
à promoção de mudanças sociais. O importante é que ambos estão fortemente
comprometidos com a melhoria da qualidade de vida.
Filosofia humanista
No Brasil, o humanismo teve sua introdução nas matrizes românticas e pós-românticas,
como podemos verificar no livro Matrizes do Pensamento Psicológico de Luís Cláudio
Figueiredo (1989). Figueiredo se mostra claro e didático e, sua perspicácia
epistemológica supera as literaturas similares dentro do contexto internacional. As
teorias associadas ao humanismo, como a fenomenologia e o existencialismo, se
mostram sob a denominação de psicologias compreensivas devido ao interesse no
estudo da expressividade e da comunicação (GOMES; HOLANDA; GAUER, 2004).
Filosofia humanista
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Fenomenologia de 
Husserl a Heidegger
Segundo Holanda (1997), a fenomenologia é uma filosofia, se a buscamos entender em
sua ideia original. Porém, antes de ser vista como um modelo específico de pensamento
e antes de constituir uma forma sistemática para acessar a realidade, a fenomenologia
deve ser vista como uma metodologia de pesquisa dessa mesma realidade, implicando
uma visão específica de mundo.
Fenomenologia de Husserl a Heidegger
A fenomenologia é uma corrente filosófica que trabalha com a afirmação de os
fenômenos da consciência são de grande importância e devem ser estudados em si
mesmo, pois, tudo o que podemos saber sobre o mundo, está resumido a esses
fenômenos, aos objetos ideais que existem na mente, onde cada um está designado por
uma palavra que vai representar a sua essência ou sua significação. Esses objetos da
fenomenologia são apreendidos por meio de intuição pura, com o objetivo de descobrir
as estruturas essenciais dos atos e as entidades que correspondem a estes atos.
Fenomenologia de Husserl a Heidegger
Um dos aspectos centrais da Fenomenologia é a própria
abordagem do que seja o fenômeno. O fenômeno, ou melhor,
aquilo que se revela, que aparece, não pode e não deve ser
considerado independente das experiências concretas de cada
indivíduo (HOLANDA, 1997, p. 37).
Fenomenologia de Husserl a Heidegger
Fenomenologia de Husserl a Heidegger
A importância da Fenomenologia se caracteriza pelo resgate da
subjetividade na Filosofia e nas demais ciências humanas. O compromisso
de Husserl com o pensamento de Descartes torna a Fenomenologia uma
corrente de pensamento imprescindível para a própria compreensão da
cultura e da evolução do nosso século (HOLANDA, 1997, p. 33).
Para compreender melhor a fenomenologia, é muito importante falarmos
sobre Husserl e Heidegger, teóricos essenciais para a nossa compreensão.
Fenomenologia de Husserl a Heidegger
Edmund Husserl (1859-1938) é considerado o pai da fenomenologia. Ele
esteve determinado a cientificar a filosofia e, por meio dela, dar
consistência a todas as demais.
Um tal procedimento diz respeito à própria fenomenologia compreendida como método
da crítica do conhecimento universal das essências, segundo Edmund Husserl (1859-
1938), método que é a própria ciência da essência do conhecimento, ou doutrina
universal das essências (HUSSERL, 1990: 22, in GALLEFI, 2000, p. 14).
Fenomenologia de Husserl a Heidegger
Edmund Husserl (1859-1938)
Fenomenologia de Husserl a Heidegger
Edmund Husserl nasceu no dia 8 de abril de 1859, em Moravia, que na
época fazia parte do Império Austríaco e faleceu em 27 de abril de 1938 em
na Alemanha. Sua origem era judaica. Estudou física, matemática,
astronomia e filosofia nas universidades de Leipzig, Berlim e Viena, porém,
em Viena cursou seu doutorado em filosofia no ano de 1882 com o tema
Construindo para a Teoria do Cálculo de Variáveis. Em Viena, Husserl se
converteu ao luteranismo, e, em seguida, se casou com Malvine
Steinschneider, a qual esteve ao seu lado até sua morte.
Fenomenologia de Husserl a Heidegger
Husserl era um profundo admirador da filosofia de Descartes. Todavia,
considerava que Descartes não havia aprofundado suficientemente sua
investigação epistemológica. Seu “compromisso” com Descartes consiste no
seu projeto de tornar a Filosofia uma “ciência rigorosa”, semelhante à ideia
cartesiana (HOLANDA, 1997, p. 33).
Fenomenologia de Husserl a Heidegger
[…] a fenomenologia é um método, o que significa dizer que ela é o
“caminho” da crítica do conhecimento universal das essências. Assim, para
Husserl, a fenomenologia é o “caminho” (método) que tem por “meta” a
constituição da ciência da essência do conhecimento ou doutrina universal
das essências (GALLEFI, 2000, p. 14).
Fenomenologia de Husserl a Heidegger
Pensando a fenomenologia como um método que seja utilizado pela
psicologia e processos psicoterápicos, é importante que coloquemos o
cliente como o fenômeno que se nos apresenta, para, desta forma,
compreendê-lo, colocando em suspensão toda e qualquer teoria sobre ele,
para que, assim, ele possa se mostrar em sua essência. Para Husserl, o
psicólogo deve buscar àquilo que se mostra, sem nenhuma perspectiva de
demonstração.
Fenomenologia de Husserl a Heidegger
Pensando a fenomenologia como um método que seja utilizado pela
psicologia e processos psicoterápicos, é importante que coloquemos o
cliente como o fenômeno que se nos apresenta, para, desta forma,
compreendê-lo, colocando em suspensão toda e qualquer teoria sobre ele,
para que, assim, ele possa se mostrar em sua essência. Para Husserl, o
psicólogo deve buscar àquilo que se mostra, sem nenhuma perspectiva de
demonstração.
Fenomenologia de Husserl a Heidegger
Martin Heidegger (1889-1976)
Fenomenologia de Husserl a Heidegger
Martin Heidegger nasceu em 26 de setembro de 1889, na Alemanha, e
faleceu em 26 de maio de 1976, em Friburgo,também na Alemanha. Foi
um filósofo, escritor, professor universitário e reitor alemão.
Heidegger é visto como o ponto de ligação entre o existencialismo de
Kierkegaard e a fenomenologia de Husserl. Ele leu Kierkegaarg, Nietzsche,
Husserl, e vários outros filósofos.
Fenomenologia de Husserl a Heidegger
Em 1913, começou a lecionar na Universidade de Friburgo. Já em 1926,
publicou Ser e Tempo, sua obra mais conhecida, na qual propõe uma
compreensão do ser, fazendo uma distinção entre ser e ente, em que o ser
é aquele que está suscetível de ser questionado, não sendo considerado
livre, já que esse habita o ente. O ser em sua existência concreta pode
questionar o ser.
Fenomenologia de Husserl a Heidegger
Segundo Heidegger, nós, enquanto existentes, estamos sempre lançados no mundo – mundo este que se
mostra, de imediato, nessas relações que estabelecemos com os outros, com as coisas e com o nosso
próprio ser (ou seja, estamos sempre nos relacionando com as nossas possibilidades de ser). Desde essa
perspectiva o mundo se mostra tão familiar, que somos tomados pela ilusão de que ele já está pronto e
acabado – isto é, temos a ilusão de que as coisas já estão determinadas (prontas), como se já
soubéssemos o que as coisas são. Ou seja, temos sempre uma précompreensão acerca das coisas. É essa
pré-compreensão que guia as nossas ações cotidianas, nos revelando o mundo como um “mundo
circundante”. Isto é, o mundo que nos é familiar e próximo: o mundo das nossas ocupações. Estamos
sempre lançados (projetados) nesse “mundo circundante”, sempre lançados numa ocupação.
Fenomenologia de Husserl a Heidegger
Pensando filosoficamente, Heidegger considerava que seu método seria
fenomenológico e hermenêutico, em que ambos fazem referência a
intenção de direcionar a atenção para mostrar àquilo que, na maioria das
vezes, se faz oculto naquilo que se mostra, porém, é exatamente àquilo que
se mostra. O trabalho hermenêutico tem como objetivo a interpretação do
que se mostra, dando foco ao que se manifesta, porém, que não se deixa
ser visto.
Fenomenologia de Husserl a Heidegger
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Existencialismo e 
relação existencial
O existencialismo nasceu a partir das obras dos filósofos Schopenhauer,
Kierkegaard, Dostoievski e Nietzsche. Também sofreu influências de
filósofos como Husserl e Heidegger. Foi difundido a partir de pensamentos
mais radicais em relação ao homem e sua contemporaneidade. Seu
nascimento data de meados do século XIX com o filósofo Kierkegaard,
porém, seu ápice foi após a Segunda Guerra Mundial, entre os anos de
1950 e 1960, com os filósofos Heidegger e Sartre.
Existencialismo e relação existencial
Erthal (1986) nos diz que podemos compreender o existencialismo como
um conjunto de doutrinas com as quais a filosofia tem como foco a análise
e a descrição de uma existência mais concreta, onde podemos considerar
como um ato de liberdade em que ela se constitui afirmando-se e tendo
unicamente como fundamento a afirmação em si. O existencialismo não se
trata de uma doutrina única, tendo em vista que cada filósofo defende uma
ideia própria.
Existencialismo e relação existencial
O existencialismo, então, foi o termo designado à escola de filósofos que
partilhava da crença em que o pensamento filosófico se inicia com o sujeito
humano, o qual, não é meramente pensante, mas que dota de
sentimentos, ações e vivências, também, individuais. O ponto de partida do
sujeito, é, então, que ele seja caracterizado pela atitude existencial, ou seja,
uma sensação de desorientação ou confusão frente ao mundo como se
este não tivesse sentido ou como se seu sentido fosse absurdo.
Existencialismo e relação existencial
O existencialismo caracteriza-se, primeiramente, pela afirmação de que a “existência precede a
essência”, muito enfatizada por Sartre. Até o século XIX, o pensamento predominante era
intelectualista, já que a ambição era descobrir um meio de tornar a existência analiticamente
inteligível. O pensamento racional deveria chegar à existência de forma transparente. A essência
ficava, pois, em primeiro plano. E o que são essência e existência? A essência de uma coisa é o
que resta despojandose-lhe de todo o contingente. É a coisa em si sem precisar de algo que a
qualifique. A existência, por outro lado, é algo concreto, definida por suas características
peculiares. Dependendo da primazia de uma sobre a outra, a doutrina recebe o nome de
existencialismo ou essencialismo (ERTHAL, 1986, p. 1-2).
Existencialismo e relação existencial
Para Lalande (1999), o existencialismo é, pensando em um sentido mais
generalizado, uma forma de acentuar a importância da existência
individual, tendo suas características irredutíveis onde se faz o regresso à
existência exatamente como ela nos é dada, ou seja, seria a necessidade de
considerar a existência frente a frente, como ela é realmente vivida.
Existencialismo e relação existencial
A afirmação do existencialismo gira em tono da prioridade da existência
sobre a essência, que, segundo o filósofo francês, Jean-Paul Sartre, diz que
a existência precede e governa a essência. Essa é uma definição que faz
nascer a liberdade e a responsabilidade do ser humano, tendo em vista que
sua existência independe de que seu ser seja predefinido.
Existencialismo e relação existencial
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ACP
Abordagem centrada 
na pessoa 
A Abordagem Centrada na Pessoa, ou ACP, é uma abordagem que trabalha
as relações interpessoais desenvolvida por Carls Rogers, pioneiro na
pesquisa científica em psicoterapia. Recebeu papel de destaque no
processo histórico da psicologia, abrindo o trabalho terapêutico, que antes
estava vinculado apenas aos médicos, também aos psicólogos. Também
introduziu a pesquisa quantitativa e rigorosa no estudo da efetividade da
psicoterapia, além de ter incentivado o uso de métodos qualitativos nas
pesquisas psicológicas.
Abordagem centrada na pessoa
A Abordagem Centrada na Pessoa começou com Carl Rogers nos Estados Unidos, na
década de 1940. A ideia principal da ACP é a de quem em todo indivíduo existe uma
tendência atualizadora, inerente ao organismo, para crescer, se desenvolver e atualizar
suas potencialidades em uma direção construtiva e positiva.
Rogers defendeu a ideia de que o núcleo básico da personalidade humana seria
tendência à saúde e ao crescimento. Com isso, o processo psicoterapêutico foca na
cooperação entre psicólogo e cliente com a finalidade de liberar esse núcleo,
estimulando o amadurecimento emocional e redescobrindo a autoconfiança e a
autoestima.
Abordagem centrada na pessoa
O método terapêutico da ACP precisa passar pelo amadurecimento do
próprio psicólogo, já que ele não deve simplesmente se apropriar da
técnica utilizada, mas também, experienciar a técnica até que ela faça parte
do seu agir natural. Assim, não existiria uma técnica rogeriana, mas sim,
psicólogos que têm suas condutas semelhantes à de Rogers.
Abordagem centrada na pessoa
De forma progressiva, a ACP foi encontrando horizontes profissionais em diversos
campos, se constituindo um movimento que é conhecido hoje como Abordagem
Centrada na Pessoa, ou seja, se caracterizando como uma abordagem fenomenológica
que privilegia a experiência subjetiva dos sujeitos.
Existem três condições simultâneas e básicas que foram defendidas por Carl Rogers que
permitem, no processo de relacionamento entre psicólogo e cliente, a descoberta do
núcleo essencialmente positivo que existe em cada um de nós.
Abordagem centrada na pessoa
Abordagem centrada na pessoa
Ter consideração positiva incondicional seria aceitar os demais como eles são e
expressar afeto positivo por essas pessoas, apenas porque existem, não sendo
necessário que façam ou sejam isso ou aquilo. Já a empatia seria a capacidade de se
colocar no lugar do outro, neste caso, o cliente, vendo o mundo através de seus olhos,
sentindo como ele sente, desta forma, o cliente passará pelaexperiência de estar sendo
compreendido e não julgado. Por fim a congruência é a condição que vai permitir o
psicólogo a habilidade de expressar de modo objetivo os seus sentimentos e
percepções, permitindo ao seu cliente as experiências de reflexão e conclusão sobre si
próprio.
Abordagem centrada na pessoa
Abordagem centrada na pessoa
Carl Rogers (1902-1987)
Abordagem centrada na pessoa
Carl Ransom Rogers nasceu em 8 de janeiro de 1902, em Illinois, nos Estados Unidos e
morreu em 4 de fevereiro de 1987 na Califórnia, também nos Estados Unidos. Ele foi um
dos pensadores de maior influência nos Estados Unidos e ficou conhecido pela criação
da teoria conhecida como Abordagem Centrada na Pessoa, ou ACP, da qual já
conversamos bastante. Diversos cientistas, psicólogos, psiquiatras e educadores veem
Rogers como um dos mais importantes psicólogos e educadores humanistas, humanistas
existenciais, existencialistas e/ou fenomenológicos do mundo.
Abordagem centrada na pessoa
Um dos pilares da ACP é a forma como se aplica o método de sua psicoterapia, a qual
passa por um processo de amadurecimento do próprio psicólogo, tendo em vista que
este não pode se apropriar da técnica, como se ela fosse uma receita de bolo, devendo
agir conforme vão se desenhando as condições da psicoterapia. Por isso, é importante
compreender que não existe uma técnica rogeriana, mas sim, psicólogos que
compreendem sua conduta profissional dentro da perspectiva rogeriana.
Abordagem centrada na pessoa
Abordagem centrada na pessoa
DO PROF. Leandro Medeiros
Gestalt-terapia
Segundo Hillix e Marx (1978), a Gestalt nasceu a partir de um artigo de Marx
Wertheimer, escrito em 1912, sobre o movimento aparente. Este artigo foi escrito em
conjunto com Wolfgang Köhler e Kurt Koffka, os quais foram considerados coautores
desta nova escola da psicologia. Ainda segundo esses autores, a Gestalt eliminou alguns
problemas já antigos da psicologia e acabou apontando caminho para outros novos. “A
sua rejeição do artificialismo de grande parte da análise psicológica do tempo provocou
um interesse colateral pelos problemas mais próximos das experiências da vida
cotidiana” (HILLIX; MARX, 1978, p. 271).
Gestalt-terapia
O nascimento da Gestalt se deu a partir das argumentações de Wertheimer, em que o
“fenômeno deveria ser visto em si mesmo como exemplo válido de uma experiência
fenomenológica imediatamente dada que não requeria nenhuma referência às partes
que a constituíam” (GOODWIN, 2005, p. 300). Wertheimer se referiu a este movimento
como fenômeno fi, pois ele não gostava do termo movimento aparente porque
implicava que o movimento não era, na verdade, percebido.
Gestalt-terapia
Gestalt-terapia
O fenômeno Fi é, então, uma ilusão de ótica, da qual a sensação de movimento é causada por
uma sucessão de imagens paradas. Nesta experiência está envolvido um observador ou uma
plateia, olhando uma tela em que deverão ser projetadas as imagens de forma sucessiva. Estas
imagens devem ser mostradas de forma sucessiva e rapidamente, devendo durar poucos
segundos para serem vistas, e, então, deve ser perguntado ao observador ou plateia o que viram
ou qual a sensação ótica percebida.
Esse fenômeno foi fundamental para o nascimento da Gestalt-terapia. O fenômeno Fi deu início
ao processo gestaltista de exame e explicação de fenômenos perceptuais. Os teóricos da
aprendizagem se sentiram obrigados a considerar princípios gestaltistas como os de organização
e introvisão (ou insight) na formulação de suas teorias (HILLIX; MARX, 1978)
Gestalt-terapia
Mas, o que é Gestalt?
Gestalt é uma palavra de origem alemã, traduzida como forma total ou forma global.
A Gestalt é uma escola da psicologia que estuda como os sujeitos percebem as coisas. É
uma teoria que enfoca as leis mentais, ou seja, os princípios que determinam a forma
como os sujeitos percebem as coisas. A Gestalt coloca que a percepção não acontece
por meio de pontos isolados, mas por uma visão do todo, trazendo, então, a ideia de
que o todo é mais importante do que a simples soma de suas partes.
Gestalt-terapia
A Gestalt-terapia é, então, um modelo de psicoterapia com ênfase na responsabilidade
em si mesmo e na experiência do aqui e agora, no relacionamento entre terapeuta e
cliente e na autorregulação e ajustamento criativo do indivíduo, sempre levando em
conta o contexto social e o meio ambiente, os quais constituem o ser de um modo geral.
A teoria da Gestalt-terapia foi desenvolvida pelos teóricos Fritz Perls, Laura Perls e Paul
Goodman, entre as décadas de 1940 e 1950.
Gestalt-terapia
Esta é uma teoria que se desenvolveu a partir de uma síntese de várias tendências
filosóficas, culturais e psicológicas, lançando mão do existencialismo, humanismo e
fenomenologia, colocando a abordagem no grupo da psicologia humanista. Por
influência da cultura do pós-guerra, acabou por levantar diversos paradigmas
epistemológicos, filosóficos e culturais. Perls também foi influenciado pelas culturas
hippie, orientais e pelo cristianismo.
Gestalt-terapia
No Brasil, a Gestalt-terapia ficou conhecida na década de 1960, devido às influências da
ACP de Carl Rogers, do Psicodrama, e, da pedagogia de Summerhill. O pensamento
gestaltista foi intensificado no início dos anos 1970, por meio de grupos de estudo. Aqui,
é normal destacar que um dos pontos de atração foi a compatibilidade ideológica com a
resistência ao regime militar. A abordagem também reserva espaço para um processo de
criatividade e para a afirmação de estilos pessoais com expressões verbais e não verbais.
Dentro do processo terapêutico, apresenta um método eficaz, com resultados de curto
prazo.
Gestalt-terapia
Fritz Perls (1893-1970)
Gestalt-terapia
Friederich Salomon Perls, ou Fritz Perls, como é conhecido, nasceu em 8 de julho de 1893, em Berlim, na
Alemanha, e, morreu em 14 de março de 1970, em Chicago, nos Estados Unidos. Psiquiatra e
psicoterapeuta de origem judaica, e desenvolvedor, junto a sua esposa Laura Perls, da abordagem que
chamou de Gestalt-terapia. Segundo Perls, o desenvolvimento psicológico e biológico de um organismo é
processado de acordo com as tendências que são inatas a esse organismo e tentam adaptá-lo de forma
harmoniosa ao ambiente.
Fritz também era um crítico da psicanálise e já a criticava antes mesmo do surgimento da Gestalt-terapia.
Sua crítica dizia respeito à ideia de que a base da agressão e do sadismo estaria na fase oral e não na fase
anal do desenvolvimento infantil.
Gestalt-terapia
No Brasil, a Gestalt-terapia ficou conhecida na década de 1960, devido às influências da
ACP de Carl Rogers, do Psicodrama, e, da pedagogia de Summerhill. O pensamento
gestaltista foi intensificado no início dos anos 1970, por meio de grupos de estudo. Aqui,
é normal destacar que um dos pontos de atração foi a compatibilidade ideológica com a
resistência ao regime militar. A abordagem também reserva espaço para um processo de
criatividade e para a afirmação de estilos pessoais com expressões verbais e não verbais.
Dentro do processo terapêutico, apresenta um método eficaz, com resultados de curto
prazo.
Gestalt-terapia
DO PROF. Leandro Medeiros
Psicodrama
O psicodrama é trabalhado em grupo, no qual a representação dramática deve ser
improvisada e usada como uma forma de explorar a psique humana e seus vínculos
emocionais, sempre visando à catarse por meio do desenvolvimento espontâneo do
sujeito; ou seja, a orientação do processo se dá pela emoção. Pelo grupo e pela
cocriação, sempre buscando promover estes estados espontâneos, dentro de um
processo harmônico, integrando o indivíduo com o coletivo e o mundo interno com a
realidade compartilhada, produzindo catarse e insights cognitivos.
Psicodrama
Aqui se usa a linguagem verbal e a não verbal. Essa técnica psicoterápica tem, então,
como base, além da Psicologia, o Teatro e a Sociologia. Pensando em um ponto de vista
mais técnico, e levando em consideraçãoo que já dissemos anteriormente, constitui um
processo de ação e interação. Diferente das psicoterapias que acabam sendo puramente
verbais, o psicodrama se faz diferente, pois o sujeito pode intervir e se manifestar
fazendo uso do corpo em suas variadas expressões e interações com outros corpos.
Psicodrama
Bom, nasceu então, do teatro de improviso, tendo como pai, o teórico Jacob Levy Moreno, que falaremos mais de sua
história a seguir.
O psicodrama funciona da seguinte forma:
» Lugar da ação dramática: palco ou cenário.
» Um protagonista, que poderá ser apenas um indivíduo ou um grupo, que catalisará o foco da ação.
» Deverá ter um coordenador/diretor da ação dramática e, esse poderá ser auxiliado por outros profissionais que
deverão ser chamados de egos auxiliares.
» As funções dos egos auxiliares são: encarnar pessoas ausentes que sejam importantes na estrutura dos conflitos,
assumir o lugar do cliente, expor sentimentos que estejam ocultos, criar novas ressonâncias e contrapontos às
experiências que causam o sofrimento.
Psicodrama
Trabalhando o que seria espontaneidade para o psicodrama, Santos e Conceição (2014)
dizem o seguinte:
A espontaneidade é considerada a espinha dorsal de toda a teoria psicodramática. No nascimento, encontra-se o grau
máximo da espontaneidade, uma vez que o processo de aquecimento é a expressão operacional da espontaneidade
(MORENO, 1974; 1975). O aquecimento é o que conduz a estados espontâneos de qualidade. Dentre as 15 regras do
Psicodrama, estabelecidas por Zerka e Moreno (MORENO; MORENO, 2006), três delas são aplicadas ao aquecimento:
Regra V: o processo de aquecimento caminha da periferia para o centro; Regra XI: o aquecimento para o Psicodrama
deve se adequar a cada cultura, devendo-se fazer mudanças na aplicação do método; Regra XII: a sessão de
Psicodrama consta de três partes: aquecimento, dramatização e comentários (compartilhamento) (SANTOS;
CONCEIÇÃO, 2014, p. 55).
Psicodrama
Diante desse processo espontâneo, o psicodrama encena histórias, encarnando
personagens internos ou místicos, vai desenvolvendo enredos e cria realidades que são
suplementares; ou seja, no processo do aqui e agora, as cenas são representadas,
podendo retratar lembranças que foram vividas de maneira incompleta, conflitos,
sonhos e até as formas de lidar de forma mais adequada com situações futurísticas,
ficando evidente os modos singulares de ser, sentidos sociais e culturais daquilo que é
vivido e que pode sofrer transformações.
Psicodrama
Por conta da espontaneidade e da criatividade do ser humano, esse processo pede dois
movimentos complementares, em que o primeiro vai permitir o fluir da intuição e da
ação espontânea e o segundo vai perseguir um pensar que permitirá a compreensão do
que ocorre nesse jogo intersubjetivo.
Desta forma, o diretor de psicodrama e todos os participantes envolvidos são
investigadores dentro do psicodrama.
Psicodrama
Jacob Levy Moreno (1889-1974)
Psicodrama
Jacob Levy Moreno, conhecido como Moreno, porém, registrado como Jacob Levi,
nasceu em 18 de maio de 1889, na Romênia, e morreu em 14 de maio de 1974, aos 85
anos, em Beacon, nos Estados Unidos.
» Escolheu a data de 16 de maio de 1892 como a data de seu nascimento em virtude de
ser uma data que lembra a expulsão dos judeus da Espanha.
» Na sua sepultura, mandou gravar: Aqui jaz aquele que abriu as portas da Psiquiatria à
alegria
Psicodrama
Jacob Levy Moreno, conhecido como Moreno, porém, registrado como Jacob Levi,
nasceu em 18 de maio de 1889, na Romênia, e morreu em 14 de maio de 1974, aos 85
anos, em Beacon, nos Estados Unidos.
» Escolheu a data de 16 de maio de 1892 como a data de seu nascimento em virtude de
ser uma data que lembra a expulsão dos judeus da Espanha.
» Na sua sepultura, mandou gravar: Aqui jaz aquele que abriu as portas da Psiquiatria à
alegria
Psicodrama
Cria o teatro da espontaneidade em 1921, com a ideia de fazer uma apresentação
espontânea em que não era preciso decorar falas. Tudo deveria ser feito no improviso.
Em seguida cria o Jornal Vivo, no qual ele e um grupo de atores faziam dramatizações
vinculadas às notícias dos telejornais. Devido a sua vivência hospitalar fazendo uso do
teatro da espontaneidade, acaba criando o teatro terapêutico, sendo chamado,
posteriormente de psicodrama terapêutico.
Psicodrama
Por 40 anos, desenvolveu e introduziu sua teoria das relações interpessoais e
ferramentas para as ciências sociais, conhecida como sociodrama, psicodrama,
sociometria e sociatria. Quando inaugura o sanatório Beacon Hill, faz uso de suas
ferramentas do psicodrama para o tratamento dos internos.
Psicodrama
Prof° Leandro Medeiros
Tel: 19. 98388-4084
Leandro.h.medeiros@anhanguera.com
DO PROF. Leandro Medeiros
2022
Muito obrigado!

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