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UNIVERSIDADE FEDERAL DE ITAJUBÁ INSTITUTO DE ENGENHARIA MECÂNICA EEN 603 - BIOCOMBUSTÍVEIS Biocombustíveis de 2ª geração pela Rota Termoquímica (Parte 1) Autor: Prof. Dr. Christian Jeremi Coronado Rodriguez Itajubá - MG, novembro 2023 2 1. Introdução. BTL (Biomassa to Liquid): Substancia liquidas com propriedades semelhantes a dos combustíveis fósseis 2. Combustíveis obtidos a partir do syngas. 3. Etapas da produção de metanol via gaseificação de Biomassa. 1. Pré-tratamento da matéria prima 2. Gaseificação da Biomassa 3. Tratamento de gás de síntese 4. Reforma dos hidrocarbonetos CH4 + H2O CO + 3 H2 C2H4 + 2 H2O 2 CO + 4 H2 C2H6 + 2 H2O 2 CO + 5 H2 3 5. Ajuste H2/CO CO + H2O CO2 + H2 6. Síntese do metanol: Reator Lurgi (conversão catalítica do syngas em baixas pressões na fase gasosa) Vantagens: Baixos investimentos e custos de produção Melhor confiabilidade operacional e maior flexibilidade na escolha do tamanho da planta Não gera subprodutos, logo não há impacto ambiental Alta eficiência energética Desvantagens: A conversão de metanol é limitada pelas condições de equilíbrio CO + 2 H2 CH3OH CO2 + 3 H2 CH3OH + H2O A estequiometria de ambas as reações é satisfeita quando o coeficiente R apresenta um mínimo de 2,03: R = H2 – CO2 / CO + CO2 7. Destilação: Depois do resfriamento e da separação das impurezas, o metanol cru é processado em uma unidade de destilação para atingir a qualidade requerida 4 3.1. Resumo do processo 4. História. A produção de metanol sintético começou em 1923 na planta alemã BASf´s Leuna, em um processo que requeria alta pressão (250 – 350 atm) e possui baixa atividade catalítica. Entre 1960 e 1970 catalisadores mais ativos foram desenvolvidos (Cu, Zn, Al), permitindo uma eficiência energética elevada e melhor resolução custo benefício. 5. Propriedades de produção de metanol via gaseificação de biomassa. 5 6. Combustíveis líquidos via FT (Fisher-Tropsh). A síntese Fisher-Tropsh foi descoberta em 1923 pelos cientistas alemães F. Fisher e H. Tropsch. Produção de hidrocarbonetos “ultralimpos”. Produtos livres de enxofre e compostos aromáticos. 6 6.1. Conversão do syngas em HC. O syngas obtido da gaseificação de biomassa, é convertido em hidrocarbonetos atraves do processo FT, cujo processo pode ser realizado em altas ou baixas temperaturas. Química básica: 7 A segunda reação da figura seguinte é a reação de construção da cadeia de HC. A formação de HC pesados ocorre através da dissociação do CO. 6.2. Principais produtos obtidos na síntese Fischer- Tropsch A composição de cada produto obtido no processo FT depende da pressão, temperatura, catalisador e tipo de reator. Para produzir produtos de cadeias grandes de carbono (ceras), 200 – 250°C e 25 – 60 bar. Em altas temperaturas são produzidos HC mais leves, que podem ser refinados a óleo, diesel e solventes. 8 6.3. Vantagens Entre as principais vantagens da síntese FT, pode-se citar: Alta taxa de transferência de calor durante a síntese FT Alta taxa de conversão de gás de síntese a HC FT (aproximadamente 70%) O processo FT apresenta uma alta eficiência energética, quando se apresenta num ciclo combinado 6.4. Desvantagens Na fase do hidrocraqueamento, os catalisadores de cobalto têm seu desempenho prejudicado Se o catalisador for exposto a altas temperaturas, pode-se formar carbono na sua superfície, prejudicando assim a integridade estrutural do catalisador 6.5. Processo FT https://www.youtube.com/watch?v=9SG97aKVrMo 6.6. Reatores Fisher – Tropsch Duas classes de reatores são utilizadas para a síntese FT: Leito fixo multitubular Reatores de leito fluidizado (incluindo o reator em lama) https://www.youtube.com/watch?v=9SG97aKVrMo 9 6.6.1. Leito fixo multitubular 6.6.2. Reatores de leito fluidizado Os reatores de leito fluidizado contêm serpentinas de resfriamento imersas no leito e são excelentes sistemas de troca de calor. Estes reatores podem ser subdivididos em três principais tipos: Reator de duas fases de leito fluidizado circulante Reator de duas fases de leito borbulhante Reator de três fases em lama 10 6.6.2.1. Tipos de reatores 6.6.3. A saber Para baixas temperaturas (200 – 240°C) é mais comum o uso de reatores em lama e de leito fixo multitubular. Em altas temperaturas (300 – 370°C) os reatores de leito fluidizado são mai9s indicados Para a escolha do reator é importante considerar as suas dimensões, os custos de capital, eficiência térmica, forma de remoção de calor, flexibilidade das condições de operação e qualidade do produto 6.6.4. Vídeo – Tipos de reatores https://www.youtube.com/watch?v=lVLeQKLT8TU https://www.youtube.com/watch?v=lVLeQKLT8TU 11 6.7. Propriedades do Diesel obtido no processo FT 7. Dimetil eter (DME). Combustível sintético desenvolvido a meados dos anos 1990 Utilização em estágio experimental Semelhante ao GLP Gasoso em condições ambientais Liquefeito a pressões moderadas (5 – 8 bar) O DME pode ser misturado ao GLP em concentrações de 10 a 20% 7.1. DME via gaseificação de biomassa. Originalmente o DME era produzido a traves da desidratação do metanol. 12 Recentemente foram desenvolvidos processos de produção de DME a partir do syngas. 7.2. Rotas para a obtenção do DME. 13 7.3. Vantagens (DME via gaseificação de biomassa) Alta conversão de gás de síntese ao DME, maior que 50% DME apresenta um alto poder calorifico (59 MJ/Nm3) Conversão direta do syngas ao DME permite a produção em grande escala, com um baixo custo 7.4. Desvantagens (DME via gaseificação de biomassa) Necessidade de controle sobre a temperatura durante a síntese do DME, já que as reações são altamente exotérmicas DME a partir do syngas precisa de desenvolvimento tecnológico, no que tange principalmente a limpeza dos gases 7.5. Propriedades do DME a partir da Biomassa 8. Novos desenvolvimentos – BTL. Estudos recentes propõem produção de etanol a partir de material lignocelulosico pela rota de gaseificação utilizando o processo PSA Fermentação do syngas para produzir etanol a traves da bactéria Z. Mobilis. 14 9. Custos de Desempenho dos BTL via gaseificação de Biomassa. Uma planta de metanol, com capacidade térmica de 400 MW de biomassa, tem seu custo específico estimado em 1092 US$/kW, a eficiência nessa planta está em torno de 50- 55% Para plantas maiores, por exemplo, 1000 MW, a eficiência fica em torno de 60-65% O total de biomassa consumida é igual a 177-187 ton/h 9.1. Energia consumida e produzida na obtenção do metanol 9.2. Resumo dos balanços de massa e energia, e rendimento do metanol 15 9.3. Diagrama de Sankey para a eficiência da produção do metanol 9.4. Principais custos envolvidos na produção do metanol 16 10. Custos aproximados – Combustíveis FT. - 10.1. Distribuição por itens dos custos investidos numa planta FT de 150 MWt 17 10.2. Energia na biomassa e no combustível líquido FT Relação entre o valor energético da biomassa que entra como combustível (no caso, a madeira) e o valor energético do produto obtido pelo processo Fischer-Tropsch. 10.3. Eficiências energéticas para diferentes tecnologias FT A eficiência varia em função da tecnologia empregada. A fração em massa do combustível FT para as diferentes tecnologias fica em torno de 0,20 – 0,25 kg de combustível por kg de biomassa. 18 10.4. Sasol FT 19 10.5. Choren FT 20 11. Bioliq. Obter um combustível FT apartir da gaseificação da biomassa lignocelulosica previamente pirolisada A etapa de gaseificação foi realizada na Siemens Fuel Gasification Technology, num gaseificador piloto de fluxo arrastado de 3-5 MW de potência térmica, com uma pressão de operação de 26 bar. A produção de gás de síntese neste gaseificador está em torno de 870 Nm3/h 11.1. Processo Bioliq I Etapa (pirolise rápida): Se produz gases, líquidos, CF e cinzas. Uma pirolise rápida em temp. moderadas (500°C) e tempo de residência curto (1 s) ~soa ótimos para produzir uma grande quantidade de produtos líquidos. II Etapa: O CF, tars, cinzas e condensados são misturados para formar uma pasta suspensa, assim o armazenamento e o transporte, até o processo de gaseificação, são realizados a um menor custo. 21 11.2. Fluxo energético da produção do combustível líquido FT – Bioliq Process 11.3. Custos – Bioliq Os custos de produção são considerados elevados devido à alta demanda energética (biomassa) e muitas reações químicas exotérmicas sucessivas que geram uma baixa eficiência de conversão térmica. 22 12. Custos aprximados – DME. O custo de produção do DME para uma planta de escala comercial com uma capacidade de 200 000 toneladas por ano está em torno de 415 US$/ton DME. 13. Tendências e desafios para processo BTL. 13.1. Processo FT Atualmente, as instalações de grande porte para a conversão Fischer-Tropsch utilizam somente combustíveis fósseis As tecnologias para a gaseificação da biomassa ou do bio-óleo (produzido pela pirólise da biomassa) para a obtenção do gás de síntese estão ainda em fase de estudo. 23 13.1.1. Foco das pesquisas Limpeza e o condicionamento do gás de síntese Desenvolvimento de diferentes tipos de catalisadores Redução da quantidade de componentes inertes no gás de alimentação Utilização de subprodutos, tais como eletricidade, calor e vapor 13.1.2. Número de plantas BTL estimadas na Europa para os anos de 2015 e 2020, para produção do diesel FT Em Rotterdam pretende-se instalar uma planta de demonstração com capacidade de 600 MW, utilizando-se como matéria-prima o carvão e a biomassa. 24 Há também uma planta-piloto de tecnologia FT (BIG-FT), da Choren Industries, em Freiberg, na Alemanha. 25 26 13.2. Metanol Otimização do processo, minimizando o consumo de oxigênio e obtendo-se maior rendimento do gás de síntese, através da conversão máxima do carbono e da obtenção de baixa concentração residual de hidrocarbonetos no gás de síntese No Brasil, no Estado do Paraná, está em desenvolvimento o Projeto RAUDI- METANOL, unidade pré-comercial para aproveitamento do excedente da biomassa (bagaço e palhas) via gaseificação e posterior síntese do metanol 13.2.1. Esquema do processo de produção de metanol integrado à usina de açúcar e álcool 27 Não há mais dados atualizados em disponibilidade devido ao idealizador da pesquisa, Ricardo Audi ter encerrado suas atividades por motivos financeiros. Essa informação veio diretamente do próprio Ricardo através do e-mail raudi@raudi.com.br que também atende pelo telefone (44) 3438-8300. 13.3. DME No mundo, há várias instalações de pequena capacidade que produzem o DME a partir do metanol puro. A produção de DME diretamente do gás de síntese encontra-se em processo de desenvolvimento Entretanto, o DME é produzido principalmente a partir do gás de síntese, derivados do gás natural, nafta, óleo pesado e carvão Planta de demonstração instalada em Kushiro, Japão, com capacidade de 100 ton/dia de produção de DME, a qual é projetada para utilizar o gás de síntese obtido a partir da biomassa 28 Sobre a Associação internacional de DME: DME a partir do gás natural DME a partir da biomassa 29 13.3.1. Bio-DME No Projeto Bio-DME da Swedish National Energy Administration, os custos de investimentos, para uma planta em escala comercial, com uma produção anual de 200.000 ton de DME, são estimados em 608 milhões de dólares A SNEA estima que os custos de produção do DME a partir da biomassa estão em torno de 0,42 $/litro Entre os anos de 1996 e 1998, a Volvo Truck Corporation e Volvo Bus Corporation desenvolveram o primeiro veículo pesado abastecido com DME. O propósito deste projeto foi demonstrar as baixas emissões e a alta eficiência do DME em motores a diesel 13.3.2. Exemplos de veículos – DME 30 13.4. Vantagens do DME O DME pode ser usado em MCI Diesel com elevada eficiência As taxas de emissões são menores em relação ao combustível fóssil A eficiência do DME é maior em relação aos demais biocombustíveis