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Radiologia musculoesquelética veterinária

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Radiologia musculoesquelética
É possível analisar os ossos e ter uma noção geral das articulações (contorno e congruência). Traumas, alterações de desenvolvimento, doenças inflamatórias e degenerativas são as mais comuns sendo difícil de diferenciar uma degenerativa de uma inflamatória pois a inflamação vem antes da degeneração e com isso acabam sendo usadas como sinônimos. Deve-se levar em consideração a raça e a espécie na hora da avaliação para que as predisposições sejam consideradas. 
Em animais jovens a placa metafisária está mais destacada, possuem mais chances de fraturas, como a tuberosidade da tíbia que é a última a sofrer calcificação, a avaliação dos animais jovens deve levar isso em consideração e não confundir com uma fratura de avulsão, a placa epifisária se mostra como uma linha radiotransparente pela cartilagem não mineralizada. O córtex ósseo possui maior radiopacidade quando comparado à medula. 
As projeções em geral são feitas a 90º, uma posição ortogonal e em duas projeções para evitar sobreposição e tentar construir uma imagem 3D. Quando a radiografia é em tarso e carpo são chamadas de médio-lateral e crânio-caudal (por onde entra e depois por onde sai), abaixo é dorso-palmar ou plantar e para pelve é usado o ventro.
Algumas técnicas podem ser empregadas a fim de melhorar a interpretação e identificação de determinadas lesões. O distrator articular tem como finalidade afastar os membros posteriores, se a cabeça do fêmur se afastar indica instabilidade de encaixe, o teste de ortolani também identifica porém o RX identifica de forma mais precoce. A projeção dinâmica consiste em movimentar estruturas usando uma colimação direta o que exige maior proteção das pessoas, dá para avaliar ruptura de ligamento fazendo uma compressão. 
No RX se avalia as alterações de radiopacidade, de contorno, perda de continuidade óssea e incongruências. Quando a radiopacidade está diminuída pode-se associar a osteopenia (fica mais fraco e predispõe a fraturas, há redução de radiopacidade), osteólise (fica mais transparente por ser mais pontual e há lise de matriz óssea) e esclerose (fica mais radiopaco), maior produção óssea tendo osteoblastos ativos na tentativa de aumentar a resistência do osso. Alteração de contorno geralmente ocorre por erosão do osso subcondral em casos de artrite e artrose, podem ser encontrados osteófitos (fragmento de osso ou cartilagem que se desprende e fica livre) e entesófitos (ponto de mineralização no trajeto de um tendão ou ligamento). Pode ocorrer ainda a reação periosteal que ocorre quando o periósteo produz muito osso que ocorre mais em osteomielites, calcificação de lesões e neoplasias ósseas, já na destruição óssea não tem visualização dos fragmentos pela reabsorção completa. 
Em relação a perda de continuidade óssea as mais comuns são as fraturas de radio e ulna que podem ser completas ou incompletas, simples ou cominutiva, pode ser classificado ainda em transversal, obliqua, espiralada, fechada ou aberta, avulsiva ou impactada e ainda patológica. Para filhotes há a classificação de Salter-Harris, tipo 1: fratura fisária com ou sem luxação, tipo 2: fisária passando pela metáfise, tipo 3: fratura fisária que se estende pela epífise, tipo 4: fisária, metafisária e epifisária, tipo 5: compressão da placa de crescimento e tipo 6: uma parte sofre compressão. 
Ainda nos animais jovens pode se encontrar o forame nutrício se encontra radioluscente, podem haver esquirolas ósseas liberadas por uma fratura, calo ósseo (se o osso vier a fraturar, ocorrerá acima ou abaixo, nunca no calo). Incongruências de articulação podem ser a subluxação onde o osso não perde tanto o contato com a articulação e a luxação onde o osso perde o contato completo com a articulação. 
Maria Eduarda Barros