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GEOGRAFIA – FRENTE 2610 ATIVIDADE 1 Do meio natural ao meio técnico-científico-informacional como os semáforos de trânsito, que são capazes de analisar o fluxo de automóveis e regular automaticamente seu funciona- mento. Outro exemplo é o das catracas e roletas dos mais variados estabelecimentos e serviços (como o transporte público), que podem contabilizar número de usuários, horário de maior demanda e tempo de uso ou permanência. A informação não está restrita aos objetos. Ela é essencial à realização das ações, e o território é equipado para facilitar sua circulação. Os fluxos ganham mais importância que no meio geográfico anterior. E, para dinamizá-los, mais fixos precisam ser instalados no meio geográfico. Assim, tudo pode ser comandado à distância, tanto as ordens sobre o que e como fazer quanto o deslocamento material dos produtos. Isso traz maior necessidade de intercâmbio entre os lugares, de mais circulação, de mais fluidez, de um espaço organizado para a rapidez e para atender à velocidade dos sistemas de transporte e comunicação. Além de tecnificada, agora a paisagem, a dimensão visível, percebida do espaço geográfico, apresenta-se cientificizada. bl oo du a/ iS to ck ph ot o. co m O ritmo de produção é acelerado. Cresce o número de grandes cidades. Produz-se muito mais em menos tempo e com menor uso de recursos materiais e territoriais por unidade. Um automóvel hoje é construído muito mais rápido, com menor custo, com menor quantidade de matéria-prima e em unidades fabris menores, com o processo de fabricação geralmente disperso mundialmente, instalando-se onde há vantagens econômicas. Entretanto, como a quantidade da produção é imensa, a necessidade de recursos naturais aumenta. Os desastres ambientais são mais intensos neste atual período. A principal força motriz da organização e da produção do espaço é financeira, pois o mercado, agora, é global, graças justamente ao desenvolvimento tecnológico, e o espaço é estruturado para atender aos atores hegemônicos da economia, da cultura e da política. A escala geográfica é, então, efetivamente global. A mesma lógica é imposta a diferentes lugares, independentemente de suas características e necessidades locais. O espaço encontra-se unificado, mas não unido. A difusão da informação e a instalação dos objetos não se dão de forma igualitária pelo planeta. Há lugares em que as ordens são emitidas e outros em que são aplicadas. Há também aqueles lugares que estão, ainda, às margens do processo. Porém, já identificados e mapeados, são resguardados. São reservas territoriais no radar das ações futuras, quando novas condições materiais, políticas e culturais forem criadas. Dessa forma, o meio técnico-científico-informacional pode ser compreendido como a expressão geográfica da globalização. 2020_OCTA+_V1_GEO_F2.INDD / 22-10-2019 (10:41) / ANDERSON.OLIVEIRA / PDF GRAFICA 2020_OCTA+_V1_GEO_F2.INDD / 22-10-2019 (10:41) / ANDERSON.OLIVEIRA / PDF GRAFICA GEOGRAFIA – FRENTE 2610 ATIVIDADE 1 Do meio natural ao meio técnico-científico-informacional como os semáforos de trânsito, que são capazes de analisar o fluxo de automóveis e regular automaticamente seu funciona- mento. Outro exemplo é o das catracas e roletas dos mais variados estabelecimentos e serviços (como o transporte público), que podem contabilizar número de usuários, horário de maior demanda e tempo de uso ou permanência. A informação não está restrita aos objetos. Ela é essencial à realização das ações, e o território é equipado para facilitar sua circulação. Os fluxos ganham mais importância que no meio geográfico anterior. E, para dinamizá-los, mais fixos precisam ser instalados no meio geográfico. Assim, tudo pode ser comandado à distância, tanto as ordens sobre o que e como fazer quanto o deslocamento material dos produtos. Isso traz maior necessidade de intercâmbio entre os lugares, de mais circulação, de mais fluidez, de um espaço organizado para a rapidez e para atender à velocidade dos sistemas de transporte e comunicação. Além de tecnificada, agora a paisagem, a dimensão visível, percebida do espaço geográfico, apresenta-se cientificizada. bl oo du a/ iS to ck ph ot o. co m O ritmo de produção é acelerado. Cresce o número de grandes cidades. Produz-se muito mais em menos tempo e com menor uso de recursos materiais e territoriais por unidade. Um automóvel hoje é construído muito mais rápido, com menor custo, com menor quantidade de matéria-prima e em unidades fabris menores, com o processo de fabricação geralmente disperso mundialmente, instalando-se onde há vantagens econômicas. Entretanto, como a quantidade da produção é imensa, a necessidade de recursos naturais aumenta. Os desastres ambientais são mais intensos neste atual período. A principal força motriz da organização e da produção do espaço é financeira, pois o mercado, agora, é global, graças justamente ao desenvolvimento tecnológico, e o espaço é estruturado para atender aos atores hegemônicos da economia, da cultura e da política. A escala geográfica é, então, efetivamente global. A mesma lógica é imposta a diferentes lugares, independentemente de suas características e necessidades locais. O espaço encontra-se unificado, mas não unido. A difusão da informação e a instalação dos objetos não se dão de forma igualitária pelo planeta. Há lugares em que as ordens são emitidas e outros em que são aplicadas. Há também aqueles lugares que estão, ainda, às margens do processo. Porém, já identificados e mapeados, são resguardados. São reservas territoriais no radar das ações futuras, quando novas condições materiais, políticas e culturais forem criadas. Dessa forma, o meio técnico-científico-informacional pode ser compreendido como a expressão geográfica da globalização. 2020_OCTA+_V1_GEO_F2.INDD / 22-10-2019 (10:41) / ANDERSON.OLIVEIRA / PDF GRAFICA 2020_OCTA+_V1_GEO_F2.INDD / 22-10-2019 (10:41) / ANDERSON.OLIVEIRA / PDF GRAFICA GEOGRAFIA – FRENTE 2 ATIVIDADE 1 Do meio natural ao meio técnico-científico-informacional 611 1 O debate sobre a organização do espaço feito pela Geo- grafia é auxiliado por uma categoria que está ligada à ideia de domínio ou gestão de determinada área. Estas características correspondem à categoria. A região. B paisagem. C espaço. D lugar. E território. 2 [...] Inté mesmo asa branca Bateu asa do sertão Entonce eu disse adeus Rosinha Guarda contigo meu coração Hoje longe muitas légua Numa triste solidão Espero a chuva cai de novo Prá mim vortá pro meu sertão. [...] Asa Branca – Composição de Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira. O Sertão, na forma como os compositores o utilizam nas es- trofes transcritas anteriormente, pode ser definido como: A Região, pois se refere à área delimitada pelo clima semiári- do de ocorrência da caatinga e sujeita às secas periódicas, mas também tem o sentido de Lugar, pois, ao se referir ao “meu sertão”, o autor demonstra o sentimento de perten- cimento e de identidade para com esta parcela do espaço. B Território, pois remete a um espaço de controle das elites políticas e econômicas que se utilizam do discurso da seca para tirar proveito em benefício dos seus interesses e con- tinuar a exercer o poder sobre este espaço. C Região, delimitada pelo critério exclusivamente econômi- co, que tem na divisão territorial do trabalho o papel de fornecedora de mão de obra desqualificada para o Cen- tro-Sul do país. D Paisagem, pois nos remete a cenários distintos: o cinza e a desolação da estação seca que afugenta a asa branca, e o verde e vivaz do período chuvoso das plantações que traz de volta o migrante. E Espaço, pois a dinâmica populacional está presente atra- vés da migração do sertanejo que vai para outras regiões produzir bens e transformar as paisagens distantes, mas também se reproduzir enquanto força de trabalho. 3 Uma importante contribuição do geógrafo Milton Santos na análise do espaço geográfico foi: A a teoria sobre a tectônica de placa que auxiliou aescla- recer a ocorrência dos grandes terremotos e tsunamis no planeta. B a elaboração da “Teoria dos mundos”, que regionaliza o mundo em Primeiro, Segundo e Terceiro mundo. C a introdução do conceito de meio técnico-científico- -informacional na análise do espaço geográfico. D a elaboração da teoria dos domínios morfoclimáticos sobre a combinação dos elementos naturais na compo- sição do relevo. E a difusão da máxima de que a “Geografia serve antes de mais nada para fazer a guerra”. 4 Analise o texto a seguir: O espaço se globaliza, mas não é mundial como um todo, senão como metáfora. Todos os lugares são mundiais, mas não há um espaço mundial... Milton Santos, 1993. Ele caracteriza a globalização como: A possibilidade de transformar suas virtudes locacionais, de modo a evitar a interação com as ações solidárias hierárquicas. B diminuição do poder das empresas transnacionais me- diante práticas, como a formação de cartéis, trustes e holdings. C fenômeno revelador de lugares que são, ao mesmo tem- po, objetos de uma razão global e de uma razão local, convivendo dialeticamente. D aumento do poder dos Estados nacionais em relação aos conglomerados transnacionais. E conjunto dissociável de sistemas de objetos naturais ou fabricados e de sistemas de ações. 5 Atente para as seguintes estrofes do poema de Cecília Meireles intitulado Província. Província Cidadezinha perdida no inverno denso de bruma, que é dos teus morros de sombra, do teu mar de branda espuma [...] Pela curva dos caminhos, cheirava a capim e a orvalho e muito longe as harmônicas riam, depois do trabalho [...] 2020_OCTA+_V1_GEO_F2.INDD / 22-10-2019 (10:41) / ANDERSON.OLIVEIRA / PDF GRAFICA 2020_OCTA+_V1_GEO_F2.INDD / 22-10-2019 (10:41) / ANDERSON.OLIVEIRA / PDF GRAFICA GEOGRAFIA – FRENTE 2612 ATIVIDADE 1 Do meio natural ao meio técnico-científico-informacional Que é feito de tua prosa, onde a morena sorria com toda noite nos olhos e na boca, todo dia. MEIRELES, Cecília. Viagem. As estrofes anteriores exemplificam uma estreita relação en- tre Geografia e Literatura. Em Província, pode-se observar a presença de dois conceitos geográficos. Assinale a opção que corresponde a esses dois conceitos. A Território e lugar. B Paisagem e lugar. C Região e território. D Paisagem e território 6 Texto IX A história do homem sobre a Terra é a história de uma ro- tura progressiva entre o homem e o entorno. Esse processo se acelera quando, praticamente ao mesmo tempo, o homem se descobre como indivíduo e inicia a mecanização do pla- neta, armando-se de novos instrumentos para tentar domi- ná-lo. A natureza artificializada marca uma grande mudança na história humana da natureza. Hoje, com a tecnociência, alcançamos o estágio supremo dessa evolução. SANTOS, Milton. Técnica, espaço, tempo: globalização e meio técnico científico informacional. Hucitec: São Paulo, 1998. p. 17. O Texto IX tem como temática aspectos da relação homem- -natureza em diferentes épocas. A partir do mesmo e utili- zando seus conhecimentos geográficos, assinale a alternativa correta sobre esta relação. A O avanço do meio técnico-científico informacional pos- sibilitou uma maior preservação da natureza, haja vista que as indústrias modernas utilizam tecnologia que res- tringe a poluição ambiental; além do fato de que, nas so- ciedades contemporâneas, há maior preocupação com a preservação do meio ambiente. B As sociedades contemporâneas têm um grande consu- mo de energia devido ao emprego de tecnologias que facilitam a comunicação, levando muitos países à maior exploração das fontes energéticas com redução dos im- pactos ambientais, principalmente nos rios e florestas, graças à utilização de tecnologias modernas na apropria- ção dos recursos naturais renováveis. C A tecnociência tem, entre seus princípios básicos, a uti- lização intensa da mão de obra humana, o estímulo à preservação da natureza e redução da ação do homem sobre esta, que ainda se apresenta impotente frente às grandes tragédias da natureza, a exemplo dos furacões e tsunamis. D Nas sociedades primitivas, cada grupo humano construía seu espaço de vida com as técnicas que inventava para tirar da natureza os elementos indispensáveis à sua so- brevivência; organizava a produção, sua vida social e o espaço geográfico na medida de suas próprias forças e necessidades. E Nos dias atuais, os objetos tecnológicos que nos servem são cada vez mais técnicos, criados para atender finalida- des específicas, facilitando as comunicações, mudando as relações sociais, interpessoais e com a natureza, gra- ças às políticas estatais de diversos países estimulados pelas Conferências Mundiais sobre o Meio Ambiente, a exemplo da Rio+20. 7 O espaço geográfico agora mundializado redefine-se pela combinação de signos. Seu estudo supõe que se levem em conta esses novos dados revelados pela modernização e pelo capitalismo agrícola, pela especialização regional das ativi- dades, por novas formas e localização das indústrias. SANTOS, Milton. Técnica, espaço e tempo. Rio de Janeiro: Hucitec, 1996. O trecho anterior expressa novas determinações do espaço geográfico identificadas com: A os territórios de exclusão. B as paisagens distópicas. C o meio técnico científico e informacional. D a redefinição de hierarquias urbanas. 8 Observe as imagens: TERRA, Lygia; ARAÚJO, Regina; GUIMARÃES, Raul Borges. Conexões: estudos de geografia geral e do Brasil. 1. ed. São Paulo: Moderna, 2008. p. 16. As figuras mostram concepções de pessoas, feitas há cerca de cem anos, sobre como seria o cotidiano no século XXI. Em relação ao Brasil, essas concepções estavam: 2020_OCTA+_V1_GEO_F2.INDD / 22-10-2019 (17:00) / ANDERSON.OLIVEIRA / PDF GRAFICA