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Língua portuguesa - Livro 1-0007

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Pronome
A rigor, pronome é toda palavra que representa, substi-
tui ou acompanha um substantivo, referindo-se sempre a um
ser e indicando uma pessoa do discurso: aquele que utiliza
a língua no momento da comunicação (eu, nós), aquele a
quem a comunicação é dirigida (tu, você, vós, vocês, Vossa
Senhoria, Senhor), aquele ou aquilo que não participa do
ato comunicativo, mas é mencionado (ele, ela, aquilo, outro,
qualquer, alguém etc.).
Existem seis tipos de pronomes: pessoais, possessi-
vos, demonstrativos, relativos, indefinidos e interrogativos.
Observe o quadro a seguir.
Classificação
pessoais
(1a, 2a, 3a)
eu, tu...
me, te, se...
mim, ti, si...
[...]
possessivos
(1a, 2a, 3a)
meu, minha...
teu, tua...
seu, sua...
[...]
demonstrativos
(1a, 2a, 3a)
este, esta...
esse, essa...
aquele, aquela...
[...]
indefinidos
(3a)
algum, alguém...
tudo, nada...
muito, pouco...
[...]
interrogativos
(3a)
quem, que...
qual, quanto...
quantas...
[...]
relativos
que, qual...
onde, cujo...
quem, quanto...
[...]
Os pronomes referem-se às pessoas do discurso: 1a p, 2a p e 3a p
Emprego dos pronomes
Pronome de tratamento
Os pronomes de tratamento indicam o interlocutor, por-
tanto, com quem se fala. Conjugam-se na terceira pessoa
e são incluídos entre os pronomes pessoais. Podem ser
assim classificados:
y de tratamento familiar
Os pronomes você e vocês são utilizados para tra-
tamento familiar, expressam intimidade, aproximação,
informalidade. Seu uso está presente na escrita e consa-
grado na linguagem oral.
y de tratamento cerimonioso
São pronomes de tratamento cerimonioso: senhor, se-
nhora, senhorita. No texto de Dalton Trevisan, a seguir, o
pronome é utilizado em letra maiúscula a fim de retratar a
importância da mulher na vida da família e do enunciador;
mais que respeitabilidade, esse pronome assume no con-
texto um valor afetivo.
Com os dias, Senhora, o leite primeira vez coalhou. A
notícia de sua perda veio aos poucos: a pilha de jornais ali no
chão, ninguém os guardou debaixo da escada. Toda a casa era
um corredor deserto, até o canário ficou mudo.
Dalton Trevisan. “Apelo”. In: Mistérios de Curitiba. 4. ed. Rio de Janeiro:
Record, 1979. p. 73-74.
Em outros contextos, entretanto, esse pronome pode
ser utilizado como efeito de distanciamento:
às 4:00 da madrugada
A senhora sabe
que horas são?
Hora de o senhor
deixar de ser chato e
me dar um beijo!
Fig. 19 Pronome de tratamento cerimonioso – afastamento.
y de reverência
Onde está
o ministro?
Vossa Excelência está
assinando papéis.
Fig. 20 Pronome de tratamento.
Os pronomes de reverência são utilizados em contextos
formais para altas autoridades públicas, membros da aristo-
cracia e do clero. Podem ser agrupados da seguinte maneira:
A Igreja:
Vossa Eminência (o cardeal)
Vossa Reverendíssima (o sacerdote)
Vossa Santidade (o papa)
A aristocracia:
Vossa Alteza (o príncipe, o duque, o arqueduque)
Vossa Majestade (o rei, o imperador)
A presidência e as autoridades:
Vossa Senhoria (funcionário público graduado, oficiais
até coronel, pessoas de cerimônia)
F
R
E
N
T
E
 1
19
Vossa Excelência (o presidente, altas autoridades do
governo e das Forças Armadas)
Atenção
É especialmente interessante o caso do pronome de
tratamento você que, no Brasil, alcança status de pronome
pessoal, usado em vez de tu. Embora substitua a segunda
pessoa, ainda conserva características de pronome de tra-
tamento, pois exige verbo na terceira pessoa.
Além de você, as palavras senhor, senhora, senhorita,
madame também são pronomes de tratamento, formas res-
peitosas pelas quais se reconhece ou se destaca o valor
social do outro.
Os principais pronomes de tratamento são:
Vossa Alteza
Vossa Eminência
Vossa Excelência
Vossa Magnificência
Vossa Majestade
Vossa Santidade
Vossa Senhoria
Vossa
Reverendíssima
Tab. 11 Pronomes de tratamento.
Os pronomes de tratamento podem criar efeitos de apro-
ximação ou distanciamento. Observe os exemplos a seguir:
− O doutor...
− Eu não sou doutor, Senhor Melli.
− Parlo assim para facilitar. Non é para ofender.
Alcântara Machado. Brás, Bexiga e Barra Funda.
Rio de Janeiro: Ediouro, 2004. p. 30.
Fig. 21 Efeito de aproximação.
R
E
P
R
O
D
U
Ç
Ã
O
No diálogo, o pronome de tratamento “Senhor” cria um
efeito de distanciamento entre os interlocutores; já no anúncio
publicitário, o pronome “você” cria um efeito de aproximação.
Atenção
Pronome possessivo
Os pronomes possessivos podem expressar afetivida-
de, desprezo, ironia ou cálculo aproximado.
 doce Bianca...
 idiota, não pise no meu pé!
 querido... retire-se!
Tinha quinze anos...
Quanto mais econômica for a escrita, mais claro o texto
ficará. Sendo assim, não é recomendável o excesso de
possessivos (1) nem seu uso para partes do corpo (2). Veja:
(1) João foi ao teatro com seu pai.
 João foi ao teatro com o pai.
(2) Minha cabeça dói.
 A cabeça dói.
Há, ainda, situações nas quais o possessivo gera am-
biguidade (3). É preciso desfazê-la:
(3a) A família de Adolfo Bastos comunica seu arrependi-
mento.
Agora observe:
(3b) A família de Adolfo Bastos comunica o arrependi-
mento deste.
Pronto! Está desfeita a ambiguidade.
A posposição do pronome ao substantivo costuma ser
recurso enfático:
Neto meu não sai a essa hora!
Na literatura, também se observa a posposição como
recurso expressivo, algumas vezes como vocativo:
Mas vem! Os hinos meus, as canções minhas.
Manuel Bandeira.
É necessário estar atento em relação à concordância
entre os verbos, especialmente o imperativo, e os posses-
sivos. Observe:
linguagem coloquial:
Vem, sua obra é digna!
linguagem culta:
Venha, sua obra é digna!
De quem? De Adolfo
ou da família?
2a 3a
3a 3a
20 LÍNGUA PORTUGUESA Capítulo 1 Morfologia – Classes gramaticais
Na primeira frase, falta concordância, o verbo está na
segunda pessoa (Vem tu) e o pronome está na terceira. Já
na segunda frase, verbo e pronome estão em concordância
(outra possibilidade: Vem, tua obra). Quando um só posses-
sivo determina mais de um substantivo, concorda-se com
o substantivo mais próximo:
Minha bússola e cantil de que tanto preciso!
Pronome demonstrativo
Os pronomes conhecidos como demonstrativos são
usados para indicar proximidade ou distância, isto é, a po-
sição de algo ou de um ser em relação à pessoa gramatical
do enunciador.
Principais demonstrativos:
a. o, a, os, as (= aquilo, aquele, aquela e flexões)
Quando eu te encarei frente a frente
não vi o meu rosto
chamei de mau gosto o que vi...
Caetano Veloso. “Sampa”. Intérprete: Caetano Veloso.
In: Circuladô - ao vivo. Polygram, 1992. 19a faixa.
O pronome o em “o que vi” pode ser substituído por
“aquilo”: chamei de mau gosto aquilo que vi...
b. este, esse, aquele...
Há dois critérios a serem observados:
critério espacial
y Próximo do emissor: este, esta, estes, estas, isto.
Esta caneta = Minha caneta
y Próximo do receptor: esse, essa, esses, essas, isso.
Essa caneta = Tua caneta
critério temporal
y Tempo presente em relação ao emissor: este, esta.
Esta noite está sendo inesquecível.
y Passado próximo em relação ao emissor: esse, essa.
Essa noite foi inesquecível.
Marcadores de coesão
1. Valores semânticos
Os demonstrativos podem transmitir uma pluralidade
de valores semânticos como:
“Você comeu
aquilo?
Que nojo...”
“Este infeliz me
passou a perna,
Heitor”
Fig. 22 Depreciativo.
e brincadeira...
Fig. 23 Admiração.
Isto é futebol,
o resto é pelada!
Fig. 24 Ênfase.
Fig. 25 Com valor temporal (= então).
Em certas situações, um demonstrativo pode substituir
o outro, note:
Janaína!! Tira esse chato
da minha frente”
Fig. 26 “Esse” no lugar de “este” para criar um efeito de distanciamento.
F
R
E
N
T
E
 1
21

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