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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ
INSTITUTO DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS
FACULDADE DE HISTÓRIA (BACHARELADO)
NATHÁLIA RODRIGUES DE LIMA
RESENHA DO TEXTO “LIBERDADES MESTIÇAS: A (CO)EXISTÊNCIA DA ESCRAVIDÃO INDÍGENA, AFRICANA E MESTIÇA NO MARANHÃO (SÉCULO XVIII)”
BELÉM
2023 
FERREIRA, André Luís Bezerra. Liberdades Mestiças: a (Co)existência da escravidão indígena, africana e mestiça no Maranhão (século XVIII). In: José Alves de Souza Júnior, Livia L. Silva Forte Maia. (Org.). O Mundo do Trabalho na Amazônia. 1ed.Sao Paulo: Livraria da Física, 2021, v. 1, p. 135-149.
André Luís Bezerra é o autor do artigo “Liberdades Mestiças: a (Co)existência da escravidão indígena, africana e mestiça no Maranhão (século XVIII)” e é graduado em Licenciatura em Ciências Humanas - História pela Universidade Federal do Maranhão (2014). Mestre e Doutorando em História no Programa de Pós-Graduação em História Social da Amazônia da Universidade Federal do Pará - PPHIST/UFPA. Atua atualmente como Docente colaborador no curso de Licenciatura em História - Universidade Estadual do Maranhão pelo Programa de Formação de Professores ENSINAR. Desenvolve pesquisas sobre a História da Escravidão na Amazônia em perspectiva global (séculos XVII e XVIII).
O artigo busca analisar a escravidão africana, indígena e mestiça na capitania do Maranhão durante o século XVIII, buscando o entendimento das dinâmicas desses grupos na sociedade da época, assim como, levando em consideração os diferentes processos históricos, políticos e sociais. 
A princípio é preciso citar que a região amazônica teve a presença do trabalho escravo, indígena e mestiço, que trabalharam nos rios, e tiveram o papel de construir identidades sociais na região. Isso porque, com a aproximação desses povos — e sua influência no cotidiano da sociedade — há uma união narrativa dos grupos, o autor utiliza as ideias de Giuseppe Marcocci para embasar sua tese. 
 	Para melhor compreensão da análise efetuada em seu artigo, o historiador utiliza o conceito de “dinâmica de mestiçagem” para entender os processos de liberdade dos cativos — Um conceito de Eduardo França Paiva. 
Em seu segundo ponto, Ferreira designa sua atenção para a qualificação dos escravos. Pois, passou-se a diferenciar e classificar os trabalhadores de cor, de acordo com suas especificações. (P. 139-141)
Em terceiro lugar, trazendo foco para a justiça que os sujeitos tinham acesso, o autor enfatiza que os principais direitos estavam ligados a mão-de-obra indígena. Além disso, tem-se a questão do Ouvidor-Geral — que era de extrema importância para a libertação dos indígenas — e sua atuação com os africanos também, apesar de as leis não se estenderem até eles.
Vale citar também, o termo “cafuzo” que passou a ser usado para designar pessoas mestiças de africanos e indígenas, e poderia significar também sujeitos que estavam entre a escravidão e liberdade, já que não se encaixavam e nenhuma das duas classificações (P.145).
Na América do Sul a escravidão era uma realidade tanto para os africanos quanto para os indígenas e mestiços, porém, de maneiras diferentes. É importante enfatizar também que a escravidão mudou a formação social da região (P.145).
Entretanto, apesar da importância desse triste fato da nossa história, ainda é uma realidade a pobreza de historiografia produzida sobre esse tema, não concedendo importância para esse sujeito da sociedade. Portanto, é importante lembrar a escrita da história dos índios, africanos e mestiços como protagonistas da sociedade.

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