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PATOLOGIA DO FÍGADO MACROSCOPICAMENTE: LOBOS Região periportal (periferia) = construída principalmente: Ramo da artéria hepática – traz o sangue oxigenado vindo da aorta. Ramo da veia porta – traz o sangue desoxigenado do intestino. ✓ Do intestino para o fígado vai substâncias que precisam ser metabolizadas, inativadas (ex: amônia) e substâncias que vão ser utilizadas pelo fígado para produção de outras substâncias (ex: Aas - proteínas, glicose – glicogênio, cobre, triglicerídeos). Capilares sinusóides, passam pelos cordões de hepatócitos – onde ocorre mistura do sangue, por onde vai em direção ao centro do lóbulo. DUCTO BILIAR – recebe os sais biliares ao contrário da circulação, vem do centro para os ductos, na periferia. ESPAÇO DE DISSE Entre o cordão de hepatócito e o capilar sinusóide, existe um espaço de disse, que NÃO é visível ao microscópio óptico se o fígado estiver normal. Só visível nessa microscopia se tiver bastante lesão nesse parênquima. CÉLULA ESTRELADA = presente no espaço com função de armazenamento de vitamina A. Quando tem lesão grave no parênquima hepático, para de armazenar vitamina A e começa a produzir tecido conjuntivo fibroso – se comporta como se fosse um fibroblasto. GRANDE RESPONSÁVEL PELA FIBROSE HEPÁTICA. Importante nos casos de hepatite crônica e cirrose. Existem medicamentos para diminuir a função dessas células nesse momento. ÁREAS LÓBULO HEPÁTICO HEPATÓCITOS EM: 1. ÁREAS PRÓXIMO DO ESPAÇO PORTA/ZONA 1 = região periportal. É a primeira região a receber oxigênio e nutrientes. 2. MEIO DO LÓBULO/ZONA 2 = região média. 3. PRÓXIMO A VEIA CENTROLOBULAR/ZONA 3 = região centrolobular. Última região a receber oxigênio. FUNÇÕES HEPÁTICA • Faz parte do sistema fagocítico mononuclear – células de Kupffer = são macrófagos que vão fagocitar agentes infecciosos, corpos estranhos. • Armazenamento de glicogênio. • Síntese de proteínas plasmáticas, fatores de coagulação (albumina), alfa e beta globulinas. • Síntese colesterol e ácidos biliares (sais biliares). • Metabolismo e conjugação pigmentos biliares (bilirrubina), substâncias ingeridas e hormônios. • Conversão de amônia em ureia (depois vai ser eliminada pelo rim). ACÚMULO DE PIGMENTOS ALTERAÇÃO CLÍNICAS + COMUM EM PACIENTES COM PROBLEMAS HEPÁTICOS = icterícia – deposição de pigmento biliar (bilirrubina). ✓ PRÉ-HEPÁTICA: Associada ao aumento da degradação de hemácia, com grande produção de hemoglobina, vai ser fagocitada pelos macrófagos no sistema fagocítico mononuclear, vai ser quebrada em porção heme, que vai virar biliverdina e bilirrubina. Essa bilirrubina precisa ir para o fígado sofrer a conjugação, ligando a uma albumina na corrente sanguínea, e vai ser transportada para o fígado, onde vai ser conjugada com o ácido glicurônico e ser liberada pelos sais biliares no duodeno pelo ducto biliar. Ela precisa ser conjugada porque só consegue ser liberada quando se torna um pouco mais lipossolúvel. EXAMES LABORATORIAIS = aumento de bilirrubina não conjugada. ✓ HEPÁTICA: Associada a alguma lesão grave no fígado: hepatite, necrose hepática multifocal difusa, esteatose, cirrose. O fígado perde a capacidade de conjugação. EXAMES LABORATORIAIS = pode ter aumento de bilirrubina não conjugada ou bilirrubina conjugada (quando o fígado consegue conjugar, mas não consegue sair do hepatócito para o canalículo biliar). ✓ PÓS-HEPÁTICA: Quando ocorre a conjugação, mas não consegue eliminar a bilirrubina no ducto biliar. Pode estar obstruído por um cálculo, uma massa comprimindo o duodeno, uma massa comprimindo o ducto biliar. DISTÚRBIOS METABÓLITOS E DEPÓSITOS DE SUBSTÂNCIAS LESÃO + FREQUENTE NO FÍGADO = esteatose = lipidose hepática = fígado gordo = degeneração gordurosa. → Esteatose hepática está relacionada com o acúmulo de triglicerídeos. • O fígado, normalmente, já faz metabolismo do triglicerídeo, independente da quantidade, para ser quebrado em ácidos graxos (fonte de energia), e a partir dele tem a formação de outros tipos de lipídeos. ✓ Esses lipídeos precisam sair dos hepatócitos, e se ligam a proteína chamada apoproteínas para se formarem uma lipoproteína de baixa densidade e conseguir passar pela membrana. • A maioria dos triglicerídeos que entram no fígado para ser metabolizado vem do tecido adiposo acumulado ou da alimentação. “LIPIDOSE FISIOLÓGICA” = momentânea/reversível, devido a alimentação – não pode ser contínua. SITUAÇÕES QUE PODE OCORRER: 1. Estresse – aumento do nível de cortisol faz lipólise. 2. Excesso de ingestão de lipídeos. 3. Hipóxia e toxinas – todo o processo de quebra, movimentação de vesículas é feito pelas células. 4. Diabetes melitus – insulina não produzida ou não tem receptor, se não tem insulina para estimular a entrada de glicose na célula, a glicose fica no sangue e não é absorvida para ser usada como fonte de energia. Dessa forma, é usado o tecido adiposo como fonte. 5. Hipotireoidismo – metabolismo reduzido de triglicerídeos e começa ter acúmulo em todos os locais, inclusive dentro do fígado. 6. Maior demanda energética: ✓ Pico de lactação. ✓ Final da gestação. ✓ Gestação gemelar – ovinos. CETOSE O triglicerídeo é constituído por 3 moléculas de ácido graxo, esse ácido é usado pela célula para produção de energia. Nesse metabolismo gera corpos cetônicos, que são tóxicos, mas produzidos normalmente em pequenas quantidades. Esses corpos cetônicos geram lesões no sistema nervoso central, altera a permeabilidade de membrana de neurônios = o principal quadro neurológico é apatia, decúbito e coma. ✓ Dosa quantidade de corpos cetonicos no sangue e na urina para diagnóstico. LIPIDOSE HEPÁTICA FELINA • Mais comum em gatos = obesos, nutricionalmente estressados. • SINAIS CLÍNICOS = ✓ Vomito. ✓ Anorexia. ✓ Perda de peso. ✓ Icterícia. ✓ Hepatomegalia. HIPERLIPOPROTEINEMIA IDIOPÁTICA = doença de Schnauzer – associada a mutação gênica de proteínas que participam do metabolismo de triglicerídeos. ✓ Não é raro. ✓ Animais começam a ter deposição de vários tipos de lipídeos = colesterol, VLDL, outros. ✓ Pode fazer aterosclerose, esteatose, xantomas. ✓ MICROSCOPIA = formam macro/microvacúolos. DEGENERAÇÃO GLICOGÊNICA • Degeneração hepatocelular induzida por glicocorticoide – GLICOGENIO SINTETASE (forma mais glicogênio). • Acúmulo de glicogênio – formado por moléculas de glicose. • PODE SER CAUSADO POR DIABETES MELITUS. • MACROSCOPICAMENTE = fígado aumentado e pálido. Abdômen distendido. CAUSAS DE DEGENERAÇÃO GLICOGÊNICA: HIPERADRENOCORTICISMO PRIMÁRIO– ocorre devido a neoplasia de córtex da adrenal. HIPERADRENOCORTICISMO SECUNDÁRIO/ de origem hipofisária – neoplasia da hipófise – estimula a produção de ACH. DISTÚRBIOS HEREDITÁRIOS – ocorre mutação em genes que produzem a enzima que degrada a glicose (enzima 6- glicose-fosfatase) – COMUM EM MALTÊS. ✓ Normalmente, detectado quando o animal ainda é filhote, devido a quadros de convulsão devido a hipoglicemia. ✓ Não consegue usar a glicose como fonte de energia. AMILOIDOSE HEPÁTICA • É uma proteína de várias origens – pode ser originada de imunoglobulinas (AL) que estão sendo produzidos. ✓ Em cães é comum em tipos de neoplasia de plasmócitos – que produzem Ac. ✓ Sharp ei = raça predisposta. ✓ Cavalo produtor de soro – porque o soro é estimulado a produção de anticorpos. • Fígado aumentado, amarelado. • A medida que o amiloide vai se depositando, vai ocorrendo perda do parênquima, substituindo os hepatócitos e entra em quadro de insuficiência hepática. DOENÇA DO ARMAZENAMENTO DE COBRE OVINOS são mais comuns a desenvolver devido à baixa tolerância. CAUSAS: OVINOS COM EXCESSO A FORMULAÇÕES DE BOVINOS (+ comum) = quando utiliza misturamineral de boi, que contém cobre, para ovinos – o teor para bovinos é muito maior do que para ovinos. SUPLEMENTAÇÃO EXCESSIVA ORAL/PARENTERAL = quando utiliza doses muito altas (causa comum em bovinos). Pastagens contaminadas com sulfato de cobre. Pastos com concentração de cobre normal, mas com diminuição da concentração de molibdênio (mineral). ✓ O cobre e o molibdênio são antagonistas. ✓ Quando tem alteração no molibdênio (diminuição), ocorre maior absorção de cobre. • O cobre vai sendo captado pelos hepatócitos, armazenado até um limite, e o que não consegue armazenar vai sendo eliminado, liberando todo o cobre para a circulação, e o cobre faz oxidação das membranas celulares e vai gerar hemólise aguda grave. CONSEQUÊNCIA = NECROSE HEPÁTICA (necrose dos hepatócitos) e HEMOGLOBINÚRIA. * Necrose tubular por hemoglobina. OBS = pode ocorrer – em ovinos – a doença do armazenamento de cobre SECUNDÁRIA, devido a outra doença hepática. EX: lesão hepática por alguma planta tóxica, quantidade de hepatócitos reduzida, e mesmo que não receba uma alta quantidade de cobre, ele apresenta menos quantidade de hepatócitos para armazenar devido a lesão pré-existente, e com isso pode levar ao desenvolvimento dessa doença. Cobre começa a armazenar no fígado e uma parte é liberada e faz hemólise – gerando icterícia, hemoglobinúria. FOTOSSENSIBILIZAÇÃO HEPATÓGENA Sensibilidade exagerada da pele a radiação. • HEPATÓGENA = porque essa fotossensibilização é secundária a uma lesão hepática. • + comum em ruminantes = bovinos/ovinos. • QUADRO + COMUM = associado a plantas tóxicas. Que tem a formação de alguns componentes que obstruem os ductos biliares. EX: braquiária – quando é metabolizada formam cristais que obstruem. • Acontece por causa do acúmulo de uma substância chamada FILOERITRINA – resultante da degradação da clorofila. Todo herbívoro tem esse processo – devido a sua alimentação. A FILOERITRINA é eliminada juntamente com os sais biliares pelo conteúdo biliar. É um subproduto fotoativo/fotodinâmico – se estiver na superfície de mucosas ou vasos sanguíneos da pele, e a radiação solar incidir sobre essa região, vai ocorrer uma reação química causando um processo inflamatório no local – chamado de FOTOSSENSIBILIZAÇÃO. SINAIS COMUNS, depende do animal, da cor de pele e da quantidade de pelo na região: ✓ Vermelhidão da pele. ✓ Formação de vesículas. ✓ Necrose da pele. OUTROS: ✓ Icterícia. ✓ Hepatite. ✓ Inflamação de mucosa ocular, perianal, labial. • Em alguns situações pode ocorrer obstrução de ductos biliares, interlobular, colédoco (colestase), obstrução dos ductos intra-hepáticos– E não liberar os sais biliares. Dessa forma, vai ocorrer o acúmulo de vários compostos, assim como a filoeritrina também. • + visível em animais com pele clara. ANOMALIAS DO DESENVOLVIMENTO CISTOS HEPÁTICOS • São constituídos de ductos biliares dilatados – revestidos pelo epitélio biliar. • Um ou poucos cistos não atrapalham o funcionamento do parênquima. • DOENÇA HEPÁTICA POLICISTICA: Frequência bem menor do que renal. Cães, gatos persas, hamsters. CONEXÕES VASCULARES ANORMAIS Ocorrem no parênquima hepático ou fora do parênquima, ocorrendo na veia porta. 1. FÍSTULA ARTERIOVENOSA – conexão de artéria hepática com veia porta. 2. CONEXÃO DE VEIA PORTA COM OUTRA VEIA SISTÊMICA. FÍSTULA = comunicação entre dois ductos/dois vasos. EX: fístula da vagina com o reto. FÍSTULA ARTERIOVENOSA INTRAHEPÁTICA • Se ocorre essa fístula só focal, apenas em uma região, as vezes o animal não apresenta alteração clínica. • Quando são fístulas multifocais, ocorre em várias regiões do parênquima hepático e compromete a função. ✓ Quando tem dois vasos comunicando, começa ter troca de sangue. ✓ Apesar dessa artéria ser menor que a veia, ela apresenta pressão maior que empurra o sangue para a veia – RAMOS DA ARTÉRIA HEPÁTICA SÃO EMPURRADOS PRO RAMO DE VEIA PORTA DENTRO DO PARENQUIMA HEPÁTICO. ✓ Com o tempo essa veia começa a ficar arterializada, ou seja, com sangue arterial. ✓ VEIA PORTA traz sangue do intestino (pobre em oxigênio). CONSEQUÊNCIAS → Atrofia do lóbulo, e consequentemente do parênquima hepático (HIPÓXIA). ✓ Porque uma parte do sangue oxigenado que estaria passando pelos hepatócitos levando oxigênio vai diminuir, porque uma parte está indo para a veia. → Hipertensão portal – aumento de PH – edema – ASCITE SECUNDÁRIA. ✓ Fluxo congestionado com dificuldade de entrar no parênquima. DESVIO PORTOSISTÊMICO EXTRAHEPÁTICO ADQUIRIDO → NEOVASCULARIZAÇÃO/DESVIO ADQUIRIDOS/ ANASTOMOSE– criação de novos vasos conectando a veia porta com alguma veia sistêmica, geralmente, a cava, para melhorar o fluxo. DESVIO PORTOCAVAL – desvio para a veia cava. DESVIO PORTOSISTÊMICO – veia sistêmica qualquer. CONSEQUÊNCIAS → As substâncias começam a ser desvias, inclusive algumas toxinas que precisam obrigatoriamente passar pelo fígado. ✓ EX: amônia. ✓ Principal quadro é no SNC, principalmente no encéfalo – gera alteração de permeabilidade de neurônio de membrana, gerando edema/necrose neuronal, gera neuropila (vacuolizado). ✓ CLINICAMENTE esse quadro é chamado de ENCEFALOPATIA HEPÁTICA= convulsão, coma, animal uivando, depressão, subdesenvolvimento. ✓ Nesses casos, uremia baixa – amônia não está sendo convertida. DESVIOS VASCULARES (SHUNTS) PORTOSISTÊMICOS CONGÊNITOS SHUNT PORTOCAVAL CONGÊNITO • Alteração extra hepática. • O animal nasce com uma alteração ligando a veia porta com a veia cava – apenas um vaso calibroso. • PRINCIPAL QUADRO CLÍNICO = convulsão. OUTROS = depressão, subdesenvolvimento, encefalopatia hepática. ✓ O fígado está funcionando, mas uma parte da amônia está indo para a circulação sistêmica. ✓ Fígado atrofiado/pequeno. ✓ SEM ASCITE – não ocorre hipertensão de veia porta. DEGENERAÇÃO/NECROSE HEPÁTICA São nomeadas de acordo com a localização. Dependendo do local, já é possível identificar etiologias. → EX: NECROSE CENTROLOBULAR – insuficiência cardíaca, anemia crônica (diminuição de O2), toxinas → NECROSE MULTIFOCAL – é aleatória, não segue um padrão de necrose = pode ter necrose periportal, necrose centro lobular etc. ✓ Geralmente, causados por agentes infecciosos. ✓ Bactérias, geralmente que fazem sepse. → NECROSE DIFUSA – a partir do momento que as áreas vão aumentando (+ comum). ✓ INCOMUM = trauma, torção de lóbulo hepático. NECROSE HEPÁTICA pode ser pálida ou vermelha. REGENERAÇÃO DO FÍGADO O fígado tem capacidade de regeneração. Porém, para que isso ocorra é necessário que: 1. A causa da necrose seja removida. 2. A lesão não pode ser MUITO grave. ✓ Se a lesão for muito grave e começar a alterar o estroma, as células estreladas mudam e começam a produzir tecido conjuntivo fibroso e fibrosar. ✓ Nas áreas de fibrose começa a ter ducto biliar hiperplásico – porque começa ter estímulo de regeneração do fígado devido ao alto estímulo de proliferação do ducto. 3. A lesão não pode ter prejudicado o estroma. ✓ Os hepatócitos ficam presos pelo estroma, que precisa estar preservado, até para que depois consiga formar o cordão de hepatócito novamente. ✓ O estroma até consegue regenerar, mas não forma mais os cordões – se regenera de forma aleatória. ✓ Os hepatócitos começam a se formar em nódulos, com fibrose em volta – CHAMADO DE NÓDULO DE REGENERAÇÃO. CIRROSE – junção das 3 alterações juntas no parênquima hepático inteiro. → Estágio final. → Fígado cirrótico apresenta fibrose, hiperplasia de ducto biliar e nódulo de regeneração. → Fígado amarelado devido ao acúmulo de bilirrubina. → ETIOLOGIAS: ✓ Insultos tóxicos crônicos. ✓ Obstrução biliar. ✓ Hepatite. ✓ Insuficiência cardíaca – congestão hepática passiva crônica. DISTÚRBIOS METABÓLITOS DAINSUFICIENCIA HEPÁTICA ALTERAÇÕES: ✓ Encefalopatia hepática – não está convertendo a amônia em ureia. ✓ Hemorragia grandes – devido diminuição dos fatores de coagulação (são proteínas) – No TGI pode haver hemorragias espontâneas. ✓ Fotossensibilização – EM HERBÍVOROS. ✓ Hipoalbuminemia – diminuição da pressão oncótica – EDEMA. ✓ Hipertensão portal – aumento da pressão hidrostática – EDEMA → NEOVASCULARIZAÇÃO PORTO-CAVAL ADQUIRIDA. PROCESSOS INFLAMATÓRIOS Vias de entrada: → Hematógena – pelo sangue. → Penetração direta. → Via ascendente – sistema biliar. ✓ Vem do intestino. NOMENCLATURA: → Hepatites: ✓ Viral. ✓ Bacteriana. ✓ Parasitárias. → Colangites – inflamação do sistema biliar. → Colângio-hepatite – inflamação do fígado e sistema biliar. ✓ Comum em felinos. → Pericolangite – inflamação nos ductos biliares, mas não lesiona o epitélio. → Hepatite portal – inflamação no espaço porta. ✓ H. aguda – normalmente com 1 semana de evolução. - Comum necrose. ✓ H. crônica – passam de 1 semana, em 15/20 dias. - Fibrose. - Hiperplasia de ductos biliares. ✓ H. crônico ativa. - Hepatite que reagudiza – volta a ficar aguda. - Comum em leptospirose. HEPATITES VIRAIS Hepatite infecciosa canina = + comum em cães jovens (até 1 ano de idade) não vacinados. → Doença aguda – óbito em 1 semana ou menos. → Adenovírus tipo I - é um vírus. → Além de lesão hepática, faz lesão endotelial (tropismo por hepatócitos e endotélio). ✓ Quando tem lesão endotelial, causa vasculite e edema. ✓ Pode ter ascite, com fibrina. ✓ Trombos múltiplos em diversos órgãos gerando áreas de infarto – normalmente, em microcirculação (capilares/arteríolas). Então, + visível em histologia. ✓ Hemorragia. ✓ MACROSCOPICAMENTE – infarto pulmonar, infarto esplênico, infarto em qualquer local. ✓ HEPATITE NECROTIZANTE = necrose com vários focos. CAUSA DO ÓBITO = animal morre de CID – coagulação intravascular disseminada, devido o consumo de plaquetas, fatores de coagulação e fibrina. Existem animais que não morrem de CID, mas morrem de DIATESE HEMORRÁGICA – diversos sangramentos, causados pela lesão endotelial. Além do fígado necrosado não produzindo os fatores de coagulação. → Epistaxe. → Melena. → Hemoptise – sangramento nasal de origem pulmonar. → Hematêmese. → Hemorragia subcutânea. SINAIS: ✓ Dor a palpação. ✓ Ascite. ✓ Fígado aumentado. ✓ Fibrina depositada na superfície devido ao aumento de permeabilidade. ✓ Necrose/hemorragia. ✓ Fígado avermelhado. HISTOLOGIA – pode encontrar corpúsculo de inclusão intra nuclear nos hepatócitos. EDEMA DE CÓRNEA – presente em animais que sobrevive a HIC. ✓ Ocorre, geralmente, com + de 20 dias depois da presença dos sinais clínicos. ✓ Desenvolvem esse edema por deposição de imunocomplexo na íris. ✓ Pode causar cegueira. Herpes vírus canino = + comum em neonatos (até 15/20 dias de idade). ✓ Diagnóstico diferencial da HIC. ✓ Também apresenta o corpúsculo de inclusão. ✓ Pode fazer necrose. Hepatite infecciosa felina – corona vírus/ PIF. ✓ Dependendo da imunidade do animal ao vírus, pode ter uma hepatite fibrinosa ou uma hepatite piogranulomatosa (visível nódulos). ✓ Anemia infecciosa equina – pode causar hepatite de espaço porta. Outros adenovírus – principalmente tipo II, e geralmente acometem animais jovens de produção. ✓ Caprinos, ovinos, bezerros. ✓ Faz inflamação, necrose, colangite. HEPATITES BACTERIANAS PORTA DE ENTRADA DIFERENCIAL EM JOVENS – via umbilical. EM RUMINANTES – é comum secundários a doenças ruminais. ✓ Tanto pela chegada pela veia porta, quanto pelo contato direto. ✓ FUSOBACTERIUM NECROPHORUM – muito comum, e causa muita necrose. - Bactéria ambiental. - Necessário lesão prévia para sua proliferação. - Comum pododigital – animal com lesão prévia na sola. - Comum no trato gastrointestinal – devido a presença da bactéria. CLOSTRIDIUM NOVYI – bactéria anaeróbica ambiental, que necessita de lesão prévia para proliferar. - Hepatite necrotizando bem grave/aguda = animal morre em poucos dias (2 a 3 dias). LEPTOSPIRA - LESÃO CARACTERÍSTICA DE LEPTOSPIROSE NO FÍGADO = chamado de dissociação de hepatócitos. SALMONELLA SPP – via de entrada pelo ducto biliar que vem do intestino. ✓ Em bezerros, pode fazer inflamação da vesícula biliar. Hemoglobinúria bacilar - + comum em bovinos, mas pode acometer ovinos. ✓ Causada pelo Clostridium haemolyticum tipo I. ✓ Bactéria ambiental, pode ficar alojada dentro das células de Kupffer (macrófagos do fígado). ✓ Pode ficar presente por anos sem causar nenhuma alteração. - Mas, se acontecer alguma lesão onde diminui a tensão de O2 por alguma doença cardíaca ou por doença respiratória, a bactéria começa a se proliferar e produzir toxinas. ➢ FOSFOLIPASE C (enzima) = uma das toxinas produzidas. ➢ Degrada fosfolipídios que ficam localizados na membrana, induzindo a necrose celular. ➢ Se a toxina cai na corrente sanguínea, causa hemólise intravascular, devido degradação das hemácias. ➢ Aumenta o grau de necrose hepática da região onde está sendo produzida. ✓ Doença comum em locais que tem grande quantidade de infecção por FASCÍOLA HEPÁTICA – trematóide, e o adulto fica localizado no ducto biliar. ➢ A forma imatura (metacercária) fica migrando e causando necrose de parênquima até chegar no ducto. ➢ Hospedeiro intermediário = caramujo. ➢ Animal em contato com áreas alagadas. SINAIS = ✓ Urina escura - hemoglobinúria. ✓ Necrose tubular por hemoglobina. ✓ Rim escuro. ✓ Icterícia – devido hemólise acentuada. HEPATITES PARASITÁRIAS Os nematódeos são parasitas adultos do intestino, então são as larvas que chegam no fígado – hepatite causada pela larva migras. Os cestódeos são partes intermediárias do ciclo das tênias, parasita do intestino. Os trematódeos – fascíola hepática (+ comum em bovinos). ✓ No gato, Platynosomum. HEPATITES NUTRICIONAIS DOENÇA DO CORAÇÃO DE AMORA – deficiência de vitamina E e selênio comum em suínos jovens. ✓ Causa necrose de músculos, necrose vascular – coração fica todo vermelho. ✓ Essa mesma causa leva a HEPATOSE DIETETICA – hemorragia com necrose do parênquima hepático. ✓ Existem suínos que desenvolvem as duas coisas. HEPATITES TÓXICAS • Comum, porém é difícil diagnosticar, porque a lesão histológica é inespecífica. ✓ Pode ter degeneração, necrose, fibrose. ✓ Para diagnosticar é necessário histórico. • São comuns no fígado, porque: ✓ É o local que recebe grande parte do sangue vindo da veia porta. ✓ Devido sua função de metabolização. PLANTAS TÓXICAS QUE FAZEM HEPATITE NECROTIZANTE, com quadros mais agudos: ✓ Cestrum laevigatum – tóxica para bovinos, com óbito em até 4 dias. O animal desenvolve o quadro de encefalopatia hepática – quadro neurológico (agressivo, decúbito de pedalagem). DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL = raiva. Fígado característico de lesão de noz moscada. ✓ Cica revoluta: muito usada em jardim, extremamente tóxica. Faz hepatite aguda e necrose hepática. AFLATOXINA = toxina produzida por fungos. ➢ Produzida por: Aspergillus flavus e A. parasiticus. ➢ Fungos presentes em cereais (ração, amendoim). ➢ Toxina altamente resistente ao calor – as vezes, o fungo já morreu, mas a toxina ainda está presente. ➢ Quando o animal ingere, é convertida pelo fígado em outros compostos, que se ligam no DNA/RNA alterando fita e altera a síntese proteica. ➢ Além de causar hepatite, é carcinogênica. ➢ Cães são altamente susceptíveis – se intoxicam mais rápido, devido a sensibilidade maior. MEGALOCITOSE – lesão muito característica da aflatoxina.✓ As células ficam grandes, mas não conseguem dividir seu material genético. ✓ Em cão, só a aflatoxina faz megalocitose. ✓ Em grandes animais, existem plantas tóxicas que fazem. SINAIS= icterícia, esteatose, fibrose, hiperplasia de ducto biliar, hemorragia do TGI, necrose de tecido linfoide. HEPATITE TÓXICA MEDICAMENTOSA: • Doses altas. • Lesões inespecíficas. • Muitos medicamentos usados como anticonvulsivantes para tratamento de epilepsia são hepatotóxicos. ✓ Necessário fazer a dosagem de fenobarbital e primidona. ✓ Animais tem quadros agudos e alguns com fibrose/necrose crônica. PATOLOGIA DO SISTEMA BILIAR – ducto e vesícula • Pode ter processo inflamatório, geralmente, ou são de bactérias vindas do TGI (+ comum), ou parasitas, e existem alguns vírus. Obstrução Biliar Agressão Hepatocelular → Inflamação → Fibrose Colecistite • Hepatite Infecciosa Canina - edema e hemorragia. ✓ Faz bastante colecistite. ✓ Avaliação da vesícula biliar na necropsia – espessada. • Salmonella enteritidis - exsudato fibronoso. ✓ PATOGNOMÔNICO = bezerro com inflamação na vesícula biliar é salmonella. • Colicistite crônica: Infecções Bacterianas Crônicas, colélitos, parasitas. ✓ Muito relacionado a processos inflamatórios crônicos. Hiperplasia Biliar Cães Senis (velhos) – Hiperplasia Cística da Mucosa. ✓ Cistos na parede da vesícula biliar. ✓ Hiperplasia nodular hepatocelular – também muito comum em cães velhos. Alterações hiperplásicas e neoplásicas 1. Hiperplasia Nodular Hepatocelular 2. Hiperplasia Colangiocelular (Reação do Fígado a Agressão) 3. Adenoma Hepatocelular 4. Carcinoma Hepatocelular 5. Adenoma Colangiocelular 6. Carcinoma Colangiocelular 7. Neoplasias Metastáticas