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ILUSTRÍSSIMO SENHOR PRESIDENTE DA JUNTA DE DEFESA PRÉVIA DO DETRAN-PE Ivan de Amorim Barbosa Filho, brasileiro, solteiro, autônomo, portador da identidade nº 10883304 SDS PE, CPF nº 141.637.124-96, Carteira Nacional de Habilitação º 08037661841, residente e domiciliado na Rua Mangueira, nº 210, Bairro Massangano, Petrolina-PE, vem respeitosamente à presença de Vossa Senhoria, com base no artigo 285 do CTB, opor: DEFESA PRÉVIA Com o objetivo de exercitar legítimo direito de ampla defesa e do exercício pelo do contraditório; em desfavor ao auto de infração promovido pelo DETRAN-PE, pelas razões de fato e de Direito a seguir aduzidas: DO VEÍCULO Marca HONDA, modelo CG 160 START, ano 2020, cor CINZA, placa QYI5F78, RENAVAM 01230801631. I – DOS FATOS: O condutor na data 09/04/2023, por volta das 19:05h da noite, dirigia seu veículo pela Avenida da Redenção, quando foi abordado pela autoridade policial. Deslocava-se, o recorrente na hora acima citada à residência dos seus clientes quando recebeu ordem de parada pela Polícia Militar do Estado de Pernambuco. Na abordagem, a autoridade policial fez minuciosa fiscalização nos documentos do veículo conduzido pelo recorrente e na documentação do próprio que tem a CNH provisória, após isso iniciou-se por parte do policial uma intensa fiscalização também no veículo o que na oportunidade não vislumbrou qualquer ilegalidade, pois estava em perfeita condição física e mecânica para ser conduzida. No entanto, para sua surpresa, o recorrente foi autuado pela autoridade policial sem prévia alegação de cometimento da infração rebatida. Apenas dois meses depois teve conhecimento da infração - o que já evidencia-se ilegalidade - pois foi quando ela entrou no sistema. Antes disso não chegou em sua residência a notificação de autuação e tampouco havia entrado no sistema do DETRAN-PE. A infração ora objeto da presente impugnação, enquadra o condutor na tipificação descrita como: “CONDUZIR O VEÍCULO QUE NÃO ESTEJA REGISTRADO E DEVIDAMENTE LICENCIADO:”, artigo 230, V do CTB. O que não tem liame com o veículo do recorrente, pois em documentos anexados evidenciará que o veículo está devidamente regularizado e pronto para transitar em via pública. II- DO DIREITO: Conforme disposto no artigo 230, V do Código de Transito Brasileiro, encontra-se fundamentos jurídicos para o recursos da multa ora em discussão. https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10590983/artigo-285-da-lei-n-9503-de-23-de-setembro-de-1997 https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/91797/código-de-trânsito-brasileiro-lei-9503-97 Art. 230, V do CTB: conduzir veículo que não esteja registrado e devidamente licenciado. O artigo é taxativo ao descrever que a infração será imposta ao condutor que estiver com seu veículo irregular, ou seja, aquele que transita sem permissão do órgão competente por meio do documento de licenciamento. Como sabemos, o licenciamento é um procedimento anual e obrigatório que autoriza o veículo a circular pelas vias, atestando que o automóvel encontra-se em conformidade com as normas de segurança e ambiental para o setor automotivo e sem o devido pagamento o condutor corre risco de ser multado e ter seu veículo removido. Tal situação jamais queria passar o recorrente, tendo em vista a necessidade da posse do seu veículo, sendo ele seu instrumento de trabalho e meio pelo qual consegue sanar seus compromissos, constando um desses compromissos o pagamento anual do licenciamento que se deu a efetivação na data de 14/02/2023, ás 16h e 55min, data essa que foi meses antes do auto de infração dada pela autoridade policial, o que objetiva a legalidade em transitar pela via pública de acordo com o código vigente. Ademais, vale destacar que o artigo 281, parágrafo único do CTB, traz o seguinte: O auto de infração será arquivado e seu registro julgado insubsistente: I - se considerado inconsistente ou irregular; II - se, no prazo máximo de trinta dias, não for expedida a notificação da autuação. Primeiramente, observa-se a inconsistência da autuação, visto que não há qualquer lógica em autuar um condutor que está devidamente regularizado com seus vencimentos em dia. Outrossim, como preceitua o inciso II, será arquivado e julgado insubsistente se, no prazo máximo de trinta dias, não for expedida a notificação de autuação, situação que não ocorreu, tendo o recorrente conhecimento da infração apenas dois meses depois, pois não chegou notificação em sua residência e nem estava no sistema na data prevista pelo CTB. Neste sentido, o posicionamento do Supremo Tribunal Federal, esposado nas Súmulas 346 e 473: "A Administração pública pode declarar a nulidade dos seus próprios atos" e "A Administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de vícios que os tornam ilegais, porque deles não se originam direitos; ou revogá-los, por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial". Por estes motivos, pautado o agente público na estrita legalidade, deve este órgão julgador de trânsito, anular a NOTIFICAÇÃO DA AUTUAÇÃO DE INFRAÇÃO DE TRÂNSITO em comento, pois eivada de vícios que a torna ilegal, dela não se origina direitos. Em anexo constará os documentos comprobatórios antes relatados. III – DOS PEDIDOS: Diante do exposto, requer que Vossa Senhoria acolha a presente defesa prévia, anulando o auto de infração ora impugnado. Termos em que, Pede Deferimento. Petrolina-BA, 19 de junho de 2023 ______________________________________ Nome completo