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Info 711 STF resumido

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INFORMATIVO esquematizado 
 
Informativo 711 – STF 
Márcio André Lopes Cavalcante 
 
 
DIREITO CONSTITUCIONAL 
 
Mandado de segurança contra projeto de lei 
 
É possível que o STF, ao julgar MS impetrado por parlamentar, exerça controle de 
constitucionalidade de projeto que tramita no Congresso Nacional e o declare inconstitucional, 
determinando seu arquivamento? 
Em regra, não. Existem duas exceções nas quais o STF pode determinar o arquivamento da 
propositura: 
a) Proposta de emenda constitucional que viole cláusula pétrea; 
b) Proposta de emenda constitucional ou projeto de lei cuja tramitação esteja ocorrendo com 
violação às regras constitucionais sobre o processo legislativo. 
Processo STF. Plenário. MS 32033/DF, rel. orig. Min. Gilmar Mendes, red. p/ o acórdão Min. Teori Zavascki, 20/6/2013. 
 
 
ADI 
 
O STF não conheceu da ADI ajuizada em virtude da petição inicial não ter apontado, de forma 
específica, os pontos em que o ato normativo teria contrariado a CF/88, conforme exige o art. 
3º, I, da Lei n. 9.868/99. 
Além disso, a Min. Relatora mencionou que não seria possível o controle de constitucionalidade de 
ato normativo de efeito concreto, que não possui abstração e generalidade. Quanto a este segundo 
argumento, vale ressaltar que, segundo a posição majoritária do STF, no caso de lei de efeito 
concreto , é possível o ajuizamento de ADI. O que não pode ser objeto de controle concentrado de 
constitucionalidade é o ato infralegal de efeito concreto. 
Processo STF. Plenário. ADI 4040/DF, rel. Min. Cármen Lúcia, 19/6/2013. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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ATENÇÃO 
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INFORMATIVO esquematizado 
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Prerrogativas dos Procuradores do Estado 
 
 
É inconstitucional lei estadual que assegure aos Procuradores do Estado as seguintes prerrogativas: 
a) Vitaliciedade; 
b) Prisão domiciliar ou em sala de Estado-Maior; 
c) Restrições à prisão do Procurador; 
d) Foro privativo no Tribunal de Justiça (por meio de lei); 
e) Escolha do dia, hora e local para que o Procurador seja ouvido como testemunha ou 
ofendido em processo judicial; 
f) Porte de arma independentemente de licença ou registro. 
 
Processo STF. Plenário. ADI 2729/RN, rel. orig. Min. Luiz Fux, red. p/ o acórdão Min. Gilmar Mendes, 19/6/2013. 
 
 
DIREITO ELEITORAL 
 
Propaganda partidária irregular 
 
O Ministério Público possui legitimidade para representar contra propaganda partidária irregular. 
Apesar do § 3º do art. 45 da Lei n. 9.096/95 falar que apenas os partidos políticos podem oferecer 
representação por propaganda irregular, deve-se também reconhecer que o Ministério Público 
detém legitimidade para isso, considerando que o Parquet possui a incumbência de promover a 
defesa da ordem jurídica e do regime democrático por força da CF/88 (art. 127, caput). 
Processo STF. Plenário. ADI 4617/DF, rel. Min. Luiz Fux, 19/6/2013. 
 
 
DIREITO ADMINISTRATIVO 
Extinção de cargos em comissão por meio de emenda constitucional 
 
Emenda à Constituição estadual não pode prever, de forma genérica, que ficam extintos cargos 
públicos. Esse tema pressupõe lei específica, a dispor quantos e quais cargos seriam extintos. 
Ademais, esta previsão genérica é formalmente inconstitucional, por possuir vício de 
iniciativa, considerando que a Assembleia Legislativa determinou a extinção de cargos que 
integram a estrutura funcional de outros Poderes, de forma que invadiu a competência 
privativa destes outros Poderes para dispor sobre a matéria. 
Processo STF. Plenário. ADI 1521/RS, rel. Min. Ricardo Lewandowski, 19/6/2013. 
 
 
Execução de multa aplicada pelo Tribunal de Contas 
 
Segundo a posição do STF, o estado-membro não tem legitimidade para promover execução 
judicial para cobrança de multa imposta por Tribunal de Contas estadual à autoridade 
municipal, uma vez que a titularidade do crédito é do próprio ente público prejudicado, a 
quem compete a cobrança, por meio de seus representantes judiciais (no caso, o Municipio). 
 
O STJ possui entendimento diferente e decide que a legitimidade irá variar caso o acórdão do 
Tribunal de Contas tenha determinado o ressarcimento ao erário ou, então, apenas uma multa 
(AgRg no REsp 1181122/RS, Rel. p/ Acórdão Min. Mauro Campbell Marques, Segunda Turma, 
julgado em 06/05/2010). 
Processo STF. 1ª Turma. RE 580943 AgR/AC, rel. Min. Ricardo Lewandowski, 18.6.2013. 
 
 
ATENÇÃO 
PGE 
 
INFORMATIVO esquematizado 
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DIREITO PENAL 
 
Lei de Drogas 
 
O réu não tem o dever de demonstrar que a droga encontrada consigo seria utilizada apenas 
para consumo próprio. 
Cabe à acusação comprovar os elementos do tipo penal, ou seja, que a droga apreendida era 
destinada ao tráfico. Ao Estado-acusador incumbe demonstrar a configuração do tráfico, que 
não ocorre pelo simples fato dos réus terem comprado e estarem na posse de entorpecente. 
Em suma, se a pessoa é encontrada com drogas, cabe ao Ministério Público comprovar que o 
entorpecente era destinado ao tráfico. Não fazendo esta prova, prevalece a versão do réu de 
que a droga era para consumo próprio. 
Processo STF. 1ª Turma. HC 107090/RJ, rel. Min. Ricardo Lewandowski, 18/6/2013. 
 
 
DIREITO PROCESSUAL PENAL 
 
Entrevista reservada entre o Defensor e o réu antes da audiência 
 
Antes do INTERROGATÓRIO, o réu tem direito de conversar reservadamente com seu defensor. 
A isso se dá o nome de “direito de entrevista”. 
A legislação não impõe a obrigatoriedade de se assegurar à defesa, já anteriormente 
constituída (fosse ela pública ou privada), a realização de entrevista prévia ao réu antes do 
início de audiência para INQUIRIÇÃO DE TESTEMUNHAS. Assim, não existe direito de 
entrevista no caso de inquirição de testemunhas. 
Processo STF. 1ª Turma. HC 112225/DF, rel. Min. Luiz Fux, 18/6/2013. 
 
 
HC impetrado de próprio punho pelo próprio paciente e ausência de documentos 
 
Determinado réu preso impetrou, de próprio punho, sem assistência de advogado, um habeas 
corpus no STJ, que não conheceu da ação pelo fato de que o pedido não foi acompanhado de 
documentos ou informação processual sobre a situação do paciente. 
O STF entendeu que o STJ deveria ter conhecido do habeas corpus lá impetrado e solicitado 
informações ao juízo das execuções criminais, apontado como autoridade coatora, a fim de 
esclarecer as alegações contidas na inicial do writ. 
Com a adoção desta providência, o STJ supriria o fato do HC estar mal instruído. Não é razoável 
que o tribunal se recuse a pedir informações à autoridade impetrada e indefira liminarmente o 
HC ao entendimento de que este deveria estar instruído de forma satisfatória, considerando 
que a CF/88 e o CPP não exigem que o remédio heroico seja instruído com documentos. 
Processo STF. 2ª Turma. RHC 113315/SP, rel. Min. Gilmar Mendes, 18/6/2013. 
 
 
Discussão sobre qualificadora em sede de HC no STF 
 
A jurisprudência do STF é consolidada no sentido de que as qualificadoras somente podem ser 
excluídas pela Corte quando se mostrarem manifestamente improcedentes. 
Na hipótese em tela, a 1ª Turma do STF entendeu que a qualificadora apontada não era 
manifestamente improcedente, de forma que caberia ao conselho de sentença (júri popular) 
decidir se o paciente praticara o ilícito motivado por ciúme, bem como analisar se esse 
sentimento, no caso concreto, constituiria motivo fútil apto a qualificar o crime em comento. 
Processo STF. 1ª Turma. HC 107090/RJ, rel. Min. Ricardo Lewandowski, 18.6.2013. 
 
INFORMATIVO esquematizado 
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DIREITO TRIBUTÁRIO 
 
Imunidade tributária sobre livros 
 
A editora de livros é imune ao pagamento do FINSOCIAL? 
NÃO. O FINSOCIAL é um tributo incidente sobre o faturamento das empresas. Segundo o STF, 
possui natureza jurídica de imposto de competência residual da União. 
A imunidade não abrangia o FINSOCIAL porque este tributo incidia sobre o faturamento da 
editora, sendo considerado um tributo pessoal e, desse modo,referia-se à pessoa do vendedor 
de livros. A imunidade cultural é objetiva e recai, portanto, sobre o livro (objeto tributado) e 
não sobre o livreiro ou sobre a editora. 
Logo, o STF decidiu que a contribuição para o Finsocial, incidente sobre o faturamento das 
empresas, não estava abrangida pela imunidade objetiva prevista no art. 150, VI, d, da CF/88. 
Vale ressaltar que o FINSOCIAL, criado em 1982, foi extinto em 1991, quando deu lugar ao PIS e 
à Cofins. Dessa forma, este julgado somente interessa às editoras que foram autuadas neste 
período e que estavam discutindo judicialmente a cobrança do tributo. 
Processo STF. Plenário. RE 628122/SP, rel. Min. Gilmar Mendes, 19/6/2013.

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