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See discussions, stats, and author profiles for this publication at: https://www.researchgate.net/publication/323838049 ANÁLISE DAS ESTRATÉGIAS DE PRODUÇÃO E ORGANIZACIONAIS EM UMA FÁBRICA DE SORVETES E PICOLÉS: UM ESTUDO DE CASO NA CIDADE DE MONTEIRO-PB Conference Paper · March 2018 CITATIONS 0 READS 1,170 4 authors, including: Elton César Dos Santos Silva Federal University of Pernambuco 31 PUBLICATIONS 2 CITATIONS SEE PROFILE All content following this page was uploaded by Elton César Dos Santos Silva on 18 March 2018. 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Com isso, o referido estudo tem como objetivo evidenciar e analisar as ferramentas estratégicas, o planejamento e controle da produção e a gestão de estoques aplicados por uma empresa de pequeno porte, fabricante de picolés e sorvetes localizada na cidade de Monteiro-PB. Com base em uma análise de SWOT e na utilização das ferramentas: Matriz BCG e Curva ABC foi possível propor melhorias para a empresa em estudo. A abordagem é classificada como descritiva e exploratória, pois se deu a partir de visitas técnicas e observações diretas para a coleta de dados. Em suma, conclui-se que apesar da empresa ter estabilidade no mercado à mesma não apresenta um planejamento bem elaborado e nem controle dos seus dados. Palavras-Chaves: Planejamento e Controle da Produção, Ferramentas Estratégicas, Gestão de Estoques 1. Introdução Durante muito tempo a relevância dada à função produção dentro das organizações era basicamente reduzir os custos e aumentar a eficiência. Entretanto, com as oscilações no cenário econômico em virtude das condições do mercado pressionou as organizações a adotar métodos e ferramentas que possam ser eficazes para vantagem competitiva e o crescimento organizacional. Segundo Corrêa, Gianesi e Caon (2010) o objetivo do planejamento de produção é elaborar planos alternativos de produção, representada pelo plano de vendas, por estoques desejados e o intuito de gerar esse planos alternativos é pelo fato de conseguir estabelecer um plano que 108 atenda todos os objetivos, sem criar problemas a serem resolvidos. Contribuindo assim para o crescimento organizacional e para obtenção de resultados satisfatórios. Dentro desse cenário desafiador encontra-se as indústrias alimentícias que precisam redobrar a atenção em algumas questões, dentre elas o controle da qualidade dos produtos. Neste segmento encontram-se as fábricas de picolés e sorvetes, onde sua produção é sazonal, sendo diretamente relacionada às variações climáticas. Essa sazonalidade é o motivo pelo qual se faz necessário o uso de várias dinâmicas de planejamento e controle da produção que satisfaçam a demanda por meio dos seus recursos. Assim, o objetivo desse estudo é evidenciar e analisar as ferramentas estratégicas, o planejamento e controle da produção e a gestão de estoques aplicados por uma empresa de pequeno porte fabricante de picolés e sorvetes, localizada na cidade de Monteiro-PB. Utilizou-se como base a Análise de SWOT e alguns elementos do gerencimaneto da produção para alguns reparos. Além disso, utilizaram-se também as ferramentas Curva ABC e matriz BCG para análise dos resultados. Para tanto, o estudo de caso é caracterizado como exploratório, uma vez que foram realizadas visitas técnicas regulares a empresa para observar, in loco, as técnicas até então utilizadas, buscando a identificação dos pontos fracos e expondo eventuais propostas de melhorias. 2. Referencial teórico 2.1 Planejamento e Controle da Produção O planejamento e controle da produção (PCP) planeja e controla as atividades produtivas da empresa. Se a empresa é produtora de bens ou mercadorias, o PCP planeja e controla a produção desses bens e mercadorias, cuidando das matérias primas necessárias, da quantidade de mão-de-obra, das máquinas e dos equipamentos e do estoque de produtos acabados disponíveis no tempo e no espaço, para a área de vendas efetuar as entregas aos clientes (CHIAVENATO, 2008, p. 26). Além disso, Martins & Laugeni (2005) afirmam que o PCP também é um sistema de transformação de informações, pois recebe informações sobre estoques existentes, vendas previstas, linha de produtos, modo de produzir, capacidade produtiva e tem como incumbência transformar essas informações em ordens de fabricação. Ademais, Slack (2002), diz que o propósito do planejamento e controle é garantir que os processos da produção ocorram eficaz e eficientemente, e que produzam produtos e serviços conforme requeridos pelos consumidores e afirma, “planejamento e controle é a atividade de 109 decidir sobre o melhor emprego dos recursos de produção, assegurando, assim, a execução do que foi previsto”. 2.2 Ferramentas de administração estratégica 2.2.1 Análise de SWOT Criada por Kenneth Andrews e Roland Cristensen, professores da Harvard Business School, e posteriormente aplicadas por inúmeros acadêmicos, a análise SWOT estuda a competitividade de uma organização segundo quatro variáveis: Strengths (Forças), Weaknesses (Fraquezas), Oportunities(Oportunidades) e Threats (Ameaças). Através destas quatro variáveis, poderá fazer-se a inventariação das forças e fraquezas da empresa, das oportunidades e ameaças do meio em que a empresa atua. Quando os pontos fortes de uma organização estão alinhados com os fatores críticos de sucesso para satisfazer as oportunidades de mercado, a empresa será por certo, competitiva no longo prazo (RODRIGUES, et al., 2005). A análise SWOT, conforme Figura 1 é uma das práticas mais comuns nas empresas voltadas para o pensamento estratégico e marketing, é algo relativamente trabalhoso de produzir, contudo a prática constante pode trazer ao profissional uma melhor visão de negócios, afinal de contas, os cenários onde a empresa atua estão sempre mudando (MARTINS, 2006). Cada negócio precisa avaliar periodicamente suas forças e fraquezas internas. Analisam-se as competências de marketing, financeiras, de fabricação e organizacionais e classifica cada fator como uma grande força, uma força, uma característica neutra, uma fraqueza ou uma grande fraqueza (KOTLER, 2000). Figura 1 – Análise de SWOT Fonte: Adaptado de Ferrell et al. (2000, p.71) 110 De acordo com Rezende (2008) as forças ou pontos fortes: São as variáveis internas e controláveis que propiciam condições favoráveis para a organização em relação ao seu ambiente. São características ou qualidades da organização, que podem influenciar positivamente o desempenho da organização. Os pontos fortes devem ser amplamente explorados pela organização. Fraquezas: São aspectos mais negativos da empresa em relação ao seu produto, serviço ou unidade de negócios. Devem ser fatores que podem ser controlados pela própria empresa e relevantes para o planejamento estratégico (MARTINS, 2007). Oportunidades: São aspectos mais positivos do produto/serviço da empresa em relação ao mercado onde está ou irá se inserir. São fatores que não podem ser controlados pela própria empresa e relevantes para o planejamento estratégico (MARTINS, 2007). Ameaças: São atividades que podem levar a empresa para uma redução de receita ou até mesmo a seu desaparecimento. Estão ligadas aos concorrentes e novos cenários, desafiando a atual estratégia do empreendimento. Para evita-las devem ser analisados seus graus de possibilidade de ocorrerem e níveis de gravidade (MARTINS, 2007). 2.2.2 Matriz BCG: Boston Group Consulting A Boston Consulting Group foi criada em 1963, empresa líder em consultoria de administração, cujo desenvolveu e popularizou uma matriz estratégica de crescimento da participação de mercado dos produtos, conhecida popularmente como BCG. Conforme Kotler (2000), a Matriz BCG, Matriz Crescimento-Participação é uma ferramenta analítica que visa classificar os produtos de uma determinada empresa, de acordo com o seu potencial. Assim, a Matriz BCG permite à empresa analisar seu portfólio de produtos, visando uma melhor distribuição de seus recursos. Segundo Certo e Peter (1993), sua principal ideia consiste que a empresa deve ter um quadro equilibrado de negócios, de modo que alguns gerem mais rentabilidade do que usam e possam suportar negócios dos que precisam de caixa para poder se desenvolver e outrora tornarem-se lucrativos. A matriz BCG possui quatro células, que representam tipos particulares de negócios ou produtos, são eles: estrelas, pontos de interrogação, vacas leiteiras e vira-latas (Figura 3). Figura 2 – Matriz BCG 111 Fonte: Adaptado Stern e Stalk Jr (2002, p.66) Estrelas: Para Maximiano (2000) classifica produtos estrelas como os que têm participação elevada em mercados com altas taxas de crescimento, portanto, tem alta lucratividade. Já Chiavenato (2003) mostra que são esses produtos ou negócios que na maioria das vezes apresentam lucros, mas podem ou não gerar todo o seu próprio caixa, mas são produtos que garantem seu futuro. Pontos de Interrogação: Operam em mercados de altas taxas de crescimento, mas com baixa participação relativa de mercado. Portanto, precisam de dinheiro para um investimento cujo retorno é incerto. Nesse contexto, Fernandes e Berton (2005) explicam que esses são produtos ou negócios que operam em um mercado de altas e de baixas taxas de crescimento, mas com participação relativa, no futuro esses produtos podem apresentar resultados satisfatórios para empresa, uma vez que o mercado está em grande crescimento. Vacas Leiteiras: Segundo Chiavenato (2003) afirma são produtos com alta participação de mercado, mas com baixo crescimento, produzem grandes volumes de caixa. São esses produtos ou negócios que fornecem fundos para o crescimento da organização. Vira-latas: Segundo Fernandes e Berton (2005) são aqueles produtos que têm baixa participação no mercado com um custo alto e que poderá ter baixo um crescimento, sendo recomendado do ponto de vista estratégico o seu descarte. Portanto, para Fernandes e Berton (2005), uma empresa que procura atingir o sucesso no mercado competitivo, deve focar em uma linha de negócios, ter uma boa composição de produtos estrelas e vacas leiteiras, ou seja, duas linhas geradoras de lucro. Somente desta 112 forma a empresa conseguirá investir em uma linha de produtos pontos de interrogação, que no futuro possam, talvez, ser geradoras de caixa, tendo boa participação de mercado com altos lucros para a organização. 2.3 Curva ABC Determinar a importância de cada item do estoque e concentrar a maior parte dos esforços da gestão nos mais importantes tornou-se uma prática eficiente na administração desde que Vilfredo Pareto, em 1897, enunciou sua lei das poucas causas importantes para muitas consequências (LUSTOSA et al., 2008). Ainda segundo Lustosa (2008), a lei de Pareto, também conhecida como 80/20, ou curva ABC, estabelece que, para um grande número de fenômenos, a maior parte dos efeitos (aproximadamente 80% destes) está associada a poucas causas (20%), gerando uma curva acumulada semelhante à da figura 1. Figura 3 – Curva ABC Fonte: Adaptado Moreira (2008) O que se observa é que a curva sobe rapidamente, devido ao fato de que os primeiros itens são os mais importantes em termos de investimento. Posteriormente, o crescimento é lento, até atingir a ordenada de 100% que corresponde ao último item (o menos importante). O nome dado à curva deriva do fato de que ela pode ser dividida em três grandes regiões ou classes (MOREIRA, 2008): 113 A região A corresponde a um pequeno número de itens, responsáveis pela maior porcentagem acumulada dos investimentos. São os itens mais importantes, que devem receber atenção especial; A região B corresponde a um número intermediário de itens, responsáveis por uma porcentagem acumulada também intermediária de investimentos. Devem receber atenção, porém menos que os itens da região A; A região C corresponde ao maior número de itens, responsáveis por pequena parte dos investimentos. Devem ser controlados com menos rigor relativo que os itens das classes ou regiões anteriores. 3. Metodologia A pesquisa do referido artigo foi realizada em Agosto de 2016 e classifica-se como exploratória, pois, sua finalidade é evidenciar a estrutura e o funcionamento operacional de uma empresa fabricante de picolés e sorvetes localizada no Cariri Paraibano. Onde após o levantamento e a análise dos dados a foi possível propor algumas melhorias. Com relação à metodologia utilizada à abordagem foi classificada como direta e exploratória, pois, decorreram-se a partir de visitas técnicas, questionários informais e observações da equipe. 4. Resultados e discussões 4.1 Caracterização da empresa O objeto de estudo é a empresa Isis do ramo de fabricação de sorvetes, picolés e outros gelados localizada em Monteiro - Paraíba. Atuante desde 1989 no setor possui como foco o mercado consumidor do Cariri Paraibano região em quese localiza. A empresa é composta por 15 funcionários envolvendo o pessoal administrativo e os operários. A sua boa localização facilita a logística de distribuição, entretanto a empresa possui uma carência no que tange à estruturação de um processo organizacional. 4.2 Caracterização da produção A empresa produz produtos gelados distintos, que possuem alguns insumos em comum o que adequa-se ao seu tipo de layout. Identificou-se dois tipos de layouts predominantes, o funcional que agrupa os maquinários e os processos semelhantes (picolé e sorvetes) e o linear que favorece a produção em larga escala (sundae). A produção conta com um máquinário moderno e sofisticado além de algumas atividades manuais, como por exemplo, a operação de 114 embalagem. 4.3 Plano de produção Conforme obeservado, o planejamento e controle da produção não estão incluso na estragégia da empresa. A mesma é considerada incompatível, pois, por tratar-se de um produto sazional, ou seja, que depende de um fator natural a sua produção que é classifcada como empurrada. O planejamento de produção consiste em observações empíricas em relação as vendas do dia anterior, baseando-se no nível do estoque de produtos acabados para determinar os limites da sua produção. Ou seja, objetivo é manter o estoque final completamente abastescido ao final do expediente. No que se refere ao sequenciamento da produção a empresa opta por um tipo de rodízio na fabricação de seus produtos, produzindo no mesmo dia aqueles que possuem insumos e processos em comuns. Percebeu-se uma carência da empresa no que compete a tecnologia de informação, a mesma não dispõe de ferramentas que facilitam o controle dos insumos, produção e estoques. Por exemplo: O estoque de matéria-prima é controlado somente através de observações, o que ocorre também na câmara fria (estoque de produto acabado). A utilização dessas ferramentas ofereceria uma enorme contribuição para as tomadas de decisões da empresa. Para se ter ideia do quanto a empresa perde com a falta de modernização nos seus sistemas, a mesma não tem noção de quanto é o valor unitário dos seus produtos, ficando a mercê do mercado para estipular seus preços. Por tratar-se de uma empresa de pequeno porte a comunicação entre os setores é satisfatória, tornando os operários polivalentes. Entretanto, há uma enorme falta de comunicação entre os operários e o dono da empresa fazendo com que involuntariamente seja atribuido ao gerente algumas responsabilidades de chefe. 4.4 Análise Geral De início, utilizou-se a ferramenta gráfica Matriz BCG para analisar os produtos da empresa e assim tomar decisões em relação a eles, como mostra a tabela 1: Vaca Leiteira: Segundo a análise feita pela matriz BCG, o sorvete 2L e o picolé simples são considerados como os produtos “vaca leiteira”. Devido as suas altas participações de mercado sendo estes os produtos de maior rentabilidade e retorno fincanceiro para a empresa. Apesar de não terem altas taxas de crescimento o volume 115 de vendas e o lucro gerado por eles são bem maiores se comparado aos demais produtos; Estrela: A garrafinha se encaixa como “estrela”, pois, suas taxas de crescimento são potencialmente elevadas. Em consequência do equilíbrio do fluxo de caixa do produto a sua participação no mercado deve ser mantida, podendo torna-se uma “vaca leiteira” se não houver perda de mercado; Interrogação: O picolé skimó é um produto que exige altos investimentos para a empresa e apresenta baixo retorno, sendo considerado assim o produto interrogação. Se nada for feito para reverter essa situação este produto pode absorver diversos investimento e tornar-se um vira-lata; Vira-lata: Os picolés Premium 1 e 2 são produtos que apresentam baixa participação de mercado com um custo elevado de produção o que os caracteriza como produtos “vira-lata”. O crescimento de mercado desses produtos é nulo e além de não apresentar boas vendas a participação de ambos nos lucros da empresa são baixas. A partir da análise proposta pela matriz BCG, foi possível realizar uma categorização de estoques, evidenciando os produtos mais significativos para empresa. Foram utilizados os dados do estoque referidos ao período de uma semana. De acordo com a classificação foi possível analisar qual a quantidade média de cada item no estoque além dos produtos em maior quantidade assim como suas representações no valor investido. Tabela 1 – Classificação da curva ABC Fonte: Autoria própria 116 A empresa em pauta carece do controle das informações envolvidas em praticamente todos os seus setores, não diferente no setor de estoque. Assim, o preço unitário que foi considerado para calcular os valores referentes à curva ABC deu-se pelo preço de venda dos mesmos, uma vez que a empresa não dispõe de registros internos para o cálculo do custo unitário dos seus produtos. Diante disso, percebeu-se que segundo a lei de Pareto, 51% do valor financeiro dos produtos em estoque são representados por apenas três produtos como mostra a figura a seguir: Figura 4 – Gráfico da curva ABC Fonte: Autoria própria De acordo com as informações obtidas através das ferramentas, percebeu-se que o produto com maior representação em estoque tanto em quantidade quanto em valor é o picolé simples. O que faz sentido, pois este é o produto mais vendido da empresa. Além disso, o sorvete 2L e a garrafinha tem representações significativas no estoque, sendo considerados produtos classe B, pelo volume de estoque ocupado. Entretanto, os produtos sorvete 1L e sorvete sundae, possuem uma representação muito tímida no estoque quando comparado aos seus níveis de venda. Portanto, deveriam ter uma representatividade maior em estoque, sendo produtos de pelo menos classe B, na curva. Em contrapartida, há produtos que tem uma grande representação em estoque que é desproporcional as suas vendas, como é o caso do picolé Skimó, o Especial e os Premium 1 e 2, tornando-se um fator negativo para a empresa uma vez que boa parte desse montante 117 provavelmente permanecerá em estoque, gerando custos desnecessários. No mais, a grande maioria dos produtos da empresa apresenta uma vendagem. Por fim, utilizou-se a análise de SWOT sob o ponto de vista do ambiente interno (forças e fraquezas) e externo (oportunidades e ameaças) da empresa para sugerir algumas possíveis melhorias. Figura 6 – Análise de SWOT Fonte: Autoria própria Os pontos observados vindos do planejamento e controle da produção constatou que as forças detêm-se na produção, pois, além da empresa apresentar um mix de produtos, a mesma dispõe de uma mão de obra qualificada e polivalente com conhecimento nas técnicas adotadas para produção. Todavia, há uma sobrecarga de trabalho ao gerente que muitas vezes precisa tomar decisões que não estão de acordo com suas atribuições. A oportunidade de negócio está relacionada com a qualidade dos produtos e em consequência a fidelidade dos clientes e o aumento do consumo dos produtos. Dentre as fraquezas identificadas a falta de planejamento e controle da produção por não haver registros internos é o destaque, seguido pelo baixo controle de estoque que esta 118 diretamente relacionado a falta de gereciamento de demanda. O surgimento de uma possível concorrência é uma das principais ameaças à empresa, podendo sentir o impacto na redução de suas vendas que também é inevitável em determinados períodos, por se tratar de um produto sazonal que sofre influência do fator climático. Após analisar todos os segmentos da empresa apontou-se algumas melhorias representadas no quadro abaixo: Quadro 1 – Quadro de melhorias j Fonte: Autoria própria 5. Considerações finais Com base nas visitas realizadas à fábrica de picolés e sorvetes foi possível constatar quea mesma não possui uma estratégia organizacional, mesmo sendo estável no mercado. Isso ocorre, porque o proprietário já possui clientes fidelizados oferecendo produtos de qualidade a preços acessíveis. Observou-se também que o setor produtivo necessita de controle e plajemaneto da produção em todos os aspectos, sendo assim foi proposto à implementação do uso de tecnologia de informação e suas ferramentas para elaboração de planinhas e relatórios diários, mensais e anuais. A ausência de um controle das quantidades de picolés e sorvetes produzidos e vendidos, e a despesa de cada mês com matéria-prima faz com que a empresa fique a mercê do mercado para estipular seus preços. O que é uma desvantagem, uma vez a produção de determinado produto para outra empresa talvez tenha um custo inferior quando comparada com o custo da 119 empresa em questão. Fica evidente que a empresa precisa elaborar estratégias de mercado e aderir a novas técnicas de controle da produção para continuar estável e ter competitividade diante desse cenário globalizado em que se encontra. Sempre inovar e apostar em novas tecnologias são outros meios para otimizar seus processos, assegurando a qualidade já presente dos seus produtos, conquistando assim novos expaços no mercado e maximizando seus lucros. REFERÊNCIAS CERTO, Samuel C; PETER J.Paul. Administração Estratégica. São Paulo: Makron Books, 1993. CHIAVENATO, Idalberto. Introdução à teoria Geral da Administração: Uma visão abrangente da moderna administração das organizações. 7.ed. Rio de Janeiro: Elservier, 2003. CHIAVENATO, I. Planejamento e controle da produção. 2. ed. Barueri, São Paulo: Manole, 2008. CORRÊA, Henrique L. GIANESI, Irineu G. N. CAON, Mauro. Planejamento, Programação e Controle da Produção. São Paulo: Editora Atlas, 2010. FERNANDES, Bruno Henrique Rocha; BERTON, Luiz Haminton. 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