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ANÁLISE DAS ESTRATÉGIAS DE PRODUÇÃO E ORGANIZACIONAIS EM UMA
FÁBRICA DE SORVETES E PICOLÉS: UM ESTUDO DE CASO NA CIDADE DE
MONTEIRO-PB
Conference Paper · March 2018
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Elton César Dos Santos Silva
Federal University of Pernambuco
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107 
 
ANÁLISE DAS ESTRATÉGIAS DE PRODUÇÃO E ORGANIZACIONAIS EM UMA 
FÁBRICA DE SORVETES E PICOLÉS: UM ESTUDO DE CASO NA CIDADE DE 
MONTEIRO-PB 
 Rylla Ohana da Silva Sales (UFCG) rylla_ohana@hotmail.com 
 Matheus Yanko da Luz Aires (UFCG) matheusyanko@hotmail.com 
 Krisllen Samara Feitosa de Souza (UFCG) krisllen_samara@hotmail.com 
Elton César dos Santos Silva (UFCG) elton-ceesar@hotmail.com 
 
 
Resumo 
Ao longo do tempo tornou-se cada vez mais necessária à otimização nos processos produtivos 
e como consequência a aplicação de ferramentas estratégicas eficazes para uma possível 
vantagem competitiva e maior desempenho operacional. Com isso, o referido estudo tem 
como objetivo evidenciar e analisar as ferramentas estratégicas, o planejamento e controle da 
produção e a gestão de estoques aplicados por uma empresa de pequeno porte, fabricante de 
picolés e sorvetes localizada na cidade de Monteiro-PB. Com base em uma análise de SWOT 
e na utilização das ferramentas: Matriz BCG e Curva ABC foi possível propor melhorias para 
a empresa em estudo. A abordagem é classificada como descritiva e exploratória, pois se deu 
a partir de visitas técnicas e observações diretas para a coleta de dados. Em suma, conclui-se 
que apesar da empresa ter estabilidade no mercado à mesma não apresenta um planejamento 
bem elaborado e nem controle dos seus dados. 
Palavras-Chaves: Planejamento e Controle da Produção, Ferramentas Estratégicas, Gestão 
de Estoques 
 
1. Introdução 
Durante muito tempo a relevância dada à função produção dentro das organizações era 
basicamente reduzir os custos e aumentar a eficiência. Entretanto, com as oscilações no 
cenário econômico em virtude das condições do mercado pressionou as organizações a adotar 
métodos e ferramentas que possam ser eficazes para vantagem competitiva e o crescimento 
organizacional. 
Segundo Corrêa, Gianesi e Caon (2010) o objetivo do planejamento de produção é elaborar 
planos alternativos de produção, representada pelo plano de vendas, por estoques desejados e 
o intuito de gerar esse planos alternativos é pelo fato de conseguir estabelecer um plano que 
 
 
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atenda todos os objetivos, sem criar problemas a serem resolvidos. Contribuindo assim para o 
crescimento organizacional e para obtenção de resultados satisfatórios. 
Dentro desse cenário desafiador encontra-se as indústrias alimentícias que precisam redobrar 
a atenção em algumas questões, dentre elas o controle da qualidade dos produtos. Neste 
segmento encontram-se as fábricas de picolés e sorvetes, onde sua produção é sazonal, sendo 
diretamente relacionada às variações climáticas. Essa sazonalidade é o motivo pelo qual se faz 
necessário o uso de várias dinâmicas de planejamento e controle da produção que satisfaçam a 
demanda por meio dos seus recursos. 
Assim, o objetivo desse estudo é evidenciar e analisar as ferramentas estratégicas, o 
planejamento e controle da produção e a gestão de estoques aplicados por uma empresa de 
pequeno porte fabricante de picolés e sorvetes, localizada na cidade de Monteiro-PB. 
Utilizou-se como base a Análise de SWOT e alguns elementos do gerencimaneto da produção 
para alguns reparos. Além disso, utilizaram-se também as ferramentas Curva ABC e matriz 
BCG para análise dos resultados. Para tanto, o estudo de caso é caracterizado como 
exploratório, uma vez que foram realizadas visitas técnicas regulares a empresa para observar, 
in loco, as técnicas até então utilizadas, buscando a identificação dos pontos fracos e expondo 
eventuais propostas de melhorias. 
2. Referencial teórico 
2.1 Planejamento e Controle da Produção 
O planejamento e controle da produção (PCP) planeja e controla as atividades produtivas da 
empresa. Se a empresa é produtora de bens ou mercadorias, o PCP planeja e controla a 
produção desses bens e mercadorias, cuidando das matérias primas necessárias, da quantidade 
de mão-de-obra, das máquinas e dos equipamentos e do estoque de produtos acabados 
disponíveis no tempo e no espaço, para a área de vendas efetuar as entregas aos clientes 
(CHIAVENATO, 2008, p. 26). Além disso, Martins & Laugeni (2005) afirmam que o PCP 
também é um sistema de transformação de informações, pois recebe informações sobre 
estoques existentes, vendas previstas, linha de produtos, modo de produzir, capacidade 
produtiva e tem como incumbência transformar essas informações em ordens de fabricação. 
Ademais, Slack (2002), diz que o propósito do planejamento e controle é garantir que os 
processos da produção ocorram eficaz e eficientemente, e que produzam produtos e serviços 
conforme requeridos pelos consumidores e afirma, “planejamento e controle é a atividade de 
 
 
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decidir sobre o melhor emprego dos recursos de produção, assegurando, assim, a execução do 
que foi previsto”. 
2.2 Ferramentas de administração estratégica 
2.2.1 Análise de SWOT 
Criada por Kenneth Andrews e Roland Cristensen, professores da Harvard Business School, e 
posteriormente aplicadas por inúmeros acadêmicos, a análise SWOT estuda a competitividade 
de uma organização segundo quatro variáveis: Strengths (Forças), Weaknesses (Fraquezas), 
Oportunities(Oportunidades) e Threats (Ameaças). Através destas quatro variáveis, poderá 
fazer-se a inventariação das forças e fraquezas da empresa, das oportunidades e ameaças do 
meio em que a empresa atua. Quando os pontos fortes de uma organização estão alinhados 
com os fatores críticos de sucesso para satisfazer as oportunidades de mercado, a empresa será 
por certo, competitiva no longo prazo (RODRIGUES, et al., 2005). 
A análise SWOT, conforme Figura 1 é uma das práticas mais comuns nas empresas voltadas 
para o pensamento estratégico e marketing, é algo relativamente trabalhoso de produzir, 
contudo a prática constante pode trazer ao profissional uma melhor visão de negócios, afinal 
de contas, os cenários onde a empresa atua estão sempre mudando (MARTINS, 2006). Cada 
negócio precisa avaliar periodicamente suas forças e fraquezas internas. Analisam-se as 
competências de marketing, financeiras, de fabricação e organizacionais e classifica cada fator 
como uma grande força, uma força, uma característica neutra, uma fraqueza ou uma grande 
fraqueza (KOTLER, 2000). 
Figura 1 – Análise de SWOT 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: Adaptado de Ferrell et al. (2000, p.71) 
 
 
110 
 
De acordo com Rezende (2008) as forças ou pontos fortes: São as variáveis internas e 
controláveis que propiciam condições favoráveis para a organização em relação ao seu 
ambiente. São características ou qualidades da organização, que podem influenciar 
positivamente o desempenho da organização. Os pontos fortes devem ser amplamente 
explorados pela organização. 
Fraquezas: São aspectos mais negativos da empresa em relação ao seu produto, serviço ou 
unidade de negócios. Devem ser fatores que podem ser controlados pela própria empresa e 
relevantes para o planejamento estratégico (MARTINS, 2007). 
Oportunidades: São aspectos mais positivos do produto/serviço da empresa em relação ao 
mercado onde está ou irá se inserir. São fatores que não podem ser controlados pela própria 
empresa e relevantes para o planejamento estratégico (MARTINS, 2007). 
Ameaças: São atividades que podem levar a empresa para uma redução de receita ou até 
mesmo a seu desaparecimento. Estão ligadas aos concorrentes e novos cenários, desafiando a 
atual estratégia do empreendimento. Para evita-las devem ser analisados seus graus de 
possibilidade de ocorrerem e níveis de gravidade (MARTINS, 2007). 
2.2.2 Matriz BCG: Boston Group Consulting 
A Boston Consulting Group foi criada em 1963, empresa líder em consultoria de 
administração, cujo desenvolveu e popularizou uma matriz estratégica de crescimento da 
participação de mercado dos produtos, conhecida popularmente como BCG. Conforme Kotler 
(2000), a Matriz BCG, Matriz Crescimento-Participação é uma ferramenta analítica que visa 
classificar os produtos de uma determinada empresa, de acordo com o seu potencial. Assim, a 
Matriz BCG permite à empresa analisar seu portfólio de produtos, visando uma melhor 
distribuição de seus recursos. 
Segundo Certo e Peter (1993), sua principal ideia consiste que a empresa deve ter um quadro 
equilibrado de negócios, de modo que alguns gerem mais rentabilidade do que usam e possam 
suportar negócios dos que precisam de caixa para poder se desenvolver e outrora tornarem-se 
lucrativos. A matriz BCG possui quatro células, que representam tipos particulares de 
negócios ou produtos, são eles: estrelas, pontos de interrogação, vacas leiteiras e vira-latas 
(Figura 3). 
Figura 2 – Matriz BCG 
 
 
111 
 
 
Fonte: Adaptado Stern e Stalk Jr (2002, p.66) 
Estrelas: Para Maximiano (2000) classifica produtos estrelas como os que têm participação 
elevada em mercados com altas taxas de crescimento, portanto, tem alta lucratividade. Já 
Chiavenato (2003) mostra que são esses produtos ou negócios que na maioria das vezes 
apresentam lucros, mas podem ou não gerar todo o seu próprio caixa, mas são produtos que 
garantem seu futuro. 
Pontos de Interrogação: Operam em mercados de altas taxas de crescimento, mas com baixa 
participação relativa de mercado. Portanto, precisam de dinheiro para um investimento cujo 
retorno é incerto. Nesse contexto, Fernandes e Berton (2005) explicam que esses são produtos 
ou negócios que operam em um mercado de altas e de baixas taxas de crescimento, mas com 
participação relativa, no futuro esses produtos podem apresentar resultados satisfatórios para 
empresa, uma vez que o mercado está em grande crescimento. 
Vacas Leiteiras: Segundo Chiavenato (2003) afirma são produtos com alta participação de 
mercado, mas com baixo crescimento, produzem grandes volumes de caixa. São esses 
produtos ou negócios que fornecem fundos para o crescimento da organização. 
Vira-latas: Segundo Fernandes e Berton (2005) são aqueles produtos que têm baixa 
participação no mercado com um custo alto e que poderá ter baixo um crescimento, sendo 
recomendado do ponto de vista estratégico o seu descarte. 
Portanto, para Fernandes e Berton (2005), uma empresa que procura atingir o sucesso no 
mercado competitivo, deve focar em uma linha de negócios, ter uma boa composição de 
produtos estrelas e vacas leiteiras, ou seja, duas linhas geradoras de lucro. Somente desta 
 
 
112 
 
forma a empresa conseguirá investir em uma linha de produtos pontos de interrogação, que no 
futuro possam, talvez, ser geradoras de caixa, tendo boa participação de mercado com altos 
lucros para a organização. 
2.3 Curva ABC 
Determinar a importância de cada item do estoque e concentrar a maior parte dos esforços da 
gestão nos mais importantes tornou-se uma prática eficiente na administração desde que 
Vilfredo Pareto, em 1897, enunciou sua lei das poucas causas importantes para muitas 
consequências (LUSTOSA et al., 2008). 
Ainda segundo Lustosa (2008), a lei de Pareto, também conhecida como 80/20, ou curva 
ABC, estabelece que, para um grande número de fenômenos, a maior parte dos efeitos 
(aproximadamente 80% destes) está associada a poucas causas (20%), gerando uma curva 
acumulada semelhante à da figura 1. 
Figura 3 – Curva ABC 
 
Fonte: Adaptado Moreira (2008) 
O que se observa é que a curva sobe rapidamente, devido ao fato de que os primeiros itens são 
os mais importantes em termos de investimento. Posteriormente, o crescimento é lento, até 
atingir a ordenada de 100% que corresponde ao último item (o menos importante). O nome 
dado à curva deriva do fato de que ela pode ser dividida em três grandes regiões ou classes 
(MOREIRA, 2008): 
 
 
113 
 
 A região A corresponde a um pequeno número de itens, responsáveis pela maior 
porcentagem acumulada dos investimentos. São os itens mais importantes, que devem 
receber atenção especial; 
 A região B corresponde a um número intermediário de itens, responsáveis por uma 
porcentagem acumulada também intermediária de investimentos. Devem receber 
atenção, porém menos que os itens da região A; 
 A região C corresponde ao maior número de itens, responsáveis por pequena parte dos 
investimentos. Devem ser controlados com menos rigor relativo que os itens das 
classes ou regiões anteriores. 
3. Metodologia 
A pesquisa do referido artigo foi realizada em Agosto de 2016 e classifica-se como 
exploratória, pois, sua finalidade é evidenciar a estrutura e o funcionamento operacional de 
uma empresa fabricante de picolés e sorvetes localizada no Cariri Paraibano. Onde após o 
levantamento e a análise dos dados a foi possível propor algumas melhorias. 
Com relação à metodologia utilizada à abordagem foi classificada como direta e exploratória, 
pois, decorreram-se a partir de visitas técnicas, questionários informais e observações da 
equipe. 
4. Resultados e discussões 
4.1 Caracterização da empresa 
O objeto de estudo é a empresa Isis do ramo de fabricação de sorvetes, picolés e outros 
gelados localizada em Monteiro - Paraíba. Atuante desde 1989 no setor possui como foco o 
mercado consumidor do Cariri Paraibano região em quese localiza. A empresa é composta 
por 15 funcionários envolvendo o pessoal administrativo e os operários. A sua boa localização 
facilita a logística de distribuição, entretanto a empresa possui uma carência no que tange à 
estruturação de um processo organizacional. 
4.2 Caracterização da produção 
A empresa produz produtos gelados distintos, que possuem alguns insumos em comum o que 
adequa-se ao seu tipo de layout. Identificou-se dois tipos de layouts predominantes, o 
funcional que agrupa os maquinários e os processos semelhantes (picolé e sorvetes) e o linear 
que favorece a produção em larga escala (sundae). A produção conta com um máquinário 
moderno e sofisticado além de algumas atividades manuais, como por exemplo, a operação de 
 
 
114 
 
embalagem. 
4.3 Plano de produção 
Conforme obeservado, o planejamento e controle da produção não estão incluso na estragégia 
da empresa. A mesma é considerada incompatível, pois, por tratar-se de um produto sazional, 
ou seja, que depende de um fator natural a sua produção que é classifcada como empurrada. O 
planejamento de produção consiste em observações empíricas em relação as vendas do dia 
anterior, baseando-se no nível do estoque de produtos acabados para determinar os limites da 
sua produção. Ou seja, objetivo é manter o estoque final completamente abastescido ao final 
do expediente. 
No que se refere ao sequenciamento da produção a empresa opta por um tipo de rodízio na 
fabricação de seus produtos, produzindo no mesmo dia aqueles que possuem insumos e 
processos em comuns. Percebeu-se uma carência da empresa no que compete a tecnologia de 
informação, a mesma não dispõe de ferramentas que facilitam o controle dos insumos, 
produção e estoques. Por exemplo: O estoque de matéria-prima é controlado somente através 
de observações, o que ocorre também na câmara fria (estoque de produto acabado). A 
utilização dessas ferramentas ofereceria uma enorme contribuição para as tomadas de 
decisões da empresa. 
Para se ter ideia do quanto a empresa perde com a falta de modernização nos seus sistemas, a 
mesma não tem noção de quanto é o valor unitário dos seus produtos, ficando a mercê do 
mercado para estipular seus preços. 
Por tratar-se de uma empresa de pequeno porte a comunicação entre os setores é satisfatória, 
tornando os operários polivalentes. Entretanto, há uma enorme falta de comunicação entre os 
operários e o dono da empresa fazendo com que involuntariamente seja atribuido ao gerente 
algumas responsabilidades de chefe. 
4.4 Análise Geral 
De início, utilizou-se a ferramenta gráfica Matriz BCG para analisar os produtos da empresa e 
assim tomar decisões em relação a eles, como mostra a tabela 1: 
 Vaca Leiteira: Segundo a análise feita pela matriz BCG, o sorvete 2L e o picolé 
simples são considerados como os produtos “vaca leiteira”. Devido as suas altas 
participações de mercado sendo estes os produtos de maior rentabilidade e retorno 
fincanceiro para a empresa. Apesar de não terem altas taxas de crescimento o volume 
 
 
115 
 
de vendas e o lucro gerado por eles são bem maiores se comparado aos demais 
produtos; 
 Estrela: A garrafinha se encaixa como “estrela”, pois, suas taxas de crescimento são 
potencialmente elevadas. Em consequência do equilíbrio do fluxo de caixa do produto 
a sua participação no mercado deve ser mantida, podendo torna-se uma “vaca leiteira” 
se não houver perda de mercado; 
 Interrogação: O picolé skimó é um produto que exige altos investimentos para a 
empresa e apresenta baixo retorno, sendo considerado assim o produto interrogação. 
Se nada for feito para reverter essa situação este produto pode absorver diversos 
investimento e tornar-se um vira-lata; 
 Vira-lata: Os picolés Premium 1 e 2 são produtos que apresentam baixa participação 
de mercado com um custo elevado de produção o que os caracteriza como produtos 
“vira-lata”. O crescimento de mercado desses produtos é nulo e além de não 
apresentar boas vendas a participação de ambos nos lucros da empresa são baixas. 
A partir da análise proposta pela matriz BCG, foi possível realizar uma categorização de 
estoques, evidenciando os produtos mais significativos para empresa. Foram utilizados os 
dados do estoque referidos ao período de uma semana. De acordo com a classificação foi 
possível analisar qual a quantidade média de cada item no estoque além dos produtos em 
maior quantidade assim como suas representações no valor investido. 
Tabela 1 – Classificação da curva ABC 
 
Fonte: Autoria própria 
 
 
 
116 
 
A empresa em pauta carece do controle das informações envolvidas em praticamente todos os 
seus setores, não diferente no setor de estoque. Assim, o preço unitário que foi considerado 
para calcular os valores referentes à curva ABC deu-se pelo preço de venda dos mesmos, uma 
vez que a empresa não dispõe de registros internos para o cálculo do custo unitário dos seus 
produtos. Diante disso, percebeu-se que segundo a lei de Pareto, 51% do valor financeiro dos 
produtos em estoque são representados por apenas três produtos como mostra a figura a 
seguir: 
Figura 4 – Gráfico da curva ABC 
 
Fonte: Autoria própria 
 
De acordo com as informações obtidas através das ferramentas, percebeu-se que o produto 
com maior representação em estoque tanto em quantidade quanto em valor é o picolé simples. 
O que faz sentido, pois este é o produto mais vendido da empresa. Além disso, o sorvete 2L e 
a garrafinha tem representações significativas no estoque, sendo considerados produtos classe 
B, pelo volume de estoque ocupado. 
Entretanto, os produtos sorvete 1L e sorvete sundae, possuem uma representação muito tímida 
no estoque quando comparado aos seus níveis de venda. Portanto, deveriam ter uma 
representatividade maior em estoque, sendo produtos de pelo menos classe B, na curva. Em 
contrapartida, há produtos que tem uma grande representação em estoque que é 
desproporcional as suas vendas, como é o caso do picolé Skimó, o Especial e os Premium 1 e 
2, tornando-se um fator negativo para a empresa uma vez que boa parte desse montante 
 
 
117 
 
provavelmente permanecerá em estoque, gerando custos desnecessários. No mais, a grande 
maioria dos produtos da empresa apresenta uma vendagem. 
Por fim, utilizou-se a análise de SWOT sob o ponto de vista do ambiente interno (forças e 
fraquezas) e externo (oportunidades e ameaças) da empresa para sugerir algumas possíveis 
melhorias. 
Figura 6 – Análise de SWOT 
 
 
 
Fonte: Autoria própria 
 
Os pontos observados vindos do planejamento e controle da produção constatou que as forças 
detêm-se na produção, pois, além da empresa apresentar um mix de produtos, a mesma dispõe 
de uma mão de obra qualificada e polivalente com conhecimento nas técnicas adotadas para 
produção. Todavia, há uma sobrecarga de trabalho ao gerente que muitas vezes precisa tomar 
decisões que não estão de acordo com suas atribuições. 
A oportunidade de negócio está relacionada com a qualidade dos produtos e em consequência 
a fidelidade dos clientes e o aumento do consumo dos produtos. 
Dentre as fraquezas identificadas a falta de planejamento e controle da produção por não 
haver registros internos é o destaque, seguido pelo baixo controle de estoque que esta 
 
 
118 
 
diretamente relacionado a falta de gereciamento de demanda. 
O surgimento de uma possível concorrência é uma das principais ameaças à empresa, 
podendo sentir o impacto na redução de suas vendas que também é inevitável em 
determinados períodos, por se tratar de um produto sazonal que sofre influência do fator 
climático. 
Após analisar todos os segmentos da empresa apontou-se algumas melhorias representadas no 
quadro abaixo: 
Quadro 1 – Quadro de melhorias 
j 
Fonte: Autoria própria 
5. Considerações finais 
Com base nas visitas realizadas à fábrica de picolés e sorvetes foi possível constatar quea 
mesma não possui uma estratégia organizacional, mesmo sendo estável no mercado. Isso 
ocorre, porque o proprietário já possui clientes fidelizados oferecendo produtos de qualidade a 
preços acessíveis. Observou-se também que o setor produtivo necessita de controle e 
plajemaneto da produção em todos os aspectos, sendo assim foi proposto à implementação do 
uso de tecnologia de informação e suas ferramentas para elaboração de planinhas e relatórios 
diários, mensais e anuais. 
A ausência de um controle das quantidades de picolés e sorvetes produzidos e vendidos, e a 
despesa de cada mês com matéria-prima faz com que a empresa fique a mercê do mercado 
para estipular seus preços. O que é uma desvantagem, uma vez a produção de determinado 
produto para outra empresa talvez tenha um custo inferior quando comparada com o custo da 
 
 
119 
 
empresa em questão. 
Fica evidente que a empresa precisa elaborar estratégias de mercado e aderir a novas técnicas 
de controle da produção para continuar estável e ter competitividade diante desse cenário 
globalizado em que se encontra. Sempre inovar e apostar em novas tecnologias são outros 
meios para otimizar seus processos, assegurando a qualidade já presente dos seus produtos, 
conquistando assim novos expaços no mercado e maximizando seus lucros. 
 
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1993. 
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MAXIMIANO, Antonio César Amaru. Introdução à Administração. 5.ed. rev., aum. e atual 
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