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XXIII CONGRESSO BRASILEIRO DE ZOOTECNIA Universidade Estadual do Oeste do Paraná Foz do Iguaçu/PR, 06 a 09 de maio de 2013 Zootecnia do Futuro: Produção Animal Sustentável www.zootec.org.br e trabalhos@alvoeventos.com.br 1 Produção de equinos para a lida do gado Sandra Aparecida Santos 1 e Raquel Soares Juliano 1 1 Pesquisadores da Embrapa Pantanal. Rua 21 de setembro, 1880, 79320-900, Corumbá, MS. E-mail: sandra.santos@embrapa.br Introdução A evolução do cavalo é um dos fenômenos de grande importância para a humanidade, pois o desenvolvimento da maioria das civilizações está diretamente relacionado com a domesticação do cavalo. A família Equidae inclui as múltiplas raças, estirpes e tipos de cavalos domésticos, assim como todos os cavalos selvagens, asnos e seus antepassados (Evans et al., 1979). Segundo o padrão de distribuição, os cavalos são oligocêntricos, ou seja, são animais domesticados com ampla distribuição e possuem dois ou mais centros visíveis de diversidade (Hutchinson, 1977). A expansão do cavalo pelo mundo com a colaboração do homem, especialmente Europa e os grandes centros de produção atuais do Ocidente, foram influenciadas por várias causas, entre as quais, a vida nômade primitiva, o desejo de domínio por outras terras, invasões e guerras, descobrimentos geográficos, interesse em cruzamentos com outras raças. O cavalo tem sido usado de diversas formas ao longo do tempo, como alimento, fins militares, passatempos e esportes, empresas agrícolas e comerciais e para recreação e esporte. Devido ao espírito de domínio inerente aos homens, foi possível que eles encontrassem nos cavalos força e rapidez, ideais para aquela época (inicio da domesticação), na qual os homens encontravam-se a mercê de seus próprios recursos, de sua agilidade e resistência (Evans et al., 1979). As raças equinas atuais são usualmente divididas em dois grupos, nem sempre tão distintos, o cavalo oriental (“sangue quente”) e o cavalo ocidental (“sangue frio”). Esta classificação baseia-se nas diferenças de tipo e não necessariamente na origem geográfica. Os cavalos orientais (Equus caballus orientales) são leves e bem proporcionados, com membros delgados, pêlos das crinas e caudas finos e retos, apresentando temperamento vivo e movimentos rápidos. Os cavalos ocidentais (E. c. occidentalis) são grandes e pesados, com membros grossos, crinas e caudas densas, apresentando temperamento dócil e movimentos lentos (Bokonyi, 1935; Chieffi, 1950). Alguns cavalos existentes no mundo podem ser considerados como raças fundadoras devido às suas origens antigas e suas contribuições importantes para o desenvolvimento das raças mais recentes. Provavelmente, as três primeiras raças básicas de cavalos leves desenvolvidas foram: (1) Árabe, cavalo que sofreu modificações por muitos séculos, apresentando cauda com implantação alta; (2) Barbo, cavalo rústico e veloz que também sofreu modificações durante muitos séculos; (3) Akhal-Teke (Turkmene), um cavalo originário de ambiente de deserto, de porte alto, resistente e rápido, considerado uma das raças mais antigas do mundo. Paralelamente a essas raças reconhecidas, diversos tipos específicos de cavalos se desenvolveram, conforme os fatores ambientais locais e as necessidades do homem (Dowdall, 1982). A introdução de cavalos no Brasil foi realizada pelos colonizadores logo nas primeiras viagens, com a finalidade de explorar e colonizar o continente, por ser o único meio de transporte da época. Nessa época, como o principal objetivo dos descobridores era a busca de pedras e metais preciosos (ouro e prata), os cavalos eram criados livremente, não havendo preocupação inicial com o uso de cavalos na atividade pecuária. No entanto, a Coroa Portuguesa preocupava-se com a manutenção de bons cavalos para a defesa do reino, pois sabiam que estes poderiam facilitar a invasão, ocupação e colonização das terras (Goulart, 1964; Jones, 1987). Portanto, o cavalo teve um papel importante na manutenção da nossa unidade pátria, bem como na continuidade de usos e costumes que caracterizam a brasilidade, em tão vasta extensão territorial (Goulart, 1964). Os cavalos foram decisivos na Guerra do Paraguai (1864 a 1870). 004828 XXIII CONGRESSO BRASILEIRO DE ZOOTECNIA Universidade Estadual do Oeste do Paraná Foz do Iguaçu/PR, 06 a 09 de maio de 2013 Zootecnia do Futuro: Produção Animal Sustentável www.zootec.org.br e trabalhos@alvoeventos.com.br 2 No entanto, deve ser considerado que a dispersão e consolidação do uso do cavalo está ligada a expansão da bovinocultura, pois o boi é considerado como o verdadeiro “soldado” desbravador e conquistador do Brasil. Como não há criação extensiva de bovinos sem vaqueiros, nem tão pouco, vaqueiro sem cavalos, estes acompanharam o boi no desbravamento do interior do Brasil. A expansão do gado para outras regiões foi beneficiada por uma lei criada pela Coroa que proíbia a criação de gado nas áreas agricultáveis, devido aos estragos que o gado causava na lavoura (Goulart, 1964). Raças naturalizadas brasileiras Raças naturalizadas são animais de determinada região que apresentam características próprias, resultantes da interação genótipo x ambiente sob a ação da seleção natural, com ou sem intervenção do homem. Os cavalos trazidos pelos colonizadores e exploradores encontraram grandes extensões territoriais, e sofreram influências locais diferenciadas de clima, solos, pastagens, manejo característico de cada região. As características desenvolvidas no decorrer de muitas gerações, resultaram em um processo de diferenciação e distanciamento genético em relação ao tipo de origem ibérica, denominado autóctone, formando ecótipos de acordo com a região aclimatada, dando origem às diversas raças naturalizadas do Brasil. Muitos cavalos que aqui chegaram não receberam cuidados especiais, ficando à mercê da seleção natural, o que pode ter prejudicado a transmissão de algumas qualidades estéticas, resultando em animal de menor porte, porém, de notável rusticidade e resistência (Bertelli, 1984). As raças naturalizadas podem ser divididas em mesológicas e melhoradas (Domingues, 1968). A primeira refere-se a um produto da influência do ambiente, de acordo com a região, resultante da seleção natural e com ausência ou pouca seleção antrópica, onde se pode incluir o Pantaneiro, o Campeiro, o Marajoara, o Lavradeiro e o Nordestino . Estes ecótipos adaptados às diferentes regiões do Brasil são conhecidos como raças “crioulas”, “locais” ou “naturalizadas”. Vale salientar que o termo “crioulo”, de origem francesa, tem sido usado desde o período da colonização da América Latina para pessoas e animais nascidos nas terras recém descobertas, mas com pais estrangeiros (Mariante et al., 2004). A Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia (Cenargen) coordena o Programa Brasileiro de conservação de raças de animais naturalizados desde 1983. Dentre as raças eqüinas naturalizadas, a Pantaneira atualmente encontra-se em programa avançado de seleção e melhoramento genético, principalmente devido ao interesse e reconhecimento do valor da raça por criadores da região. Este fato tirou a raça de risco de extinção, embora ainda necessite de programa de conservação e seleção para manter a sua variabilidade genética (Santos et al., 2003). A segunda classe refere-se aos animais que foram submetidos a programas de melhoramento genético, tais como o Crioulo, o Mangalarga Paulista, Mangalarga Marchador, Campolina e Brasileiro de Hipismo. O melhoramento e o aperfeiçoamento desses cavalos teve início no Império, por meio da introdução de raças exóticas. Em 1808, na sua fuga para o Brasil, D. João VI trouxe os cavalos Alter da Coudelaria do Alter Real para o Rio de Janeiro. Em 1819, duas cartas régias criavam em São Paulo e Minas Gerais (MG),coudelarias para o melhoramento das raças eqüinas. Raças especializadas na lida do gado Embora o cavalo tenha tido grande contribuição na formação econômica, social e política do Brasil, pouco é relatado na literatura. Na formação econômica, contribuiu nas funções de sela , de carga e de tração e a partir da segunda metade do século XIX observa-se em nível nacional e mundial um incremento no uso de cavalos para recreação e esportes (ESALQ, 2006). Porém, há algumas regiões, como o Pantanal Mato-Grossense, Nordeste e Rio Grande do Sul, onde o cavalo ainda é muito utilizado na lida do gado. A seguir são descritas as principais raças brasileiras utilizadas na lida do gado. Pantaneiro A origem da raça Pantaneira está ligada à história de ocupação da região Centro-Oeste do Brasil. Conforme relatos históricos descritos anteriormente, estes indicam que o cavalo Pantaneiro tem sua provável origem dos cavalos originários da Península Ibérica, introduzidos pelos espanhóis nos séculos XVI e XVII, destacando-se a importância dos índios Guaicuru na disseminação do cavalo no Pantanal. Somente no século XVIII, com a abertura da estrada São Paulo-Cuiabá através de Goiás, os cavalos provenientes da costa brasileira, uma região de colonização portuguesa, foram introduzidos no Pantanal, 004829 XXIII CONGRESSO BRASILEIRO DE ZOOTECNIA Universidade Estadual do Oeste do Paraná Foz do Iguaçu/PR, 06 a 09 de maio de 2013 Zootecnia do Futuro: Produção Animal Sustentável www.zootec.org.br e trabalhos@alvoeventos.com.br 3 especialmente os cavalos Lusitano (Santos et al., 1992). Desde a implantação das primeiras fazendas de criação de gado na regiao pantaneira há cerca de 200 anos, o cavalo tem sido indispensável para o manejo do rebanho e também como meio de transporte para a população rural. Apesar da importância da raça para a bovinocultura de corte, esta nem sempre foi valorizada pelos criadores, o que ocasionou cruzamentos indiscrimados com outras raças. Este fato associado com algumas doenças dizimou grande parte da população, que só não foi extinta graças ao trabalho de técnicos e criadores, que fundaram em 1972, a Associação Brasileira de Criadores de Cavalo Pantaneiro (ABCCP), em Poconé, MT. Atualmente a raça é altamente valorizada e além da lida do gado, tem sido utilizada em diversas atividades funcionais, tais como cavalgadas (turismo rural) e até mesmo no esporte como provas de laço, rédea e de enduro. Estudos mostram que o cavalo Pantaneiro apresenta porte médio e um bom desenvolvimento torácico, de tal modo que possui velocidade para manejar o gado e resistência para longas caminhadas (Silva et al., 2005; McMannus et al., 2008). Para o registro, exige-se o andamento trote em todas as suas modalidades. Marajoara O cavalo Marajoara inicialmente introduzido em Belém foi transferido para a ilha de Marajó há séculos. Sua origem provável é lusitana. Devido a riqueza de pastagens nativas, este ecótipo adaptou as condições inóspitas da ilha, desenvolvendo características adaptativas, como a rusticidade, força, resistência, adaptação ao meio e ao trabalho no campo. Devido a importância destes animais para o exército da região, fundou-se em 1979, a Associação Brasileira dos Criadores da Raça Marajoara (ABCCRM) com o estabelecimento de cruzamentos com o cavalo Árabe e Anglo-Árabe, que culminou num padrão especifico da raça. Devido as suas caracteristicas de adaptação é uma raça indispensável para os trabalhos de tração das fazendas locais devido ao baixo custo operacional, como também de extrema importância para o manejo extensivo de grandes criações de bubalinos e bovinos. Apresenta porte médio e bom desenvolvimento torácico. Para o registro, o andamento deve ser o trote em todas as suas modalidades, andamento com apoio, bipedal diagonalizado (Costa, 2008). Campeiro É um animal de médio porte do planalto Catarinense, provavelmente descendente dos primeiros colonizadores espanhóis, embora o primeiro registro oficial de cavalos foi no século XVII. Esta raça é conhecida como o cavalo “Marchador das Araucárias” pois povoa a região dos pinherais que engloba o planalto catarinense, o planalto do Rio Grande do Sul e sudoeste do Paraná. Em 1976, com o apoio da Secretaria da Agricultura do Estado de Santa Catarina surgiu a Associação Brasileira dos Criadores de Cavalo Campeiro (ABRACCC), oficializada pelo Ministério da Agricultura em 1985. É um cavalo usado na lida do gado das fazendas da região dos pinherais, mas pela característica de seu andamento (marcha em todas as suas modalidades), é uma raça também indicada para cavalgada em longos percursos. Nordestino O cavalo Nordestino, também denominado de “pé duro”, “casco de burro” e “Crioulo Nordestino”, é um ecótipo de pequeno porte que foi desenvolvido na região semi-árida da região Nordeste do Brasil. Esses animais descendem de raças portuguesas que foram introduzidas no Brasil no início do século XVI quando em 1534 , na Vila de São Vicente; 1535 em Pernambuco; e em 1540 na Bahia, por Martins Afonso de Sousa. Esses animais auxiliaram o processo de interiorização da região, servindo de montaria e principal meio de transporte, sendo fundamental no desenvolvimento dos Estados da região Nordeste. O cavalo Nordestino é apropriado no trabalho de gado e rebanhos de caprinos e ovinos que são criados na caatinga, constituída de vegetação espinhosa e galhos retorcidos. Num ambiente de extrema rusticidade e pouca disponibilidade de água e de alimentação, conferiram a essa raça, grande adaptabilidade a regiões semidesérticas e ao trabalho árduo dos vaqueiros nessas condições. Na década de 40, a dificuldade com que os vaqueiros manejavam o gado na caatinga deu inicio a um esporte denominado de “corrida do mourão”, atualmente denominado de “vaquejada”. Na época de origem, os vaqueiros utilizavam o cavalo Nordestino, porém, este foi sendo substituído e/ou cruzado com outras raças, em especial, a Quarto-de-Milha. Este fato associado com a desativação da Associação 004830 XXIII CONGRESSO BRASILEIRO DE ZOOTECNIA Universidade Estadual do Oeste do Paraná Foz do Iguaçu/PR, 06 a 09 de maio de 2013 Zootecnia do Futuro: Produção Animal Sustentável www.zootec.org.br e trabalhos@alvoeventos.com.br 4 Brasileira dos Criadores do Cavalo Nordestino (ABCCN) nos anos 90 contribuiu com a diminuição do efetivo populacional, consequentemente, a raça encontra-se em risco de extinção (Melo et al., 2011, Neponucena, 2011), se nenhum trabalho de conservação da sua diversidade for desenvolvido. Lavradeiro O cavalo Lavradeiro é também conhecido como “Cavalo de comportamento Selvagem de Roraima”. A principal entrada de cavalos no estado de Roraima ocorreu junto com a chegada dos primeiros bovinos, trazidos em 1789 por Manoel Gama lobo d’Almada. Em 1920, cerca de 300.000 cabeças de gado e 10.000 de equinos viviam nessa região. Os cavalos foram se multiplicando nas extensas áreas de savana da região e como as demais raças naturalizadas, desenvolveram características adaptativas às condições ambientais locais. É um animal de médio porte (altura média de 140 cm) adaptado às pastagens nativas da região que passa por um longo período de estiagem e também por um período de inundações. Portanto, é um animal rústico e resistente ao trabalho árduo e é muito utilizado para lida do gado. No entanto, sua população que era de aproximadamente dois mil, atualmente não chega a 200 cabeças, constituindo numa das raças que a Embrapa desenvolver programas de conservação (Braga, 2000). Crioulo Brasileiro Como a maioria das raças naturalizadas, o cavalo Crioulo tem sua origem nas populações e raças eqüinas criadas na Península Ibérica (Portugal e Espanha) que foram introduzidas pelos primeiros colonizadores que chegaram ao Brasil. Os animais se adaptaram às condições de restrições ambientais do Sul,desde o frio rigoroso até secas extremas. A partir do século XIX essa nova raça, bem definida e com características próprias, passou a ser preservada coma fundação da Associação Brasileira de Criadores de Cavalos Crioulos, em 1931 (www.abccc.com.br). Na década de 70 surgiram as primeiras provas de resistência com o intuito de selecionar os cavalos de melhor performance funcional. Atualmente, a aptidão funcional da raça é avaliada por meio de uma prova de maneabilidade e velocidade, conhecida como "Freio de Ouro", que teve inicio em 1982 e tem sido aperfeiçoada ao longo do tempo. Esta prova associada com inúmeras outras tem proporcionado a produção de animais com aptidão funcional para a lida do gado como também para diversas provas equestres como prova de rédea e vaquejadas (Pons, 1996; Hasse, 2010). A maior parte da população encontra-se no trabalho de campo com cerca de 500 mil animais (20% do rebanho equino do Brasil), especialmente no Estado do Rio Grande do Sul, onde também encontram-se as maiores propriedades rurais do setor de equídeos (Mattos et al., 2009; Hasse, 2010). Mangalarga A raça Mangalarga tem sua origem no sul de Minas Gerais a partir da vinda de Dom João VI para o Brasil trazendo de Portugal cavalos da raça Alter. A raça teve inicio com a família Junqueira que em 1812 levou animais para São Paulo para uso em caçadas e na lida com gado em campo aberto. Estes animais tiveram que se adaptar ao novo ambiente de topografia acidentada no qual foi mais valorizado a marcha trotada com apoio bipedal de dois tempos com tempo mínimo de suspensão, surgindo então uma nova raça, o cavalo Mangalarga Paulista (Simões, 1979). Por conta disto há duas associações: Associação Brasileira de Criadores de Cavalo da Raça Mangalarga (ABCCRM), criada em 1934 e a Associação Brasileira de Criadores de Cavalos Mangalarga Marchador (ABCCMM), criada em 1949. Além da lida do gado e caçada, esta raça é especializada em esporte e lazer. Campolina É uma raça que iniciou sua formação na região de Minas Gerais em 1857, com o criador Cassiano Campolina. Na formação da raça houve o cruzamento de animais nacionais sem padrão pré-definido com diversas raças tais como: Anglo-Árabe, PSI, Andaluz, Percheron, Anglo Normando e o Mangalarga Marchador na busca de animais de maior porte e andadura confortável para percorrer longas distâncias. A Associação Brasileira dos Criadores do Cavalo Campolina (ABCCCampolina) foi fundada em 1951 e 004831 http://www.abccc.com.br/ XXIII CONGRESSO BRASILEIRO DE ZOOTECNIA Universidade Estadual do Oeste do Paraná Foz do Iguaçu/PR, 06 a 09 de maio de 2013 Zootecnia do Futuro: Produção Animal Sustentável www.zootec.org.br e trabalhos@alvoeventos.com.br 5 os animais tem sido criados e comercializados para cavalgadas, lazer, tração e lida com o gado (www.campolina.org.br). Raças exóticas para sela e serviço de gado Dentre as raças exóticas, a raça americana Quarto de Milha é uma das mais versáteis e é criada e selecionada em várias localidades do Brasil desde a década de 50. Sua principal funcionalidade é o trabalho de campo por ser dócil, robusta e veloz (Escola do cavalo). No Brasil, esta raça juntamente com a raça Crioula, destacam-se nas provas de rédea. Com a difusão da raça, foi fundada em 1969 a Associação Brasileira de Criadores de Cavalo Quarto de Milha (ABQM), no Parque da Água Branca, em São Paulo. Destacam-se ainda no Brasil como raças de lida (cavalos de sela), as raças Apaloosa, Anglo Árabe, Lusitano e o Tenesse Walking conhecido como "Walke". Manejo geral do cavalo de lida No Brasil, observa-se que na maior parte das propriedades rurais, a criação de cavalos aparece como uma atividade secundária. Porém, em algumas regiões do Brasil como no Rio Grande do Sul observa-se um empreendedorismo na atividade de criação de cavalos, movidos pela paixão e tradição na criação do cavalo Crioulo (Mattos et al., 2009). Cenário semelhante também vem sendo observado nas últimas décadas no Pantanal Mato-Grossense em relação a criação do cavalo Pantaneiro. Este fato associado com a expansão de várias outras raças no Brasil como a Mangalarga tem contribuído para o crescimento do agronegócio do cavalo que movimenta cerca de sete bilhões de reais anuais (ESALQ, 2006). O principal uso do cavalo no Brasil ainda está relacionado com o apoio às atividades agropecuárias, especialmente na lida do gado onde a mecanização desta atividade é ineficiente. De maneira geral, em cada propriedade que cria bovinos há a necessidade de ter um cavalo para cada grupo de 85 bovinos, mas na média existe uma relação de 160:1 (ESALQ, 2006). Com este novo cenário, as práticas adequadas de manejo voltadas para a criação de cavalos vem sendo cada vez mais exigidas, o que requer profissionais cada vez mais capacitados nestas áreas de atuação. Alimentação e nutrição Para a criação de cavalos saudáveis, é necessário que a dieta disponível e/ou fornecida atenda às suas necessidades diárias de energia, proteína, minerais e vitaminas. As exigências são variáveis de acordo com as diferentes demandas fisiológicas, como p.ex., crescimento, lactação, atividade física, além das diferenças individuais e das condições ambientais. Como a produção de trabalho é a principal função exigida pelo homem em relação ao cavalo, os principais nutrientes para o exercício, em ordem decrescente de importância são a água, os sais orgânicos ou eletrólitos e a energia (Lewis, 1985). A hidratação é muito importante durante o exercício físico, pois uma perda de 12 a 15% de água corporal pode levar o cavalo a um quadro de desidratação e morte. As perdas de peso dessa magnitude podem ser toleradas desde que o período de exercício físico não seja longo (Pearson e Dijkman, 1994). Aconselha-se que o cavalo beba água frequentemente, em pequenos volumes, durante a atividade física. Após o exercício, deve-se deixá-lo resfriar e pastar. Em torno de uma hora após, ofereça água e cerca de 60g da mistura de eletrólitos (Lewis, 1985). Cavalos que realizam exercício em ambientes quentes podem perder grandes quantias de água e eletrólitos. Como o suor dos eqüinos é hipertônico, consequentemente, perdas substanciais de eletrólitos acompanham as perdas de fluidos. Estas alterações no balanço de fluidos e eletrólitos são relacionadas diretamente com reduções na eficiência da termorregulação e desempenho funcional (Rose e Hodgson, 1994). Sódio e Cloro são diretamente afetados pelo estado de hidratação dos animais (Evans et al., 1995). Em resposta a desidratação, a diminuição da concentração de potássio e/ou hipocalemia pode ser decorrente de diversos fatores, dentre os quais a alta concentração de potássio no suor (Jahn et al., 1996). As exigências de energia devem ser atendidas para manutenção e os diversos tipos de atividades funcionais e também para crescimento, reprodução e lactação. Segundo NRC (2007), para as atividades de trabalho, as recomendações das necessidades energéticas diárias são fornecidas de acordo com a intensidade do trabalho: leve, moderado, pesado e intenso, cujas exigências de energia são 20%, 40%, 004832 XXIII CONGRESSO BRASILEIRO DE ZOOTECNIA Universidade Estadual do Oeste do Paraná Foz do Iguaçu/PR, 06 a 09 de maio de 2013 Zootecnia do Futuro: Produção Animal Sustentável www.zootec.org.br e trabalhos@alvoeventos.com.br 6 60% e 100% respectivamente, acima das necessidades de manutenção. Porém, deve-se ter bom senso no uso desta classificação em relação às atividades de trabalho, pois é muito subjetiva, considerando que a avaliação do trabalho depende de diversos fatores, que são variáveis entre cavalos. Dependendo do tipo de atividade, as gorduras (ácidos graxos e glicerol) e carboidratos (hexoses, p. ex. glicose) são as principais fontes de energia usadas pelos músculos. Portanto, carboidratos, principalmente o amido presentenos grãos de cereais (aveia, milho, sorgo, etc.), são quantitativamente a principal fonte de energia na dieta de cavalos estabulados. A adição de gordura na dieta dos cavalos tem se tornado comum nos últimos anos, com o objetivo de diminuir a quantidade de amido ingerida e aumentar o consumo de energia. O fornecimento de carboidratos prontamente utilizáveis, como os grãos de cereais, para cavalos imediatamente antes ou durante as atividades de resistência de longa duração não é recomendável, pois este procedimento pode diminuir a habilidade de mobilização das reservas orgânicas, ou seja, pode ocorrer aumento na secreção de insulina e diminuição na lípase (Lewis, 1985). A adição de óleo na ração é recomendável (Mattos et al., 2006). Os animais devem apresentar boa condição física sem serem gordos (condição corporal de 4 a 6), portanto recomenda-se o fornecimento de grãos de cereais de maneira gradativa, não ultrapassando 0,5% do peso corporal/refeição/dia (Lewis, 1985). Seleção morfo-funcional A habilidade atlética e funcional é uma característica inerente do individuo,ou seja, cada cavalo deve ser avaliado individualmente. Esta é influenciada por três fatores principais: Genética Ambiente (nutrição, treinamento, etc.) Saúde Alguns estudos tem mostrado que a conformação influencia o desempenho funcional (Langlois, 1978; Holmström et al., 1990; Cervantes et al., 2009). Para determinar qual o melhor animal, temos que determinar quais características são de maior importância e quais genótipos são mais desejáveis para aquelas características. A maioria dos criadores tem opinião sobre quais as características chaves e o melhores genótipos (Bijma e Van Arendonk, 2004). Com relação a um cavalo de serviço, além do cavalo possuir o sentido do gado e características de adaptação ao ambiente no qual trabalha, estes devem apresentar constituição ósseo-muscular forte, ligamentos definidos, aprumos corretos, cascos saudáveis e proporções corporais adequadas para sua função. Estas proporções podem ser avaliadas por meio de alguns índices específicos (Alderson, 1999). Na Tabela 1 constam alguns índices estabelecidos por Torres e Jardim (1981) e Alderson (1999) comumente utilizados para avaliar algumas raças, tais como o o cavalo Mangalarga Marchador (Cabral et al., 2004), cavalo Campeiro (McManus, 2005), cavalo Pantaneiro (McManus et al., 2008) e cavalo Nordestino (Melo et al., 2011) no Brasil. 004833 XXIII CONGRESSO BRASILEIRO DE ZOOTECNIA Universidade Estadual do Oeste do Paraná Foz do Iguaçu/PR, 06 a 09 de maio de 2013 Zootecnia do Futuro: Produção Animal Sustentável www.zootec.org.br e trabalhos@alvoeventos.com.br 7 Tabela 1 - Alguns índices corporais importantes para avaliação de cavalos de lida Índice Descrição Índice de compacidade ICO= (P/AC)/100) Indica a aptidão do cavalo Valores >3,15= tração pesada Valores próximos 2,75 = animais de tração ligeira Valores < 2,65 = animais de sela Índice de carga 1 (ICG2 = (PT 2 x 56)/AC): Este índice de carga indica o peso, em quilogramas, que o animal pode suportar sem esforço exagerado sobre o dorso, trabalhando a trote ou a galope Índice de carga 2 (ICG3 = (PT 2 x 95)/AC): Este índice indica o peso, em quilogramas, que o animal pode suportar sem esforço exagerado sobre o dorso, trabalhando a passo Índice torácico (IT = LP/PT) O valor de IT do animal longilíneo é inferior a 0,85; do animal mediolíneo, entre 0,86 e 0,88; e do animal brevilíneo, superior a 0,90 Grau de conforto na equitação (GC) = AD – (AC+AG)/2 Indica a inclinação do dorso do cavalo onde a sela é ajustada Índice de conformação (ICF = PT 2 /AC) O cavalo de sela deve apresentar ICF de aproximadamente 2,1125, enquanto valores acima deste indicam animais aptos para tração Índice de comprimento (IC) = CC/AC Parâmetro usado para estimar o índice acumulativo e útil para estimar equilibrio Inclinação da largura (IL) = LA/LP Parâmetro usado para estimar o índice acumulativo e útil para estimar equilibrio Equilíbrio (E) = (CG x LA)/(AT x LP) Índice acumulativo (IA) = (Peso/Peso médio da raça) + IC + E É um índice geral que distingue vários tipos de conformação que pode ser adotado principalmente em animais jovens para avaliar o valor funcional (P= peso; AC= altura da cernelha; PT= perímetro torácico; LP= largura do peito; AD= altura do dorso; AG= altura da garupa; LA= largura da anca; CG= comprimento da garupa; AT= altura do tórax ou costado) No entanto, outros índices podem ser importantes e construídos como é o caso da relação comprimento antebraço/comprimento da canela. Este índice tem sido usado por vários criadores de cavalos Pantaneiros na seleção de animais funcionais, cujo valor médio de alguns cavalos campeões de julgamento esteve ao redor de 1,8. Portanto, o grande desafio é saber interpretar os índices, como por exemplo o índice de carga. Na avaliação do IC1 da raça Crioula concluiu que os cavalos com menos capacidade de carga eram os mais funcionais, porém com menos recuperação, ao contrário dos que tinham maior capacidade que por sua vez eram mais rústicos (Pons, 1996; Vilanova e Prado, 2007). Para proporcionar uma acomodação adequada à sela recomenda-se avaliar a linha superior (cernelha, dorso e lombo) que deve ser bem constituída com boa cobertura muscular, cernelha definida e lombo curto, com conexão suave com a garupa . Além de medidas lineares é importante avaliar as medidas angulares dos raios ósseos das principais articulações (angulos escápulo-umeral, coxo-femural e tíbio-metatársicos) envolvidas com a dinâmica do movimento (Dos Santos et al., 2008). Estudos devem ser intensificados usando análises multivariadas no intuito de de selecionar características de maior importância na funcionalidade dos cavalos. Treinamento/condicionamento do cavalo Os animais devem ser treinados regularmente, pois a falta de atividade pode provocar estresse, quando estes são usados em serviço (Santos et al., 1997). O sucesso no desempenho funcional depende de vários fatores, entre os quais, a estrutura e função dos sistemas músculo-esquelético, nervoso, respiratório, cardiovascular e em casos de provas esportivas, da “vontade de vencer” (Adams, 2005). Portanto, a capacidade de desempenho máximo dos eqüinos, depende do potencial de cada sistema 004834 XXIII CONGRESSO BRASILEIRO DE ZOOTECNIA Universidade Estadual do Oeste do Paraná Foz do Iguaçu/PR, 06 a 09 de maio de 2013 Zootecnia do Futuro: Produção Animal Sustentável www.zootec.org.br e trabalhos@alvoeventos.com.br 8 orgânico (os quais são predeterminados geneticamente). Por outro lado, a adaptação fisiológica associada ao condicionamento físico (treinamento) é um mecanismo pelo qual se pode aperfeiçoar ao máximo a capacidade de rendimento (Erikson, 1996). O desempenho ótimo de um cavalo depende principalmente de um programa adequado de nutrição e de treinamento, de preferência individualizado. O treinamento envolve uma combinação de condicionamento físico especifico para cada atividade/evento ou competição. O desenvolvimento de um programa de treinamento para determinada raça vai depender do objetivo que se espera do animal. Considerações finais A importância do cavalo de trabalho é proporcional e cresce paralelamente à atividade agropecuária do Brasil. Embora isso nem sempre seja reconhecido, o eqüino é ferramenta fundamental para o sucesso desse setor produtivo, principalmente em sistemas extensivos. Sendo assim, é compreensível que ocorra a valorização de raças naturalizadas, pois cada uma delas apresenta características de adaptabilidade que são importantes para a realização da lida dos rebanhos em condições peculiares de cada região, como é o caso do cavalo Pantaneiro. Outras raças especializadas comoa raça Crioula e Mangalarga são igualmente importantes pois foram selecionadas características específicas para desenvolverem essa função. O papel da equideocultura no desenvolvimento da pecuária de qualidade e o movimento financeiro gerado por esse setor, justifica sua expansão no Brasil e exige que os profissionais melhorem seus conhecimentos específicos. Literatura Citada ALDERSON, G.L.H. 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