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DOR CASO CLÍNICO Paciente do gênero masculino, 38 anos, previamente hígido, procura pronto atendimento com queixa de erupções e dor súbita, incapacitante, progressivamente mais intensa, em região posterior de braço e região escapular há 4 dias. - Nega febre, picada de insetos, viagens recentes, uso de medicamentos ou trauma local. - Nega etilismo e tabagismo. - Vacinação em dia - Relata ter apresentado “catapora” com 4 anos de idade e ter apresentado fratura de fíbula com 13 anos. - História familiar - Pai falecido de infarto agudo do miocárdio - Mãe com diabetes mellitus 1) Qual o tipo de dor apresentada pelo paciente? Aguda – 4 dias 2) Qual tipo de fibra transmite inicialmente essa dor? Mista: nociceptivo e neuropática. 3) Esse quadro caracteriza alguma região neurológica específica? Nocicepção é a parte mais profunda. Dor crônica tem comportamento agressivo, irritado, dependente. CONCEITO Uma experiência sensorial e emocional desagradável associada a dano tecidual real ou potencial. NOCICEPTORES: Somática: osso, cartilagem, músculos e tendões, pele e tecido subcutâneo. Visceral: vísceras e serosas. TIPOS DE ESTÍMULOS A NOCICEPTORES: Mecânicos: por tração tecidual Térmicos: < 15º ou > 45º Químicos: induzidos por bradicinina, histamina, serotonina, íons potássio, acetilcolina... PROCESSAMENTO DA DOR TRANSDUÇÃO ➢ Ativação de nociceptores ➢ Decodificação do trauma por via mecânica, térmica e/ou química TRASMISSÃO ➢ Fibras A delta - Fibras mielinizadas, de condução e tamanho intermediários (dor aguda) ➢ Fibras C - Fibras pequenas, de condução lenta (dor difusa e crônica) CONDUÇÃO DA DOR Interneurônio inibe a condução nervosa. Anestesia inibe a terminação nervosa livre. Modulação: é a diminuição da intensidade da dor. Percepção DOR PRIMÁRIA Dor que não é causada por uma doença ou lesão específica conhecida. Ou sensação física DOR SECUNDÁRIA Causada por uma doença ou lesão específica conhecida – exemplo cefaleia secundária. Reação emocional a sensação física DOR REFERIDA Dor a distância Dor “sentida” a distância de tecidos responsáveis pela dor; Pode ser visceral (principal) ou ter origem na superfície (pleura, peritônio); Estimulo prolongado levando a rigidez muscular; Pode ocorrer hiperestesia e hiperalgesia secundárias a um aumento da sensibilidade e a uma diminuição do limiar para estímulos táteis e dolorosos; NÃO RESPEITA DERMÁTOMOS!!!! Sinapse com neurônios de 2º ordem medulares. DOR IRRADIADA Segue obrigatoriamente o trajeto do nervo, como ciático, herpes zoster. Segue o trajeto do nervo. DOR AGUDA Sintoma de alguma doença; Começa na periferia; Transmissão por fibras A-delta -> velocidade de 6-30m/s Trato neoespinotalâmico Chega até o núcleo ventral póstero lateral do tálamo Representação somatotópica no córtex somatossensitivo Características: pontada, facada, penetrante; Pode ser até 3 meses; Principais causas: traumas, cirurgias, infecções agudas... Cada pedaço do homúnculo é responsável por uma área do corpo de modo sensitivo. DOR CRÔNICA É incurável, é a doença propriamente dita. Relacionada ao conceito de “incurabilidade”; Mais de 3 meses de dor; Transmissão por fibras C -> velocidade de 0,5-2m/s Trato paleoespinotalêmico Chega aos núcleos reticulares e aos núcleos interlaminares do tálamo (sistema de alerta!!!!); Cursa com declínio na qualidade de vida das pessoas; Impacto social, emocional e econômico; Principais causas: - Lombalgia (18%) - Osteoartrites (16%) - Artrite reumatoide (6%) - Cefaléia (6%) Quando é dor crônica => passa pelo trato corticoespinal e ascende para todas as regiões do córtex pré frontal, principalmente do sistema límbico e altera a percepção de vida do paciente. Já na dor aguda => passa pelo lobo frontal e giro pós central. Na medula => encefalina – é inibitória e é opioide (uma morfina interna) – MODULA DOR E É PRODUZIDA POR UM INTERNEURÔNIO. No tronco => serotonina – é algiogênica e causa dor. Na periferia, serotonina causa dor. Entretanto no SN, a serotonina modula a dor. DOR NEUROPÁTICA Lesão do nervo. Dor causada por uma lesão ou doença do sistema nervoso somatossensitivo. Precisa de um exame comprovando essa lesão do sistema nervoso, como eletroneuromiografia. O termo “doença" é comumente usado quando a causa subjacente da lesão é conhecida (por exemplo, acidente vascular cerebral, vasculite, diabetes mellitus, anomalia genética). Pode ser central (talâmica) ou periférica (neuropatia diabética) AVE de tálamo pode cursar com síndrome de membro fantasma. Utiliza o gabaérgico DOR DISFUNCIONAL Não tem lesão de nervo, estrutura => mas sente dor Síndrome dolorosa causada por um mal funcionamento do próprio aparelho somatossensorial. Ocorre em situações em que não existe um estímulo nocivo identificável nem qualquer inflamação detectável ou danos no sistema nervosa. Em condições como a fibromialgia , síndrome do intestino irritável e cistite intersticial, a dor parece resultar de uma amplificação de sinais nociceptivos dentro do SNC, com um equilíbrio perturbado de excitação e inibição em circuitos centrais NÃO EXISTE FIBROMIALGIA EM PACIENTE COM HÉRNIA DE DISCO. SE O PACIENTE TEM DOR, É DEVIDO A HÉRNIA DE DISCO. CARACTERIZAR A DOR: (1) localização; (2) características: é em pontada, facada, irradiada... (3) intensidade – PELAS ESCALAS - Escalas de faces - Verbais (numérica, cronológica) - Qualitativa (4) cronologia, inclusive início, duração e frequência; (5) a situação em que ocorre; (6) os fatores que agravam ou aliviam o sintoma; (7) as manifestações associadas MODULAÇÃO DA DOR PROVA – ESCADA ANALGÉSICA DA OMS LEVE 0 A 3:Dipirona e ibuprofeno MODERADO 4 A 6: Codeína + tramadol INTENSA > 7: Fentanil, morfina, oxicodona DOR REFRATÁRIA – NÃO MELHORA: tratamento cirúrgico + opioide + analgésico. DROGAS ADJUVANTES: agem diminuindo a intensidade da dor, fase de modulação da dor - Gabapentinoides - Antidepressivos - Anticonvulsivantes - Miorrelaxantes - Antipsicótico Morfina ativa o sistema opioide – encefalina do organismo.