Prévia do material em texto
Exercícios de Português – 1ª série – 1º período Questão 1 O poeta declina de toda responsabilidade na marcha do mundo capitalista e com suas palavras, intuições, símbolos e outras armas promete ajudar a destruí-lo como uma pedreira, uma floresta, um verme (Carlos Drummond de Andrade) Vocabulário Declina – afasta-se. Sobre as funções da literatura, leia as afirmações abaixo e marque a opção que corresponde às ideias dos versos acima. a) O caráter ficcional da literatura nos permite entrar em contato com a nossa história, nossa trajetória como nação. b) Por meio da convivência com os textos literários, que traçam tantos e diversos destinos, a literatura acaba por nos oferecer possibilidades de resposta a questões comuns a todos os seres humanos. c) A literatura acompanha a trajetória humana, pois os mundos construídos por ela são completamente distintos dos mundos familiares. As pessoas que habitam esses mundos literários são completamente distintas e vivem problemas totalmente diferentes dos nossos. d) A literatura tem o poder de transportar o ser humano, provocar alegria ou tristeza, divertir ou emocionar. Ela nos oferece um descanso dos problemas cotidianos, quando nos descortina o espaço do sonho e da fantasia. e) A literatura pode ter um papel fundamental: o de criticar a realidade, em relação a causas sociais e políticas. Questão 2 Grito negro Eu sou carvão! E tu arrancas-me brutalmente do chão e fazes-me tua mina, patrão. Eu sou carvão! E tu acendes-me, patrão, para te servir eternamente como força motriz mas eternamente não, patrão. http://kdfrases.com/frase/121644 http://kdfrases.com/frase/121644 http://kdfrases.com/frase/121644 http://kdfrases.com/frase/121644 http://kdfrases.com/frase/121644 http://kdfrases.com/frase/121644 http://kdfrases.com/frase/121644 http://kdfrases.com/frase/121644 Eu sou carvão e tenho que arder sim; queimar tudo com a força da minha combustão. Eu sou carvão; tenho que arder na exploração arder até às cinzas da maldição arder vivo como alcatrão, meu irmão, até não ser mais a tua mina, patrão. Eu sou carvão. Tenho que arder queimar tudo com o fogo da minha combustão. Sim! Eu sou o teu carvão, patrão. (José Craveirinha – poeta africano) Assinale a opção correta a respeito do poema acima. A) O eu lírico expressa um sentimento de cumplicidade com o patrão, mostrando que a literatura é a arte mais próxima da essência humana. B) Pode-se afirmar que o tema do texto remete à exploração do homem pelo homem, exemplo de que a literatura é linguagem carregada de significado. C) Os aspectos sonoros do texto, o uso da linguagem denotativa e os traços humanos comprovam que o poema é um exemplo de arte da palavra. D) As palavras “patrão” e “carvão” apresentam mais de um significado nos versos, possibilitando ao leitor entender o tema do texto. E) O eu lírico considera que deve sempre servir ao patrão, a quem chama “meu irmão”, sem questionamentos. Questão 3 Leia o texto a seguir e responda ao que se pede. Como árbitros e jogadores de países diferentes se comunicam num jogo de futebol? Basicamente por gestos. A Fédération Internationale de Football Association (Fifa), entidade que organiza o futebol mundial, recomenda que os árbitros evitem ao máximo dar trela para os jogadores. Para se dirigir aos atletas, eles devem usar cinco sinais básicos. Três deles são na base da mímica mesmo, feita com os braços: indicação de falta direta para o gol, falta indireta (pelo menos dois jogadores devem tocar na bola) e vantagem (quando, apesar de ter havido uma infração, o time da vítima continuou com a bola). Para os outros dois sinais, os árbitros contam com os famosos cartões: o amarelo representa uma advertência para o jogador que esteja abusando da violência ou da indisciplina; e o vermelho manda o atleta se retirar de campo. É claro que, na prática, os juízes improvisam vários gestos que não constam da regra oficial, principalmente quando é necessário dar uma bronca em algum jogador que, apesar de ter cometido uma falta dura, não merece ainda a advertência pelo cartão amarelo. Nesses casos, o juiz geralmente grita algumas frases em inglês ou espanhol. "Todos os árbitros da Fifa são obrigados a ter noções básicas desses dois idiomas", afirma Gustavo Caetano Rogério, diretor da escola de árbitros da Federação Paulista de Futebol. Vários jogadores entendem a bronca muito mais pela entonação do que pelo conteúdo que sai da boca do homem do apito. (SUPERINTERESSANTE ESPECIAL. São Paulo: Abril, n. 6, ago. 2002. p. 41.) Com base em seus estudos e no texto, marque a opção incorreta. (A) Em uma partida de futebol, é possível haver comunicação entre pessoas que falam línguas diferentes. (B) Quando os juízes de futebol dizem alguma frase em inglês ou espanhol, estão usando a linguagem verbal. (C) Quando os juízes usam cartões e gestos para comunicar aos jogadores, estão usando a linguagem não verbal. (D) Os juízes, ao improvisar gestos que não constam da regra oficial, principalmente quando é necessário dar uma bronca em algum jogador, utilizam somente a linguagem verbal. (E) Vários jogadores entendem a bronca muito mais pelos gestos e entonação de voz do árbitro do que pelas palavras. Questão 4 Leia o trecho e responda à questão. “É a palavra que identifica o ser humano, é ela seu substrato que possibilitou a convivência humana e a comunicação total entre os seres dotados de inteligência; ela é a menor partícula do entendimento das coisas. A palavra é o átomo da alma. ” (Ziraldo. In: Vários autores. O futuro do livro – 60 visões. São Paulo, 2007. p. 74.) Com base no conceito de “Linguagem” e nos dizeres de Ziraldo, deduz-se que (A) o homem é um ser exclusivamente social e assemelha-se aos outros seres que vivem reunidos pela capacidade de julgar e discernir, estabelecendo regras para a vida em sociedade. (B) há a necessidade de linguagem para que o homem possa se comunicar com os outros e, juntos, estabelecerem um código de vida em comum. (C) a linguagem, capacidade comunicativa somente dos seres humanos, constrói vínculos e possibilita a transmissão de culturas. (D) a linguagem é apenas instrumento de comunicação. (E) a linguagem não é uma forma de interação com os outros. Questão 5 Plurissignificação (ou multissignificação) é um dos atributos da linguagem mais sofisticada, e aparece no teatro, poemas, romances, contos, publicidade, filmes, letras de música; até na mais simples comunicação do cotidiano deixa traços visíveis em declarações como: “Meu coração está dando saltos de alegria”. Levando em conta tais aspectos e interpretando o texto misto dos quadrinhos apresentados, podemos afirmar que: (A) histórias em quadrinhos, por serem textos mistos (visual e escrito), não contêm linguagem plurissignificativa. (B) ao registrar “Olhe bem, a vida te requisita…”, os autores dos quadrinhos colocaram, na sequência, a figura de uma baleia, significando que a vida é ágil, nos persegue com violência e, não raramente, nos mata. (C) no segundo quadrinho, ao afirmar “A vida corre atrás da gente, não adianta fugir”, a personagem usa linguagem denotativa e, portanto, difícil de ser interpretada. (D) apenas no quarto quadrinho existe linguagem plurissignificativa. (E) a linguagem usada pelos quadrinistas, na história, tem apelo plurissignificativo e desenvolve, de acordo com a informação e formação do leitor, interpretações múltiplas. Questão 6 Os textos a seguir foram escritos por Manuel Bandeira, poeta brasileiro do século XX. Texto I Poema de finados Amanhã que é dia dos mortos Vai ao cemitério. Vai E procura entre as sepulturas A sepultura de meu pai. Leva três rosas bem bonitas. Ajoelha e reza uma oração. Não pelo pai, mas pelo filho: O filho tem maisprecisão. O que resta de mim na vida É a amargura do que sofri. Pois nada quero, nada espero. Em verdade estou morto ali. Texto II Toada Fui sempre um homem alegre. Mas depois que tu partiste, Perdi de todo a alegria: Fiquei triste, triste, triste. Nunca dantes me sentira Tão desinfeliz assim: É que ando dentro da vida Sem vida dentro de mim. Levando em consideração a linguagem e as ideias dos textos apresentados, assinale a opção correta. (A) Ambos os textos são literários: o poeta, por meio de uma linguagem figurada, realiza uma mensagem objetiva da realidade. (B) Esses textos de Bandeira levam em consideração apenas o plano da informação: transmitem, de modo denotativo, informações a respeito do escritor. (C) A mensagem e a linguagem desses dois textos são semelhantes: expressam uma vida quase inútil, provocada pela perda de alguém por meio de uma linguagem não habitual. Apenas o segundo texto pode ser considerado literário, porque, no primeiro, não há preocupação com a maneira de dizer, mas apenas com o conteúdo. (E) O texto conotativo, exemplificado pelo “Poema de finados”, apresenta sempre leituras complexas e difíceis e o texto denotativo, a exemplo de “Toada”, geralmente é fácil, já que é escrito para leitores mais apressados e sedentos e informação. Questão 7 Estação [do lat. statione]. S.f. 1. Cada um dos quatro períodos do ano que constam de três meses, dos quais dois começam nos solstícios e dois nos equinícios, e que se distinguem entre si pelas características climáticas: primavera, verão, outono e inverno. 2. Centro transmissor de rádio e televisão. 3. Local escolhido para determinada pesquisa ou observação para se colocar um marco ou uma baliza. Considerando a leitura do texto acima, assinale a opção correta. (A) As ideias apresentadas apresentam características tanto denotativas quanto conotativas, caracterizando-se como um texto criativo, rico em sentidos. (B) As palavras apresentam sentidos carregados de valores afetivos e, por isso, caracterizam a linguagem conotativa. (C)As ideias são, literalmente, conotativas, o que se pode observar, apenas, pelas definições das características climáticas do ano. (D) Para caracterizar o termo estação, o escritor utilizou termos exatos, precisos. Nesse caso, escreveu um texto denotativo. (E) O texto apresenta linguagem plurissignificativa ao informar o significado da palavra estação. Questão 8 Óia eu aqui de novo xaxando Óia eu aqui de novo pra xaxar Vou mostrar pr’esses cabras Que eu ainda dou no couro Isso é um desaforo Que eu não posso levar Que eu aqui de novo cantando Que eu aqui de novo xaxando Óia eu aqui de novo mostrando Como se deve xaxar. Vem cá morena linda Vestida de chita Você é a mais bonita Desse meu lugar Vai, chama Maria, chama Luzia Vai, chama Zabé, chama Raque Diz que tou aqui com alegria. (BARROS, A. Óia eu aqui de novo. Disponível em www.luizluagonzaga.mus.br) A letra da canção de Antônio Barros manifesta aspectos do repertório linguístico e cultural do Brasil. O verso que singulariza uma forma do falar popular regional é (A) “Isso é um desaforo” (B) “Diz que eu tou aqui com alegria” (C) “Vou mostrar pr’esses cabras” (D) “Vai, chama Maria, chama Luzia” (E) “Vem cá, morena linda, vestida de chita” Questão 9 Só há uma saída para a escola se ela quiser ser mais bem-sucedida: aceitar a mudança da língua como um fato. Isso deve significar que a escola deve aceitar qualquer forma de língua em suas atividades escritas? Não deve mais corrigir? Não! Há outra dimensão a ser considerada: de fato, no mundo real da escrita, não existe apenas um português correto, que valeria para todas as ocasiões: o estilo dos contratos não é o mesmo dos manuais de instrução; o dos juízes do Supremo não é o mesmo dos cordelistas; o dos editoriais dos jornais não é o mesmo dos cadernos de cultura dos mesmos jornais. Ou do de seus colunistas. (POSSENTI, S. Gramática na cabeça. Língua Portuguesa, ano 5, n. 67, maio 2011 – adaptado). Sírio Possenti defende a tese de que não existe um único “português correto”. Assim sendo, o domínio da língua portuguesa implica, entre outras coisas, saber (A) descartar as marcas de informalidade do texto. (B) reservar o emprego da norma padrão aos textos de circulação ampla. (C) moldar a norma padrão do português pela linguagem do discurso jornalístico. (D) adequar as formas da língua a diferentes tipos de texto e contexto. (E) desprezar as formas da língua previstas pelas gramáticas e manuais divulgados pela escola. Questão 10 Supõe tu um campo de batatas e duas tribos famintas. As batatas apenas chegam para alimentar uma das tribos, que assim adquire forças para transpor a montanha e ir à outra vertente, onde há batatas em abundância; mas, se as duas tribos dividirem em paz as batatas do campo, não chegam a nutrir-se suficientemente e morrem de inanição. A paz, nesse caso, é a destruição; a guerra é a conservação. Uma das tribos extermina a outra e recolhe os despojos. Daí a alegria da vitória, os hinos, aclamações, recompensas públicas e todos os demais efeitos das ações bélicas. Se a guerra não fosse isso, tais demonstrações não chegariam a dar-se, pelo motivo real de que o homem só comemora e ama o que lhe é aprazível ou vantajoso, e pelo motivo racional de que nenhuma pessoa canoniza uma ação que virtualmente a destrói. Ao vencido, ódio ou compaixão; ao vencedor, as batatas. (Machado de Assis) Considere as seguintes proposições sobre o texto. I. As duas tribos existem separadamente uma da outra. II. A necessidade de alimentação determina os termos do relacionamento entre as duas tribos. III. O relacionamento entre as duas tribos pode ser amistoso, porém de consequências mortais para ambas as tribos (“dividem entre si as batatas”) ou competitivo (“uma das tribos extermina a outra”). IV. Vencem, sobrevivem e perpetuam a espécie os que são mais fortes. Estão corretas a) I e IV, apenas. b) II e III, apenas. c) III e IV, apenas. d) I, II e III, apenas. e) todas. Gabarito 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 E B D B E C D C D E