Buscar

Cardiotocografia - Saúde da Mulher

Prévia do material em texto

–
 
 
 
Cardiotocografia 
- É conhecida como monitorização fetal eletrônica 
- É um método não invasivo de monitorização dos BCF, movimentos fetais e contração uterina 
- Objetivo: avaliação da vitalidade do concepto 
- Pode ser realizado no anteparto (basal = mulheres que não estão em trabalho de parto) e 
intraparto 
Vantagens 
- Método de fácil realização e boa aceitação 
- Alto valor preditivo negativo: se o padrão estiver normal, o bem-estar fetal pode ser assegurado 
- A sensibilidade 57% e especificidade 69% para detecção de acidose metabólica fetal 
- Baixo valor preditivo positivo: alterações observadas devem ser analisadas com cautela 
Técnica 
- Transdutor: é acoplado ao ventre materno, sobre o dorso fetal para a captação dos batimentos 
cardíacos fetais 
- Segundo dispositivo: é posicionado próximo ao fundo uterino para registrar a atividade 
contrátil miometrial 
- Sinais são transmitidos a um monitor que gera registro gráfico da FCF e das contrações uterinas 
- Gestante: pode estar posicionada em decúbito lateral, posição semideitada, posição de Fowler 
(45º) ou sentada. 
- Deve evitar jejum prolongado porque pode alterar os traçados do exame 
- Duração média: 20 minutos, porém, é exigido um tempo adicional de até 30 minutos para que 
uma anormalidade seja atestada e se houver dúvidas, deve aumentar o tempo de observação. 
Quando indicar? 
CTG Anterparto: mulheres que não estão em trabalho de parto 
- Quando houver riscos para desfecho perinatal grave 
- Gestantes entre 41 e 42 semanas 
- Avaliação semanal do bem-estar fetal a partir de 36 semanas é comentada para mulheres com 
DM prévio e DMG. 
 
–
CTG INTRAPARTO 
- Nas parturientes de baixo risco pode ser realizada a ausculta intermitente e varia de acordo 
com a fase do parto. 
- Situações de maior risco para hipóxia, considerar monitorização contínua: alteração na ausculta 
intermitente, presença de líquido meconial, tempo de amniorrexe (ruptura antes da hora) 
prolongado, febre intraparto, presença de sangramento, uso de ocitocina ou analgesia de parto, 
cesárea prévia, doença materna. 
Recomendações 
- AVALIAR TODOS OS PARÂMETROS DA CTG: 
. Linha de base 
. Oscilações da FCF 
. Acelerações da FCF 
. Desacelerações da FCF 
- Recomendação: utilizar estimulação vibro acústica caso não seja possível perceber acelerações 
ausentes > serve para estimular a movimentação fetal 
- Classificar a CTG e conduzir de acordo com a categoria do exame, gravidade e estabilidade do 
quadro clínico materno e IG. 
OBG: Adm de glicose materna e manipulação não reduzem os resultados anormais. 
LINHAS DE BASE 
- É chamada de FCF basal 
- FCF média calculada em determinado tempo 
- Normal: 110-160bpm 
- Taquicardia: acima de 160bpm > causada por variáveis maternas 
.Hipertermia 
.Ansiedade 
.Uso de drogas 
.Infecção intrauterina 
.Hipóxia 
.Doenças cardíacas fetais 
- Bradicardia: abaixo de 110bpm 
.Hipóxia fetal 
.Doenças cardíacas fetais 
.Ação de drogas maternas 
 
–
OSCILAÇÕES A FCF 
- A macroscilação ou variabilidade de longa duração representa a variação entre a maior e 
menor FCF no intervalo do exame 
- Indetectável: ausente 
- Menor que 5bpm: mínima 
- Entre 6 e 25bpm: moderada 
- Maior que 25: saltatória > bem-estar fetal 
ACELERAÇÕES DA FCF 
- Aumentos periódicos da FCF induzidos por uma atividade motora do concepto ou contrações 
uterinas 
- Todo concepto hígido, quando se movimenta, acelera sua FCF (vai ter uma amplitude maior do 
que 15bpm com uma duração maior do que 15 segundos) 
- O desaparecimento da aceleração vai ser a primeira ocorrência observada na CTG na hipóxia 
fetal 
- O feto em seu período de sono ou a mãe sob efeito de droga sedativa > não realiza 
movimentação ativa e não acelera sua FC mesmo estando hígido. 
- Fetos prematuros (menor que 32 semanas) não é esperado que acelerem tanto, a aceleração 
esperada é de 10 bpm por 10 segundos. 
- Se a aceleração durar mais de 10 minutos é considerado mudança da linha de base 
DESACELERAÇÕES DA FCF 
- A FCF pode apresentar quedas periódicas que dependendo de suas características podem ter ou 
não significado patológico 
- Quando presente na contração uterina, podem ser classificados como precoces ou tardias 
- Desacelerações tardias (o pico mais baixo da desaceleração acontece após o pico da 
contração): desacelerações tardias são sugestivas de comprometimento da oxigenação do 
concepto. 
- Se a desaceleração acontecer junto com o pico da contração: desaceleração precoce 
- Desacelerações tardias: o nadir da desaceleração é após o pico da contração e são 
sugestivas de comprometimento da oxigenação do concepto 
- Desacelerações precoces: nadir e recuperação da FCF basal coincidem com o início e pico das 
contrações uterinas. 
- Em geral é associado a compressão da cabeça durante o TP e mostra alterações benignas 
- DESACELERAÇÕES VARIÁVEIS: não possui relação com a contração uterina, é associado a 
compressão do cordão umbilical e elas podem ser classificadas em não complicadas se houver 
–
uma rápida desaceleração precedida por aceleração inicial e seguida por rápido retorno a linha 
de base. 
- Variáveis complicadas: FCF atinge valores abaixo de 70bom com duração maior do que 1 minuto. 
 
CLASSIFICAÇÃO E INTERPRETAÇÃO 
CTG Anteparto: classificação em categorias de acordo com o exame normal, atípico (ou 
indeterminado) e anormal > levando em consideração os parâmetros de avaliação da FCF 
- Considerar CTG anteparto quando presente riscos para desfecho adverso perinatal 
- Não indicar CTG anteparto antes da 26 semana devido a imaturidade do SNA 
CTG ANTEPARTO 
Categoria 1 – normal 
Categoria 2 – atípica/indeterminada porque não foi possível atestar normalidade 
Categoria 3 – Anormal quando há desequilíbrio ácido-base 
CONDUTA CTG ANTEPARTO 
1- Repetir com intervalor de uma semana caso persista o risco 
2- Requer uma propedêutica adicional para avaliar (doppler ou PBF) 
3- Preditor de comprometimento fetal e requer interrupção imediata da gestação

Mais conteúdos dessa disciplina