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Galha – deformidade caracterizada pelo intumescimento do tecido vegetal decorrente da infecção por um patógeno, ocorre nos ramos, colo e principalmente nas raízes. Esses patógenos são capazes de induzir o aumento do número e do tamanho das células do tecido atacado e promover o desvio de compostos normalmente utilizados pela planta. Exemplos: Agrobacterium tumefaciens (bactéria), Plasmodiophora brassicae (protozoário), gênero Meloidogyne. Agrobacterium tumefaciens – macieira, pessegueiro, ameixeira, videira, pereira., roseira e crisântemo. Plasmodiophora brassicae – Brassicaceae como repolho, couve-flor, brócolis e couve. Os 2 patógenos são amplamente disseminados tanto em clima quente como em áreas de clima temperado. São patógenos de solo e atacam as raízes e o colo. Solos muito infestados podem se tornar impróprios para os cultivos de espécies suscetíveis . Agrobacterium tumefaciens – as galhas são chamads de galhas de coroa e se manifestam principalmente nas raízes e no colo. Sintoma inicial é o aparecimento de leves tumefações que depois envolvem a parte afetada, apresentando uma aparência rugosa e de coloração escura. Na parte aérea pode haver clorose folia e subdesenvolvimento. As galhas têm tamanho variável de acordo com o hospedeiro e a parte afetada, sendo menores nas raízes. Em plantas herbáceas são um tecido tenro que facilmente se desintegra. Já em plantas lenhosas são consistentes e de difícil decomposição. Plasmodiophora brassicae – Aparecem principalmente nas raízes. São tumefações alongadas ou globosas de tamanho variável. Podem ocorrer nas raízes de forma parcial, isolada ou generalizada. A partir dos tumores podem crescer raízes dando um aspecto de cabeleira. Com o tempo as galhas podem ser decompostas pela flora microbiana do solo. As plantas jovens morrem, as adultas podem apresentar murcha, clorose foliar e subdesenvolvimento. P. brassicaceae – é um protozoário que possui estrutura tubular filamentosa chamada de talo plasmodial ou plasmódio, que apresenta movimentos ameboides devido a ausência de parede rígida para delimitar o protoplasma. Esse plasmódio produz esporos de resistência, que a origem a um esporo biflagelado (zoósporo); este penetra no hospedeiro e forma um plasmódio que se fragmenta; cada fragmento transforma-se em uma estrutura (zoosporângio) que produz e libera novos esporos de diferentes cargas genéticas; estes, por sua vez, podem infectar a raiz e produzir um novo plasmódio, também heterocariótico; no interior deste plasmódio ocorrem os processos de cariogamia e meiose; o plasmódio dá origem, então, aos esporos de resistência. Os esporos de resistência são esféricos com paredes espessas e capazes de sobreviver por longos períodos. São liberados no solo quando o material vegetal doente sofre decomposição. Agrobacterium tumefaciens são bactérias aeróbicas, Gram-negativas, com forma de bastonetes. As células ocorrem isoladamente ou em pares, não formam endósporos e apresentam flagelos peritríquios. A. tumefaciens habita o solo e sobrevive saprofiticamente na matéria orgânica. Estas bactérias possuem um plasmídio especial denominador Ti (indutor de tumor), o qual carrega os genes responsáveis pela formação de galhas. A região T do plasmídio é transferida para o cromossomo da célula vegetal, onde recebe a denominação T-DNA, e induz ao processo de hiperplasia e hipertrofia, promovendo o aparecimento de galhas. Após isso, o processo é irreversível mesmo quando a bactéria deixa de atuar nos tecidos. O tecido afetado de uma planta pode continuar a se multiplicar mesmo se retirado da planta de cultivado em meio de cultura. O patógeno também induz a produção de substância específicas, denominadas opinas, usadas exclusivamente por bactérias patogênicas. Plasmódio é a designação dada em biologia às células multinucleadas formadas por divisão celular sem subsequente citocinese, ou seja em que a cariocinese não é seguida pela divisão do citoplasma. https://pt.wikipedia.org/wiki/Citocinese https://pt.wikipedia.org/wiki/Cariocinese Evitar a instalação da cultura em solo infestados, solarização ou tratamento químico dos canteiros ou do substrato utilizado na produção de mudas pode reduzir a população do patógeno, contribuindo para a obtenção de mudas sadias. P. brassicae – tratamento do solo com fungicida. Uso de calcário, escolha de solos com boa drenagem e utilização de variedades com certo grau de resistência, quando disponíveis. A. tumefaciens – eliminar mudas infectadas, erradicar plantas doentes presentes nos pomares e evitar ferimentos nas raízes e no colo da planta. P. brassicae e A. tumefaciens são agentes patogênicos a uma grande gama de hospedeiros. O primeiro tendo aproximadamente 300 hospedeiros incluindo espécies e variedades. Por sua vez a A. tumefaciens é patogênica a centenas de gêneros, por isso esses 2 patógenos são de grande importância. (P. brassicae) Ocorrência generalizada no mundo, incluindo Brasil., manifestando-se principalmente em áreas de temperatura amena e alta umidade. Provoca a morte das mudas, redução no rendimento da cultura e tornar-se limitante ao cultivo de repolho, couve, brócolis e couve- flor. Suas galhas variam entre alguns milímetros a 10 cm, e são diferenciadas de nematoides por ter maior dimensão. É favorecida por solo arenoso, o pH ácido e temperaturas entre 18°C e 25°C, e principalmente pela umidade do solo acima de 50% da capacidade de campo. O patógeno tem várias raças fisiológicas e o controle consiste em medidas preventivas, solos de boa drenagem, rotação de cultura com plantas não hospedeiras, correção da acidez do solo, mantendo-o entre pH 6 e 7. Além disso, a solarização de canteiros e do solo utilizado na obtenção de mudas, tratamento do solo com produtos químicos e emprego de variedades resistentes em casos específicos. (A. tumefaciens) Tem ampla disseminação e ocorre também em outras frutíferas de clima temperado como pereira, ameixeira, pessegueiro, amoreira, videira e nectarineira. Plantas jovens são mais sensíveis ao ataque. É favorecida por condições de alta umidade. As galhas inicialmente são esbranquiçadas e esféricas, com textura macia e superfície lisa. Posteriormente, tornam- se duras, de coloração escura e aspecto rugoso. Suas galhas variam entre alguns milímetros a 15 cm. As medidas de controle são as mesmas para macieira, pessegueiro, pereira, ameixeira e frutíferas semelhantes. Evitar-se plantio em áreas infestadas por, pelo menos, 4 ou 5 anos; solo de boa drenagem; evitar ferimentos nas raízes e colo; enxertia feita cuidadosamente, desinfetando as ferramentas e promovendo proteção a região do enxerto; escolher porta enxerto com menor suscetibilidade e mudas doentes devem ser eliminadas dos viveiros; preferência à enxertia por borbulha em relação à garfagem; é indicado melhorar o sistema radicular em solução de antibiótico ou produto comercial apropriado ao controle biológico; antes da muda ser levada para o videiro e antes de seu plantio no campo.