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Técnico em Enfermagem
Anatomia e Fisiologia Humana
Prof. Esp. Wesley Alves da Silva
Sistema 
Respiratório
Anatomia e Fisiologia do 
Sistema Respiratório
De acordo com Pires (2012), a respiração é uma das
características básicas dos seres vivos. Consiste na absorção, pelo
organismo, de oxigênio, e a eliminação do gás carbônico resultante
de oxidações celulares, enquanto que sangue é um elemento
intermediário entre as células do organismo e o meio, servindo como
condutor de gases entre eles.
O pulmão é o órgão respiratório por excelência, embora, para
facilitar a condução do ar, se desenvolvam órgãos especiais que
promovem o rápido intercâmbio entre o ar e o sangue. O sistema
respiratório é constituído por este conjunto de órgãos.
Divisão Anatômica do Sistema 
Respiratório
Anatomicamente, o sistema respiratório
pode ser dividido em duas partes: vias aéreas
superiores e vias aéreas inferiores.
As vias aéreas superiores são
constituídas por órgãos tubulares, cuja
principal função é a de conduzir o ar inspirado,
filtrando-o, aquecendo-o e umidificando-o
para facilitar o processo de troca gasosa, bem
como conduzir o ar a ser expirado, eliminando,
assim, o dióxido de carbono.
Divisão Anatômica do Sistema 
Respiratório
Das vias aéreas superiores, fazem
parte: o nariz, a cavidade nasal, a faringe, a
laringe e os terços, superior e médio, da
traqueia. Além de condutores de ar, a
cavidade nasal, a faringe e a laringe
cumprem as funções olfatórias, de via de
condução de alimento e de fonação,
respectivamente (PIRES, 2012).
Divisão Anatômica do Sistema 
Respiratório
As vias aéreas inferiores têm
início a partir do terço inferior da
traqueia, e se estendem até os
alvéolos pulmonares, passando por
brônquios principais, lobares e
segmentares e bronquíolos terminais,
respiratórios e ductos alveolares.
Divisão Funcional do Sistema 
Respiratório
Funcionalmente, o sistema respiratório
também pode ser dividido em duas partes: Zona
condutora e Zona respiratória. A primeira é a
porção do sistema respiratório, cuja função é a de
levar o ar inspirado até a porção respiratória.
Estende-se desde o nariz até os bronquíolos
terminais. A zona respiratória é constituída pelos
bronquíolos respiratórios, ductos alveolares e
alvéolos pulmonares, onde já acontecem as trocas
gasosas (hematose).
Boca e nariz
A boca participa do sistema respiratório, dado
que tem a necessidade de liberar o ar interno durante
a fala, enquanto que o nariz é o órgão que comunica o
meio externo ao interno. As fossas nasais iniciam-se
nas narinas e se estendem até a faringe, dividindo-se
por uma parede cartilaginosa chamada septo nasal.
A inspiração (condução do ar para dentro) filtra
as impurezas do ar, possibilitando que este chegue
mais limpo aos pulmões.
Boca e nariz
É um processo que ocorre
porque no interior das fossas nasais
encontram-se os pelos e o muco
(secreção da mucosa nasal), cuja
função é reter substâncias do ar,
manter a umidade da mucosa e
aquecer o ar, facilitando o
desempenho dos outros órgãos,
conforme ilustra a figura a seguir.
Fossas NasaisNariz
Boca e nariz
Cavidade nasal e bucal
Se
io
s P
aran
asais
Faringe
A faringe, é um tubo muscular
associado a dois sistemas,
respiratório e digestório, situando-se
posteriormente à cavidade nasal,
cavidade da boca e à laringe, o que
faz com que ela seja dividida em três
partes: parte nasal, também
chamada nasofaringe, parte oral ou
orofaringe e parte laríngea ou
laringofaringe.
Faringe
Na parede lateral nasofaringe existe uma comunicação deste
tubo com a orelha média, chamada óstio faríngeo da tuba auditiva,
que na sua extremidade medial é revestida por uma cartilagem
chamada torus tubário, que visa minimizar a entrada de corpos
estranhos no pavilhão auditivo.
Nesta região, também se pode encontrar uma estrutura
anatômica cuja função é a de proteção chamada tonsila faríngea, que
após episódios repetitivos de inflamações se hipertrofia, aumentando
de tamanho e dificultando a passagem do ar e sendo chamada, neste
momento, de adenoide (carne esponjosa).
Faringe
Laringe
A laringe é um órgão tubular, situado no plano mediano e
anterior do pescoço. Além de via aérea, é também um órgão da
fonação, ou seja, é responsável pela produção do som. Situa-se
anteriormente à faringe e é continuada diretamente pela traqueia.
O esqueleto da laringe é cartilaginoso, possuindo as
cartilagens cricoidea, tireoidea, aritenoidea e epliglótea. A
tireoidea, a maior delas, é constituída de duas lâminas que se unem
anteriormente para formar a proeminência laríngea.
Laringe
A cartilagem cricoidea é impar, tem forma de anel, limitando
inferiormente a laringe, enquanto que a cartilagem aritenoidea é par
e posterior, apresentando-se na forma piramidal e articulando-se
inferiormente com a cartilagem cricoidea.
A cartilagem epiglótica, ímpar e mediana, é uma cartilagem
importante, pois impede a passagem de líquidos e sólidos para as
vias respiratórias. As cartilagens cuneiformes e corniculadas
completam o esqueleto da laringe, como se pode observar na figura
a seguir.
Laringe
Laringe (vista anterior)
Laringe
Laringe (vista posterior)
Laringe
Na anatomia interna da laringe, como ilustra a figura , se pode
observar a presença de uma fenda anteroposterior, que leva a uma
pequena invaginação, o ventrículo da laringe, que é limitado
superiormente pela prega vestibular e inferiormente pela prega vocal.
O espaço que vai do adito da laringe (abertura da laringe) até a
prega vestibular é chamado de vestíbulo da laringe, já o espaço aéreo
compreendido entre as pregas vestibular e vocal é conhecido como
glote.
As pregas vocais são constituídas pelo ligamento e músculos
vocais, e o espaço existente entre elas é denominado rima glótica. As
pregas vestibulares possuem função protetora.
Laringe
Anatomia interna da laringe
Traqueia
A traqueia inicia na região cervical, situada anteriormente ao
esôfago, localizada no mediastino superior. Como se pode observar
na figura a seguir, trata-se de estrutura mediana composta
anteriormente por anéis cartilaginosos unidos entre si por
ligamentos anulares, visando impedir um possível colapso do tubo
aéreo.
A parte posterior da traqueia possui uma parede membranácea
constituída principalmente por músculo liso e por tecido
fibroelástico. A traqueia bifurca-se, dando origem aos brônquios
principais direito e esquerdo. O local da bifurcação da traqueia
chama-se carina.
Traqueia
Brônquios e bronquíolos
De acordo com Dantas (2011), existem dois brônquios principais, o
esquerdo e o direito. Os principais fazem a ligação da traqueia com os
pulmões. A traqueia e os brônquios extrapulmonares são constituídos de
anéis incompletos de cartilagem hialina, tecido fibroso, fibras musculares,
mucosa e glândulas.
O autor afirma ainda que o brônquio principal esquerdo é mais
longo, mais horizontalizado e tem menor calibre do que o direito,
enquanto que o brônquio principal direito é quase a continuação da
direção da traqueia e, portanto, é mais vertical, mais calibroso e também
mais curto. Por esta razão, corpos estranhos que passam pela traqueia
penetram no brônquio principal direito mais facilmente.
Brônquios e bronquíolos
Brônquios e bronquíolos
Brônquios e bronquíolos
Os brônquios principais entram nos pulmões na região chamada
hilo. Ao atingirem os pulmões correspondentes, os brônquios
principais subdividem-se nos brônquios lobares. Os brônquios lobares
são tubos aéreos que apresentam as mesmas características
morfológicas que os brônquios principais tendo como função ventilar
os lobos pulmonares.
O pulmão direito possui três lobos e, consequentemente, três
brônquios lobares, o superior, o médio e o inferior, enquanto que o
pulmão esquerdo possui apenas dois lobos, que são ventilados por
dois brônquios lobares, o superior e o inferior.
Brônquios e bronquíolos
Os brônquios lobares subdividem-se em brônquios segmentares,
cada um destes distribuindo-se a um segmento pulmonar. Sua função é
ventilar os segmentosbroncopulmonares. São nomeados de acordo com o
respectivo segmento broncopulmonar em que atuam. Os brônquios
dividem-se, respectivamente, em tubos cada vez menores denominados
bronquíolos.
As paredes dos bronquíolos contêm músculo liso e não possuem
cartilagem. Os bronquíolos se ramificam repetidamente em tubos ainda
menores, chamados de bronquíolos terminais. É neste tubo aéreo que
termina a chamada zona condutora do sistema respiratório.
Bronquíolos respiratórios
Os bronquíolos respiratórios são
tubos aéreos que já apresentam nas
suas paredes a presença de alvéolos,
portanto, onde ocorrem, a esta altura,
as trocas gasosas (hematose). Os
bronquíolos respiratórios, por sua vez,
se subdividem em diversos ductos
alveolares. Da traqueia até chegar aos
ductos alveolares, o ar passa por cerca
de vinte e cinco divisões.
Alvéolos
Em torno da circunferência dos ductos
alveolares encontram-se numerosos alvéolos
e sacos alveolares. O alvéolo é uma
invaginação caliciforme, revestida por epitélio
escamoso simples e sustentada por uma fina
membrana basilar elástica.
Sacos alveolares são dois ou mais
alvéolos que compartilham uma abertura
comum.
Alvéolos
Pulmões
Trata-se de um órgão duplo e elástico,
localizado no interior da caixa torácica. O
pulmão direito é composto por três partes,
denominadas lobo superior, lobo médio e
inferior, enquanto que o pulmão esquerdo
possui apenas dois lobos: o superior e o
inferior.
Estão suspensos dentro da cavidade
torácica por alguns ligamentos e pelos hilos, que
contêm seus vasos e brônquios e os ligam às
estruturas do mediastino (BRASIL, 2003a).
Pulmões
Pleura
• É uma membrana serosa de dupla
camada que envolve e protege cada
pulmão.
• A camada externa é aderida à parede da
cavidade torácica e ao diafragma, e é
denominada Pleura Parietal.
• A camada interna, a Pleura Visceral
reveste os próprios pulmões.
• Espaço entre as pleuras, Cavidade
pleural.
Pulmões
Sustentados pelo diafragma, os pulmões são recobertos por
uma fina membrana denominada pleura, responsável por sua
proteção na caixa torácica. A pleura que reveste os pulmões é
chamada de pleura visceral, e aquela que reveste a cavidade
torácica é chamada de pleura parietal.
Entre uma e outra existe um espaço potencial chamado de
espaço pleural. Diz-se potencial porque as duas superfícies da
pleura estão praticamente em contato uma com a outra, separadas
apenas por uma delgada camada de líquido.
Fisiologia do Sistema Respiratório 
A respiração é o processo biológico por meio do qual ocorre a
troca de oxigênio e gás carbônico entre a atmosfera e as células do
organismo. Possui dois componentes: a ventilação, que é o processo
mecânico a partir do qual o ar, rico em oxigênio, entra pelas vias
áreas até os pulmões e o ar rico em dióxido de carbono segue o
caminho inverso; e a perfusão, que consiste na passagem do sangue
por meio dos capilares pulmonares.
Fisiologia do Sistema Respiratório 
Estes estão em íntimo contato com os alvéolos pulmonares e,
consequentemente, com o ar alveolar. O sangue venoso chega aos
capilares pulmonares, libera dióxido de carbono e capta oxigênio do ar
alveolar, e se transforma em sangue arterial rico em oxigênio. Esta troca
de dióxido de carbono por oxigênio nos pulmões é chamada de hematose.
Fisiologia do Sistema Respiratório 
De acordo com Brasil (2003a), a ventilação
pulmonar é dividida em duas fases: a inspiração e a
expiração. Durante a inspiração, o diafragma e os
músculos intercostais se contraem fazendo com que o
diafragma se rebaixe e se retifique e a caixa torácica
aumente de volume.
Com o aumento de volume da caixa torácica,
ocorre uma queda da pressão intratorácica para abaixo
do nível da pressão atmosférica, fazendo com que
ocorra fluxo de ar para dentro das vias aéreas e
pulmões, até que se equilibre este gradiente de pressão.
Fisiologia do Sistema Respiratório 
Durante a expiração, o diafragma e os
músculos intercostais relaxam fazendo com que o
diafragma se eleve e as costelas retomem a sua
posição original. Com isso, o volume da caixa
torácica diminui, e o ar é forçado para fora do
pulmão e das vias aéreas. A inspiração é um ato
ativo que requer contração muscular, enquanto a
expiração é um ato passivo.
Inspiração, o diafragma e os músculos intercostais se contraem
fazendo com que o diafragma se rebaixe e se retifique e a caixa
torácica aumente de volume.
Expiração, o diafragma e os músculos intercostais relaxam
fazendo com que o diafragma se eleve e as costelas retomem a
sua posição original.
Fisiologia do Sistema Respiratório 
Este mecanismo de ventilação é automático e realizado a uma
frequência de 12 a 20 movimentos por minuto por um adulto em
repouso. A esta frequência dá-se o nome de respiratória. Chama-se
de taquipneia a frequência respiratória acima dos limites normais, e
de bradipneia abaixo dos limites normais.
Fisiologia do Sistema Respiratório 
A ausência de movimentos
respiratórios é chamada de
apneia. A frequência respiratória
é normalmente maior nas
crianças. A frequência
respiratória pode se elevar pelo
exercício, por alterações
emocionais, pela febre, devido à
dor e por outras condições.
A respiração de Cheyne-Stokes (também conhecida
como padrão, ritmo ou respiração periódica de
Cheyne Stokes): caracteriza-se por uma fase de
apneia( pausa), seguida de incursões inspiratórias
cada vez mais profundas até atingir um máximo, para
depois vir decrescendo até nova pausa. As causas mais
frequentes desse tipo de respiração são insuficiência
cardíaca, a hipertensão intracraniana, os AVCs e os
traumatismos cranioencefálicos.
Bibliografia
• DANGELO, J.G & FATTINI, C.A. Anatomia Humana Sistêmica E Segmentar. ISBN: 85-7379-
073-3. 2 ed. (2005) editora Atheneu. São Paulo, SP.
• HALL, JOHN E, Tratado De Fisiologia Médica. 12ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2011.
• SHERWOOD, LAURALEE. Fisiologia Humana: Das Células Aos Sistemas – Tradução da 7ª
edição norte-americana. Cengage Learning, 2011.
• Tratado de Enfermagem Médico-Cirúrgica - Brunner - 4 Volumes, 2012.
• FONG, ELIZABETH. SENISE, ANN SCOTT. HOUZEL, JEAN- CHRISTOPHE. Estruturas E
Funções Do Corpo: TRADUÇÃO DA 13a EDIÇÃO NORTE-AMERICANA. Cengage Do Brasil.
2017.

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