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............................................................................................................................... ENGENHARIA DE CONTROLE E AUTOMAÇÃO - M1CI2 RUBEM NERO GOMES XAVIER - 238312021 PORTFÓLIO DE FENÔMENOS DE TRANSPORTE PERDA DE CARGA DISTRIBUÍDA ........................................................................................................................................ Guarulhos 2021 RUBEM NERO GOMES XAVIER PORTFÓLIO DE FENÔMENOS DE TRANSPORTE PERDA DE CARGA DISTRIBUÍDA Trabalho apresentado ao Curso Engenharia de Controle e Automação do Centro Universitário ENIAC para a disciplina de Fenômenos de Transporte. Prof. José Eduardo Salgueiro Lima Guarulhos 2021 1. Objetivo Geral Analisar o comportamento do escoamento da água em tubulações de diferentes diâmetros e materiais, medindo a perda de carga em cada caso. Assim, verificar também a influência da variação da vazão de escoamento sobre o sistema estudado. 1.1 Objetivos Específicos Verificar a relação de dependência entre a perda de carga e a vazão; Determinar o número de Reynolds para cada caso estudado e sua implicação na análise dos dados, bem como o tipo de escoamento (laminar, de transição, ou turbulento); Utilizar a equação da continuidade para determinar a velocidade de escoamento de um determinado fluido; Analisar como o material utilizado na fabricação dos condutos influencia na queda de pressão de um fluido em movimento; Comparar os resultados obtidos nas medições com os valores teóricos esperados. 2.0 Referencial Teórico 2.1 Segurança Para a realização deste experimento você não precisará utilizar equipamentos de proteção individual (EPIs). Antes de iniciar a operação do sistema, verifique se as válvulas estão na posição correta, se as mangueiras para medição da perda de carga estão plugadas, e se a bomba que você irá utilizar está habilitada. 2.2 Cenário A bancada didática de Mecânica dos Fluidos e Bombas é composta por tubulações de PVC, acrílico, e cobre com diferentes diâmetros, acessórios para medição de perda de carga localizada, bombas responsáveis pelo deslocamento forçado do fluido e medidores de pressão diferenciais. Outros acessórios e componentes secundários, além dos já citados, serão descritos a seguir: Linhas de Perda de Carga Distribuída: São compostas por 4 tubulações de PVC (diâmetro 32mm), PVC (diâmetro 25mm), Cobre (diâmetro 28mm) e Acrílico (diâmetro 25mm). Possuem 2 pontos de medição de pressão distando 1 metro entre eles. Acessórios de Perda de Carga Localizada: Diversos dispositivos utilizados na montagem de sistemas de tubulações (joelhos, curvas, expansões, contrações, válvulas, filtros, etc) são apresentados no equipamento didático. Conectores pneumáticos estão posicionados antes e depois de cada um deles, para que a queda de pressão localizada possa ser mensurada. Medidores de Vazão: São dispositivos destinados à obtenção da vazão do escoamento do fluido. O Tubo de Venturi e a Placa de Orifício, presentes no equipamento, são 2 deles. Através da perda de carga entre 2 pontos destes acessórios, é possível obter a vazão aplicando a equação da conservação da energia. Além desses, existe ainda um medidor do tipo rotâmetro, que permite a aquisição da vazão de água através do sistema utilizando um êmbolo e uma escala graduada, pelo princípio do equilíbrio de forças. Medidores de pressão: Na bancada se encontram 4 tipos de medidores de pressão. O manômetro em U, o manômetro digital, os manômetros de Bourdon e os manovacuômetros. Todos eles serão abordados de forma mais aprofundada no sumário teórico e roteiro dos experimentos. Quadro Elétrico: Reservado ao controle elétrico do sistema. Contém um inversor de frequência destinado a realizar o controle das bombas centrífugas. Possui as funções de liga/desliga, botão de emergência e controle de vazão. Bombas: Tipo centrífuga de 0,5CV de potência e ligação elétrica 220V trifásica. São utilizadas para succionar a água do reservatório inferior, tendo como recalque o sistema em estudo. São fornecidas duas bombas de mesmo modelo. Tanque de acrílico: Reservatório apoiado sobre a mesa destinado a realizar acúmulo de água através do fechamento da válvula de retorno ao tanque inferior.Em algumas aplicações industriais, nas quais ocorre o deslizamento de duas superfícies metálicas, além da lubrificação adequada, é necessário que essas superfícies apresentem alta dureza. Em um processo de usinagem, por exemplo, trabalha-se com ligas de aço relativamente macias para redução dos tempos de processo. 2.3 Perda de Carga A Perda de Carga é um dos parâmetros de maior interesse no estudo do escoamento em tubulações, visto que ela está diretamente relacionada com a potência de bombeamento necessária em um sistema hidráulico. A perda de carga geralmente é segregada em 2 tipos, sendo eles a perda distribuída ou contínua e a localizada. As variáveis que influenciam na queda de pressão são a viscosidade do fluido, a velocidade do escoamento, o comprimento, diâmetro e a rugosidade do conduto. O número adimensional de Reynolds permite associar um valor numérico ao tipo de escoamento, e é muito utilizado nos projetos de sistemas hidráulicos e aerodinâmicos, principalmente. 3. Pré Teste 1) Em relação ao fator de atrito (f) para escoamento interno em tubulações, é incorreto afirmar que: a) para um determinado diâmetro de tubulação e fluido escoando, existem vazões para as quais o fator de atrito depende apenas do número de Reynolds; b) para determinados diâmetros de tubulação, com um fluido designado escoando, existem vazões e materiais para os quais o fator de atrito não depende do número de Reynolds; c) o fator de atrito sempre aumenta com a rugosidade do material. Resposta: Alternativa C, visto que dependendo do número de Reynolds e do diâmetro da tubulação, o fator de atrito pode diminuir com o aumento da rugosidade. 2) A respeito do número de Reynolds, é correto afirmar: a) é o único parâmetro necessário para que a perda de carga teórica em um escoamento seja determinada, independente do tipo de escoamento; b) permite determinar o tipo de escoamento que ocorre em um conduto, e pode ser obtido utilizando apenas a vazão do fluido, sua viscosidade cinemática e o diâmetro interno da tubulação; c) o escoamento é considerado laminar quando o número de Reynolds é igual a 1500 metros por segundo. Resposta: Alternativa B, visto que o número de Reynolds permite dizer se o escoamento é laminar, de transição, ou turbulento e pode ser obtido utilizando apenas os parâmetros vazão do fluido, viscosidade cinemática do fluido e o diâmetro interno da tubulação. 3) A respeito da equação da conservação da energia, é correto o que se afirma em: a) sua manipulação permite a obtenção da perda de carga entre 2 pontos do escoamento interno de um fluido, englobando a queda de energia causada por quaisquer fatores; b) o seu desenvolvimento é creditado a Lewis Ferry Moody; c) permite determinar, separadamente, as perdas de cargas distribuídas e localizadas. Resposta: Alternativa A, visto que diferentemente das equações específicas para cada tipo de perda de carga e escoamento, a equação da conservação da energia consegue mensurar as perdas por todos os fatores, sem conseguir segregar sua origem (localizada ou distribuída). 4. Descrição do Experimento 4.1 Materiais Utilizados Tubulação de PVC 32 mm; Tubulação de PVC 25 mm; Tubulação de cobre 28 mm; Tubulação de acrílico 25 mm; Manômetro em U; Rotâmetro; Válvulas; Quadro elétrico; Bombas. 4.2 Procedimentos Inicialmente são posicionadas as válvulas das bombas na seguinte posição: válvulas A1 e B2 abertas e válvulas B1 e A2 fechadas. Após o posicionamento das válvulas das bombas, posicionamos as válvulas das linhas, de acordo as configurações abaixo: Linha 1 - Tubo de PVC 32mm • Válvulas abertas: C2, V03 • Válvulas fechadas: V04, V05, V06, V07, V08, V09, V10, V11 Linha 2 - Tubo de PVC 25mm • Válvulas abertas: C2, V04 • Válvulas fechadas: V03, V05, V06, V07, V08, V09, V10, V11 Linha 3 - Tubo de Cobre 28mm • Válvulas abertas: C2, V05 • Válvulas fechadas: V03, V04, V06, V07, V08, V09, V10, V11 Linha 4 - Tubo de Acrílico 25mm • Válvulas abertas: C2, V06 • Válvulas fechadas: V03, V04, V05, V07, V08, V09, V10, V11 Após a configuração das linhas, conectamos as mangueiras de tomada de pressão na linha a qual o experimento será realizado. A distância entre os pontos de tomada de pressão é de um metro em qualquer uma das linhas. Antes de ligar a bomba, é necessário verificar se o botão de emergência retentivo não está acionado. Assim, habilitamos a bomba 2, posicionamos o potenciômetro de vazão no centro da sua escala e ligamos o sistema. O potenciômetro é utilizado para variar a vazão e assim a perda de carga correspondente, ao se finalizar a leitura de dados em uma linha, é necessário desligar a bomba 2 e desconectar as mangueiras, e novamente configurar as mangueiras para realizar a prática em outra linha, e por fim, religar a bomba de acordo o mesmo procedimento visto anteriormente. 4.3 Resultados Obtidos Após a realização dos procedimentos obtivemos através da configuração das linhas os seguintes dados: Linha 1: Psi=1850 e U =60 mca Linha 2: Psi=1710 e U =180 mca Linha 3: Psi=1800 e U =20 mca Linha 4: Psi=1700 e U =49 mca É possível verificar que quanto maior o diâmetro, menor a perda de carga. O diâmetro é inversamente proporcional à perda de carga. Quanto maior a velocidade do fluido, maior a perda de carga. A rugosidade depende diretamente do material do tubo. Os principais fatores que interferem nas perdas de carga são: o tipo de fluido escoado, o tipo e formato das paredes dos tubos como o diâmetro e seu envelhecimento, o regime de escoamento do fluido (laminar, transitório ou turbulento) e a velocidade do escoamento. Na Perda de Carga Distribuída ou Primária, a parede dos dutos retilíneos causa uma perda de pressão distribuída ao longo do comprimento do tubo, fazendo com que a pressão total diminua gradativamente ao longo do comprimento. A pressão dinâmica depende de algumas características da tubulação, como: Traçado da tubulação e diâmetros adotados. O valor de pressão dinâmica é a pressão estática menos o valor das perdas de carga localizadas e distribuídas. 5. Pós Teste 1) Qual foi a dependência observada entre a perda de carga, a vazão do fluido no sistema e o diâmetro da tubulação, mantendo as outras variáveis constantes? a) A perda de carga aumentou com a redução da vazão e aumento do diâmetro da tubulação; b) A perda de carga foi maior com o aumento da vazão e aumento do diâmetro da tubulação; c) A perda de carga aumentou com a ampliação da vazão do sistema e redução do diâmetro da tubulação. Resposta: Alternativa C, visto que a queda de pressão entre 2 pontos (perda de carga), é maior com o aumento da vazão e redução do diâmetro interno da tubulação em que um fluido escoa. 2) Para uma mesma vazão, analisando o comportamento da queda de pressão entre os pontos de medição, qual das 4 linhas de perda de carga distribuída apresentou a maior queda? a) A linha de acrílico, uma vez que sua rugosidade é superior à rugosidade do PVC; b) A linha de PVC 25 mm, uma vez que esta possui o menor diâmetro interno; c) A linha de acrílico, que apesar de possuir uma rugosidade menor que o PVC, têm o diâmetro interno menor, que acabou exercendo maior influência sobre a perda de carga. Resposta: Alternativa C, visto que a linha de acrílico apresentou a maior perda de carga entre os pontos de medição, uma vez que seu menor diâmetro interno entre as tubulações consideradas exerceu maior influência na queda de pressão. 3) No projeto da linha de sucção de uma bomba centrífuga, semelhante à existente na bancada didática, deseja-se que a tubulação cause a menor perda de carga possível. Estão disponíveis tubulações de cobre, PVC e acrílico, de diâmetro interno 21 mm, 21.7 mm e 26.5 mm, e comprimento 1 m, 1.5 m e 2 m. Qual das combinações a seguir melhor atende às condições dispostas? a) Tubulação de Acrílico, com 2 m de comprimento, e diâmetro interno 26.5 mm; b) Tubulação de Acrílico, com 1 m de comprimento, e diâmetro interno de 26.5 mm; c) Tubulação de Cobre, com 1 m de comprimento, e diâmetro interno de 26.5 mm. Resposta: Alternativa B, visto que é a combinação que causa a menor perda de carga entre as disponíveis. 6. Considerações Finais Ao final do experimento, foi possível verificar que o estudo sobre a Perda de Carga em Condutos Forçados é de extrema importância para o projeto de sistemas hidráulicos, permitindo a verificação do atrito do fluido em escoamento nas tubulações e as perdas existentes a partir dos componentes presente no sistema. A Perda de carga distribuída ocorre apenas em trechos de tubulação retilíneo e de diâmetro constante. Este tipo de perda ocorre, pois a parede dos dutos retilíneos causa uma perda de pressão distribuída ao longo do comprimento da tubulação, assim a pressão total vai diminuindo gradativamente. A Perda de carga localizada ocorre em trechos da tubulação onde há presença de acessórios, como válvulas, curvas, conexões, bombas, entre outros. A presença desses acessórios contribui para a alteração do módulo, ou direção da velocidade média do escoamento e, assim consequentemente da pressão no local, alterando o escoamento, Contribuindo para o aumento da turbulência no escoamento do fluido e essa turbulência provoca a perda de carga.