Prévia do material em texto
Séc. XVII ao começo do séc. XVIII TEOCENTRISMO: Deus no centro de tudo Antropocentrismo: o homem no centro de tudo PENSAMENTOS OPOSTOS E O INÍCIO Tentativa de casar de duas ideias ou dois pensamentos opostos: teocentrismo (Deus no centro de Tudo), Antropocentrismo (o homem no centro de Tudo). Começa em 1580 – ano da morte de Camões – e vai até 1756 com a fundação da Arcádia Lusitana e o surgimento de um novo estilo – O Arcadismo. Também é chamado de Seiscentismo CONTEXTO HISTÓRICO • Reforma Protestante - iniciou-se na Europa o movimento de renovação . No dia 31 de outubro de 1517 a Igreja cristã, a Reforma Protestante de 1517 Martinho Lutero fixou na porta da igreja do Castelo as 95 teses que criticavam certas práticas da Igreja Católica. Homem no centro de tudo. • 1545 – Contrarreforma, começou com a instalação do Concílio de Trento para definir medidas que pudessem conter as consequências da Reforma Protestante. https://www.google.com/url?q=https://www.infoescola.com/historia/reforma-protestante/&sa=D&source=editors&ust=1633905668109000&usg=AOvVaw3HPXBUvqxPcNq0Ix6kvEzg COMO FUNCIONAVA? • Concílio é o mesmo que conselho e se trata de uma reunião de cunho religioso. Tecnicamente o Concílio de Trento foi o 13° concílio da Igreja Católica e era chamado de Concílio Ecumênico. Ocorreu entre os anos de 1546 a 1563. Convocado pelo Papa Paulo III, em 1546, reuniu-se no Tirol italiano, na cidade de Trento. Foram realizadas 25 sessões plenárias, em três períodos diferentes (de 1545 a 1547; de 1551 a 1552; e de 1562 a 1563), quando todas essas sessões foram solenemente promulgadas em sessão pública. • Conter as consequências da Reforma Protestante • Teocentrismo: Deus no centro de tudo. Reação católica Quase três décadas depois, em 1545, a reação católica, conhecida como Contrarreforma, começou com a instalação do Concílio de Trento para definir medida que pudessem conter as consequências da Reforma Protestante. Algumas medidas: ● o ressurgimento do Tribunal do Santo Ofício, também chamado de Sagrada Inquisição. Os inquisidores tinham o poder de prender as pessoas acusadas de heresia, confiscar bens e condená-las a morte na fogueira. ● A criação do Índice dos livros proibidos - relação de textos cuja leitura era vedada aos católicos, tais como Copérnico, Galileu, Descartes. ● a criação da Companhia de Jesus pelo padre Inácio de Loyola. ENTÃO NASCE O BARROCO • Como consequência desse contexto de conflitos, a arte Barroca será marcada pela angústia de um ser humano atormentado por grandes dúvidas existenciais. • O Teocentrismo – Deus no centro de Tudo e o Antropocentrismo – o homem no centro de tudo. • Há um tentativa de fundir visão opostas: a perspectiva antropocêntrica, herdada do Renascimento, e a Teocêntrica, resgatada pela Contrarreforma. • Reforma Protestante: antropocentrismo, Contrarreforma: Deus no Centro de tudo. O fusionismo O termo fusionismo se refere à fusão das visões medieval e renascentista, antagônica. Essa fusão se traduz, na pintura, pela mistura entre a luz e sombra, na música, pela combinação de sons, na literatura, pela associação entre o racional e o irracional, entre a razão e a fé. A busca incessante da união de opostos leva os escritores ao uso intenso de antíteses e paradoxos. Como consequência da dualidade na maneira de ver o mundo, o Barroco tende a aproximar os opostos, destacando o contraste, ao mesmo tempo que tenta conciliar extremos como pecado/perdão, erotismo/espiritualismo. Conhecido também por Seiscentismo (anos de 1600), este foi um estilo literário marcado pela linguagem rebuscada, o uso de antíteses e de paradoxos que expressavam a visão de mundo barroca numa época de transição entre o teocentrismo e o antropocentrismo. No Barroco, estão presentes duas vertentes: cultismo e conceptismo. CARACTERÍSTICAS ❖ exagero e minúcia nos detalhes. ❖ temática religiosa e profana. ❖ dualidade e complexidade. ❖ uso de figuras de linguagem. ❖ batalha entre teocentrismo e antropocentrismo. ❖ cultismo e conceptismo. Crise da sociedade renascentista e Contra- Reforma Arte Medieval Teocentrismo Valorização da vida espiritual Renascimento Humanismo Valorização da vida corpórea Barroco Volta à religiosidade Dilaceramentos: alma x corpo vida x morte claro x escuro céu x terra, etc. O BARROCO E O REBUSCAMENTO • O artista barroco é minucioso na composição dos detalhes e manifesta o gosto pela ornamentação excessiva, que revelava o desejo de criar um discurso para convencer o público da glória de Deus. • A utilização de uma linguagem trabalhada, cheia de imagens e de figuras de linguagem, procura dar à literatura a riqueza visual da pintura e da escultura. Isso faz com que os jogos de palavras e as figuras de linguagem sejam muito explorados nos textos desse período. • Acontece na literatura, na pintura, arquitetura e na escultura. Barroco e rebuscamento Na literatura, pintura, arquitetura e esculturas detalhes Arte exagerada Hidra do mau gosto Assimetria – estilo é retorcido, opondo-se à simetria e ao equilíbrio do Renascimento. O BARROCO E O DINAMISMO • O artista barroco deseja criar sensação de movimento, que representa a instabilidade do período. As linhas curvas utilizadas na pintura opõem-se claramente às retas que orientaram a arte renascentista. Os traços hiper-realistas dão às obras de arte um caráter mais exagerado, teatral, destinado a chocar o observador, observe: Barroco/ Dinamismo movimento teatral Na pintura, na escultura Impressão de movimento – opondo-se à estaticidade clássica, são escolhidas as cenas de maior intensidade dramática. Técnica do claro-escuro, na pintura, dá a sensação de profundidade. A LINGUAGEM DO BARROCO • De modo geral, o barroco na literatura é marcado por características que evidenciam o jogo de palavras e o jogo de ideias. Além disso, é marcante o uso das figuras de linguagem como a metáfora, inversões, hipérbole, paradoxo e antítese Vertentes da literatura • Rebuscamento de forma – (cultismo ou gongorismo) – valorização da forma e imagem, jogo de palavras, uso de metáforas, hipérboles, analogias e comparações. Linguagem rebuscada, ornamentada, culta. • Rebuscamento do conteúdo – (conceptismo ou quevedismo) – valorização do conteúdo/conceito, jogo de ideias através do raciocínio lógico. Há o uso da parábola com finalidade mística e religiosa. • Tentativa de conciliação de opostos Linguagem do barroco jogo de palavras – cultismo - gongorismo jogo de ideias (Conceptismo) também chamado de quevedismo figuras de linguagem: metáfora, antítese, paradoxo e hipérbole. Antíteses - a figura de linguagem antítese consiste na aproximação de palavras que expressam ideias opostas. Uso de figuras de linguagem Nasce o Sol, e não dura mais que um dia, Depois da Luz se segue a noite escura, Em tristes sombras morre a formosura, Em contínuas tristezas a alegria. ▪Metáfora - figura de linguagem utilizada para comparar-se dois conceitos sem se utilizar de expressões que indiquem que uma comparação está sendo feita. Eu sou, Senhor, a ovelha desgarrada, Cobrai-a; e não queirais, Pastor Divino, Perder na vossa ovelha a vossa glória. https://www.google.com/url?q=https://mundoeducacao.uol.com.br/gramatica/figuras-linguagem-3.htm&sa=D&source=editors&ust=1633905670315000&usg=AOvVaw00uRfXlNHJg6_RIWxkSDxU Hipérboles: A hipérbole caracteriza-se pelo exagero de uma ideia com o objetivo de expressar intensidade, traduz a pompa, a grandiosidade do Barroco. Uso de figuras de linguagem Ardor em firme coração nascido! Pranto por belos olhos derramado! Incêndio em mares de água disfarçado! Rio de neve em fogo convertido! ▪ Paradoxo: também conhecido como oxímoro, é uma figura de linguagem que “funde” conceitos opostos num mesmo enunciado. “Pequei, Senhor, mas não porque hei pecado” (Gregório de Matos) Ardor = calor forteUtilização frequente de interrogações, que revelam incerteza e inconstância Uso de figuras de linguagem Porém se acaba o Sol, por que nascia? Se formosa a Luz é, por que não dura? Como a beleza assim se transfigura? Como o gosto da pena assim se fia? CONTEXTO HISTÓRICO: EUROPA ■ Renovações culturais trazidas pelo Renascimento. ■ Fim do ciclo das navegações. ■ Reforma Protestante combatida através da Contrarreforma. ■ Estados absolutistas. ■ Desaparecimento de D. Sebastião. ■ Domínio espanhol sobre Portugal – (1580-1640). BRASIL CONTEXTO HISTÓRICO ❑ Influenciado pelo barroco português, no Brasil este estilo se desenvolveu durante o período colonial no chamado “Século de Ouro”. ❑ O ciclo do ouro é considerado o período em que a extração e exportação do ouro figurava como principal atividade econômica na fase colonial do país e teve seu início no final do século XVII, época em que as exportações do açúcar nordestino decaem pela concorrência mundial do mercado consumidor. ❑ Foi durante o ciclo do ouro que a exploração desse minério foi a principal atividade econômica desenvolvida no país. Minas Gerais foi o grande foco onde muitas jazidas foram encontradas. ❑ Nessa época, a primeira capital do Brasil, Salvador, foi transferida para o Rio de Janeiro. Diante disso, o número de habitantes no Brasil aumentou consideravelmente o que propiciou uma época de forte desenvolvimento econômico no país. No barroco mineiro, merece destaque o escultor e arquiteto brasileiro: Aleijadinho. São José de Botas, atribuído ao Aleijadinho BARROCO NO BRASIL Na segunda metade do século XVII, sentem-se no Brasil “ecos” do Barroco. O ciclo de ouro propicia o desenvolvimento das artes em geral No Brasil, normalmente se admite que o Barroco começou com a publicação, em 1601, de Prosopopeia, uma espécie de poema épico, escrita por Bento Teixeira. PRODUÇÃO LITERÁRIA ESCRITORES o Os maiores escritores barrocos em língua portuguesa no Brasil surgiram na Bahia: Padre Antônio Vieira e Gregório de Matos. Como a vida econômica estava concentrada na região Nordeste, era lá que se encontrava artistas e escritores, com destaque para Salvador. PADRE ANTÔNIO VIEIRA o Nasceu em Lisboa o Veio ao Brasil pela Companhia de Jesus VIEIRA, O ENGENHOSO PREGADOR PORTUGUÊS o No século XVII, em meio às disputas entre católicos e protestantes, o sermão, discurso religioso sobre alguma verdade da doutrina cristã, tornou-se uma importante arma para divulgar os valores da igreja. o Os sermões escritos por Padre Antônio Vieira ficaram famosos pela argumentação engenhosa e pela retórica perfeita. VIEIRA, O ENGENHOSO PREGADOR PORTUGUÊS o Sermão pelo bom sucesso das armas de Portugal contra as de Holanda – pregado na Bahia em 1640, no qual Vieira convoca o povo baiano a reagir contra a invasão holandesa, defendendo-se da ameaça protestante. oSermão da primeira dominga de Quaresma – pregado no Maranhão em 1653, no qual Vieira tenta convencer os colonos a libertarem os indígenas que escravizavam. OS SERMÕES MAIS CONHECIDOS DE PADRE ANTÔNIO VIEIRA o Sermão da Sexágésima (1655) O sermão, dividido em dez partes, pretende responder uma pergunta básica: por que não faz fruto a palavra de Deus? Com sua argumentação, o jesuíta tenta convencer os fiéis de que a culpa é dos pregadores, que, em lugar de desenvolverem uma argumentação consistente, preocupam-se em enfeitar a linguagem, tornando o texto incompreensível. SERMÃO DO BOM LADRÃO Observa-se que em num lance profético que mostra o seu profundo entendimento sobre os problemas do Brasil – ele ataca e critica aqueles que se valiam da máquina pública para enriquecer ilicitamente. Denuncia escândalos no governo, riquezas ilícitas, venalidades de gestões fraudulentas e, indignado, a desproporcionalidade das punições, com a exceção óbvia dos mandatários do século 17. PASSOS DA ARGUMENTAÇÃO NOS SERMÕES 1. Exórdio: o orador começa a expor o plano a que vai submeter-se e as ideias que vai defender. 2. Invocação: o orador pede auxílio divino para expor suas ideias. 3. Confirmação: desenvolvimento e exposição do tema, realçado com alegorias, sentenças e exemplos. 4. Peroração: conclusão; o orador, recapitulando tudo o que foi dito, termina com um desfecho vibrante para impressionar os fiéis e estimulá-los a seguirem os ensinamentos bíblicos. 5. Uso do conceptismo para fundamentar a argumentação. Sermão da Sexágésima (1655) O sermão, dividido em dez partes, é conhecido por tratar da arte de pregar. Nele, Padre Antônio Vieira condena aqueles que apenas pregam a palavra de Deus de maneira vazia. Para ele, a palavra de Deus era como uma semente, que deveria ser semeada pelo pregador. Por fim, o padre chega à conclusão de que, se a palavra de Deus não dá frutos no plano terrreno a culpa é única e exclusivamente dos pregadores que não cumprem direito a sua função. Leia um trecho do sermão Ecce exiit qui seminat, seminare. Um indivíduo saiu para semear. Diz Cristo que "saiu o pregador evangélico a semear" a palavra divina. Bem parece este texto dos livros de Deus ão só faz menção do semear, mas também faz caso do sair: Exiit, porque no dia da messe hão-nos de medir a semeadura e hão-nos de contar os passos. (...) Entre os semeadores do Evangelho há uns que saem a semear, há outros que semeiam sem sair. Os que saem a semear são os que vão pregar à Índia, à China, ao Japão; os que semeiam sem sair, são os que se contentam com pregar na Pátria. Todos terão sua razão, mas tudo tem sua conta. Aos que têm a seara em casa, pagar-lhes-ão a semeadura; aos que vão buscar a seara tão longe, hão-lhes de medir a semeadura e hão-lhes de contar os passos. Ah Dia do Juízo! Ah pregadores! Os de cá, achar-vos-eis com mais paço; os de lá, com mais passos: Exiit seminare. (...) Ora, suposto que a conversão das almas por meio da pregação depende destes três concursos: de Deus, do pregador e do ouvinte, por qual deles devemos entender a falta? Por parte do ouvinte, ou por parte do pregador, ou por parte de Deus? SERMÃO PELO BOM SUCESSO DAS ARMAS DE PORTUGAL CONTRA AS DE HOLANDA (1640) Neste sermão, o padre incita os seguidores a reagir contra as invasões Holandesas, alegando que a presença dos protestantes na colônia resultaria em uma série de depredações à colônia. Leia um trecho do sermão: Se acaso for assim — o que vós não permitais — e está determinado em vosso secreto juízo, que entrem os hereges na Bahia, o que só vos represento humildemente, e muito deveras, é que, antes da execução da sentença, repareis bem, Senhor, no que vos pode suceder depois, e que o consulteis com vosso coração enquanto é tempo, porque melhor será arrepender agora, que quando o mal passado não tenha remédio. Bem estais na intenção e alusão com que digo isto, e na razão, fundada em vós mesmo, que tenho para o dizer. Também antes do dilúvio estáveis vós mui colérico e irado contra os homens, e por mais que Noé orava em todos aqueles cem anos, nunca houve remédio para que se aplacasse vossa ira. Romperam-se enfim as cataratas do céu, cresceu o mar até os cumes dos montes, alagou-se o mundo todo: já estaria satisfeita vossa justiça, senão quando ao terceiro dia começaram a boiar os corpos mortos, e a surgir e aparecer em multidão infinita aquelas figuras pálidas, e então se representou sobre as ondas a mais triste e funesta tragédia que nunca viram os anjos, que homens que a vissem, não os havia. SERMÃO DE SANTO ANTÔNIO (1654) Também conhecido como "O Sermão dos Peixes", pois nele o padre usa a imagem dos peixes como símbolo para fazer uma crítica aos vícios dos colonos portugueses que se aproveitavam da condição dos índios para escravizá-los e sujeitá-los ao seu poder. Leia um trecho do sermão: Vós, diz Cristo, Senhor nosso, falando com os pregadores, sois o sal da terra: e chama-lhes sal da terra, porque quer que façam na terra o que faz o sal. O efeito do sal é impedir a corrupção; mas quandoa terra se vê tão corrupta como está a nossa, havendo tantos nela que têm ofício de sal, qual será, ou qual pode ser a causa desta corrupção? (...) Enfim, que havemos de pregar hoje aos peixes? Nunca pior auditório. Ao menos têm os peixes duas boas qualidades de ouvintes: ouvem e não falam. Uma só cousa pudera desconsolar o Pregador, que é serem gente os peixes que se não há-de converter. Mas esta dor é tão ordinária, que já pelo costume quase se não sente (...) Suposto isto, para que procedamos com clareza, dividirei, peixes, o vosso sermão em dois pontos: no primeiro louvar-vos-ei as vossas atitudes, no segundo repreender-vos-ei os vossos vícios. (...) Foi durante o período colonial que o barroco floresceu no Brasil. A capital Salvador foi transferida para o Rio de Janeiro e, com isso, o número de habitantes aumentou consideravelmente no país. Aliado a exploração de ouro, que passou a ser a principal atividade econômica desenvolvida, o aumento da população propiciou um forte desenvolvimento econômico. Com a queda das exportações de açúcar nordestino no mercado consumidor mundial, têm início o chamado "ciclo do ouro". Nesse período, Minas Gerais passou a ser o grande foco, tendo em conta as jazidas encontradas no local. Foi ali que a arte barroca mineira começou a despontar com Aleijadinho na escultura e arquitetura, e o Mestre Ataíde, na pintura. O Barroco no Brasil desenvolve-se durante o século XVII. RESUMO GERAL DO CONTEXTO HISTÓRICO: RELEMBRANDO CARACTERÍSTICAS DO BARROCO NO BRASIL As principais características do barroco literário brasileiro são: • Linguagem dramática. • Racionalismo. • Exagero e rebuscamento. • Uso de figuras de linguagem. • O sagrado e o profano. • Arte dualista. • Jogo de contrastes. • Valorização dos detalhes. • Cultismo (jogo de palavras). • Conceptismo (jogo de ideias). ● Estudou direito em Coimbra. ● Tornou-se conhecido por sua poesia lírica, sacra (ou religiosa) e satírica. Nascido em Salvador, Gregório de Matos foi um dos maiores representantes da literatura barroca no Brasil. Sua obra reúne mais de 700 textos de poemas líricos, satíricos, eróticos e religiosos. Parte de suas poesias ironizava diversos aspectos da sociedade e, por isso, ficou conhecido como “Boca do Inferno”. GREGÓRIO DE MATOS (1633 - 1696) https://www.google.com/url?q=https://www.todamateria.com.br/gregorio-de-matos/&sa=D&source=editors&ust=1633905671683000&usg=AOvVaw1HIrARe6kXRrQ28iDJx8hf Nascido em Salvador, Gregório de Matos foi um dos maiores representantes da literatura barroca no Brasil. Sua obra reúne mais de 700 textos de poemas líricos (amorosos), satíricos, e religiosos e até filosóficos. Parte de suas poesias ironizava diversos aspectos da sociedade e, por isso, ficou conhecido como “Boca do Inferno”. Sua obra não foi publicada na época, e só no final do século XIX Gregório foi redescoberto. Trabalhava com o soneto. Seguindo modelos barrocos europeus, o poeta escreveu uma lírica que engloba poesias amorosas, religiosas, eróticas, filosóficas e satíricas. Gregório de matos Ainda importante lembrar Nas amorosas, está presente o dualismo: carne/espírito, mulher/anjo, mulher/demônio. Observe que neste soneto o nome da amada sugere duas imagens em torno das quais se organiza toda a expressão poética Nas filosóficas, discutem-se os temas da transitoriedade da vida, da passagem do tempo, da instabilidade das coisas e do desconcerto do mundo. O objetivo do eu lírico é explicar a Fábio, metaforicamente, o significado da vaidade, falar do seu fulgor, do seu brilho, de seu encanto, para, no fim, ensinar que isso não importa, porque, inevitavelmente, a vaidade será destruída como a nau, a planta e a rosa, termos explorados como metáfora para a vaidade, por seu caráter belo, vistoso, encantador, mas efêmero; passageiro. Nesse soneto, como o próprio título sugere, a temática religiosa é explícita. O eu lírico, tendo o Cristo como interlocutor, expõe a consciência dos pecados que cometeu, mas sempre tendo a certeza de que, à medida que peca, é perdoado pelo poder divino. Fazendo referências ao texto bíblico, o eu lírico vê-se, portanto, como uma ovelha desgarrada pelo pecado, mas a qual é resgatada pela bondade de Deus. Nota-se, assim, a presença do paradoxo barroco, segundo o qual o homem vive em conflito entre a busca pela santidade e elevação espiritual e, ao mesmo tempo, pela vivência da matéria e dos prazeres advindos dela. Em suas poesia satíricas, responsáveis por sua expulsão de Portugal e do Brasil, encontram-se termos indígenas, africanos, gírias, palavrões e expressões locais. Nelas, Gregório de Matos satiriza o clero, os administradores portugueses, a sociedade Baiana da época e até o rei. A uma freira, que, satirizando, a delgada fisionomia do poeta, chamou-lhe de “pica-flor”