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Linfonodomegalias na Infância

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Linfonodomegalias na Infância – GD 
• Aparecem em doenças do sistema imunológico, fazem parte frequente das patologias infecciosas e de várias 
doenças neoplásicas. 
• São frequentes em crianças e, na maioria das vezes, são decorrentes de respostas passageiras a infecções 
benignas. 
• É menos evidente no período neonatal, pois o tecido linfático aumenta progressivamente de volume com a 
exposição a antígenos que acontece durante a infância. 
• Os linfonodos são unidades anatômicas encapsuladas, distribuídas ao longo dos vasos linfáticos. 
• São considerados normais: 
- Nas crianças até 12 anos de idade; 
- Linfonodos de até 1,5 cm na região inguinal; 
- De até 0,5 cm na região epitroclear; 
- De até 1 cm nas demais regiões. 
 
• Os mecanismos de aumento dos linfonodos são proliferação de linfócitos e histiócitos (estímulo antigênico) 
e infiltração por células extrínsecas. 
• Distinguir um linfonodo inflamatório de um neoplásico pode ser um desafio para o pediatra, e o grande 
dilema é saber quando biopsiar para diagnóstico. 
• As crianças possuem mais tecido linfoide que os adultos, e nelas a resposta linfoide é muito mais rápida e 
mais exacerbada que no adulto. 
 
• Considera-se linfonodomegalia suspeita o aumento de um nódulo linfático maior que 1 cm, em mais de um 
local anatômico; os linfonodos epitrocleares com mais de 0,5 cm; e o linfonodo inguinal quando maior que 
1,5 cm. 
 
• O comprometimento linfonodal é chamado de localizado quando = apenas uma cadeia está comprometida 
ou até duas contíguas. 
- Aparecem mais frequentemente em processos bacterianos agudos (adenite bacteriana), no entanto, 
podem ser a primeira manifestação de um linfoma ou ainda de um tumor sólido, de um processo 
tuberculoso, etc. 
OBS : O pediatra deve obrigatoriamente verificar se existe uma causa específica na região que explique a 
linfonodomegalia. 
É importante que se tenha claro as diferentes áreas de drenagem correspondentes às diferentes regiões linfonodais. 
• Disseminado quando = se verifica aumento de linfonodos em cadeias não contíguas, acima e abaixo do 
diafragma, frequentemente associados a hepato e/ou esplenomegalias. 
- Estão correlacionadas a processos virais diversos, infecções bacterianas sistêmicas, doenças inflamatórias 
imunologicamente mediadas e doenças neoplásicas, como as leucemias. 
AVALIAR : 
1. Presença ou não de sintomas sistêmicos: febre e sua duração. 
- Febre por mais de 7 dias com linfonodomegalia localizada ou disseminada deve chamar a atenção do 
pediatra para doenças mais graves, como neoplasias (linfomas), doenças do sistema imunológico (lúpus 
eritematoso sistêmico), tuberculose, etc. 
- Outros sintomas associados, como perda de peso, sudorese profusa e prurido, indicam a necessidade de 
diagnóstico diferencial com neoplasias e tuberculose. 
2. Características do linfonodo: 
- Linfonodos elásticos, móveis, indolores, de tamanho não maior que 2 a 3 cm são frequentemente 
reacionais. 
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- Linfonodos duros, elásticos, pouco dolorosos, aderidos a planos profundos, coalescentes com outros 
linfonodos, frequentemente gerando uma massa maior que 4 cm, são características das neoplasias 
principalmente linfomas (doença de Hodgkin e, menos frequentemente, linfoma não Hodgkin). 
 
- Linfonodos dolorosos, com sinais flogísticos (calor e/ou rubor), pouco aderidos a planos profundos e mais 
frequentemente únicos são sugestivos de processo bacteriano. 
- Deve-se verificar também a presença ou ausência de supuração. 
 
3. Local ou locais de comprometimento e a associação com a drenagem dos linfonodos: 
- São considerados patológicos e não reacionais os linfonodos retroauriculares, supraclaviculares, 
epitrocleares, poplíteos, mediastinais e abdominais. 
Linfonodos nessas regiões devem ser pesquisados. 
 
4. Idade: 
- Os linfonodos normalmente não são palpados nos recém-nascidos e atingem tamanho considerável com 1 
ano de idade, aumentando até a puberdade. 
- São comuns na adolescência e adultos jovens. 
- Após 40 anos de idade, são geralmente tumorais 
 
Investigação complementar 
• Hemograma completo, bioquímica, funções renal e hepática, desidrogenase lática (DHL) e ácido úrico podem 
ser inicialmente solicitados. 
- O hemograma pode orientar para a suspeita de um quadro infeccioso = Se bacteriano: leucocitose com neutrofilia; 
Sempre que o hemograma mostrar bicitopenia ou pancitopenia, deve-se pensar em doença comprometendo a 
medula óssea. 
- A bioquímica é importante para avaliar a presença de uma doença sistêmica ou de um quadro de linfonodomegalia 
localizada. 
- A DHL é uma enzima intracelular que aumenta em todos os processos em que haja lise celular. A elevação da DHL 
associada a linfonodomegalias deve orientar para o diagnóstico de síndromes hemolíticas e/ou morte celular 
espontânea (neoplasias agressivas, como leucemias e linfomas). 
- O ácido úrico é encontrado em quantidade elevada nas células neoplásicas e pode estar aumentado no momento 
do diagnóstico das linfonodomegalias por linfomas e/ou leucemias.3,6 
Sinais de alerta para a necessidade de biópsia 
• Presença persistente e inexplicável de febre e/ou perda de peso e/ou sudorese noturna; 
• Linfonodomegalia generalizada e hepato e/ou esplenomegalia; 
• Gânglios aderidos a planos profundos ou à pele, de crescimento rápido, coalescentes e endurecidos; 
• Localização supraclavicular ou de mediastino; 
• Aumento progressivo do gânglio ou sua não regressão em 4 semanas ou mais; 
• Gânglios de tamanho maior que o inicial, após 2 semanas de uso de antibióticos; gânglios que não diminuem 
de tamanho após 4 a 6 semanas ou que não retornam ao tamanho normal em 8 a 12 semanas 
principalmente se associados a novos sinais e/ou sintomas; 
• Investigação laboratorial: negativa, e o gânglio se mantém por mais de 8 semanas. 
 
• As linfonodomegalias de cabeça e pescoço, com sinais inflamatórios associados, estão frequentemente 
associadas a causas bacterianas, como Staphylococcus aureus e Streptococcus beta-hemolítico. 
- O pediatra pode realizar teste terapêutico com amoxicilina ou cefalosporina. 
• Outras causas infecciosas de aumento de linfonodos cervicais incluem doença da arranhadura 
de gato, micobactérias não tuberculosas, toxoplasmose, vírus Epstein-Barr, citomegalovírus ou HIV. 
 
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• Indicar biópsia de linfonodo se: 
- História e exame físico sugerem neoplasia; 
- Linfonodomegalia maior que 2,5 cm na ausência de sinais de infecção; 
- Linfonodomegalia persistente ou em progressão; 
- Ausência de redução do linfonodo após 2 semanas de antibioticoterapia; 
- Linfonodomegalia supraclavicular. 
 
• Conduta para linfonodos não associados a fatores de risco: 
- Sempre que existir a presença de sinais flogísticos, o pediatra pode realizar o teste terapêutico com 
antibióticos, mas deve manter observação com controle seriado até o desaparecimento. 
 
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