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95-A_fisioterapia_no_tratamento_de_um_lesado_medular_utilizando_o

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A fisioterapia no tratamento de um lesado medular utilizando o 
método de facilitação neuromuscular proprioceptivo (FNP) - revisão 
bibliográfica 
 
LUÍSA MORAES CAIXETA* 
luisamcaixeta@hotmail.com 
PAULO THIAGO DE CAMPOS SILVA** 
 pthiagosilva@hotmail.com 
Pós-graduação em Fisioterapia Neurofuncional - Faculdade FAIPE 
Resumo 
A lesão medular é uma condição de insuficiência parcial ou total do funcionamento da medula 
espinhal, podendo levar a alteração de diversas funções no corpo humano. A fisioterapia é 
considerada um componente importante na gestão dos pacientes com a patologia, para 
adquirir benefícios em curto, médio e longo prazo. Diferentes tratamentos podem ser efetivos 
e trazem resultados satisfatórios, quando aplicados em um pacientes com lesão medular, 
sendo um deles o método da Facilitação Neuromuscular Proprioceptiva (FNP). O objetivo 
deste trabalho é analisar, através de uma revisão bibliográfica, os resultados do tratamento 
fisioterapêutico utilizando o método FNP em pacientes vítimas de lesão medular. Alguns 
autores mostram que o FNP é eficaz na recuperação da função, proporcionando uma maior 
autonomia e independência do paciente com lesão medular, porém o método demonstra ser 
uma possibilidade de instrumento terapêutico no que se refere ao processo de reabilitação. 
Palavras-chave: Fisioterapia; Lesão Medular; Facilitação Neuromuscular Proprioceptiva. 
 
Introdução 
Um aumento gradativo e significante vem ocorrendo em nossa sociedade em relação ao 
aumento do número de casos de doenças crônicas não transmissíveis (VENTURINI; 
DECESARO; MARCON 2006). Estudos revelam que a urbanização desenfreada tem 
contribuído para a determinação desse quadro, visto que a violência urbana e o crescente 
índice de acidentes de trânsito e de trabalho se traduzem na elevação do número de casos de 
lesão medular, as quais aumentam a cada ano (FARO, 1992). 
A lesão medular é uma condição de insuficiência parcial ou total do funcionamento 
da medula espinhal, decorrente da interrupção dos tratos nervosos motor e sensorial desse 
órgão, podendo levar a alterações nas funções motoras e déficits sensitivos, superficiais e/ou 
profundo nos segmentos corporais localizados abaixo do nível da lesão (CEREZETTI et al., 
 
 
* Pós Graduanda em Fisioterapia Neurofuncional pela Biocursos e Faculdade FAIPE 
**Orientador: Formado pela Faculdade Cathedral em Boa Vista/RR e Especialista em 
Fisioterapia Neurofuncional pela Biocursos pela Faculdade FAIPE 
 
 
 
2 
 
2012; BRITO et al., 2011). Os sintomas ocorrem de acordo com o nível da lesão, a extensão, o 
grau de acometimento e o tempo de ocorrência, podendo o paciente apresentar mudanças nas 
funções fisiológicas representadas por alterações respiratórias, vasomotoras, esfincterianas, 
tróficas e sexuais (SISCÃO et al., 2007). 
A incidência do Traumatismo Raquimedular (TRM) é bastante variada em diferentes 
países, porém ainda não é bem definida no Brasil, devido à falta de organização nos dados 
epidemiológicos (SILVA; SOUZA e FERREIRA, 2011). Existem poucos dados sobre o TRM no 
Brasil, onde se estima uma incidência de 10.000 novos casos por ano (FERREIRA, 
MARINO e CAVENAGHI, 2012). Já nos Estados Unidos, cerca de 180 a 200 mil pessoas 
apresentam lesões medulares (JUNIOR et al., 2011). 
Na fase do choque medular, com duração de três a seis semanas do TRM são comuns 
complicações como: hipertensão arterial, disritmia cardíaca, diminuição do tônus simpático e 
perda das respostas motoras e sensitivas (FERREIRA, MARINO e CAVENAGHI, 2012). 
Ainda nesse estudo, os autores afirmam que a fisioterapia é considerada como um 
componente importante na gestão dos pacientes para adquirir benefícios em curto, médio e 
longo prazo. 
O método PNF tem por objetivo promover o movimento funcional por meio da 
facilitação, inibição, fortalecimento e relaxamento de grupos musculares, utilizando 
procedimentos básicos como a resistência, irradiação e esforço, contato manual, posição 
corporal e biomecânica (ADLER, BACKERS e BUCK, 2007). 
O objetivo principal deste trabalho é analisar, através de uma revisão bibliográfica, os 
resultados do tratamento fisioterapêutico utilizando o método da Facilitação Neuromuscular 
Proprioceptiva (FNP), em pacientes vítimas de lesão medular. 
 
Fundamentação Teórica 
A fisioterapia é uma ciência da saúde que estuda, previne e trata os distúrbios 
cinéticos e funcionais intercorrentes em órgãos e sistemas do corpo humano, gerados por 
alterações genéticas, traumas e doenças adquiridas. Fundamenta suas ações e mecanismos 
terapêuticos próprios, sistematizados pelos estudos da biologia, das ciências morfológicas e 
fisiológicas, das patologias, da bioquímica, biofísica, biomecânica, sinergia funcional, 
patologia de órgãos e sistemas do corpo humano e das disciplinas comportamentais e sociais 
(COFFITO, 2012). 
 
 
3 
 
A fisioterapia busca a reabilitação completa, ou seja, física, funcional e social, 
proporcionando uma melhor qualidade de vida (OLIVEIRA; BRAGA, 2010). Tendo como 
fundamento o modelo integrador da funcionalidade e incapacidade humana proposto pela 
Organização Mundial de Saúde (OMS) com a Classificação Internacional de Funcionalidade, 
Incapacidade e Saúde (CIF), a reabilitação pode ser entendida como uma dentre quatro 
estratégias de saúde, que incluem prevenção, cura e suporte (STUCKI et al., 2008). 
De acordo com Junior (2010), a fisioterapia em sua origem, tinha um caráter 
preferencialmente curativo e reabilitador devido ao aparecimento de sequelados provenientes 
das guerras e acidentes de trabalho. 
A transição epidemiológica de mortalidade por doenças infecto-parasitárias para 
doenças crônico-degenerativas, implicou à fisioterapia e aos demais serviços de saúde a 
passar por intensas reformulações, enfatizando a promoção da saúde e prevenção de doenças na 
população (JUNIOR, 2010; PAIM, 2003). 
Um aumento gradativo e significante vem ocorrendo em nossa sociedade em relação ao 
aumento do número de casos de doenças crônicas não transmissíveis (VENTURINI; 
DECESARO; MARCON 2006). Estudos revelam que a urbanização desenfreada tem 
contribuído para determinação desse quadro, visto que a violência urbana e o crescente índice de 
acidentes de trânsito e de trabalho se traduzem na elevação do número de acidentes com lesões 
raquimedulares, as quais aumentam a cada ano (FARO, 1992). 
A lesão medular é uma condição de insuficiência parcial ou total do funcionamento 
da medula espinhal, decorrente da interrupção dos tratos nervosos motor e sensorial desse 
órgão, podendo levar a alterações nas funções motoras e déficits sensitivos, superficial e/ou 
profundo nos segmentos corporais localizados abaixo do nível da lesão (CEREZETTI et al., 
2012). Os sintomas ocorrem de acordo com o nível da lesão, a extensão, o grau de 
acometimento e o tempo de ocorrência, podendo o paciente apresentar mudanças nas funções 
fisiológicas representadas por alterações respiratórias, vasomotoras, esfincterianas, tróficas 
sexuais (SISCÃO et al., 2007). 
Cerezetti et al. (2012), afirmam que as manifestações clinicas, que podem surgir de 
acordo com o grau de acometimento podem variar em seis tipos, os quais são: 1) Síndrome do 
Centro-medular, que se caracteriza pelo déficit maior em membros superiores comparando 
aos membros inferiores; 2) Síndrome de Brow-Séquard, na qual apenas um lado da medula é 
seccionado resultando em perda motora e proprioceptiva homolateral à lesão e perda da 
sensibilidade térmica e dolorosa contralateral à lesão; 3) Síndrome Medular Anterior, que
 
 
4 
 
ocorre perda motora e da sensibilidade térmica e dolorosa, preservando a propriocepção; 4) 
Síndrome Medular Transversa, ocorre a lesão acima do cone medular com perda motora e 
sensitiva completa; 5) Síndrome do Cone Medular, ocorre lesão da medula sacral e das raízes 
lombares com perda motora e sensitiva dos dermátomoslombossacros correspondentes; e por 
último 6) Síndrome da Cauda Equina, caracterizada pela lesão das raízes lombossacras abaixo 
do cone medular com perda motora e sensitiva correspondentes às raízes lesionadas. 
Quanto à etiologia, a lesão medular pode ser classificada como traumática ou não 
traumática, sendo que a primeira pode ocorrer devido às fraturas, luxações e, dentre as causas 
mais comuns, estão os acidentes automobilísticos, quedas, mergulhos em águas rasas, 
acidentes esportivos e ferimentos por arma de fogo (SISCÃO et al., 2007). Siscão et al. 2007, 
afirmam ainda que as causas não traumáticas podem derivar de tumores, infecções, problemas 
vasculares, malformações ou doenças degenerativas. 
A incidência do traumatismo raquimedular é bastante variada em diferentes países, 
porém ainda não é bem definida no Brasil devido à falta de organização nos dados 
epidemiológicos (SILVA; SOUZA e FERREIRA, 2011). Existem poucos dados sobre TRM no 
Brasil, onde se estima uma incidência de 10.000 novos casos por ano (FERREIRA, 
MARINO e CAVENAGHI, 2012). Já nos Estados Unidos, cerca de 180 a 200 mil pessoas 
apresentam lesões medulares (JUNIOR et al., 2011). 
Na fase do choque medular, com duração de três a seis semanas do TRM são comuns 
complicações como: hipertensão arterial, disritmia cardíaca, diminuição do tônus simpático e 
perda das respostas motoras e sensitivas (FERREIRA, MARINO e CAVENAGHI, 2012). 
Ainda nesse estudo, os autores afirmam que a fisioterapia é considerada como um 
componente importante na gestão dos pacientes para adquirir benefícios em curto, médio e 
longo prazo. 
O traumatismo raquimedular resulta em um comprometimento funcional e cria 
barreiras importantes para o indivíduo no momento da realização de tarefas corriqueiras e do 
cotidiano (ALENCAR et al., 2011). 
A Facilitação Neuromuscular Proprioceptiva (FNP) é um conceito de tratamento, no 
qual sua filosofia baseia-se na ideia de que todo ser humano, incluindo aqueles portadores de 
deficiência, tem um potencial a ser explorado e, levando em conta essa filosofia, certos 
princípios são fundamentais no FNP, sendo que o primeiro é o tratamento global, onde cada 
tratamento é direcionado para o ser humano como um todo e não para um problema ou 
segmento corporal específicos; o segundo princípio é o enfoque positivo do terapeuta com o
 
 
5 
 
paciente explorando seu potencial físico e psicológico; e por último diz que o objetivo 
primário de todo o tratamento é fazer com que o paciente consiga alcançar o seu mais alto nível 
funcional (ADLER, BACKERS e BUCK, 2007) 
Doutor Herman Kabat, na década de 1940, começou com o termo ”facilitação 
proprioceptiva” e em 1954, Dorothy Voos adicionou a palavra “neuromuscular” para formar a 
expressão Facilitação Neuromuscular Proprioceptiva (FNP) (ADLER, BACKERS e BUCK, 
2007). 
De acordo com Adler, Backers e Buck (2007, pág 19) 
“O objetivo das técnicas de FNP é promover o movimento 
funcional por meio da facilitação, da inibição, do fortalecimento e do 
relaxamento de grupos musculares. As técnicas utilizam contrações 
concêntricas, excêntricas e estáticas, combinadas com a aplicação 
gradual de uma resistência e com procedimentos facilitatórios 
adequados, todos ajustados para atingir as necessidades de cada 
paciente.” 
 “Os procedimentos básicos para a facilitação são: Resistência: 
auxilia a contração muscular e o controle motor, aumenta a força e 
incrementa a aprendizagem motora; Irradiação e esforço: utilizam a 
propagação da resposta ao estímulo; Contato manual: aumenta a 
força e guia o movimento com toque e pressão; Posição corporal e 
biomecânica: guiam e controlam o movimento ou a estabilização” 
(Adler, Backers e Buck, 2007, pág 3). 
Sobreira et al. (2007), ainda afirmam que a facilitação neuromuscular proprioceptiva 
utiliza movimentos fisiológicos do paciente e mecanismos neuromusculares e proprioceptivos 
a fim de conectar informações relacionadas ao segmento corporal, além de estimular 
receptores táteis, visuais e auditivos, proporcionando movimentos de maior habilidade e 
controle motor. 
As técnicas de facilitação auxiliam o indivíduo no processo de reabilitação ou na 
melhora da sua condição física, exigindo do paciente maior aprendizagem motora e 
desempenho, flexibilidade e aumento da amplitude de movimento, fortalecimento muscular e 
coordenação motora (ALENCAR et al., 2011). 
Alencar et al. (2011), fizerem um relato de caso de um paciente do sexo masculino, 
possuindo 18 anos de idade, que apresentava como diagnóstico lesão medular cervical 
incompleta ao nível de C3-C4 com déficits motores e sensoriais. Foram realizadas três 
avaliações funcionais, sendo aplicadas em três períodos distintos. A primeira antes da 
intervenção fisioterapêutica, a segunda após sete sessões de atendimento e a terceira após 
dezoito atendimentos. Foi utilizado o método da facilitação neuromuscular proprioceptivo e 
após a primeira avaliação foi visto que o paciente utilizava cadeira de rodas como meio de 
locomoção e o mesmo era dependente com assistência elevada para banhos, asseios, 
transferências na cama, dependência com assistência moderada para alimentação, como
 
 
6 
 
também para vestir parte inferior do corpo, e déficits nos controle vesical e de esfíncter anal, 
além da dependência com assistência mínima para vestir a parte superior do corpo. Ao final 
dos 25 atendimentos observou-se que deambulava com apoio de muletas canadenses para 
grandes distancias e sem apoio para pequenas distâncias, porém com dificuldades. 
Em outro artigo, Rodrigues e Romero (2008), fizeram uma análise comparativa entre 
dois pacientes que possuem diagnóstico clínico lesão medular em nível torácico e diagnóstico 
fisioterapêutico paraplegia espástica incompleta. Esses se submeteram a tratamentos de 
fisioterapia neurofuncional convencional, porém o Paciente 1 se submeteu junto a fisioterapia 
neurofuncional convencional à tratamentos de hidroterapia, com protocolo e técnicas do 
Método Bad Ragas e o Paciente 2 tratamento com o Método de Facilitação Neuromuscular 
Proprioceptivo. Foi realizada uma avaliação e reavaliação após 12 atendimentos. Os autores 
afirmam que o paciente de número 1, que recebeu como tratamento adicional a hidroterapia 
obteve uma melhora significativa em 56,7%. Afirmam ainda que os efeitos terapêuticos na 
água estejam relacionados à: alívio de dor, espasmos musculares, manutenção ou aumento da 
amplitude de movimento das articulações, fortalecimento dos músculos enfraquecidos e 
aumento na sua tolerância aos exercícios, reeducação dos músculos paralisados, melhoria da 
circulação, encorajamento das atividades funcionais, manutenção e melhoria do equilíbrio, 
coordenação e postura. Já o paciente 2, em que foi utilizado o método FNP, que são diagonais 
direcionadas com o objetivo da melhoria da funcionalidade e reeducação muscular do 
paciente, manteve-se na média esperada, em que os resultados subiram de 48.6% para 54%. 
Já Medina, Borato e Oliveira (2012), realizaram um estudo de caso de uma paciente 
do sexo feminino, com lesão medular a nível torácico com paraplegia. Após a avaliação os 
objetivos a serem alcançados eram: prevenir deformidades; evitar consequências do 
imobilismo; melhorar a força muscular; inibir movimentos indesejáveis; promover o 
realinhamento biomecânico; restabelecer padrões neuromusculares normais; melhorar o 
equilíbrio estático e devolver a funcionalidade. Foram utilizados como conduta alongamentos 
passivos de MMSS e MMII, mobilização articular em tornozelo, petelo-femoral, quadril e 
cintura escapular, o fortalecimento com a utilização de carga dos músculos do manguito 
rotador e toda a musculatura do MMSS. 
 
Metodologia 
Essa pesquisa trata-se de uma revisão bibliográfica de artigos publicados nas bases de 
dados Medline, Scielo e Lilacs entre Janeiro de 2015 a Agosto de 2015. 
 
 
7Os critérios de inclusão adotados foram: artigos publicados entre 1992 a 2014, em 
língua portuguesa. Foram utilizadas como palavras-chaves: fisioterapia, lesão medular, e 
Facilitação Neuromuscular Proprioceptiva. 
 
Resultados e Discussão 
No estudo de Alencar et al. (2011) foi visto como conclusão que o FNP é eficaz na 
recuperação da função, sendo esta definida conforme O’Sullivan, Schmitz “a reaquisição das 
habilidades de movimento perdidas como consequência de lesão levando em consideração a 
plasticidade neural”. O Método FNP tem o intuito de facilitar o processo de educação 
funcional e aquisição de habilidades motoras, proporcionando uma maior autonomia e 
independência do paciente com lesão medular. 
Em outro artigo, Rodrigues e Romero (2008), concluem que, com relação às terapias 
oferecidas de hidroterapia e FNP, para os dois pacientes que fizeram parte da amostra, há uma 
contribuição conjunta de forma efetiva no tratamento do lesado medular. Concordando com 
Goldenberg (2005), o FNP é um método muito utilizado no tratamento das afecções da coluna 
por envolverem diretamente o tronco e promoverem o aperfeiçoamento da força, coordenação 
e equilíbrio. Desta forma através do trabalho de estabilização e equilíbrio de tronco, com 
melhor alinhamento postural e harmonia das curvaturas da coluna vertebral, obtém-se um 
melhor aproveitamento energético e rendimento do trabalho muscular resultando um 
desempenho “ótimo” para realização das AVD’s. Além disso, Shumway-Cook e Woollacott 
(2003), afirmam que a recuperação da independência funcional após um problema 
neurológico é um processo complexo, que exige a reconquista de muitas capacidades 
funcionais, onde o controle de tronco é a parte essencial da recuperação da função. 
Para Medina, Borato e Oliveira (2012) e Sartori et al. (2012), o emprego da técnica 
de FNP em padrões de diagonais primitiva e funcional para MMSS foi utilizado para 
fortalecer a musculatura, direcionar os movimentos rotacionais funcionais e favorecer o 
biofeedback ao paciente. O treinamento de tronco, equilíbrio estático e conscientização 
corporal foram adotados devido à necessidade da paciente em se manter sentada. Ao final do 
tratamento foi observado uma melhora cinético-funcional em MMII devido ao aumento da 
força muscular, assim como o fortalecimento de tronco e MMSS, possibilitando a sedestação 
da paciente em maior parte do tempo. 
 
 
 
8 
 
Contudo, a partir da revisão bibliográfica dos artigos estudados, é notório que a 
utilização do método da facilitação neuromuscular proprioceptiva é efetiva no tratamento de um 
paciente que possui como diagnóstico a lesão medular. Porém, outros tratamentos como a 
fisioterapia convencional, cinesioterapia, hidroterapia, também são importantes para a 
aquisição das funções perdidas nesse tipo de paciente. 
 
Conclusão 
A fisioterapia tem como objetivo melhorar o potencial funcional do paciente com 
lesão medular, a fim de promover maior independência na execução de tarefas da vida diária, 
favorecendo sua reinserção no contexto social. 
A aplicação do método FNP tem o intuito de facilitar o processo de reeducação 
funcional e aquisição de habilidades motoras, proporcionando ao indivíduo uma maior 
autonomia e independência, demonstrando ser uma possibilidade de instrumento terapêutico no 
que se refere ao processo de reabilitação. 
 
Referências 
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Proprioceptiva: um guia ilustrado. Barueri/São Paulo: 2 ed. rev. Manole, p.3-19. 2007. 
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