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Bronquiolite: Sintomas e Tratamentos

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Bronquiolite 
É caracterizada por inflamação da mucosa do trato respiratório inferior que determina obstrução brônquica 
por aumento de secreção de muco, edema e necrose do epitélio da mucosa, identificada clinicamente como 
episódio de sibilância associada a sinais gripais em criança de até 2 anos de idade. 
QUADRO CLÍNICO 
 Início agudo de sintomas respiratórios, como rinorreia hialina, obstrução nasal, tosse e espirros, que podem ou não 
vir acompanhados de febre, dependendo do agente etiológico. 
 Progressão da doença  Sinais de comprometimento das vias aéreas inferiores (ápice entre 4 e 6 dias). 
 Na evolução, são comuns: 
o Taquipneia e graus variados de 
desconforto respiratório 
o Sinais clínicos de obstrução das vias 
aéreas inferiores, como sibilos, 
expiração prolongada e alteração 
da mecânica respiratória. 
o Estertores difusos (não são 
indicativos de pneumonia). 
o Irritabilidade. 
o Vômitos, anorexia, dificuldade para 
amamentar. 
o Em lactentes jovens e prematuros, 
é comum a apneia. 
INDICAÇÃO DE INTERNAÇÃO EM UTI 
 Aparência toxemiada, desidratação, letargia, 
baixa aceitação alimentar. 
 IR tipo I ou II, pausas, apneia ou desconforto 
respiratório demonstrado por dispneia, 
retrações, batimento de asa de nariz, cianose 
e/ou FR > 60 irpm. 
 Necessidade de FiO2 ≥ 40% ou SatO2 ≤ 90% em 
aa. 
 Crianças menores de 3 meses ou com fatores 
de risco. 
 Necessidade de ventilação de suporte (VNI) e 
fisioterapia intensiva. 
DIAGNÓSTICO 
 É clínico, sendo baseado na história, que se caracteriza por um quadro inicial de IVAS, que evolui em 3 a 5 dias para 
desconforto respiratório, com pico de piora entre o 5º e 7º dia de doença, e nos achados do exame físico, 
principalmente relacionados ao grau de desconforto respiratório. 
 Complementar: gravida ou complicações; 
o RX de tórax: com quadros graves, com mais de 2 dias de febre, ausculta assimétrica ou que apresenta 
necessidade de oxigênio; 
 Sinais de hiperinsuflação pulmonar: Rebaixamento da cúpula diafragmática, ângulos 
costofrênicos menos agudos; Retificação de arcos costais; Na incidência em perfil, pode-se 
observar aumento do diâmetro anteroposterior e coluna de ar retroesternal; 
 Espessamento peribrônquico e atelectasias. 
ABORDAGEM TERAPÊUTICA 
 Reduzir o desconforto respiratório. 
 Tratamento ambulatorial: 
o Hidratação oral (fracionada em pequenos volumes); 
o Oferta fracionada de alimentos e líquidos; 
 
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o Reavaliação médica frequente e orientação quanto a sinais de piora: hipoatividade, recusa alimentar, 
febre, vômitos e desconforto respiratório. 
TRATAMENTO HOSPITALAR 
 Critérios para internação: 
o Sinais clínicos de IR; 
o Hipoxemia: SatO2 < 90% acordado 
ou < 88% quando adormecido ou 
durante alimentação; 
o Letargia; 
o Vômitos ou incapacidade de ingerir 
líquidos; 
o Lactentes jovens (< 3 meses); 
o PMT < 35 semanas; 
o Portadores de displasia 
broncopulmonar; 
o Portadores de cardiopatias 
congênitas cianogênicas ou com 
repercussão hemodinâmica; 
o Imunodeprimidos. 
Os pacientes muito graves requerem hospitalização em Unidade de Terapia Intensiva. 
Casos Moderados a Graves 
 Medidas Gerais; 
 Hidratação; 
 Desobstrução nasal: utilizar soro fisiológico 0,9% e fisioterapia respiratória para desobstrução rinofaríngea 
retrógrada (DRR) e glossopulsão 
 Fisioterapia respiratória; 
 Broncodilatadores: 
o A maioria dos pacientes não se beneficia do tratamento com broncodilatadores, que são indicados 
apenas para pacientes com quadro grave e história pessoal ou familiar de asma. Nesses pacientes pode 
ser tentado um teste terapêutico, com reavaliação criteriosa para definir sua manutenção. 
o NBZ com Salbutamol. 
o Não há benefício em usar brometo de ipratrópio. Não é indicado o uso de broncodilatadores por via oral. 
 Solução salina hipertônica: Está indicada para crianças com hiperviscosidade das secreções e que se encontram 
internadas por mais de 2 dias. Deve ser utilizada associada a um broncodilatador, considerando-se que pode 
ocasionar piora do broncoespasmo em alguns pacientes. 
o Salina a 3%: 1 mL de NaCl a 20% + 5 mL de AD, com ou sem B2-agonista associado. 
 Corticosteroides: O uso de corticoides sistêmicos não é indicado no tratamento rotineiro dos pacientes com 
bronquiolite. Não há benefício no uso de corticoides por via inalatória na fase aguda da doença. 
 Antimicrobianos: 
o Apenas 10% dos pacientes têm infecção bacteriana associada. 
o Se houver infecção secundária, pode-se optar por amoxicilina (com ou sem clavulanato) ou macrolídeos, 
em caso de dúvida na etiologia. O uso de azitromicina como imunomodulador nos pacientes com bron-
quiolite ainda é controverso. 
Anti-histamínicos, descongestionantes e antitussígenos não devem ser utilizados em pacientes com bronquiolite. 
 Cuidados gerais nas crianças hospitalizadas: Lavagem das mãos. Manter em isolamento de contato e uso de 
máscaras durante o período da internação para evitar a disseminação intra-hospitalar. 
Modelo de Prescrição para Bronquiolite – Dr Erik Iwasse 
Uso Oral: 
1. Azitromicina – 200mg/mL – 01 frasco: 
 Dar “X” mL 1x ao dia, por 05 dias. 
2. Prednisolona – 3 mg/mL – 01 frasco: 
 Dar “X” mL 1x ao dia, por 05 dias. 
3. Allegra pediátrico – 6mg/mL – 01 frasco: (Fexofenadina) 
 
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 Dar “X” mL de 12/12 horas, por 07 dias. 
4. Paracetamol/Dipriona: 
 Dar “X” mL de 6/6 horas, se febre > 37,7 °C. 
Uso Inalatório: 
1. Nebulização com: 
 “3” mL de SF 0,9% + 
 Salbutamol “X” gotas + 
 Atrovent “X” gotas 
  Realizar inalação de 6/6 horas, por 07 dias. 
 
Orientações à Família 
 Procurar atendimento médico imediato se apresentar sinais de desconforto respiratório (tiragens, esforço 
respiratório, gemência); 
 Orientar sobre a desobstrução e, se possível, sucção nasal em domicílio; 
 Manter hidratação e nutrição adequadas através da oferta fracionada da dieta. Identificar sinais de desidratação; 
 Informar sobre o padrão flutuante da doença e da possibilidade dos sintomas persistirem até 4 semanas; 
 Orientar a não utilizar antitussígenos, corticoides ou outras medicações sem prescrição médica.

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