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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ FEDERAL DA ____º VARA DO JUIZADO ESPECIAL FEDERAL DA SUBSEÇÃO JUDICIÁRIA DA COMARCA DE ARAPIRACA-AL.
 TALVAN SILVA FERREIRA, brasileiro, servidor público estadual, solteiro, inscrito no CPF sob o nº 087.505.494-30, portador da cédula de identidade nº 31788157 SEDS/AL, residente e domiciliado no Povoado Cangandu de Cima, nº 85, Arapiraca-AL, por meio de seu advogado que esta subscreve (procuração em anexo), vem, mui respeitosamente perante Vossa Excelência propor a presente
	AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS
Contra CAIXA ECONÔMICA FEDERAL - CEF, empresa pública federal, pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ nº 00.3603.050/001-04, com sede em Brasília (DF), podendo ser citado na Avenida Rio Branco, nº 13, Bairro Centro, Arapiraca-AL, com sítio: www.caixa,gov.br, pelas razões de fato e de direito que passo a expor:
	DA NARRATIVA FÁTICA
	O autor é pessoa idônea, servidor público estadual, a qual sempre teve o zelo necessário para que sua imagem não viesse a ser abalado por qualquer tipo de constrangimento em sua vida pessoal e profissional.
	Informa que possui um empréstimo consignado no valor de R$ 39.992,00 (trinta e dois reais e noventa e dois centavos), junto ao Banco Bradesco. Contudo, possuía o interesse em realizar a migração desse empréstimo para o Sicredi, uma vez que existiam vantagens que lhe garantiriam uma menor taxa de juros e um reembolso de mais de R$ 2.000,00 (dois mil reais). 
Entretanto, ao tentar realizar essa transação fora informado que não seria possível diante de uma negativação em seu nome, existente no sistema de mal pagadores, SERASA.
	Diante disso, buscou informações nesse órgão para descobrir do que se tratava a suposta negativação. Logo, descobriu que havia um empréstimo no Banco da Caixa Econômica Federal, no valor de mais de R$ 5.000,00 (cinco mil reais) em seu nome, sob o contrato nº 01213193400000175814.
	Imediatamente, buscou a agência da CAIXA, localizada na Avenida Rio Branco, Centro, Arapiraca, especificamente no dia 04/09/2020. Porém, após enfrentar horas na fila, lhe comunicaram que não seria possível repassar informações desse empréstimo, tendo em vista que a prioridade naquele momento eram soluções referentes ao Auxílio Emergencial.
	Cumpre destacar, Excelência, que o Autor nunca teve conta no Banco da CAIXA, ou qualquer outro vínculo com essa instituição financeira.
	Dessa forma, já que não há outro meio possível para a solução do presente conflito, se socorre do Poder Judiciário, com o intuito de sanar a ilícito civil cometido contra si e a reparação do dano sofrido até o presente momento.
	
	DO DIREITO
QUANTO A POSSIBILIDADE DE AUDIÊNCIA DE CONCILIAÇÃO
O autor, por força do art. 319, VII, do CPC, vem informar que possui interesse na realização de audiência de conciliação, razão pela qual requer a citação da promovida para comparecimento em audiência com esta finalidade.
DA INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA
O Requerente deve ser beneficiado pela inversão do ônus da prova, com fulcro no inciso VIII do art. 6º do CDC, tendo em vista que os documentos em anexo demonstram a verossimilhança do pedido, conforme disposição legal:
Art. 6º São direitos básicos do consumidor:
VIII - a facilitação da defesa de seus direitos, inclusive com a inversão do ônus da prova, a seu favor, no processo civil, quando, a critério do juiz, for verossímil a alegação ou quando for ele hipossuficiente, segundo as regras ordinárias de experiências;
	O requerimento também encontra respaldo em diversos estatutos de nosso ordenamento jurídico - a exemplo do Código Civil - os quais evidenciam a pertinência do pedido em apreço.
Além disso, segundo o Princípio da Isonomia, todos devem ser tratados de forma igual perante a lei, mas sempre na medida de suas desigualdades. Logo, parece claro que o Autor deve receber o benefício da supracitada inversão probatória, visto que se encontra em estado de hipossuficiência e vulnerabilidade, uma vez que disputa a lide com uma empresa de grande porte, com capacidade financeira infinitamente maior, a qual possui maior facilidade em produzir as provas necessárias para cognição do Excelentíssimo(a) Magistrado(a).
DO MÉRITO
A moral é reconhecida como bem jurídico, recebendo dos mais diversos diplomas legais a devida proteção, inclusive, estando amparada pelo art. 5º, inc. V da Carta Magna/88:
“Art. 5º (omissis):
V – é assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além da indenização por dano material, moral ou à imagem;
O art. 186 e art. 927 do Código Civil de 2002 assim estabelecem:
Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito.” 
“Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo.”
Ocorre que o dano moral, como sabido, deriva de uma dor íntima, uma comoção interna, um constrangimento gerado naquele que o sofreu e que repercutiria de igual forma em uma outra pessoa nas mesmas circunstâncias. Esse é o caso em tela, onde o demandante viu-se submetido a uma situação de estresse constante, indignação e constrangimento.
Além do mais, importante frisar que o nome do demandante se encontra negativado, única e exclusivamente, por este débito que foi realizado sem sua concessão, claramente evidenciando existir fortes indícios de fraude com seus dados.
Dessa forma, deve-se reconhecer a culpa da requerida pelo fato de ter concedido primeiramente um suposto empréstimo indevidamente sem anuência do Autor.
Não é outro o entendimento jurisprudencial, principalmente quando estamos diante de reincidência de negativação indevida, senão vejamos:
DIREITO CIVIL PROCESSUAL CIVIL. SUMÁRIO. CONSUMIDOR. INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS. CONTRATO FRAUDADO. NOVA NEGATIVAÇÃO DO NOME DO CONSUMIDOR NO SERASA E NO SPC. DESCUMPRIMENTO DE DECISÃO JUDICIAL TRANSITADA EM JULGADO. DEVER DE REPARAR. VALOR DA INDENIZAÇÃO QUE NA MEDIDA DO POSSÍVEL DEVE SER O SUFICIENTE E NECESSÁRIO PARA REPARAR E PREVENIR O DANO, OBSERVADAS AS PECULIARIDADES DO CASO. APELO IMPROVIDO. 1. Procedimento sumário. Antigo Sumaríssimo. A virtude do procedimento sumaríssimo está em que ele se desenvolve simpliciter et de plano ac sine srtepitu. O que o caracteriza é a simplificação de atos, de modo que as demandas sejam processadas e decididas em curto espaço de tempo e com o mínimo de despesas (Item 37 da Exposição de Motivos do Código de Processo Civil). 2. Notório o erro cometido pela apelante, porquanto embora tenha sido condenada a retirar o nome do autor dos cadastros restritivos, em ação judicial já transitada em julgado, inseriu novamente nome do consumidor nos cadastros do SPC e do SERASA por débitos relativos ao mesmo contrato. 3. O Código de Defesa do Consumidor dispõe no art. 14, caput, que cumpre à empresa responder de forma objetiva pela reparação de danos causados aos consumidores por defeitos relativos à prestação dos serviços, bem como por informações insuficientes ou inadequadas sobre a sua fruição e riscos. 4. No caso de danos morais, a fixação do valor da indenização precisa considerar as condições pessoais e econômicas das partes, de modo que o arbitramento seja feito com moderação e razoabilidade, dentro das peculiaridades de cada caso, de forma a se evitar tanto o enriquecimento indevido do ofendido como a abusiva reprimenda do ofensor, buscando-se sempre, na medida do possível, o necessário e suficiente para a reprovação e prevenção do dano. 5. Recurso improvido. (TJ-DF - APC: 20120810066000 DF 0006389-88.2012.8.07.0008, Relator: JOÃO EGMONT, Data de Julgamento: 01/10/2014, 5ª Turma Cível, Data de Publicação: Publicado no DJE : 10/10/2014 . Pág.: 160)
Assim, Excelência, uma vez demonstrada a flagrante violação à honra do Reclamante, que sofreu e vem sofrendo com a negativação indevida, bem como os transtornos que refletiram de maneira negativa no seu conceito moral, deve-lhe ser assegurada por meio desta ação, a satisfaçãode seu prejuízo, com a indenização pelo dano moral sofrido.
DO “QUANTUM” INDENIZATÓRIO
No que concerne ao quantum indenizatório, forma-se o entendimento jurisprudencial, mormente em sede de dano moral, no sentido de que a indenização pecuniária não tem apenas cunho de reparação do prejuízo, mas também caráter punitivo ou sancionatório, pedagógico, preventivo e repressor: a indenização não apenas repara o dano, repondo o patrimônio abalado, mas também atua como forma educativa ou pedagógica para o ofensor e a sociedade e intimidativa para evitar perdas e danos futuros.
Tal entendimento, inclusive, é defendido pelo ilustre doutrinador SÍLVIO SALVO VENOSA, senão vejamos:
“Do ponto de vista estrito, o dano imaterial, isto é, não patrimonial, é irreparável, insusceptível de avaliação pecuniária porque é incomensurável. A condenação em dinheiro é mero lenitivo para a dor, sendo mais uma satisfação do que uma reparação (Cavalieri Filho, 2000:75). Existe também cunho punitivo marcante nessa modalidade de indenização, mas que não constitui ainda, entre nós, o aspecto mais importante da indenização, embora seja altamente relevante. Nesse sentido, o Projeto de Lei nº 6.960/2002 acrescenta o art. 944 do presente código que “a reparação do dano moral deve constituir-se em compensação ao lesado e adequado desestímulo ao lesante”. Como afirmamos, se o julgador estiver aferrolhado a um limite indenizatório, a reparação poderá não cumprir essa finalidade reconhecida pelo próprio legislador.” (Sílvio Salvo Venosa, Direito Civil. Responsabilidade Civil, São Paulo, Ed. Atlas, 2004, p. 41).
Daí o valor da condenação deve ter por finalidade dissuadir o réu infrator de reincidir em sua conduta.
Por esses motivos, deve a indenização ser fixada em patamar capaz de desencorajar novas condutas da parte requerida nesse sentido, no presente caso, no valor de R$ 20.000,00 (vinte mil reais).
DA TUTELA ANTECIPADA
	O bom direito milita a favor do Autor, eis que a dívida que está sendo cobrada é indevida, conquanto, proveniente de um débito que não teve sua anuência, o que torna tal dívida inexistente, portanto, nada está a dever o requerente ou a quem quer que seja.
	A tutela jurisdicional constitui-se em dever estatal, a fim de garantir e consagrar os padrões de convívio social e do próprio Estado de Direito.
Restando exaustivamente demonstradas as lesões provocadas aos direitos do Autor, nada mais justo que lhe prestar a tutela jurisdicional inaudita altera pars, a fim de não retardar ainda mais o sofrimento do mesmo, em ver seu nome negativado por débito que não contraiu.
Por mais que o rito procedimental e os serviços judiciários sejam rápidos e eficientes, entre o pedido e a entrega definitiva da tutela jurisdicional, durante os períodos nos quais exercerão o contraditório e a ampla defesa, ocorrerá um lapso de tempo considerável, não sendo justo que o Autor continue sofrendo os prejuízos de ter seu nome negativado junto ao SERASA.
Ademais, em situações de risco de dano, ou ainda quando esse já se efetivou, a tutela antecipada deve ser concedida de urgência, o que se faz na forma prevista no artigo 303 do Código de Processo Civil, abaixo transcrito:
Art. 303.  Nos casos em que a urgência for contemporânea à propositura da ação, a petição inicial pode limitar-se ao requerimento da tutela antecipada e à indicação do pedido de tutela final, com a exposição da lide, do direito que se busca realizar e do perigo de dano ou do risco ao resultado útil do processo.
	Dessa forma, é medida de lídima justiça o presente pleito, ademais, o Autor já se viu impossibilitado de realizar a migração do seu empréstimo com o Banco Bradesco para o Sicredi, devido a essa negativação, quais serão os demais ônus que o mesmo terá que arcar por esse ato ilícito?
	DOS PEDIDOS
	Diante de todo o exposto, requer a parte Autora que Vossa Excelência digne-se a:
a) - Conceder a tutela antecipada inaudita altera pars, em regime de urgência ordenando a Reclamada que retire imediatamente o nome da Reclamante do Banco de Dados de Devedor (SERASA), sob pena de multa;
b) - Conceder, nos termos do art. 6º, inc. VIII do CDC, a inversão do ônus da prova em favor do demandante;
c) - Determinar a citação da Requerida, no endereço fornecido nesta inicial na pessoa de seu representante legal para, querendo, contestarem a presente em prazo legal, sob pena de revelia e confissão quanto à matéria de fato;
d) - JULGAR PROCEDENTE A PRESENTE DEMANDA E ACOLHER OS PEDIDOS para:
d.1) declarar nulo o contrato nº nº 01213193400000175814, referente ao empréstimo não consignado realizado em seu nome no Banco Caixa Econômica Federal;
d.2) CONDENAR A DEMANDADA, nos termos dos art. 5º, inc. V da CF/88 c/c art. 186 e art. 927 do CC/2002 e art. 6º, inc. VI da Lei. 8.078/90 A PAGAR AO AUTOR OS DANOS MORAIS A ELE CAUSADOS, de cobrança de dívida inexistente, negativando o nome do mesmo, devendo a Requerida ser condenada no valor de R$ 20.000,00 (vinte mil reais);
	Por fim, vem informar que a parte autora possui interesse na realização da audiência de conciliação, conforme determina o art. 319, VII, do NCPC.
DOS MEIOS DE PROVA
O autor protesta provar o alegado por todos os meios de prova em direito admitidos, inclusive prova testemunhal, depoimento pessoal da representante da demandada sob pena de confissão, juntada ulterior de documentos e tudo mais que se fizer necessário para a perfeita resolução da lide, o que fica, desde logo, requerido.
DO VALOR DA CAUSA
Dá-se à causa, nos termos do art. 319, inc. V do NCPC, o valor de R$ 20.000,00 (Vinte mil reais).
Nesses termos,
Pede e espera deferimento.
Arapiraca-AL, 10 de setembro de 2020.
ANDERSON RICARDO VIEIRA DE ANDRADE
OAB/AL 11.456
 
 
EXCELENTÍSSIMO 
SENHOR DOUTOR JUIZ FEDERAL DA ____
º VARA DO 
JUIZADO ESPECIAL FEDERAL DA 
SUBSEÇÃO 
JUDICIÁRIA DA COMARCA DE 
ARAPIRACA
-
AL.
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
TALVAN SILVA FERREIRA
,
 
brasileiro
, servidor público estadual, 
solteiro, inscrito no CPF sob o nº 087.505.494
-
30, portador da cédula de identidade nº 
31788157 SEDS/AL, residente e domiciliado no 
Povoado Cangandu de Cima, nº 85, 
Arapiraca
-
AL
, 
por meio de seu
 
advogado
 
que esta sub
screve
 
(
procuração em 
anexo
)
, vem, mui
 
respeitosamente 
perante
 
Vossa Excelência
 
propor a presente
 
AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS
 
Contra 
CAIXA ECONÔMICA FEDERAL 
-
 
CEF
,
 
empresa pública federal, pessoa 
jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ nº 
00.3603.050/001
-
04
, com sede em 
Brasília (DF), podendo ser citado na Avenida Rio Branco, nº 13, Bairro Centro, 
Arapiraca
-
AL, 
com s
ítio: 
www.caixa,gov.br
, 
pelas razões de fato e de direito que passo 
a expor:
 
 
 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ FEDERAL DA ____º VARA DO 
JUIZADO ESPECIAL FEDERAL DA SUBSEÇÃO JUDICIÁRIA DA COMARCA DE 
ARAPIRACA-AL. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 TALVAN SILVA FERREIRA, brasileiro, servidor público estadual, 
solteiro, inscrito no CPF sob o nº 087.505.494-30, portador da cédula de identidade nº 
31788157 SEDS/AL, residente e domiciliado no Povoado Cangandu de Cima, nº 85, 
Arapiraca-AL, por meio de seu advogado que esta subscreve (procuração em 
anexo), vem, mui respeitosamente perante Vossa Excelência propor a presente 
AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS 
Contra CAIXA ECONÔMICA FEDERAL - CEF, empresa pública federal, pessoa 
jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ nº 00.3603.050/001-04, com sede em 
Brasília (DF), podendo ser citado na Avenida Rio Branco, nº 13, Bairro Centro, 
Arapiraca-AL, com sítio: www.caixa,gov.br, pelas razões de fato e de direito que passo 
a expor:

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