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Morfologia e Classificação de Fungos e Micoses

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Microbiologia João Vitor P. Gama – MED 103 UV 
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MICOLOGIA 
 
FUNGOS 
▪ Célula eucariota 
▪ Quimiorganotróficos 
▪ Maioria saprofítica (decomposição) 
▪ Apenas minoria causa infecção 
▪ Ambientes aquáticos (água doce, principalmente) e terrestres 
▪ Filamentosos, leveduras e cogumelos 
Filamentosos (pluricelulares) 
▪ Formação de filamentos. Hifas → Micélio 
▪ Hifas: septos com poros (cenocíticas não têm septos), membrana (quitina, celulose, polissacarídeos, 
proteínas, lipídeos), citoplasma (mitocôndrias, núcleos, retículo endoplasmático etc.). Em espiral, 
raquete ou rizoide. 
▪ Micélio vegetativo: Abaixo da superfície, responsável pela estruturação, sustentação, nutrição. 
Endobiótico (infiltram no nutriente) ou epibiótico (na superfície do nutriente, gera micélio 
reprodutivo) 
▪ Micélio reprodutivo: Acima da superfície, responsável pela reprodução, produção de conídios. 
o Conídios são esporos assexuados. Hialino ou escuro. Conidiogênese blástica ou tálica. 
o Clamidoconídios (clamidósporos) são formas de resistência. 
▪ Identificação 
o Estruturas de ornamentação: hifas 
o Estruturas de frutificação: conídios 
o Aspectos coloniais: algodonoso/aveludado/pulverulento 
o Conidiogênese: esporogênicas, conidiogênicas propriamente ditas 
Leveduras (unicelulares) 
▪ Divisão celular na maioria por brotamento. Pseudo-hifas são brotamentos que não se desprendem. 
▪ Membrana/parede formada por polissacarídeos (glicana e manana), proteínas, vestígios de quitina, 
membrana citoplasmática (proteínas, lipídeos, polissacarídeos) 
▪ Identificação 
o Aspectos coloniais: cremoso/cerebriforme/mucoide 
o Morfologia 
o Testes bioquímicos 
Reprodução sexuada (teleomorfa) 
▪ Filamentosos e leveduras 
▪ Fusão de gametas ou hifas especializadas, com variabilidade genética 
▪ Ascósporos, basidiósporos, zigósporos 
▪ Fungos perfeitos apresentam reprodução anamorfa e teleomorfa, fungos imperfeitos somente 
reprodução anamorfa. 
 
Microbiologia João Vitor P. Gama – MED 103 UV 
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Dimórficos 
▪ Ora filamentosos, ora leveduriformes 
▪ Sporothrix schenckii, Histoplasma capsulatum, Paracoccidioides brasiliensis 
▪ Dimorfismo térmico: micelial (ambiente, 18-25°C) e leveduriforme (fase parasitária, 35-37°C) 
 
MICOSES 
Superficiais 
▪ Pitiríase versicolar (micose de praia) 
o Malassezia furfur: levedura, já compõe microbiota da pele 
o Infecção crônica do estrato córneo: lesão hipo/hiper pigmentada, levemente descamativa, 
alguns casos assintomática. Braços, pescoço, tronco, cintura 
o Diagnóstico: exame direto (lâmina com escama da pele), cultura (3 dias a 37°C) 
Cutâneas 
▪ Dermatofitose 
o Gêneros Trichophyton, Microsporum e Epidermophyton: filamentosos, hialinos, septados, 
queratinofílicos e queratinolíticos. Geofílicos, zoofílicos, antropofílicos 
o Segmentação da hifa (artroconídios) → contato com queratina do extrato córneo → produção 
metabólitos e produtos de excreção → hidrólise da queratina → lesões capilares (ectotrix, 
endotrix, fávico) 
o Lesão típica (anel de descamação inflamatória), tinea capitis (couro cabeludo), tinea cruris 
(grandes pregas), tinea pedis, tinea manum, tinea unguium 
o Diagnóstico: exame direto (artroconídios), cultura (ágar mycosel) 
Subcutâneas 
▪ Esporotricose 
o Sporothrix brasiliensis (mais virulento do complexo Sporothrix): dimórfico, predominante em 
gatos (reservatório), regiões tropicais e subtropicais (endêmica na América Latina e epidêmica 
no Rio de Janeiro) 
o Micose subcutânea: doença subaguda ou crônica; granulomatosa. 
▪ Disseminação secundária, com comprometimento de vasos linfáticos e linfonodos. 
▪ Nódulos granulomatosos: lesão necrótica ou ulcerativa 
▪ Vasos linfáticos espessos: nódulos subcutâneos e abscessos 
▪ Esporotricose fixa envolve um nódulo não linfático, limitado 
o Diagnóstico: sinais clínicos, fragmento de tecido/swab cutâneo ou nasal/raspado da lesão. 
Microscopia direta, citologia (imprint) 
Endêmicas 
▪ Paracoccidioidomicose 
o Paracoccidioides brasiliensis: dimórfico, presente em morcegos, cães, gatos, tatus (mais 
frequente) 
o Inalação dos conídios, lesões iniciais nos pulmões: dormência (até décadas), granulomas 
pulmonares ativos (doença pulmonar progressiva crônica), forma disseminada 
o Diagnóstico: pus, escarro, punção de secreção. Exame direto (KOH), leveduras e filamentos 
Microbiologia João Vitor P. Gama – MED 103 UV 
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▪ Histoplasmose 
o Histoplasma capsulatum: dimórfico, presente em forros de casas, ocos de árvores, 
galinheiros, morcegos, galinhas, aves migratórias excretam 
o Inalação dos conídios: multiplicação dentro dos macrófagos e propagação para tecidos 
retículo-endoteliais (fígado, baço, medula óssea, linfonodos) 
o 90% assintomática 
o Pulmonar: febre, calafrios, cefaleia, tosse, mialgia, dor torácica, 10% tem comprometimento 
sistêmico 
o Diagnóstico: escarro e lavado brônquico, biópsia pulmonar. Exame direto (esfregaço ou 
imprint) 
Oportunistas 
▪ Criptococose 
o Cryptococcus neoformans: leveduriforme encapsulado, mais de 70 espécies, presente nos 
excrementos de aves (principalmente o pombo) 
o Inalação de células leveduriformes, secas, minimamente encapsuladas e facilmente 
aerossolizadas: infecção pulmonar primária (assintomática ou com tosse, expectoração, dor, 
emagrecimento, febre), leveduras podem se propagar (SNC [meningoencefalite criptocócia], 
pele, próstata, baço, fígado) 
o Diagnóstico: exame direto (tinta nanquim/da China), cultura (ágar sabouraud dextrose, 
colônia mucoide por causa da cápsula) 
o NOTIFICAÇÃO COMPULSÓRIA 
CANDIDA AURIS 
▪ Ameaça global: muitas são multirresistentes, de difícil identificação com métodos padrão, e com 
surtos em ambientes de saúde 
▪ Fungo leveduriforme emergente 
▪ Doenças graves em pacientes hospitalizados 
▪ Pacientes podem permanecer colonizados por muito tempo 
▪ Pode persistir em superfícies em ambientes de saúde

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