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Gênero Mycobacterium Gênero Mycobacterium Família Mycobacteriaceae Sub-ordem Corynebacteriaceae Ordem Actinomycetales Compreende 160 espécies, a maioria saprófitas de vida livre e algumas presentes na microbiota normal Bacilos aeróbios, não formadores de esporos, não tem flagelo Fracamente Gram positivos Intracelulares, proliferam no interior de macrófagos 2 Estrutura da parede celular: Ácidos micólicos ligados a arabino-galactose que une-se ao peptidioglicano. -60% de lipídeos: maioria ácidos micólicos - Peptideoglicano com ácido N-glucolilmurâmico, ao contrário da maioria das bactérias que tem o ácido N-acetilmurâmico PIM=Fosfatidil-inositol-manano Funcionam como epítopos 3 Parede celular Porinas: proteínas formadoras de canais, conferem baixa permeabilidade a solutos hidrofílicos. M. tuberculosis: parede mais permeável a antimicobacterianos hidrofílicos Parede permite a sobrevivência dentro dos macrófagos Facilita a agregação bacteriana: fator corda Ácidos micólicos: barreira hidrofóbica: gera a resistência a germicidas, à desidratação Sensível à ação de agentes físicos, como o calor e a radiação ultravioleta. BAAR Bacilo Álcool-Ácido Resistente Coloração de Ziehl-Neelsen: -fucsina: retida pela parede -descoloração com álcool(97%) e ácido clorídrico (3%) -lavagem com água -azul de metileno -BAAR: retém a coloração pela fucsina Observação: Assistir vídeo Telelab sobre baciloscopia para tuberculose 5 Fator corda: na parede da bactéria. Cultivo em meio líquido, coloração de Ziehl-Neelsen, 1600X 6 Principais espécies de micobacterias associadas à doença humana Mycobacterium Significado clínico Doença M. africanum Geralmente patogênica Tuberculose humana M. bovis Sempre patogênica Tuberculose humana/ bovina M. tuberculosis Sempre patogênica Tuberculose humana Complexo M. avium Geralmente patogênica Infecção disseminada em aidéticos M. intracellulare Geralmente patogênica Infecção disseminada em aidéticos M.leprae Sempre patogênica Hanseníase M.ulcerans Geralmente patogênica Lesões cutâneas ulceradas DOENÇA: Tuberculose EPIDEMIOLOGIA Principal doença infecciosa causadora de mortes no mundo A tuberculose é um problema global: 8 a 10 milhões de casos novos/ano. 3 milhões de mortes/ano. Maior incidência: países com baixas condições sócio-econômicas e nutricionais Brasil: 35-45 milhões de infectados 70 000 casos da doença/ano 4-5 mil mortes/ ano 10 EPIDEMIOLOGIA -TB: causa de 7% das mortes na Terra 26% de mortes possíveis de prevenir -1993: OMS declara TB como questão de urgência na saúde pública Ressurgimento da TB devido à HIV/AIDS (anos 1980) -Aumento de imigração de países com alta prevalência para países desenvolvidos. -Pelo teste PPD: 1/3 da população infectada com M. tuberculosis (1,7 bilhões de pessoas) -Brasil: 25-30% da população infectada (40 milhões de pessoas) -2012: casos notificados de TB nos estados brasileiros em ordem decrescente (AM, RJ, PE, RS -Alta incidência de MDR/TB em ordem crescente: Letônia, Índia, Estônia, Republica Dominicana, Argentina -Mortalidade por MDR/TB: 40-60%, equivalente à mortalidade de pacientes não tratados 11 Mycobacterium tuberculosis Múmias egípcias - 3.400 anos antes de Cristo Foi descrito por Robert Koch, bacteriologista alemão, em 1882 - Bacilo de Koch Bacilo de 0,3-0,6 X 1-1,4µm - de crescimento lento, tempo de geração de 24hs Bacilo reto ou ligeiramente curvo, imóvel, não esporulado, não encapsulado – formam agrupamento dos bacilos em forma de ramos alongados e tortuosos, conhecidos como cordas Dificilmente podem ser corados pelo método de Gram, mas são considerados como Gram positivos pelas características da sua parede celular. Seu tempo de geração é longo, podendo variar de 14 a 20 horas, dependendo do meio de cultura empregado para seu crescimento. Dentro do macrófago, habitualmente, multiplica-se a cada 25-32 horas. 12 Conhecida como: tísica desde Hipócrates, Escrófula manifestada nos gânglios linfáticos do pescoço, doença de Pott ou deformidade de Gibbous (deformidade da espinha, causa paralisia) Introduzida no Brasil pelos portugueses na época do descobrimento. Tratamento da tuberculose no Brasil: 1927: BCG oral em recém-nascidos Segunda Guerra Mundial: descoberta da estreptomicina A partir da década de 40 mortalidade reduzida pela introdução de isoniazida e ácido para-amino-salicílico 1973: implantada vacina BCG intradérmica 1976: introduzido o esquema de tratamento por 6 meses com rifampicina, isoniazida e pirazinamida Modo de transmissão: -Através de aerossóis aéreos contendo bacilos (tosse, fala, escarro), expelidos do pulmão pela tosse, espirro ou perdigotos . -Permanece no ar por algumas horas -Doença altamente contagiosa Risco de Infecção Concentração de bacilos na partícula exalada (1-10 bacilos é suficiente) Características aerodinâmicas da partícula Taxa de ventilação local Duração da exposição 14 Mecanismo de infecção Fonte de infecção: Tuberculoso com doença pulmonar ativa. 15 Tuberculose: A doença Bacilos fagocitados por macrófagos alveolares: Em 2 a 6 semanas estabelecida a imunidade mediada por linfócitos T: Th1 secretam IFN-γ que ativa macrófagos, eliminação da maior parte da carga bacilar, sem sintomas. Evidência de infecção pelo teste tuberculínico (PPD) ou pelo R-X (lesão calcificada). Infecção latente: lesões calcificadas com bactérias viáveis, latentes no interior dos macrófagos. Estabelece um reservatório bacteriano com 5% de chance de desenvolver TB em 1 ano, 10% ao longo da vida. Morte de bacilos e fagócitos: necrose. Se predominar a resposta imune: lesão é contida (granuloma), detecta cicatriz residual no pulmão (90-95% dos infectados) Expansão da necrose, atingindo um bronquio, formação de cavidade e disseminação de bacilos pela tosse e hemoptise (escarro com sangue) Tuberculose miliar: extrapulmonar em 15% dos pacientes. Bacilo alcança a corrente sanguínea e dissemina-se para pleura, linfonodos, fígado, ossos, coração, articulações, meninges, peritônio,etc. 16 Patogênese da tuberculose Capilar sanguíneo Bronquíolo Macrófago Bacilo Resposta imune: macrófagos recrutados 17 -2 a 6 semanas: Surge resposta imune adaptativa mediada por células -Granulomas: células epitelóides, células gigantes e linfócitos (resolução da infecção), cicatrização Resposta imune: -RI Inata: Ativação de macrófagos por citocinas (TNF, INF-γ) -RI adaptativa: ativação de Th1, granuloma, redução da carga bacteriana em 2 semanas, resolução da infecção Th2: evolui para TB, necrose e progressão da doença -Bacilos remanescentes em estado não replicativo. Estado de latência. Pode voltar a replicar em condição de imunossupressão RI causa dano tecidual: granulomas e necrose Centros dos tubérculos necrosam e formam material caseoso 18 Imunidade na tuberculose Resposta TH1: Reação de Hipersensibilidade Tardia (tipo IV) Reação granulomatosa para conter a infecção: acúmulo de macrófagos, células epitelióides que se fundem como células gigantes. Resolução da infecção. Resposta TH2: lesão tecidual prossegue para necrose caseosa, progressão da doença. Infecção latente por M. tuberculosis: -Redução do metabolismo bacteriano, decorrente da RI celular. Não erradica a infecção. -Tuberculose latente não representa risco de saúde pública -Reativação do bacilo: por imunossupressão pela infecção pelo HIV (risco de 8%/ano) ou outras imunossupressões Infecções oportunistas por micobactérias atípicas: -M. avium, M. kansasii, M. fortuitum, M. chelonae em pacientes com AIDS ou outras imunossupressões Tuberculose na AIDS: -HIV alterou drasticamente a epidemiologia da tuberculose -Tuberculose induz desenvolvimento de AIDS em HIV positivos pela produção de citocinas -Diagnóstico da tuberculose em HIV positivos dificultado por teste tuberculínico falso negativo, achados atípicos no R-X, baciloscopianegativa para BAAR, tuberculose extrapulmonar Evolução para doença: Tuberculose Ruptura da parede do bronquíolo e disseminação dos bacilos Lesão tecidual pela RI liquefaz porções infectadas dos pulmões 21 Ciclo do M. tuberculosis na doença 22 SINTOMAS DA TUBERCULOSE PULMONAR (Hemoptise) Formas clínicas da doença Extra pulmonares (miliar): ~15% das doenças ativas -rins, -ossos, -meninges -outros 24 Mycobacterium tuberculosis: -Bacilos de 0,3 a 0,6μm de diâmetro x 1,0-4,0 μm de comprimento -Tempo de geração: 24 horas em meio sintético e em animais -Crescimento em cultura: visíveis em 3-4 semanas de crescimento, colônias de superfície seca e rugosa -M. tuberculosis H37Rv (linhagem mais bem caracterizada): alto conteúdo de G + C (65,9%) -Possíveis fatores de virulência: fosfolipases C, lipases e esterases (podem atacar membranas celulares e vacuolares), proteases - Fosfolipase relacionada com a persistência do bacilo no fagolisossomo 25 TRATAMENTO Antibacterianos de 1ªlinha: DOTS (Directly Observed Treatment Short-course) isoniazida, rifampicina, etambutol, pirazinamida (2 meses) + isoniazida e rifampicina (4 meses). Ação bactericida. Tratamento monitorado por agentes de saúde Antibacterianos de 2ª linha em casos de resistência a rifampicina e isoniazida: ác. p-aminosalicílico, ciclosserina, etionamida, fluoroquinolonas (bacteriostáticas, eficácia menor, maior toxicidade) Tuberculose latente: isoniazida por 6-9 meses elimina bacilos latentes Novas drogas em desenvolvimento para tratamento de MDR/TB: Bedaquilina, Icarcilin 26 Resistência às drogas -Tuberculose resistente a múltiplas drogas (MDR/TB): resistência a pelo menos rifampicina e isoniazida. Requer tratamento com drogas de segunda ou terceira linha -Tuberculose extensivamente resistente (XDR/TB): resistência a vários antibacterianos de uma só vez. Resistência a isoniazida e rifampicina e a pelo menos 3 dos 6 antibacterianos de 2ª linha (ác. p-aminosalicílico, cicloserina, aminoglicosídeos, fluoroquinolonas) Muitas bactérias tem plasmídeos de resistência, potencializam rápida transição para MDR/XDR em linhagens sensíveis a antibióticos. Não observado em M. tuberculosis. Neste resistência causada por mutações cromossomais randômicas em diferentes genes (inserção, deleção, substituição nucleotídica). - Muito difícil desenvolver resistência à isoniazida e rifampicina em pacientes corretamente tratados -Monoterapia induz seleção de populações de bactérias resistentes. Necessário uso de terapia combinada. -Sintomas de debilitação física desaparece em 4-6 semanas de tratamento: leva à interrupção do tratamento. Possibilita seleção de bactérias resistentes. 27 DIAGNÓSTICO Prova da tuberculina ( teste de Manteoux ou PPD) Detecta infecção recente ou passada, infecção latente Positivo em vacinados com BCG Positivo: > 5mm de diâmetro após 48h 28 Diagnóstico laboratorial Bacterioscopia (Baciloscopia): esfregaços corados pelo método de Ziehl-Neelsen detecta BAAR 29 Baciloscopia Baciloscopia Diagnóstico Cultura: Diagnóstico específico 2 a 8 semanas Identificação definitiva c/ testes bioquímicos Técnicas moleculares: Sondas de ácidos nucleícos espécie-específicas ou PCR (diagnóstico rápido) Teste de sensibilidade a antibacterianos: em cultura, por técnicas de detecção genotípica Grupos de risco Desnutridos Presioneiros: (risco 28X maior do que a população em geral*) Alcoolistas, Moradores de rua ( risco 67X*) Povos indígenas (3X*) Drogados por via intravenosa Idosos e muito jovens. Pacientes c/ terapia imunossupressora Aidéticos (risco 35X*) Trabalhadores da área da saúde 34 Risco de contrair a doença está associado a: Taxa de infecção ativa da população. Baixos níveis sócio-econômicos Assistência médica inadequada 35 PREVENÇÃO E CONTROLE Tratamento imediato e eficaz dos pacientes com tuberculose ativa e acompanhamento cuidadoso dos contatos. Melhoria de condições sócio-econômicas e de Saúde Pública. 36 Vacina BCG Imunidade celular (0-80% de eficácia): eficaz contra meningite tuberculose, não protege contra TB pulmonar em adultos Atua como adjuvante auxiliando na imunidade geral Até 1 ano de idade + uma dose na idade escolar Não pode ser usada em imunocomprometidos Vacina de DNA em teste 37 Mycobacterium leprae 40 Hanseníase: esclarecer para erradicar 1400 a.C.: doença referida nas escrituras sagradas indianas 150 a.C.: estudada por Aractus e Galeno na Europa Século I a.C.: soldados romanos levaram para a Itália após batalha na Índia, disseminando para toda Europa durante a Idade Média. Procede da Índia e África Doentes isolados em leprosários Em 1873, Mycobacterium leprae (M. leprae) foi identificado pelo médico dermatologista e bacteriologista norueguês Gerhard Henrick Armauer Hansen, como sendo o agente causador da hanseniase. Identificado em biopsias de lesões Conhecido como bacilo de Hansen. DOENÇA: Doença de Hansen, Hanseníase EPIDEMIOLOGIA 10-12 milhões de casos (2/3 na Ásia e 1/3 na África) 232.857 casos novos em 2012 no mundo Maior prevalência em áreas rurais de regiões tropicais e subtropicais Relacionada com a pobreza Brasil: alta endemicidade Número de casos novos diagnosticados no Brasil 43.652 – 2006 28.761 - 2015. Prevalência da doença reduzida pela vacinação por BCG Busca ativa em crianças – campanha nas escolas 44 CARACTERÍSTICAS DO AGENTE ETIOLÓGICO Agente patogênico: Mycobacterium leprae Parasita intracelular obrigatório, predominante em macrófagos Invade o sistema nervoso periférico: degeneração axonal, fibrose e desmielinização Imóvel, microaerofilo, não forma esporos, não produz toxinas e não possui plasmídeos. Características de cultivo: Não cultiváveis em meios artificiais Fora do organismo humano, o bacilo pode manter-se viável por até dez dias a 4°C, em fragmentos de biopsias ou suspensão. Crescem a 30°C 46 Características morfo-tinturiais Bastonetes retos ou ligeiramente curvos Isolados ou em globias, ou em arranjos paralelos que lembram um maço de cigarros 4-7 m de comprimento e 0,3-0,5 m de diâmetro. Álcool- ácido resistentes (propriedade mais fraca que outras micobactérias) Fatores de virulência: -glicolípídeos fenólicos: protege contra reativos do oxigênio (sobrevive no fagolisossomo) -lipoarabinomanano: supressor de funções imunológicas 47 DOENÇA DE HANSEN -M. leprae: única bactéria patogênica por invadir tecido nervoso periférico -Afeta pele, vias aéreas superiores, olhos, sistema nervoso periférico ( leva à degeneração axonal, fibrose e desmielinização) -Olhos: iritis, catarata, ulceração córnea. Progressão da doença ocular em “curados”, cegueira. Lesões oculares por dano crônico dos nervos simpatéticos -Desmielinização com perda sensorial e desfiguração -Bacilo invade nervos, coloniza células de Schwann (falta de produção de mielina e desmielinização -Infecção causa proliferação celular, expressão de moléculas de adesão e imunoinflamatórias, alterando a concentração de citocinas (TNF-α e TGF-β envolvido no desenvolvimento das lesões) TIPO DE HANSENÍASE CARACTERÍSTICA TUBERCULÓIDE LEPROMATOSA Bacilos nas lesões Não ocorrem Muitos Imunidade celular Alta Baixa ou nenhuma Teste de Mitsuda Positivo (Th1) Negativo (Th2) Título de anticorpos anti-bacilos Baixos ou ausente Alto Lesões nos nervos Localizadas e limitadas Extremidades (Cotovelos, pulsos, joelhos e tornozelos) Lesões cutâneas Poucas placas eritematosas ou hipopigmentadas Numerosos nodulos, máculas e placas e extensa destruição tecidual Período de incubação (anos) 2-5 8-12 Paucibacilar-PB) Multibacilar_MB) 49 Tipo de resposta imune e prognóstico Tipo de Resposta X Prognóstico Imunidade à M. leprae : dicotomia Th1/Th2 TUBERCULOIDE Th1 LEPROMATOSA Th2 Baixa infectividade Poucos organismos nas lesões Menor disseminação– até nervos perífericos Nível normal de Imunoglobulina Ativação de células Th1 secretam citocinas (Interferon gama e fator de necrose tumoral) que ativam o macrófago que conseguem controlar a infecção Alta infectividade Muitos organismos nas lesões Maior disseminação atingindo também os ossos e cartilagens Hipergamaglobulinemia – alto nível de anticorpos que não conseguem resolver a infeção intracelular Resposta Th2 – secretam citocinas (interleucina 4, 5, 10 – inibe a ativação de macrófagos SÍNDROMES CLÍNICAS FORMAS CLÍNICAS: Indeterminada Tuberculóide: período de incubação dois a cinco anos Dimorfa Lepromatosa ou Virchoniana: período de incubação oito a doze anos FORMAS POLARES: Hanseníase tuberculóide: resposta Th1, paucibacilar Hanseníase lepromatosa : resposta Th2, multibacilar, reação inflamatória sistêmica 52 FORMA INDETERMINADA FORMA TUBERCULOIDE FORMA DIMORFA FORMA VIRCHOWIANA - Lesões - manchas esbranquiçadas na pele (manchas hipocrônicas), únicas ou múltiplas, de limites imprecisos e com alteração de sensibilidade. - alteração apenas da sensibilidade térmica - Não há comprometimento de nervos - Baciloscopia de raspado intradérmico é sempre negativa, quando positiva indica evolução da doença. – Lesões em placa na pele, com bordas bem delimitadas, eritematosas, ou por manchas hipocrômicas nítidas, bem definidas. - Apresenta queda de pelos e alteração das sensibilidades térmica, dolorosa e tátil. - As lesões de pele apresentam-se em número reduzido, podendo, também, ocorrer cura espontânea. - Comprometimento de nervos ocorre, geralmente, de forma assimétrica, - Baciloscopia de raspado intradérmico é negativa. – clinicamente oscila entre as manifestações da forma tuberculoide e as da forma virchowiana. - Pode apresentar lesões de pele, bem delimitadas, com pouco ou nenhum bacilo, e lesões infiltrativas mal delimitadas, com muitos bacilos. - Comprometimento de nervos, podendo esse paciente desenvolver incapacidades e deformidades físicas. - Baciloscopia pode ser positiva ou negativa - disseminação de lesões de pele que podem ser eritematosas, infiltrativas, de limites imprecisos, brilhantes e de distribuição simétrica. - podem se formar pápulas, tubérculos, nódulos e placas - Pode haver infiltração difusa da face e de pavilhões auriculares com perda de cílios e supercílios. - obstrução nasal e rinite, - doença sistêmica - manifestações mucosas e viscerais importantes, especialmente nos episódios reacionais, onde olhos, testículos e rins, entre outras estruturas, podem ser afetados. Existem alterações de sensibilidade das lesões de pele e acometimento dos nervos - Baciloscopia é positiva com grande número de bacilos. SINTOMAS Lesões em superfícies mais frias: mucosa nasal, extremidades dos nervos periféricos (cotovelo, pulsos, joelhos, tornozelos) SINAIS E SINTOMAS DERMATOLÓGICOS • Manchas esbranquiçadas ou avermelhadas – alteração na cor da pele, sem relevo. • Pápulas – lesão sólida, com elevação superficial e circunscrita. • Infiltrações – alteração na espessura da pele, de forma difusa. • Tubérculos – lesão sólida, elevada (caroços externos). • Nódulos – lesão sólida, mais palpável que visível (caroços internos). Na fase inicial da doença, pode haver um aumento da sensibilidade acompanhada de uma sensação de formigamento que pode ser confundida com coceira. Geralmente a hanseníase manifesta-se por meio de lesões de pele com diminuição ou ausência de sensibilidade ou lesões dormentes, em decorrência do acometimento dos ramos periféricos cutâneos. Na fase inicial da doença, pode haver um aumento da sensibilidade acompa nhada de uma sensação de formigamento que pode ser confundida com coceira. Outros Sintomas Gerais precisam ser valorizados: • Edema de mãos e pés 55 TUBERCULOIDE LEPROMATOSA SINAIS E SINTOMAS NEUROLÓGICOS • Dor e/ou espessamento dos nervos periféricos. • Diminuição e/ou perda de sensibilidade nas áreas inervadas por esses nervos, principalmente nos olhos, nas mãos e nos pés. • Diminuição e/ou perda de força nos músculos inervados por esses nervos, principalmente nas pálpebras e nos membros superiores e inferiores Outra forma de manifestação da doença são as lesões nos nervos periféri- cos. Essas lesões são decorrentes de processos inflamatórios dos nervos periféri- cos (neurites), causados tanto pela ação direta do bacilo nos nervos, como pela reação do organismo ao bacilo. Os sintomas são: 58 HABITAT Ser humano, alguns primatas infectados Tatus selvagens (Dasypus novemcinctus): reservatório natural Modelos experimentais: coxim da pata de camundongo, tatu 59 TRANSMISSÃO Vias aéreas superiores (mucosa nasal) Pacientes multibacilares e sem tratamento Pele (?) Sem evidência de infecção pela pele intacta Possibilidade de transmissão por vetores artrópodes? Fatores que levam à aparência desfigurada da doença Invasão do sistema nervoso periférico: Anestesia da pele queimaduras e outros traumatismo infecção por outras bactérias Reabsorção dos ossos. Infiltração da pele e dos nervos enrugamento e edema da pele 61 FATORES DE RISCO Nível de exposição e intensidade da fonte infecciosa Fatores genéticos: -gene nramp (natural resistance associated macrophage protein): regula ativação de macrófagos -gene do receptor de vitamina D (VDR): diferentes alelos influenciam a resposta imune para o polo tuberculóide ou virchowiano Interação hanseníase e infecção pelo HIV: não aparenta modificar o curso da infecção pelo M. leprae. Resultados inconsistentes. O lento crescimento do bacilo da hanseníase impede uma boa avaliação do impacto do HIV em pacientes com hanseníase Vacinação BCG: efeito protetor contra a hanseníase Exame clínico Nenhum exame laboratorial é suficiente para diagnosticar ou classificar a hanseníase. Intradermorreação de Mitsuda, baciloscopia e histopatologia, geralmente, permitem diagnosticar e classificar a forma clínica. PCR (reação em cadeia da polimerase) amplificação do DNA do M. leprae presente na amostra clínica. Ferramenta útil no diagnóstico DIAGNÓSTICO É positiva nos pacientes tuberculoides, em que há boa resposta imunocelular, negativa nos virchowianos, nos quais essa resposta é deficiente, e mostra graus variáveis de positividade nos dimorfos. INTRADERMORREAÇÃO DE MITSUDA Baciloscopia de esfregaço intradérmico - exame complementar para a identificação dos casos PB e MB de difícil classificação clínica. Baciloscopia positiva classifica o caso como MB. O resultado negativo não exclui o diagnóstico da doença. Critérios de Indicação para Realização da Baciloscopia A baciloscopia é um exame complementar ao diagnóstico clínico e deve ser solicitado pelo médico da unidade básica, prioritariamente, nas seguintes situações: a) Em caso de dúvida na classificação para instituição da poliquimioterapia. b) Diagnóstico diferencial com outras doenças dermatoneurológicas (vitiligo, micoses). c) Casos suspeitos de recidiva. BACILOSCOPIA BACILOSCOPIA SÍTIOS DE COLETA DO RASPADO INTRADÉRMICO Em pacientes com lesões cutâneas visíveis ou áreas com alteração de sensibilidade, a coleta deverá ser feita em lóbulo auricular direito (LD), lóbulo auricular esquerdo (LE), cotovelo direito (CD) e lesão (L), Em pacientes que não apresentam lesões ativas visíveis, colher material do lóbulo auricular direito (LD), lóbulo auricular esquerdo (LE), cotovelo direito (CD) e cotovelo esquerdo (CE), COLORAÇÃO DO ESFREGAÇO PELO MÉTODO DE ZIEHL-NEELSEN A FRIO - solução de fucsina de Ziehl-Neelsen, durante 20 minutos. - Descorar os esfregaços com solução de álcool-ácido a 1%, Escala Logarítmica de Ridley (0) – Ausência de bacilos em 100 campos examinados. (1+) – Presença de 1 a 10 bacilos, em 100 campos examinados. (2+) – Presença de 1 a 10 bacilos, em cada 10 campos examinados. (3+) – Presença de 1 a 10 bacilos, em média,em cada campo examinado. (4+) – Presença de 10 a 100 bacilos, em média, em cada campo examinado. (5+) – Presença de 100 a 1.000 bacilos, em média, em cada campo examinado. (6+) – Presença de mais de 1.000 bacilos, em média, em cada campo examinado ÍNDICE MORFOLÓGICO (IM) A descrição morfológica dos bacilos é de especial importância nos casos de suspeita de recidiva e resistência medicamentosa. ÍNTEGROS FRAGMENTADOS GRANULOSOS Viáveis, Antes do tratamento Falhas na parede celular. Inviáveis ou mortos, após tratamento Tratamento poliquimioterápico (PQT), proposta pela OMS e adotada pelo MS • Casos paucibacilares (PB): A- Hanseníase indeterminada: início da doença, até cinco manchas de contornos mal definidos e sem comprometimento neural. B. Hanseníase tuberculoide: até cinco lesões, bem definidas, com um nervo comprometido. • Casos multibacilares (MB): A-Hanseníase borderline ou dimorfa: acima de cinco lesões, comprometimento de dois ou mais nervos, B- Hanseníase virchowiana: dificuldade para separar a pele normal da danificada, compromete nariz, rins e órgãos reprodutivos masculinos, neurite e eritema nodoso (nódulos dolorosos) na pele. TRATAMENTO OMS desde 1982: PQT (Dapsona, rifampicina e clofazimina) Multibacilares: 12 ou 24 meses. Dapsona, rifampicina e clofazimina Paucibacilares: 6 meses. Dapsona e rifampicina Índice de erradicação bacteriana de 99% Casos de recidiva: por diagnóstico errado e tratamento por tempo insuficiente Tipos de resistência: 1) resultante de um tratamento inadequado 2)bacilos persistentes voltam a multiplicar-se 3) mutações em genes relacionados à resistência às drogas 70 TRATAMENTO Grande maioria dos casos é curável Paciente tratado, intervalo de 6 meses 72 PREVENÇÃO Rápida e eficiente detecção, tratamento adequado e cuidados preventivos das sequelas Quimioprofilaxia (dapsona) para crianças expostas. Vacinação BCG (bacilo de Calmette-Guërin) - aplicada nos contatos intradomiciliares, sem presença de sinais e sintomas de hanseníase, no momento da avaliação, independentemente de serem contatos de casos PB ou MB. 73 Obrigada pela atenção image1.png image2.png image3.jpeg image4.jpeg image5.jpeg image6.png image7.png image8.png image9.gif image10.png image11.jpeg image12.png image13.jpeg image14.jpeg image15.jpeg image16.jpeg image17.jpeg image18.png image19.jpeg image20.png image21.png image22.png image23.png image24.png image25.png image26.png image27.png image28.png image29.png image30.png image31.png image32.png image33.png image34.png image35.png image36.png image37.png image38.png image39.png image40.png image41.png image42.png image43.png image44.jpeg image45.png image46.jpeg image47.png image48.png image49.png image50.png image51.png image52.png image53.png image54.png image55.png image56.jpeg image57.png image58.png image59.png image60.png image61.png image62.png image63.png image64.jpeg image65.jpeg image66.jpeg