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HÉRNIAS INGUINAIS -Passagem de um conteúdo de uma região que lhe é própria para uma que não é → de uma cavidade para outra cavidade, ou de uma cavidade para o meio externo. ❖ Hérnias inguinais ❖ Hérnia umbilical ❖ Epigástrica/ventrais/incisionais ❖ Richter – pinçamento lateral da alça ❖ Littré – divertículo de meckel ❖ Spigel – linha semilunar ❖ Obturadora – forame obturador ❖ Lombar – trígonos ❖ Perineal ❖ Paraestomal -Prejuízo da evolução humana → andar em 4 patas dividia o peso → quando passou a andar em 2 pernas, a pressão ficou concentrada na pelve. Outro porém: reto abdominal e oblíquo abdominal eram juntos → quando passamos a andar de pé, nosso oblíquo deu uma alargada, criando uma região de fraqueza. -Aumento da pressão na pelve -Representa 69% de todas as hérnias, sendo mais comum em homens, à direita -Direta (oblíqua externa) // indireta (oblíqua interna) – mais comum -Classificação de Nyhus Anatomia inguinal: -Trígono de Hasselbach: quando o oblíquo externo se distanciou do reto abdominal, criou-se uma região de fragilidade. Delimitado pelos vasos epigástricos inferiores, ligamento inguinal e a borda do reto abdominal. Nesse trígono passa o canal inguinal. -Canal interno: Quando nascemos, o canal inguinal é justo um com o outro. Com a evolução embriológica, o canal inguinal vai se distanciando um do outro, e nesse distanciamento cria-se um túnel. Por esse túnel passam os vasos gonadais e o deferente no homem; na mulher, passa o ligamento redondo. -Hérnia direta: pressão acontece diretamente na parede abdominal, no ponto de maior fragilidade → hérnia medial aos vasos epigástricos. -Hérnia indireta: acontece indiretamente pelo canal → hérnia localizada lateralmente aos vasos epigástricos inferiores. -Trato íleopúbico: fibra tendinosa que vai da crista ilíaca até o púbis → porção posterior, mais interna do ligamento inguinal, “praticamente o ligamento inguinal olhando de dentro para fora”. Não é visto em cirurgia convencional. -Fáscia transversalis: camada mais interna da membrana mais interna da musculatura do transverso, “quase o peritônio”. -Na maioria das pessoas, o Trígono de Hasselbach não tem musculatura, tendo somente a fáscia transversalis, por isso é a região de maior fragilidade. -Quando o ligamento inguinal vai chegando perto do púbis, ele sofre um espessamento, que é denominado ligamento de Cooper ou pectíneo. O pectíneo envolve toda a parte superficial do púbis. -Entre o ligamento inguinal e o pectíneo, temos o ligamento lacunar ou gimbernat. -Entre o ligamento inguinal e o púbis passam os vasos femorais. -Anatomicamente, a hérnia tem que estar acima do ligamento inguinal (anterior, com o paciente deitado). Se for inferior ao ligamento inguinal ela está entrando no forame femoral → é uma hérnia femoral – entra ao lado dos vasos femorais. Classificação anatômica das hérnias: -Direta – vem direto na parede/indireta – pelo canal inguinal/mista – tem componentes direto e indireto/deslizamento – quando uma alça ou órgão faz parte da hérnia -Femoral – mais comum em mulher (hérnia mais comum na mulher é inguinal indireta à direita) Classificação de Nyhus: I – Hérnia indireta com anel interno íntegro (hérnia da criança) → como resolver? Reduzo o saco peritoneal, colocando-o para dentro da cavidade abdominal e fecho CONCEITO TIPOS DE HÉRNIAS HÉRNIA INGUINAL II – Hérnia indireta com anel interno alargado, mas com a parede posterior intacta → já tem um defeito no anel inguinal interno, por isso que herniou III – Defeitos da parede posterior → do trígono de Hasselbach, da fáscia transversalis ❖ IIIA – hérnia direta ❖ IIIB – hérnia indireta – anel interno dilatado com destruição medial da fáscia transversalis (hérnia inguinoescrotal; pantalon – vem de calça, como se a hérnia ficasse “montada” no ligamento inguinal; hérnias de deslizamentos) → é mista – geralmente são volumosas, porque alargou o anel inguinal, destruiu a parede abdominal e gerou uma protusão grande ❖ IIIC – hérnia femoral IV – Hérnias Recidivadas ❖ IVA – direta ❖ IVB – indireta ❖ IVC – femoral ❖ IVD – combinação de A, B e C Etiopatogenia da hérnia inguinal: -Persistência do processo vaginal → em crianças / só reduzir -Prematuridade e baixo peso -Tabagismo → principalmente direta, já que a fáscia transversalis vai ficando frágil -Idade -Doenças do colágeno Apresentação clínica e diagnóstico da hérnia inguinal: -Abaulamento, “caroço” na região -Dor → geralmente não dói, mas quando dói ela pode estar encarcerada (conteúdo entra e não consegue voltar – dor acontece pelo processo de isquemia). Quando o processo de isquemia está instalado, a gente chama essa hérnia de estrangulada. No primeiro momento, o sistema arterial vence essa estenose, mas vai deixando o sistema herniário mais túrgido/edemaciado e isso vai gerar o sofrimento. Paciente com hérnia estrangulada normalmente será aquele que está vomitando bastante – principal local que hernia = intestino delgado, que com obstrução, 1° sintoma é vômito. -Manobra de Landivar → colocar o dedo no anel inguinal externo com o paciente em pé, pedir para o paciente fazer uma manobra de Valsalva/força abdominal (soprando a mão, por exemplo) → se hérnia, sentirá algo batendo no seu dedo → se bater na ponta do dedo, é porque está vindo por dentro do canal (hérnia indireta) e se bate embaixo do dedo (na polpa) é porque está vindo de dentro da barriga para fora (hérnia direta). -Exames de imagem – ultrassom (pode dizer se a hérnia está em sofrimento ou não) → em convênios, é pedido para justificar o procedimento cirúrgico Tratamento da hérnia inguinal: -Cirúrgico → sempre! Técnicas clássicas: ❖ Bassini (fechava oblíquo no reto – amarrando o tendão conjunto no reto) → sutura por tensão: tem grande chance de separar – recidiva em 40%; Zimmerman; Shouldice ❖ McVay → parecida com Bassini, mas muda o ponto de ancoragem ❖ Lichtenstein / Stoppa → técnicas sem tensão – coloca uma prótese no local para fazer o reforço (telas) → a céu aberto: abre o canal inguinal, abre a região inguinal do paciente no centro cirúrgico ❖ TAPP (intraperitoneal – abre o peritônio, coloca a tela e fecha o peritônio), TEP (extraperitoneal – técnica mais difícil, espaço menor) → técnicas laparoscópicas Cirurgia convencional: Faço a inguinotomia – incisão – tira a pele e gordura subcutânea → vai aparecer o oblíquo externo, anel inguinal externo. -Oblíquo externo é o teto do canal inguinal. Próximo passo da cirurgia é abrir o oblíquo externo → se achar uma fragilidade na parede, hérnia direta. -Técnica de antigamente: Bassini, mostrando a sutura da região da musculatura do obliquo → não se faz mais! -Hoje: colocamos uma tela, uma prótese, fazendo um reforço do assoalho. A hérnia inguinal é corrigida porque faz-se uma “gravata” do anel inguinal interno, fechando-o com a tela, além de corrigir o defeito da fáscia transversalis. Depois, fecha-se o oblíquo externo. Normalmente não se mexe no anel inguinal externo. Isso é o método de Lichtenstein. -Onde fixar a tela? O primeiro ponto da tela vai no Cooper e a linha de sutura é no ligamento inguinal. Assim, fecha-se o defeito junto ao ligamento inguinal. Se a hérnia for femoral, é necessário fechar a tela no gimbernat. -Técnica de Stoppa: quando usar? Quando temos uma hérnia inguinal bilateral junto com uma hérnia umbilical. A tela é colocada pré-peritoneal. O espaço pré peritoneal – anterior é chamado de Retzius; nas laterais – nas fossas ilíacas – esse espaço chama-se Bogros. A tela é colocada em algum desses espaços → é exatamente o que a hérnia por vídeo faz também, só que sem o corte. A técnica de Stoppa consiste numa incisão inguinal de fora a fora bilateral, parando na gordura pré-vesical, onde será aberta a tela. -Deferente sempre vai para a regiãomedial. -Hérnia direta nesse caso está no abaulamento próximo a seta de anterior para posterior. Hérnia indireta fica onde está entrando o anel inguinal interno (mais ou menos no meio da seta azul). -Lateral aos vasos epigástricos sempre é uma hérnia indireta; medial é direta. FOTO ORIGINAL Incisão que retirou o peritônio Vasos epigástricos inferiores Púbis (junto com ele: ligamento pectíneo) Linha azul: trato ileopúbico - onde estará o ligamento inguinal. Deferente – verde Vasos gonadais - em amarelo. Vasos ilíacos (vasos femorais) - em roxo Hérnia femoral: ao lado dos vasos femorais e acima do Cooper Dourado: hérnia direta Prata: hérnia indireta -Entre o trato íleopúbico – ligamento inguinal – e o púbis, nós temos o anel femoral → onde ocorrem as hérnias femorais, junto com os vasos femorais. -Persistência do anel umbilical → maioria das crianças fecha sem intervenção até os 4 anos -Falhas na linha alba -Correção nos casos de encarceramento crônico, volumosas ou sintomáticas → geralmente não colocamos tela (defeitos até 2 cm, só suturamos; defeitos maior que 2 cm → tendência a pôr tela) -Hérnia de sítio cirúrgico -Escolha do fio (catgut tem força tensa de até 14 a 21 dias, perdendo-a posterior a isso; atualmente, utilizamos fios com força tensa mais moderna, de até 45 dias) -Infecção (onde tem infecção pode ter deiscência) -Isquemia (se a região que estou suturando é bem vascularizada, chance de deiscência) -Tensão (tentar aproximar duas estruturas “na marra” – grande chance de dar deiscência) -Correção de hérnia sem tela não funciona → porque há tensão na sutura -Defeitos da linha alba acima da cicatriz umbilical -Geralmente são múltiplas -Correção cirúrgica (se for sintomática) com ou sem tela HÉRNIA UMBILICAL HÉRNIA INCISIONAL HÉRNIA EPIGÁSTRICA