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PERÍODO FETAL
Da nona semana ao nascimento
Introdução: 
Mudança para o período fetal: o embrião se desenvolveu 
em um ser humano reconhecível com todos os seus 
principais sistemas e órgãos formados;
Rápido crescimento do corpo e diferenciação de tecidos, 
órgãos e sistemas;
Redução do crescimento da cabeça (crescimento rápido do 
corpo);
Ganho de peso nas últimas semanas;
Períodos de crescimento contínuo intercalados com períodos 
de ausência de crescimento.
Estimativa da idade do feto
Geralmente feita a partir do LNMP
Pode-se medir por ultra-som o comprimento topo da cabeça 
– nádega (CRL) para determinar o tamanho e provável 
idade do feto
Período intra-uterino pode ser calculado em dias, semanas 
ou meses – deve-se explicitar o parâmetro atribuído para o 
cálculo.
Estruturas que podem ser medidas e identificadas para 
verificar o crescimento normal do feto:
Circunferência da cabeça
Circunferência abdominal
Comprimento de fêmur
Comprimento do pé
Figura: desenhos de fetos em vários estágios de desenvolvimento. CRL: comprimento vértex-
nádega.
Trimestres da gestação
Gestação dividida em três trimestres:
fim do primeiro trimestre: todos os principais 
sistemas estão formados
final do segundo trimestre: cresce o suficiente em 
tamanho, é possível descobrir anomalias anatômicas; 
o feto pode sobreviver se nascer prematuramente.
Marco importante do desenvolvimento com 35 
semanas – pesa cerca de 2500 g (maturidade fetal)
Nona a 12ª semana
início da nona semana a cabeça constitui metade do CRL - o 
crescimento do corpo se acelera 
Com nove semanas:
face larga, olhos separados, orelhas com implantação baixa e 
pálpebras fundidas;
pernas curtas e coxas pequenas.
Fim da décima segunda semana:
centros de ossificação primária já aparecem; membros superiores 
com tamanho relativo final e inferiores mais curtos;
genitália estabelecida;
intestino de volta ao abdome;
início da eritropoese do baço (substituindo o fígado);
Medula óssea em vários ossos;
Formação dos pelos e glândulas sudoríparas;
Rins formam urina livre de dejetos metabólicos.
Figura: esquema ilustrando a variação das proporções do corpo durante o período fetal. Todos 
os estágios estão desenhados com a mesma altura total. 
13ª a 16ª semana
Crescimento rápido: cabeça menor em relação ao período 
anterior; 
Membros inferiores mais longos – movimentos coordenados dos 
membros a partir da 14ª semana;
Ossificação ativa;
Movimentos oculares lentos e surgimento dos pêlos do couro 
cabeludo; 
Genitália externa reconhecida.
Na 16ª semana: 
Feto com características humanas – olhos na posição anterior 
da face e orelhas próximas de sua posição definitiva 
Ovários diferenciados e folículos primordiais com ovogônias.
Glândulas sebáceas nos folículos pilosos.
17ª a 20ª semana
Crescimento reduzido (aumento de 50mm); 
350gramas;
Membros com proporções relativas finais; “chutes” percebidos 
pela mãe;
Parto com 147 dias (+/- 15 dias)
Pele coberta pela vernix caseosa (material gorduroso que 
protege a pele de agressões); 
20 semanas:
Sobrancelhas e cabelos visíveis
Corpo coberto por uma penugem: lanugo
Gordura parda se forma – sede da produção de calor
Com 20 semanas os úteros estão formados; os testículos ainda 
estão localizados na cavidade abdominal posterior.
Figura: fotografia de um feto com 17 
semanas. Vasos sanguíneos do couro 
cabeludo visíveis. Pele delgada e falta de 
tecido subcutâneo.
21ª a 25ª semana
Ganho substancial de peso;
Pele enrugada e translúcida no início;
Cor da pele rosa a vermelha (transparência);
21 semana: movimentos rápidos dos olhos (cílios);
- piscar por um ruído;
24 semana: início da produção do surfactante 
pulmonar (só atinge níveis adequados nas últimas 
semanas da gestação) – sistema respiratório ainda 
imaturo;
Unhas dos dedos presente com 24 semanas.
Figura: feto com 25 semanas.
26ª a 29ª semana
Feto sobrevive ao nascer prematuramente – cuidados 
intensivos (pulmões: vasos pulmonares mais desenvolvidos)
Sistema nervoso central coordenando movimentos 
respiratórios e controle da temperatura do corpo;
Olhos abertos com 26 semanas, lanugo (pelugem) e cabelos 
bem desenvolvidos;
Gordura branca aumenta;
Baço como centro da hematopoese até a 28ª semana –
medula óssea assume tal função.
Figura: feto com 29 semanas.
Desenvolvimento e evolução do encéfalo.
Circulação fetal.
30ª a 34ª semana
Pele rosada e lisa;
Respostas reflexas pupilares;
Gordura corresponde a 8% do peso corporal;
Fetos a partir de 32 semanas sobrevivem – se tiver peso 
normal – prematuro quanto à data e não quanto ao peso
35ª a 38ª semana
Pressão palmar firme e orientação espontânea para a luz; 
“Período de acabamento”: fetos roliços (circunferências da 
cabeça e abdome aproximadamente iguais);
Fetos normais: CRL de 360mm e peso de 3400g;
A termo: pele rosa-azulado, tórax proeminente e mamas com 
saliência em ambos os sexos;
Data esperada do parto: 38 semanas (266 dias) a partir da 
fertilização ou 40 semanas (280 dias) a partir do LNMP;
Cerca de 12% das crianças nascem 1 a 2 semanas após.
Figura: feto com 36 semanas.
Parto: processo de expulsão do feto, placenta e 
membranas fetais;
Trabalho de parto: sequências de contrações uterinas, 
involuntárias, que leva a dilatação da cérvice e a saída do 
feto e placenta do útero.
Cortisol: estimulam a contração do útero.
Ocitocina: contrações.
Hipotálamo fetal: início ao processo de nascimento.
4 estágios:
1) dilatação: mudanças hormonais /contrações regulares 
ocorrem em espaços menores de 10minutos; termina com a 
dilatação completa da cérvice e é o mais demorado; duração 
média de 12 hs ou 7hs.
2) Estágio da expulsão: cérvice completamente dilatada até 
saída do bebê; duração média de 50min e 20min.
3) Estágio da placenta: começa após o nascimento da criança 
até a expulsão da placenta e membranas; contrações 
reiniciam; 15min ;
4) Estágio da recuperação: logo após a expulsão da placenta; 
2hs; contrações do miométrio constringem as artérias 
espiraladas.
Figura: ilustrações do parto normal. 
Figura: expulsão do bebê no parto normal.
Fatores que influenciam o crescimento fetal
Glicose e aminoácidos são necessários
IUGR: retardo do crescimento intra-uterino
Tabagismo: causa estabelecida de IUGR –crescimento menor 
nas últimas 6 a 8 semanas do nascimento
Gestações múltiplas: criança de gestações múltiplas são 
menores – as necessidades de mais de um feto superam a 
capacidade da placenta.
Drogas sociais (álcool): geralmente apresentam IUGR e 
síndrome do alcoolismo fetal
Fluxo sanguíneo uteroplacentário deficiente: podem produzir 
desnutrição fetal e IUGR
Fatores genéticos: anormalidade estruturais e numéricas dos 
cromossomos.
Insuficiência placentária: placentas pequenas e/ou ligação 
pobre
- Mudanças degenerativas que reduzem o suprimento de 
oxigênio e a nutrição do feto.
- Síndrome da pós-maturação: gravidez se prolonga por 2 ou 
mais semanas;
--excesso de peso;
--ausência de lanugo
--vernix caseosa
--unhas longas e alerta aumentado
Âmnio: camada mais interna/constitui a parede da cavidade amniótica
Córion: camadas do trofoblasto. Viloso e Liso.
Decídua: endométrio modificado.
Placenta: decídua basal e córion viloso.
Âmnio:
1- forma a cobertura do cordão umbilical;
2- reveste a face interna da placenta;
3- compõe a membrana âmnio-coriônica.
Evolução da cavidade amniótica, do saco vitelínico e do embrião no interior do 
saco coriônico. A: três semanas. B: quatro semanas. C: oito semanas. D: 36 
semanas.
líquido amniótico proveniente:
células amnióticas, líquido tecidual materno, espaço interviloso da 
placenta e urina expelida
VOLUME aumenta lentamente:
10 semanas: 30 ml, 20 semanas : 350 ml, 37 semanas: 700 a 
1.000 ml.
LÍQUIDO é deglutido pelo feto ⇒ absorvido pelos tratos respiratórios e 
digestivo 
vai para corrente sanguínea fetal e produtos de excreção nele contido 
cruzam a membrana placentária ⇒ e entram nosangue materno nos 
espaços intervilosos.
COMPOSIÇÃO : 99% ÁGUA, 0,5% PROTEÍNAS, 0,5% 
CARBOIDRATOS, GORDURAS, ENZIMAS, HORMÔNIOS
FUNÇÕES:
barreira contra infecções;
Permite o desenvolvimento dos pulmões fetais;
Capacita o feto a mover-se livremente (desenvolvimento 
muscular);
impede aderência entre embrião/feto e âmnio;
protege contra traumatismos e choques;
ajuda controlar temperatura do feto;
Absorve as pressões derivadas das contrações uterinas 
durante o parto.
Poliidrâmnio: Volume 
maior de 2.000ml; é causado 
pela incapacidade do feto em 
engolir ou absorver 
normalmente o líquido 
amniótico.
Oligoidrâmnio: Volume 
menor de 400ml; resulta, na 
maioria dos casos, de 
insuficiência placentária com 
fluxo sanguíneo placentário 
diminuído, ou problemas no 
sistema urinário. 
Excesso de 
líquido 
amniótico
ao redor do 
feto
CORDÃO UMBILICAL
1 a 2cm de diâmetro e 55cm 
comprimento
uma veia (sangue arterial para feto)
duas artérias (sangue venoso do 
feto)
Vasos umbilicais maiores que o 
cordão
Cordão muito longo – causar 
prolapso ou se enrolarem em torno 
do feto – deficiência de oxigênio
Cordão muito curto – causar a 
separação prematura da placenta da 
parede do útero durante o parto.
ALANTÓIDE - não funcional nos embriões humanos
Induz a formação dos vasos umbilicais;
porção intra-embrionária vai umbigo até bexiga;
bexiga cresce e alantóide involui → forma tubo espesso – o úraco
após nascimento → úraco torna-se cordão fibroso – o ligamento 
umbilical mediano → estende-se ápice da bexiga até umbigo
SACO VITELINO
Primeiros vasos sanguíneos e 
eritrócitos (até formação fígado na 6ª
semana);
2ª e 3ª semanas – papel 
transferência de nutrientes;
3ª semana – células germinativas 
primitivas (parede saco vitelino) –
migram → diferenciam-se em 
espermatogônias e ovogônias;
4ª semana: reduzido – incorporado 
para formação intestino primitivo;
Placenta e membranas fetais
Local básico das trocas de nutrientes e gases entre a mãe e o 
feto;
- Porção fetal: originária do saco coriônico;
- Porção materna: endométrio.
Funções: proteção, nutrição, respiração, excreção e produção 
de hormônios.
Decídua: endométrio gravídico;
• Decídua basal: componente materno da placenta;
• Decídua capsular: parte que cobre o concepto;
• Decídua parietal: todas as partes restantes.
Secundina
Figura: fases das camadas uterinas.
Figura: desenhos ilustrando o desenvolvimento da placenta e das membranas fetais. 
Figura: desenho ilustrando a circulação útero placentária
Placenta ao nascimento
Placenta (do grego plakus, 
bolo achatado) tem forma 
discóide.
Tem diâmetro entre 15 e 
20 cm e espessura de 2 a 3 
cm.
Pesa entre 500 e 600 g.
As margens da placenta 
são contínua com os sacos 
amniótico e coriônico 
rompidos.
FUNÇÕES DA PLACENTA
Metabolismo placentário
Sintetiza glicogênio, colesterol e ácidos graxos – fonte de 
nutrientes
Transporte placentário
Difusão simples, difusão facilitada, transporte ativo e pinocitose
Transferência de gases (O2, CO2, CO);
Substâncias nutritivas: água, glicose, vitaminas
Hormônios: protéicos e esteróides
Anticorpos maternos – conferem imunidade ao feto
Produtos de excreção – uréia, ácido úrico
Drogas; heroína, analgésicos, sedativos
agentes infecciosos: rubéola, sarampo, sífilis, Toxoplasma
Secreção Endócrina
hormômios proteícos (hCG) e esteróides (progesterona e 
estrógenos) secretados pela placenta 
Figura: ilustração da transferência através da membrana placentária.
Anomalias placentárias
Figura: anormalidades placentárias. Acreta: aderência anormal ao miométrio. Percreta: 
placenta penetra por todo o miométrio. Prévia: bloqueia o canal cervical.
Figura: Gêmeos dizigóticos.
Figura: Gêmeos monozigóticos ou idênticos.
Figura: nó verdadeiro no cordão, e placenta e membranas fetais. 
“parto empelicado”
Figura: desenhos de cortes do corpo de uma mulher. A: não grávida. B: Com 20 
semanas de gestação. Com 30 semanas de gestação.
Diagnósticos de enfermagem no pré-natal
• Risco para infecção: DST, tétano;
- Uso de preservativos;
• Risco para infecção: colo do útero
- Mudanças na vagina;
• Déficit do autocuidado para banho e higiene;
• Dor aguda: membros inferiores, pelve, região inguinal e 
lombar;
- mudança do centro de massa; distensão abdominal; 
separação da sínfise púbica; instabilidade sacro-ilíaca; 
compressão dos nervos pélvicos;
• Padrão de sono perturbado
• Fadiga, fraqueza, dispneia de esforço;
Náuseas, azia, refluxo;
Incontinência urinária por pressão;
Constipação;
Conhecimento deficiente;
Risco para amamentação ineficaz;
Risco para lesão fetal – uso de substâncias ou exposição a 
agentes físicos;
Risco para nutrição inadequada;
Membrana da mucosa oral prejudicada.
Placenta

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