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JORNADA DE TRABALHO
É o lapso temporal diário em que o empregado se coloca à disposição do empregador, em virtude do respectivo contrato.
Por que, afinal de contas, há limitação do tempo/duração destinado ao exercício do trabalho? 
Ora, o objetivo primordial das normas sobre duração do trabalho é tutelar a integridade física do trabalhador, evitando-lhe a fadiga (BARROS, 2017).
Insere-se também dentro da jornada o tempo em que o trabalhador esteja à disposição do empregador.
 	A reforma trabalhista (lei 13.467/2017), ao acrescentar o §2º ao art. 4º da CLT, dispôs que se o empregado permanecer na empresa para, por exemplo, realizar atividades particulares, como descanso, lazer, estudo, alimentação, higiene pessoal, tal período não será computado como jornada de trabalho, e nem tempo à disposição.
Você deve saber que longas jornadas de trabalho tendem a criar um desgaste físico e/ou psicológico no trabalhador, trazendo a possibilidade real de doenças do trabalho. Além disso, o empregado que preserva seu descanso tem um maior rendimento. 
Talvez, o mais importante a ser refletido sobre esse tema diga respeito a uma questão de ordem social, o trabalhador necessita também de tempo para o convívio familiar e os compromissos sociais. 
A existência e a vida de um ser humano não se limitam ao ambiente do trabalho, de modo que a sua realização pessoal perpassa também por outras necessidades, tais como a de participar da comunidade política e a de se inserir em atividades religiosas ou de lazer.
DIREITO A DESCONEXÃO:
Jornada diária em 8 (oito) horas e 44 (quarenta e quatro) horas semanais, ordenamento possibilita a prorrogação e a compensação da jornada, assuntos que abordaremos a seguir:
· Os jornalistas (5 a 7 horas); 
· Os operadores de telemarketing (6 horas)
· Pausa para o trabalho em casos especiais - câmara fria;
· Trabalho em pé – trabalhador rural.
A regra é a de que todos os empregados estejam submetidos a um controle de jornada, o que é feito mediante o registro em cartões de ponto, manualmente ou de forma eletrônica. A legislação exige do empregador a fiscalização da jornada, porém, o registro apenas é obrigatório para empresas com mais de 10 empregados.
Existem empregados que estão excluídos do controle de jornada:
1) os gerentes que exercem cargo de gestão, com salário superior aos demais empregados do setor em, pelo menos, 40%; 
2) os empregados que exercem atividade externa incompatível com a fixação de horário de trabalho; e 
3) os empregados em regime de teletrabalho (inovação trazida pela Reforma Trabalhista).
A lei não é muito esclarecedora, por isso é a jurisprudência (decisões reiteradas dos tribunais superiores) que tem buscado fixar os critérios para definir a figura do gerente. 
Mas é imprescindível que o gerente ou chefe tenham, efetivamente, poder de mando deve ter poder de fiscalizar o trabalho de outros empregados subordinados, de admitir e demitir trabalhadores, de tomar decisões de gestão e ter certa autonomia no trabalho.
Em contrapartida, como forma de compensação, são merecedores de salários maiores em relação aos demais empregados (no mínimo, 40%). 
A segunda categoria de trabalhadores excluídos do controle da jornada diz respeito àqueles que exercem atividade externa incompatível com a fixação de horário de trabalho. A única exigência na lei é que essa condição (ausência de controle de horário com base no art. 62, II, da CLT) esteja anotada na Carteira de Trabalho e no registro de empregados.
Exemplo: funcionário de revista que possui função de revisar os textos de editora. Trabalha em casa, faz o trabalho em 10 a 12 horas por dia, mas não recebe horas extras. O regime de tele trabalho não permite controlar o seu horário.
Esses empregados estão excluídos do direito às horas extras, justamente porque não possuem controle de horário.
Caso haja meios de fiscalização, qualquer que seja a modalidade, haverá então o direito a horas extraordinárias. 
PRORROGAÇÃO DA JORNADA:
Art. 61 permite a realização de trabalho extraordinário.
Realização de necessidade imperiosa – situações imprevisíveis ou serviços inadiáveis; (concretar uma laje).
Compensação da jornada: Deve ser escrita com o empregado. Respeitar a carga horária semanal. Não pode ter jornada superior a dez horas/dia.
Exemplo: Compensar o sábado 4 horas. Fazer mais horas na semana.
BANCO DE HORA
Possibilidade de compensar o excesso de horas em um dia pela diminuição em outro dia, de maneira que não exceda 1 ano. Também não pode ultrapassar o limite de 10 horas diárias. 
Ultrapassados os limites, o acordo de compensação é desconsiderado e haverá que pagar as horas extras.
Porém, a Reforma Trabalhista previu a possibilidade de realização do acordo de banco de horas de forma individual e diretamente com o empregado. Nessa hipótese, a compensação será de, no máximo, 6 meses, nos termos do §5º do artigo 59 da CLT.
TRABALHO NOTURNO – REDUÇÃO DA HORA PARA 52m30s
Para os trabalhadores urbanos, o trabalho noturno é aquele executado no período da noite, entre as 22h e as 5h, conforme §2º do art. 73 da CLT. 
Fixou o adicional noturno, no caso de trabalhador urbano, no patamar de, no mínimo, 20% sobre o valor da hora diurna, e ainda estabeleceu mais um benefício: a hora noturna reduzida, que será de 52 minutos e 30 segundos (e não de 60 minutos), a fim de atenuar os malefícios do trabalho noturno.
INTERVALO INTERJONADA 
É a pausa ao empregado entre o final de uma jornada diária de trabalho e o inicio de nova jornada do dia seguinte ao seu devido descanso. Em poucas palavras, seria o intervalo entre duas jornadas – de um dia para outro, como descrito no art. 66, da CLT. 
O trabalhador também tem direito a uma folga semanal, que é um descanso semanal de 24 horas que deverá ser gozado, preferencialmente, aos domingos, nos termos do artigo 67 da CLT. 
Já os intervalos das jornadas, por sua vez, são as pausas concedidas ao trabalhador dentro da jornada diária de trabalho com o objetivo de proporcionar repouso e alimentação ao empregado. O art. 71 da CLT preceitua que o intervalo intrajornada deve ser de no mínimo: 
· Sem intervalo – para jornadas diárias de até 04 horas;
· 15 minutos de intervalo – para jornadas acima de 6 horas;
· Entre 1 hora e 2 horas de intervalo – para jornada acima de 6 horas. 
Não sendo concedido o intervalo ou sendo concedido um intervalo menor do que aquele estipulado na CLT, o empregador deverá pagar o período restante (suprimido) com adicional de 50%, a título de indenização. 
 A Reforma Trabalhista estabeleceu possibilidade de reduzir o intervalo intrajornada para até 30 minutos, em jornadas acima de 06 horas, desde que haja convenção ou acordo coletivo, nos termos da Lei 13.467/2017, art. 611-A, III.

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