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CENTRO UNIVERSITÁRIO DA SERRA GAÚCHA 
Faculdade de Veterinária 
Anatomia Patológica II 
 
 
 
 
 
 
PATOLOGIAS DA PELE: 
MASTOCITOMA, CCE E MELANOMA. 
 
 
 
Alessandra Gasparin 
Katiane Carvalho Colombo 
Lucas Ariel Rossi 
Vitória de Oliveira Maciel 
 
 
 
 
 
 
Caxias do Sul, 2020 
1 Introdução 
 
A pele é o maior órgão do corpo possuindo partes com mais (hirsuta) e menos 
(glabra) pelos. Consiste em epiderme, derme, subcutâneo e anexos (folículos 
pilosos, glândulas sebáceas, sudoríparas e outras). Além de ser o maior órgão do 
corpo, a pele exerce funções essenciais para a vida dos animais, tais como a 
prevenção de perdas consideráveis de fluido e eletrólitos, proteção contra lesões 
químicas e físicas, regulação da temperatura e da pressão sanguínea, produção de 
vitamina D, exerce função como órgão sensorial e faz o armazenamento de gordura, 
água, vitaminas, carboidratos e outros nutrientes (Zachary, 2017). Os casos 
dermatológicos representam grande parte do atendimento em clínicas e hospitais 
veterinários de pequenos animais, o que se faz muito importante o entendimento das 
diversas patologias que podem acometer a pele como o mastocitoma, o carcinoma 
de células escamosas e o melanoma, que são comuns na rotina veterinária. 
O mastocitoma é um dos tumores mais frequentes em caninos, com uma 
incidência de 20 a 25% dos tumores cutâneos e subcutâneos, ficando em terceiro 
lugar, atrás apenas dos lipomas e adenomas (Villamil et al., 2011), sendo raro seu 
acometimento em humanos (Macy, 1985). Todos os mastocitomas são 
potencialmente malignos devido a sua capacidade de metástase. O padrão típico de 
metástases do mastocitoma afeta o sistema retículo endotelial, com metástases nos 
gânglios, seguido do baço, fígado e medula óssea (COUTO, C.G 2003). 
O carcinoma de células escamosas é uma neoplasia maligna que surge a 
partir das células do epitélio escamoso consistindo no tipo mais comum de tumor de 
pele em felinos, podendo acometer também bovinos, equinos e cães .O fator 
predisponente principal é a longa exposição à luz solar como a presença de áreas 
despigmentadas da pele ou com pouco ou nenhuma presença de pelos. Em felinos, 
as lesões geralmente se localizam na cabeça, principalmente em áreas pouco 
pigmentadas e desprovidas de pêlos, como nas orelhas, plano nasal, lábios e 
pálpebras (WHITE, 1991). 
Os melanomas são neoplasias que têm origem nos melanócitos e 
melanoblastos (GOLDSCHMIDT & GOLDSCHMIDT, 2017). São frequentemente 
relatados em cães e mais raramente em outras espécies como gatos e animais 
selvagens (NISHIYA et al., 2016). Grande parte dos melanomas ocorre em cavidade 
oral e junção mucocutânea dos lábios e apenas 10% se originam na pele. Apesar de 
ser um tumor derivado de células pigmentadas, durante a diferenciação neoplásica, 
os melanócitos podem perder essa característica fazendo com que o tumor se 
apresenta com nódulos pigmentados ou não pigmentados (GOLDSCHMIDT & 
GOLDSCHMIDT, 2017). 
 
2.0 Referencial Teórico 
 
2.1 Mastocitoma 
 
 O mastocitoma é uma proliferação neoplásica de mastócitos, podendo 
também ser conhecido como mastocitoma histiocítico ou sarcoma da célula do 
mastócito (THAMM, VAIL, 2001). Não existe padrão hereditário dos mastocitomas e 
sua etiologia é ainda desconhecida. Em raras ocasiões foi encontrada uma 
associação entre o tumor e inflamações crônicas ou irritativas da pele. Não existem 
evidências de causas virais (HOSPITAL VETERINÁRIO DO PORTO, 2003). 
Clinicamente, podem parecer como massas dermoepidérmicas, porém existem 
várias formas no qual o mastocitoma aparece, podendo ser flutuantes ou firmes, 
discretos ou difusos, pequenos ou grandes, com pelo ou sem pelo. Pode aparecer 
também como qualquer tipo de lesão cutânea primária ou secundária incluindo 
máculas, pápulas ou tumores (COUTO, C.G 2003). O tumor pode se apresentar 
como uma massa cutânea de cerca de 2 a 5cm de diâmetro e altura de 1 a 3cm, 
sendo geralmente associados com prurido, edema, eritema e úlceras na região 
tumoral, que ocorre devido à liberação de histamina pelas células neoplásicas 
(SIMÕES et al., 1994). A segunda forma da doença consiste de uma massa mole, 
pouco definida que geralmente possui pelos. Raramente é ulcerada ou avermelhada 
e pode ser confundida com um lipoma (HOSPITAL VETERINÁRIO DO PORTO, 
2003), as metástases ocorrem nos linfonodos regionais em aproximadamente 76% 
dos casos. Órgãos como o baço, fígado e medula óssea são frequentemente 
afetados por metástases e com menor frequência, acomete pulmões, coração e rim 
(MACY, 1985; O’KEEFE, 1987). 
 Os mastócitos neoplásicos apresentam granulações citoplasmáticas 
com quantidade variável de aminas vasoativas como heparina e histamina. A 
liberação maciça dessas substâncias pode causar graves efeitos sistêmicos como a 
ulceração gastrointestinal (VAN PELT et al., 1986), e coagulopatias (MACY, 1986). 
Sendo assim, a liberação das substâncias químicas dos mastócitos também é 
responsável pelos sinais referidos na doença como hemorragias, inchaço, prurido, 
vômitos, diarréia e, em casos raros, choque e colapso (HOSPITAL VETERINÁRIO 
DO PORTO, 2003). É importante considerar que em algumas situações estes sinais 
descritos como paraneoplásicos podem chegar a provocar um quadro mais grave e 
urgente que o próprio tumor (MERLO, 2000), que são: surgimento de úlceras 
gastroduodenais, coagulopatias e retardo nos processos de cicatrização (LEMARIÉ 
et al, 1995). 
 Na macroscopia, o mastocitoma pode se apresentar de várias formas, 
por se tratar de um tumor que não possui “cara”, ou seja, pode se apresentar de 
diversos tipos e formas. Podem ser pequenos, grandes, suaves ou flutuantes, 
firmes, discretos ou difusos com pelo ou sem pelo, podendo também se apresentar 
de forma ulcerada. Na microscopia, podemos avaliar o mastocitoma de suas 
diferentes formas: pela citologia e pela histopatologia. 
 A citologia realizado pela aspiração por agulha fina permite o 
diagnóstico do mastocitoma canino. A citologia revela uma população discreta de 
células redondas com quantidade moderada de citoplasma contendo grânulos 
citoplasmáticos na cor vermelho arroxeados de quantidades e tamanhos variáveis. 
As células possuem núcleo de redondos a ovais que podem ser mascarados pela 
intensa coloração de células altamente granuladas. Outras células que podem ser 
encontradas são os eosinófilos e fibroblastos (THAM et al., 2007). A histopatologia é 
necessária para se observar a gradação e a margem atingida na retirada do tumor 
(WELLE et al., 2008) e determina o grau de malignidade que é possível classificar 
subjetivamente os tumores em três graus, com a finalidade de obter um bom 
prognóstico: grau I (bem diferenciado), grau II (moderadamente diferenciado) e grau 
III (pouco diferenciado), conforme o crescimento de anaplasia celular (SIMÕES et 
al., 1994). 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 1 - Mastocitoma solitário, bem definido na pele de uma cadela de 4 anos. Na pele tem a 
presença de eritema e alopecia localizada. 
Fonte - https://ddd.uab.cat/pub/clivetpeqani/11307064v28n2/11307064v28n2p135.pdf 
 
 
Figura 2 - Imagem citológica de um aspirado de agulha fina de um mastocitoma bem diferenciado. 
Se observa a presença de células redondas cujo núcleo está parcialmente escurecido pela presença 
de grânulos citoplasmáticos basofílicos. Na imagem pode-se observar a presença de eosinófilos, 
células que podem aparecer nas citologias de mastocitomas. 
Fonte - https://ddd.uab.cat/pub/clivetpeqani/11307064v28n2/11307064v28n2p135.pdf 
 
https://ddd.uab.cat/pub/clivetpeqani/11307064v28n2/11307064v28n2p135.pdf
https://ddd.uab.cat/pub/clivetpeqani/11307064v28n2/11307064v28n2p135.pdf
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 3 - Massas múltiplas de um mastocitoma pouco diferenciado em uma canina golden retriever 
de 12 anos de idade. As massas tiveram um crescimento rápido e se apresentam inflamadas eulceradas. 
Fonte - https://ddd.uab.cat/pub/clivetpeqani/11307064v28n2/11307064v28n2p135.pdf 
 
2.2 Carcinona de Células Escamosas – CCE 
 Neoplasma cutâneo maligno originado dos queratinócitos, o 
carcinoma de células escamosas (CCE), que possui várias sinonímias, como 
carcinoma espinocelular, carcinoma escamocelular ou carcinoma epidermóide, é 
comum em felinos, bovinos, caninos, equinos, relativamente incomum em ovinos e 
raro em caprinos e suínos (SCOPEL, 2007). Não há predisposição racial nem sexual 
para a ocorrência de CCE (FINEMAN, 2004). Tendo comportamento biológico 
invasivo, o CCE possui crescimento lento e baixo potencial para metástases, porém 
quando estas ocorrem a primeira via se faz para os linfonodos regionais, seguindo 
para os pulmões e ossos, entretanto a metástase é mais ocorrente em humanos do 
que em animais. As lesões macroscópicas costumam ser proliferativas, em aspecto 
de couve-flor, hiperêmicas, crostosas, podendo evoluir para úlceras, além de serem 
ligeiramente elevadas, muitas com base ampla, onde à medida que o tumor torna-se 
invasivo na derme, a lesão tende a ser mais firme (Goldschimidt, et al. 2017) 
Microscopicamente, o epitélio neoplásico pode, ou não, cornificar, sendo que a 
pigmentação e proliferação papilar não são características deste tipo de neoplasia 
(JONES, 2000). As células neoplásicas apresentam núcleos grandes, centrais, 
muitas vezes vesiculosos, com vários nucléolos e citoplasma proeminente (Meuten 
2002), que se arranjam formando ilhas ou cordões de células epidérmicas 
https://ddd.uab.cat/pub/clivetpeqani/11307064v28n2/11307064v28n2p135.pdf
proliferadas ou não, que se estendem através da derme, demonstrando um grau 
variável de diferenciação neoplásica (Fernandes 2007, Ramos et al. 2008). Devido a 
essas características o diagnóstico diferencial de enfermidades como as fúngicas e 
bacterianas, afecções da cavidade oral, lesões traumáticas e outros neoplasmas 
devem ser realizados, por citologia ou histopatologia, sendo esta um padrão ouro, 
para obtenção do diagnóstico definitivo (Thomson, 2007). 
 As localizações mais comumente afetadas, em felinos de face branca, 
são as porções despigmentadas dos pavilhões auriculares, o plano nasal e as 
pálpebras. Nos caninos levemente pigmentados ou brancos, as regiões expostas à 
luz solar quando em decúbito ventral, são as mais acometidas, sendo estas as 
regiões cutânea abdominal e inguinal, além de cabeça, abdome, flancos ventrais, 
períneo e dígitos, lesão em plano nasal são raras, quando acometidas estão 
associadas à inflamação crônica (KRAEGEL, 2004). Em bovinos e equinos esta 
neoplasia é observada nas junções mucocutâneas, principalmente na região de 
pálpebras e genitálias, enquanto em ovinos e caprinos observa-se mais 
frequentemente na orelha (Scott, et al. 2011), entretanto algumas raças de bovinos 
como Hereford, Simmental e Holandesa apresentam maior predisposição à 
ocorrência de CCE (Tsujita, et al. 2010). 
 A causa precisa dos CCE não é conhecida, assim como maioria das 
neoplasias, e alguns autores sugerem que a causa exógena mais comumente aceita 
de carcinoma de células escamosas é a exposição á luz ultravioleta, com 
consequente lesão do ácido desoxirribonucléico (DNA) e mutagenicidade associada 
(KRAEGEL, 2004). Animais imunossuprimidos apresentam um risco maior de 
desenvolverem a neoplasia, pois a luz solar, além de seus efeitos sobre o DNA, 
também exerce um efeito imunossupressor direto e, pelo menos, transitório sobre a 
pele, afetando a função normal de vigilância das células de Langerhans (MURPHY, 
2000). O CCE possui diversos diagnósticos diferenciais e entre eles estão: 
epitelioma cornificado intracutâneo, papiloma escamoso, carcinoma basoescamoso 
(RASKIN, 2003), melanoma, mastocitoma, hemangioma ou hemangiossarcoma 
cutâneo, tumores do folículo piloso, tumores das glândulas sebáceas; além de 
outras enfermidades como a leishmaniose, dermatofitose, pênfigo e processos 
alérgicos (CRYSTAL, 2004). 
Segue abaixo imagens de lesões causadas pela patologia CCE, em 
cães e gatos: 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fontes das imagens 1, 2 e 3: Artigo Pacientes com carcinoma de células escamosas: - relação 
do tratamento com o prognóstico. 
 
Segue abaixo imagens de lesões causadas pela patologia CCE, em 
bovinos e equinos: 
 
 
 
 
 
 
Fontes das imagens 1 e 2: Artigo Fatores de risco associados à ocorrência de carcinoma de 
células escamosas em ruminantes e equinos no semiárido da Paraíba. 
 
2.3 MELANOMA 
 
 Melanoma é uma neoplasia maligna originada a partir de células 
epidérmicas capazes de produzir melanina, os melanócitos (ROLIM et al., 2012). É 
frequentemente encontrado na pele, porém, pode ocorrer também na cavidade oral 
e nos olhos de cães e mais raramente em outras espécies como felinos, equinos, 
suínos e animais selvagens terrestres e marinhos (RODRIGUES et al., 2017). É 
comum que o tumor se origine em locais que as células precursoras são numerosas 
(SANTOS et al., 2005). A etiologia desta neoplasia é desconhecida, ocorrendo em 
animais mais velhos, entre 7 a 12 anos. A literatura não é unânime quanto à 
existência de uma predisposição sexual para a ocorrência do melanoma, no entanto, 
parece haver um maior número de casos relatados em machos (SILVA, 2016). Pode 
estar associada a alguns fatores, genéticos e moleculares, como consanguinidade, 
trauma, exposição a produtos químicos, hormonais e susceptibilidade genética. Em 
relação a predisposição racial , o melanoma ocorre principalmente nas raças 
fortemente pigmentadas, normalmente na boca, onde pode haver forte pigmentação 
melânica, como as raças Terrier Escocês, Airedale, Boston Terrier, Cocker Spaniel, 
Springer Spaniel, Boxer, Golden Retriever, Setter Irlandês, Schnauzer miniatura, 
Doberman Pinscher, Chihuahua e Chow Chow (LINDOSO et al., 2017). 
 Os sinais clínicos baseiam-se na localização do tumor. No geral, apatia, 
anorexia, disfagia e emagrecimento são sinais clínicos que acompanham essa 
neoplasia (MONTANHA et al.,2013). Na cavidade bucal, o grau de malignidade pode 
intensificar em até 90%, sendo a disfagia, halitose, pitialismo e ocasionalmente 
fratura de mandíbula, devido a intensa osteolíse local, os sinais clínicos mais 
comuns (TEIXEIRA, 2011). Também podem ser observados, dentes frouxos ou 
deslocados, deformação facial e/ou secreções nasais e ainda extração dentária 
recente pode potencializar o crescimento rápido de massa no local de extração. A 
apreensão dos alimentos pode estar anormal, podendo isso causar ulcerações 
secundárias ao traumatismo, em pacientes com neoplasias mais volumosas 
(MONTANHA et al.,2013) Na região ocular, o melanoma pode ocasionar dor 
intermitente e cegueira. Já na pele, o animal costuma ser assintomático e com 
prognóstico mais favorável, sendo observado alteração do tamanho, cor da lesão e 
eventualmente alopecia (TEIXEIRA, 2011). 
 Microscopicamente, através do exame histopatológico, utilizado para se 
estabelecer o diagnóstico definitivo, observa-se que o fenótipo do melanoma varia 
muito, podendo ser extremamente pigmentado, até do tipo amelanótico altamente 
anaplásico. O formato celular varia em um mesmo tumor ou de um tumor para outro, 
apresentando formato redondo ou poligonal que se assemelha a células epiteliais; 
ou alongado, fusiforme e estrelado, remetendo a células mesenquimatosas (Figura 
1). Além de permitir identificar a neoplasia em questão, a histopatologia permite 
também determinar o índice de mitose, que é altamente preditivo do grau de 
malignidade (aproximadamente 90% de precisão). Um índice mitótico inferior a três 
figuras de mitose por cada 10 campos de ampliação é fortemente sugestivo de 
benignidade (SILVA, 2018). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 1: Aspecto histológico do melanoma. Fotomicrografia do tipo histopatológico mais comum de 
melanoma (epitelióide), mostrando formação de ninhos celulares, com presençade células gigantes 
multinucleadas e figuras mitóticas atípicas, HE, objetiva 40 ×. 
Fonte:https://repositorio.ufu.br/bitstream/123456789/23245/1/Les%C3%B5esMelanoc%C3%ADticasC
%C3%A 3es.pdf. 
Macroscopicamente os melanomas apresentam forma de cúpula ou 
sésseis, com diferentes graus de pigmentação ou ainda despigmentados (SILVA, 
2018). Inicialmente o melanoma é como uma mácula preta que avança para 
uma massa firme (TEIXEIRA, 2011). As massas nodulares geralmente são 
solitárias e de crescimento rápido, e são comuns necrose e ulceração, assim 
como invasão óssea pelos tumores gengivais (Figura 2) (SILVA, 2018). 
Dependendo da quantidade de pigmento presente, o interior da massa pode ser 
branco-acinzentado, marrom escuro ou preto (TEIXEIRA. 2018), no entanto, o 
tamanho e o grau de pigmentação não são indicadores confiáveis do potencial 
maligno dessas neoplasias melanocíticas (SILVA, 2018). A principal 
característica dessa neoplasia é a manifestação de um nódulo pedunculado 
sendo solitário e delimitado, podendo variar a coloração de marrom a preta ou 
apigmentado, com variação no tamanho de 0,5 a 10 cm de diâmetro. O 
melanoma apresenta dois aspectos diferentes de invasão sob o tecido: invasão 
radial, o que significa extensão lateral da lesão (mais comum em humanos) e 
outra forma de invasão, denominada vertical, cujo crescimento se dá em região 
de epiderme e derme, podendo se exteriorizar, este é o caso mais frequente nos 
cães e intensifica a possibilidade de ocorrer metástase (TEIXEIRA, 2011). É um 
tumor localmente agressivo e com alto índice de metástases para locais 
regionais e distantes por via linfática para os linfonodos regionais ou, via 
hematógena, para os pulmões aumentando a gravidade do quadro clínico do 
paciente (MONTANHA et al., 2013). 
 
 
 
 
 
 
Figura 2: Aspectos macroscópicos de melanomas. (A): Melanoma oral localizado em região de 
maxila. (B): Melanoma oral localizado em região de mandíbula. (C): Melanoma cutâneo 
localizado em paredes abdominal e torácica. Em ambas as lesões podem ser observados alto 
grau de pigmentação e áreas de necrose e ulceração, sugerindo que as neoplasias se 
encontram em estágio bem avançado. 
Fonte:https://repositorio.ufu.br/bitstream/123456789/23245/1/Les%C3%B5esMelanoc%C3%ADticas
C%C3%A 3es.pdf 
 
O diagnóstico do melanoma oral e de pele baseia-se principalmente 
no exame histológico e citopatológico, no entanto, diagnosticar melanoma 
pode ser desafiante, uma vez que os graus de pigmentação melânica desta 
neoplasia se diversificam, incluindo a total ausência de pigmentação, 
caracterizando um melanoma amelanótico. Nos melanomas amelanóticos, 
não há sintetização de melanina intracitoplasmática pelas células neoplásicas 
e, devido a esta característica, histologicamente podem mimetizar outras 
neoplasmas, como linfomas, carcinomas pouco diferenciados, tumores 
neuroendócrinos, sarcomas pouco diferenciados e tumores de células 
germinativas (ROLIM et al., 2012). 
 
 
 
 
3.0 Conclusão 
 
Concluímos por meio deste trabalho que é de extrema importância o 
conhecimento, por parte do médico clínico geral veterinário, diferenciar as 
patologias da pele, bem como as descritas neste. Ter o domínio dos exames 
complementares, é um diferencial, para se ter um diagnóstico preciso, podendo 
a partir deste, escolher a melhor terapêutica que se enquadra no caso clínico 
do paciente ou encaminhar para o especialista em oncologia veterinária ou 
dermatologista. O médico veterinário também deve priorizar o bem estar do 
paciente, e rever se o quadro clínico permite interferência médica veterinária. 
Com tudo, a patologia é unida a clínica, e se tendo domínio de ambos, será 
mais fácil de se diagnosticar e obter o prognóstico do paciente. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Referências 
 
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