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CONTESTAÇÃO - PGE - PRÁTICA JURÍDICA II - LUIS OTAVIO DOS S TEIXEIRA - UFPA

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AO JUÍZO DE DIREITO DA 1ª VARA DA FAZENDA PÚBLICA ESTADUAL DA COMARCA DE BELÉM/PA
N.º DO PROCESSO: ...
A SECRETARIA DE EDUCAÇÃO DO ESTADO DO PARÁ, devidamente qualificada nos autos do processo em epígrafe, por meio do PROCURADOR GERAL DO ESTADO DO ESTADO DO PARÁ (procuração anexa), com endereço profissional em ... e endereço eletrônico ..., vem a presença de Vossa Excelência, com fulcro nos arts. 335 e 336 e seguintes do Código de Processo Civil (CPC), apresentar:
CONTESTAÇÃO COM RECONVENÇÃO
aos fatos e direitos opostos por EVANDRO IMPRUDENTE, também qualificado nos autos do processo in casu.
1 DA TEMPESTIVIDADE
A presente peça processual é tempestiva. O prazo para apresentação da contestação é o de 15 (quinze) dias a partir da juntada do AR relativo à carta de citação, ou seja, o prazo final para a prática do ato seria o dia 25/02/2018, restando a peça tempestiva.
2 DOS FATOS
Alega a parte autora que, no dia 02/01/2014, atravessava a faixa de pedestres, sito à Av. 85, Setor Marista, na cidade de Belém do Pará, quando se envolveu em acidente de trânsito com o veículo oficial conduzido por um funcionário da Secretaria Estadual de Educação, Sr. João das Dores, ocasião em que foi atropelado. Em decorrência do acidente, sofreu danos materiais.
Segue aduzindo que o acidente foi provocado por culpa do réu, pois estaria dirigindo acima da velocidade permitida. Pleiteando, no mérito, a indenização pelos danos materiais sofridos.
Deu a causa o valor de R$ 66.000,00 (sessenta e seis mil reais), o equivalente a 60 (sessenta) salários mínimos.
Conforme se verá, inexiste qualquer Direito a ser reparado ao autor, visto que este atravessava fora da faixa de pedestres, no momento do acidente.
Recebida a inicial, o juiz designou a audiência de conciliação, da qual foi intimado o autor e citado o réu na pessoa deste Procurador Geral do Estado. Todavia, a citada audiência foi cancelada em razão do acolhimento do pedido da parte ré, que, à exemplo do autor, manifestou formalmente o desinteresse na composição consensual no dia 07/02/2018.
3 DO DIREITO
Sem ato ilícito não há responsabilidade civil. O réu, em nenhum momento, praticou ação voluntária com negligência ou imprudência que causasse danos a parte autora e, consequentemente, gerasse o dever indenizatório. Não houve afronta, portanto, aos arts. 186 c/c 925 do Código Civil. Ao contrário, toda responsabilidade cabe a parte autora.
Conforme o Boletim de Ocorrência de acidente de trânsito, no momento do acidente, o veículo oficial trafegava dentro da velocidade permitida na via e em observância às demais regras de trânsito. 
Caso assim não se entenda, é necessário levantar a responsabilidade concorrente entre as partes. A culpa é fator determinante no momento de se determinar o valor indenizatório.
O Código Civil permite “reduzir, equitativamente, a indenização” quando houver excessiva desproporção entre a culpa e o dano (art. 944, parágrafo único, CC). Sendo estabelecido ainda que: “se a vítima tiver concorrido culposamente para o evento danoso, a sua indenização será fixada tendo-se em conta a gravidade de sua culpa em confronto com o do autor do dano” (art. 945, CC).
Pelos motivos aduzidos, improcedentes os pleitos autorais. Caso reste configurado a responsabilidade civil, imperioso implicar que a mesma seja concorrente.
4 DA RECONVENÇÃO
Ao réu é lícito propor reconvenção, manifestando pretensão própria, se conexa com a ação principal ou com o fundamento da defesa, nos termos do art. 343, CPC.
Decorrente do mesmo fato, pleiteia o réu, ora reconvinte, indenização pelos danos materiais sofridos no valor de R$ 30.000,00 (trinta mil reais), importe utilizado para o conserto do veículo ocasionado pelo acidente (doc. anexo).
Restando claro o dever indenizatório do reconvindo, ante ao desrespeito às regras de cuidado imposto pela parte autora, atravessando a via pública fora da faixa de pedestres, tudo nos termos dos arts. 944 do Código Civil.
Atribui-se ao valor da causa o importe de R$ 30.000,00 (trinta mil reais).
5 DOS PEDIDOS
5.1 No mérito, requer a total improcedência dos pleitos autorais;
5.2 Subsidiariamente, requer a procedência parcial em razão da responsabilidade concorrente;
5.3 Quanto à reconvenção, requer a procedência do pedido reconvencional, para condenação da autora-reconvinda ao pagamento da indenização no valor de R$ 30.000,00 (trinta mil reais); 
5.4 No final, requer a condenação da parte autora em custas e honorários advocatícios;
5.5 Pleiteia provar o alegado por todos os meios em direito admitido, em especial com a juntada das notas fiscais e comprovantes de pagamento da quantia de R$ 30.000,00 e juntada do Boletim de Ocorrência de acidente de trânsito.
Local, data
Procurador Geral do Estado do Pará
OAB

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