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BREVES_CONCEITOS_DE_SARTRE_NA_PSICOLOGIA humanismo e exitistencialismo

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BREVES CONCEITOS DE SARTRE NA PSICOLOGIA 
 
CARLOS VITOR ESMERALDO ALBUQUERQUE BESERRA1 
 EVANDRO MAMEDE MOREIRA JUNIOR2 
 
 
Resumo: No artigo em questão tentamos trazer um aparato sobre a teoria de Sartre, conectando-a com os estudos 
da psicologia fenomenológica-existencial que assume uma identidade próxima a filosofia existencial do filósofo, 
caracterizando-a como um conjunto de reflexões com similaridade de estudos sobre diversos fenômenos tratados ao 
longo do texto, como o corpo, relações com o outro e consigo, a angústia, dentre outros. Para poder ser realizado o 
trabalho, muniu-se de uma metodologia de revisão bibliográfica, explorando textos originais, artigos e obras de 
comentadores que puderam ser essenciais para a pesquisa. Tenta-se assim, questionar se é possível tal relação entre as 
esferas. 
 
Palavras-Chave: Sartre. Psicologia. Filosofia. Correlação. 
 
Abstract: In the article in question we try to bring an apparatus on Sartre’s theory, connecting it whith the studies of 
phenomenological-existential psychology that assumes an identity close to the phylosopher’s existential psychology 
that assumes an identity close to the philosopher’s existential philosophy, characterizing it as a set of reflections 
whith similarity of studies on several phenomena treated throughout the next, such as the body, relations with others 
and whith oneself, anguish, among others. 
 
Key words: Sartre. Psychology. Philosophy. Correlation. 
 
INTRODUÇÃO 
O presente estudo tem como objetivo: apresentar alguns dos conceitos fenomenológico-
existenciais da teoria sartreana, e como tais noções se aproximam da psicoterapia com base 
fenomenológica, intentando elucidar a forma como esse filósofo se aproximou dos temas e de 
uma percepção de homem das abordagens ditas humanistas na psicologia. Para isso, como 
ferramenta metodológica, utilizou-se de revisão bibliográfica e de abordagem qualitativa, a partir 
das principais obras do autor, e em alguns releitores tanto de Sartre, como da filosofia 
fenomenológica e da psicologia, a fim de aprofundar os conteúdos que se concentram na 
pesquisa. Ainda é válido salientar que a proposta do trabalho diz respeito a uma breve amostra da 
teoria sartreana e de seu diálogo com a fenomenologia-existencial na psicologia, podendo, desse 
modo, articular saberes e propor a discussão em meio a conceitos como de corpo, projeto, 
consciência, que é: Para-si e Em-si. Para-outro, má-fé e temporalidade, todos com possíveis 
interfaces à psicologia. 
Deixando em boa parte do trabalho os questionamentos formulados através dos 
conceitos que motivaram a feitura desse texto, para que se tente entender se Sartre pode ou não 
 
1 Aluno do 10º período do curso de Psicologia da Faculdade Uninassau. E-mail: carlosvitoranimes@hotmail.com. 
2 Docente do curso de Psicologia da Faculdade Uninassau. E-mail: evandro-moreira@hotmail.com. 
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contribuir para a psicoterapia em sua teoria e prática. Para situar a discussão, cremos ser 
importante discorrer sobre a biografia de Sartre, já que o filósofo francês, conhecido entre outros 
motivos por sua prolífera produção nos campo da filosofia, literatura, política e até cinema, 
também, ficou conhecido por suas questões pessoais, desde seu romance com a filósofa Simone 
De Beauvoir, relação essa, que rompia com os paradigmas da época em que viviam, subvertendo 
regras sociais e colocando-os como representantes de atos políticos e singulares, endossando um 
conceito de relacionamento amoroso inovador. 
 Além de tudo, Sartre era crítico de outros filósofos e até da psicanálise freudiana, mas 
encontrou nas fenomenologias de Husserl e Heidegger, inspiração para escrever e desenvolver 
uma filosofia que tem muito a dizer para a psicologia (COLLETE, 2009). Nesse sentindo Collete 
(2009) disse que: “a filosofia de Sartre é uma filosofia da liberdade. Quer se trate da origem da 
negação, da finitude, da temporalidade, das relações concretas com outrem, da corporeidade, do 
ser-em-situação, a questão da liberdade é sempre determinante” (p. 62). Portanto, desdobrar os 
conceitos da teoria desse autor, buscando correlacioná-las com os processos da psicologia, se faz 
uma tarefa dentro dessa pesquisa, maximizando a filosofia existencial que há dentro da psicologia 
humanista, mas, também, em seu todo filosófico, desejando demonstrar a probabilidade de 
andarem juntas no fazer psicologia. 
Não obstante, o intelectual que se apegou ao tema da liberdade, tinha dentro desse 
excerto teórico, uma extrema admiração pela psicologia, percebida em seus escritos, ligando-a 
tanto ao significado do homem psíquico, como no que essa liberdade poderia prover ao sujeito 
de sua teoria existencial. É fato que a existência por ser comprometida entre homem, suas 
relações e mundo, se faz com base de cunho psicológico e, portanto, inerente a condição da 
existência de sentimentos, cabendo a Sartre, desenvolver as ideias referentes a suas observações 
do cenário cultural, social e histórico de homem. Essa conjuntura fica evidente na seguinte 
afirmação de Erthal (2013): 
Todos os momentos da vida de Sartre foram uma forma permanente de 
reflexão engajada sobre os problemas da existência humana. (...). Estudou 
filosofia, e depois de passar um ano em companhia de Husserl estudando 
fenomenologia, estando também em contato com as filosofias de Heidegger, 
Jaspers e mesmo de Kierkegaard, Sartre elaborou a sua própria filosofia 
existencialista (p. 44). 
 Nesse momento, Sartre pôde aproveitar as influências de autores que faziam parte da 
psicologia fenomenológica existencial, provendo assim, saberes e adendos a uma forma de avaliar 
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o ser no mundo e facilitar seus processos psicológicos, tão discutidos nas matérias de psicologia e 
na sua prática. No ano de 1945, Sartre proferiu uma conferência em Paris, intitulada de: “o 
Existencialismo é um humanismo” (1945/2010) para explanar o que teria sido sua obra O Ser e o 
Nada (1943/2009), e desbravar o teor humanista encontrado em sua doutrina. Para tanto, Sartre 
elaborou um texto que tratava de diversos assuntos de sua teoria, pautadas no homem em sua 
liberdade de escolha e suporte das consequências dessa escolha, também do indivíduo 
interpessoal que tende a angustiar-se mediante as relações com os outros, que por serem 
diferentes de seus desejos, lhe frustram e abalam as perspectivas. Muitos desses encontros lhe 
exigem respostas, pois, para que se tenha um convívio satisfatoriamente moral é preciso arcar 
com o peso de alguns trajetos sociais. 
 Essa obra de 1945, criada a partir de uma palestra, rendeu críticas ao filósofo, mas foi 
responsável por concretizar a Sartre, uma identidade humanista, trazendo mais afirmação na 
ligação com a psicologia de estudo. Nela, foi enfatizado o teor humano da escolha, onde é 
discorrido sobre o privilégio de em todos os momentos da existência, terem como fim, a 
passagem pelo próprio homem, em sua consciência seu comportamento e suas relações 
(SARTRE, 2010). 
O existencialista costuma declarar que o homem é angústia; isso significa o 
seguinte: o homem que se engajae que se dá conta de que ele não é apenas o 
que escolher ser, mas é também um legislador que escolhe ao mesmo tempo o 
que será a humanidade inteira, não poderia furtar-se do sentimento de sua total 
e profunda responsabilidade (SARTRE, 2010, p. 21). 
 Nesse sentido, o que Sartre indica em sua filosofia como condição de existência encontra-
se na clínica psicoterapêutica, sendo sua epistemologia uma maneira implicativa ao trabalho do 
psicólogo das vertentes fenomenológicas existenciais. Assegurando um formato de indagação 
inteiramente humana que se faz mister e congruentes na facilitação do processo terapêutico, 
como serão vistos nos tópicos seguintes, embasando o chamado de psicologia sartreana ou 
sartriana às meditações da linha humanista da psicologia. 
 
 
METODOLOGIA 
 
 A metodologia proposta no trabalho, foi uma revisão bibliográfica na qual foi feita uma 
pesquisa em diversas obras do autor e de alguns comentaristas, dentre elas, selecionou-se as obras 
de Sartre: O Ser e o nada, O existencialismo é um humanismo, A náusea; Já dos releitores, utilizou-se a 
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Trilogia da existência de Tereza Cristina Erthal, e obras de Jacques Colette e Gary Cox 
(Existencialismo e Compreender Sartre, respectivamente) e alguns artigos símiles ao tema, para 
auxiliar no diálogo dos textos. Não obstante, se fez uma correlação com a psicologia, resultando 
em uma comum articulação entre psicologia e filosofia, mais especificamente em Sartre, 
definindo a importância e a relevância desse autor em meio a matéria psicologia. 
 Nesse quesito, o trabalho segue o modelo metodológico que, para Gil (2008), diz respeito 
a um trabalho organizado por várias publicações, onde pode haver diálogo em detrimento de 
uma ideia articulada entre essas reflexões propostas. Para tanto, a intertextualização envolveu 
particularidades teóricas que se cruzam, dando entonação de significado ao sugerido. O trabalho 
pretende dessa forma, adequar duas perspectivas, que seriam a do filósofo Sartre e a da 
psicologia, determinando uma intersecção entre elas, de modo a desenvolver alguns 
apontamentos pertinentes a esses dois temas, bastante discutidos, porém de pouca incidência nos 
cursos de psicologia, mesmo eles, nos cursos específicos. 
 Por fim, as obras e todo o contexto abordado, são capazes de fazer meditar acerca da 
literatura filosófica existencialista de Sartre, a epistemologia da fenomenologia existencial e a 
psicologia clínica humanista, equacionando na psicologia fenomenológico existencial, procurando 
através desse coeficiente, produzir provocação reflexiva em quem os lê. Sugerindo, assim, uma 
leitura dialógica, definida por Larrosa (2003), como uma leitura de compartilhamento de sentido, 
onde as obras conversam e dão capacidade de instigar pensamentos profundos no leitor, que as 
repassam e condensam com possíveis matérias de atrelamento. 
 
 
RESULTADOS E DISCUSSÕES 
 
 Falemos do primeiro ponto, o corpo. Para Sartre, o corpo é, eminentemente, da ordem 
do ser, isto é, o próprio ser humano, total, coalescente, íntegro e inseparável, porém facilmente 
objetificado e dicotomizado pela cultura. Por outra forma, um ser vivente que tem em sua 
existência a denotação única de experienciar material e psiquicamente os fatos do mundo (COX, 
2006). 
O corpo de uma pessoa é sua consciência, no sentido de que a pessoa não está 
no mundo como uma percepção passiva, mas sim como um ser que age em 
direção ao futuro. Podemos dizer que este corpo é absorvido pela sua 
consciência, apesar de esta forma de palavras ter a tendência de sugerir que a 
consciência e o corpo são dois fenômenos distintos, que poderiam existir 
separadamente, mas que estão unidos (COX, 2006, p. 78- 79). 
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 Além de aplacar a ideia de corpo como um monismo que é unívoco em substância, o 
organismo para Sartre é sua própria ideia existencial, já que passa por diversos fatores de trânsito 
do homem, desde questões intrapsíquicas, temporalidade, afetos, autenticidade e má-fé, todos 
fatores propriamente modificáveis no universo singular de cada um, que vão colocar o ser 
humano em uma circunstância de reflexão dos atos e fatos que o permeiam. 
 Erthal (2013), autora que trabalha com psicoterapia vivencial Sartreana, traz para a 
psicologia uma maneira de contemplar e questionar o ser humano na clínica, de uma forma a lhe 
dar espaço a compromissar-se com suas causas e tentar de alguma forma superá-las. Para isso, o 
trabalho orientador e centralizador do psicólogo é catalisar a expressão e o autoconhecimento do 
corpo que vive em relações bloqueadas, ou de despersonalização com outros corpos agrupados 
no mundo, figurando uma aproximação de quem se é, dando chance a liberdade do arbítrio, não 
mais optando que os outros fatores mundanos (tradições, pessoas, leis), escolham aparentemente 
por ela (ERTHAL, 2013). 
 Desse modo, utiliza conceitos como self percebido e self ideal, que seriam 
respectivamente e sucintamente, o como o sujeito se percebe e o modelo ideal de personalidade 
que tem para si. Desenvolvendo na relação terapêutica os entendimentos de si próprio, as 
cobranças do outro para esse si, o papel do desejo original dentre esses quesitos do para si 
mesmo e do para o outro, dando autonomia e reponsabilidade de escolher, ou deixar ser afetado 
pelo sentido do outro. Mais especificamente, quando o outro interfere nas rédeas da sua vida, 
falseando as escolhas próprias, configurando uma vida levada em função desse outro que não o 
próprio dono dela, no caso o cliente, configurando para Sartre a ideia de má-fé (SARTRE, 2009). 
 Após essas anotações é possível perceber que tais situações são comuns em meio a 
contemporaneidade, já que, viver em meio a adaptação social, é a maneira inconsciente e 
consciente de se apresentar ao mundo e não se marginalizar (ser posto a margem do convívio 
social). Diante dessa situação, na psicoterapia sartreana é proposto criar um projeto de vida que 
seja saudável e suscetível a uma quebra de comportamento nocivo à autenticidade da existência 
desse indivíduo, que não se encontra mais protagonista de sua existência. Estipulando, assim que, 
em meio aos determinismos cotidianos, se possa emergir a subjetividade do corpo. 
“Evidentemente, a percepção do corpo se liga à percepção dos aspectos mais amplos do eu. Ele é 
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sentido como uma parte do eu, muitas vezes constituindo o seu limite externo” (ERTHAL, 2013, 
p.70). 
 Portanto, o corpo para Sartre, é um conglomerado de experiências, resultado de escolhas 
e apreensões em meio as relações transcendidas nos locais que esse ser passa, ganhando através 
de sua liberdade experiencial, o resultado de todas as suas decisões até onde sua temporalidade 
consegue se impor. Fadando, tal qual Heidegger (2005) decretara, para um vir a ser na morte. Na 
qual para Sartre, a noção é de uma vida livre, a partir da consciência de seus determinismos e 
limites, até que se chegue no fim de seus projetos, ou a afirmação do limite de sua finitude, a 
morte dos seres, único fator capaz de definir um episódio da essência, de forma imodificável 
(SARTRE, 2009). Indo ao encontro do posicionamento de Erthal (2013):Independentemente da época em que o sujeito nasce, todas as pessoas sabem 
que estão no mundo, trabalham para sobreviver, precisam se relacionar e sabem 
que sua existência tem um limite – a morte. No projeto de cada um, esses 
limites podem aparecer sendo negados ou sendo aceitos ou mesmo vencidos 
(...) (p. 59). 
 Tais ideias, também são trabalhadas em alguns capítulos da obra O ser e o nada 
(1943/2009), na qual o filósofo põe em discussão a ontologia, que seria simplesmente explicada 
como o sentido dado a existência, sentido esse, que perpassa os caminhos da consciência, até que 
se entenda que os condicionamentos podem ser quebrados e ressignificados, gerando o 
sentimento mais comum para o sujeito do existencialismo, a angústia, que é também um fator 
gerador de habilidade para lidar com os próprios fantasmas da vida. 
 Como segundo domo, temos o projeto sartreano. Para entender o conceito de projeto em 
Sartre, é preciso entender o conceito de intencionalidade, promulgado pelo filósofo, Edmund 
Husserl, fonte de inspiração para Sartre. Nesse conceito, Husserl aplica que para todo fenômeno 
que se apresenta à consciência, essa mesma consciência, tem um direcionamento de intenção ao 
que se mostra, quer dizer que, em todos os movimentos cientes de homem no mundo, há um 
desejo e uma força volitiva que movimenta os órgãos do sentido à apreensão do que se mostra 
(CERBONE, 2014). 
 O projeto de ser é identificado na temporalidade de preparação do presente para o vir a 
ser do futuro nela o ser que é desejante por algo, procura elaborar em intenção esclarecedora a 
seu organismo, o que se quer possuir (ERTHAL, 2013). Por exemplo: um dependente químico 
que procura se destituir do uso da droga, projeta em sua vida uma busca de ajuda, e por entre ela, 
a difusão dos atos desse projeto, que configuram-se, hipoteticamente, em modos de agir como: 
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procurar inicialmente reduzir o uso, se afastar de locais e pessoas em que seja fácil conseguir a 
substância, procurar apoio psicoterapêutico ou de equipamentos de saúde, preparando assim, 
planos singulares de enfrentamento, a partir de um intento fenomenológico inicial, que é 
conseguir obter o êxito na finalidade de não mais usar a droga. 
 Igualmente é o que Sartre chamaria de engajamento, um empreendimento ativo diante de 
uma demanda que afeta, e nessa afetação, propõe modificação comportamental, através da ação 
regeneradora de existir a favor da metamorfose da existência, que emerge na possibilidade 
emocional e racional do homem, dando sentido novo ao seu presente. Sobre esse método 
fenomenológico Sartreano, acrescenta Erthal (2013): 
 
Sendo o ser humano criador do seu mundo e de si (ultrapassagem da 
constituição), esta abordagem procura compreendê-lo na base dessa verdade. O 
objetivo é detectar os padrões comportamentais para chegar ao projeto original 
pelo qual o indivíduo se faz uma pessoa. O indivíduo se define por seu projeto, 
por ser capaz de fazer e desfazer o que fizeram dele (p. 210-2011). 
 
 É assim, identificando os projetos, que o indivíduo, segundo Sartre, toma consciência de 
sua existência e de seu horizonte suscetível de construção da essência, que acontece em todo 
agora existente perante ele, cabendo nesse presente, dentre este insight que urge, confirmá-lo 
como propulsor do alcance dos objetivos. O filósofo com seu conceito de projeto, trouxe 
contribuições à psicologia, apresentando uma metáfora consistente sobre a anunciação das 
capacidades inatas de cada indivíduo. 
 No que concerne a consciência, Sartre nos coloca o conceito de Para-si e Em-si. Nessa 
vereda, intui que a essência procede à existência, implicando-se contra as teorias platônicas e 
niilistas modernas de Descartes, já que, diferentemente dos objetos, o homem primeiro precisa 
existir no mundo para diante de suas sujeições, encontrar a liberdade de construir sua essência, 
sua personalidade, sua identidade passível de constante criação e desobstrução da identidade 
derradeira, já que, quanto mais adquirir vivência de mundo, mais é inclinado a aderir novas 
nuances da existência, amadurecendo o modus vivendi (modo de viver). 
 Com o objeto não acontece dessa maneira, pois esse, antes mesmo de ser gerado, já tem 
uma utilidade, uma eficiência teórica para o seu feitio, um caminho único de segmento para sua 
existência, uma essência preestabelecida para seguir quando originado. Uma tesoura, mesmo 
antes de ser fabricada, terá por missão cortar, um cachorro só poderá ser cachorro a vida toda, 
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sendo previsível por demais. Já o homem, que é condenado a ser livre, pode ser o que se quiser 
ser, bastando primeiro existir (MARQUES; TIBAJI, 1998). 
 Sobretudo na clínica psicoterapêutica, percebemos cada vez mais o homem resultado de 
objetificações, fruto de sua cultura patológica, competitiva e diagnosticadora. Logo, é encontrado, 
assim, o indivíduo concretizado em uma categoria, onde por possuir sintomas de tédio e angústia, 
é enquadrado em um modelo psicopatológico de ser, trazendo uma analogia aos apontamentos 
sartreanos (ERTHAL, 2013). 
 Perante esse fato, sua primazia em primeiro existir para depois ser é trocada por um 
prévio entendimento de sua essência, sendo enquadrada em uma estatística sintomatológica, sem 
ao menos dar a chance de saber o sentido dado diante da aflição sofrida. “Assim, na visão 
sartreana, o fato da existência preceder a essência, ocorre única e exclusivamente, somente se ele 
é livre, ao contrário dos outros seres que são predeterminados. Somente o homem existe, as 
outras coisas não, elas apenas são” (MARQUES; TIBAJI, 1998, p.77). 
 A banalidade do viver na contemporaneidade (BESERRA; BEZERRA, 2017) é muito 
próxima desse entendimento sartreano, já que, no viver pós-moderno, se é dado uniformidades 
de comportamento ao homem, que, ou o segue e aninha-se a sociedade de massa, ou rompe com 
esse território do correto social, e é locado na marginalidade de sua singularidade. A abordagem 
humanista, trabalha esse homem que chega modelado e angustiado na clínica, vertendo-o para 
ação de possibilitar o esvaziamento de todos essas instâncias de nomeação (conceitos), ou seja, se 
há mesmo uma patologia, ou uma maneira, ideal de viver preestabelecida teoricamente, essa não 
será privilegiada como figura, e sim, como parte da condição vivente desse indivíduo, trabalhando 
seu manuseio com essas categorias perniciosas e constantemente atribuídas ao homem do 
convívio grupal e consuetudinário (MOTA, 2009). 
 Cada apontamento explanado nos parágrafos anteriores, diz respeito a como Sartre 
interpretava a ideia de consciência, esta estimulada pelas experiências, e de forma completa, 
responsável na captação dos fatos apreendidos pelas funções dos sentidos. O homem, que vive 
em relação com o mundo, logo transcendido, é o homem do Para-si, lançado ao mundo e voltado 
para as afetações no convívio com os outros, criando hipóteses de viver no universo de relações, 
diante do que lhe é proposto como contato inter-relacional. Nesse sentido, diz Cox (2006, p. 62) 
sobre o Para-si: “O para-si refletido parece o reflexivo como um presente, intencional e 
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transcendenteobjeto. Através da reflexão, determinadas fases fugazes do para-si, como são em 
sua imediata relação com o mundo – reações, aversões, desejos, etc.” 
 O Em-si, consequência natural do Para-si, é a auto-validação e autoconceituação do 
indivíduo que vive no mundo das relações, é como reflete a existência e dá adjetivação a seus 
fatores de ser. Por exemplo: o indivíduo do Em-si, quando relacionado com os outros seres 
viventes, encontrará adereços que o caracterizam, encontrará também influências devido as suas 
diversidades de vínculos, e na sua intimidade saberá, de alguma forma, como se definir em algum 
momento que for proposto que se defina, até por si próprio (COX, 2006). Vede, Sartre vai 
contemplar o trazido por Cox, ao dizer: “é por meio dos conceitos do outro que conheço o meu 
corpo” (SARTRE, 2009, p. 445). 
 Sartre, ao dizer que esse ser que é voltado em si mesmo, pode colocar predicados a sua 
existência, após e antes de se relacionar com os outros (Para-si), bastando tomar consciência 
disso, formula uma compreensão utilizada na psicologia, viável ao entendimento de como esse 
indivíduo se vê a luz dos outros e a luz de si. Nesse sentido, vai revelar Sartre (2009, p.37) “O ser 
não pode ser causa sui à maneira da consciência. O ser é si-mesmo. Significa que não é passividade 
nem atividade. Duas noções humanas designando condutas humanas ou instrumentos de condutas 
humanas”. 
 Mormente, a relação que é Para-si e Em-si, se faz presente na existência de todo ser 
humano, seja ele afirmando o que se é, ou postergando essa capacidade inerente de propor para si 
uma maneira de encontrar-se no mundo. Em meio a psicoterapia humanista, tais ideias são 
eminentemente somatórias para o entendimento do ser angustiado que procura questionar-se no 
setting terapêutico, perfazendo mais uma vez, que a filosofia sartreana, é uma combinação salutar 
à psicologia fenomenológica existencial, dita humanista. 
 Grande parte da teoria existencialista ateia de Sartre, tem relação com um elemento de 
estudos na psicologia: a autenticidade e suas incidências por entre todos os fatores que 
atravessam as decisões humanas. A questão do Para-outro, conflui com os quesitos 
anteriormente tratados e também com o fenômeno da má-fé (incoerência de si), trazido com 
veemência no existencialismo de Sartre, sendo exemplificado com mais aplicabilidade na obra A 
náusea (1938/2015) em que o filósofo, trata da narrativa literária de um historiador que resolve 
investigar a vida de um barão e escrever a biografia desse, em virtude da busca de revitalização de 
sua vida, que andava nauseante e vazia (SARTRE, 2015). O Para-outro é o campo do indivíduo 
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ligado as trocas informativas com o meio, com o outro, com os objetos, com a natureza, toda 
demonstração consciente de si para essas instâncias, configuram o conceito de Para-outro. 
 O exemplo mais famoso de Sartre sobre a má-fé, vem ilustrado na cena do garçom, que 
naquele momento da obra age roboticamente como um garçom, exímio no atendimento com 
seus movimentos estritamente do serviço prestado, não sendo em nenhum instante, uma pessoa 
compromissada com sua identidade total por trás da fachada e estereótipo de garçom, portanto, 
sujeitando-se a viver uma mentira, já que deixou de lado, sua forma de ser e suas atitudes 
idiossincráticas, se dando satisfeito pela escravização de uma representatividade social. “(..) é 
como a má-fé do garçom de Sartre que desempenha com grande convicção o papel de garçom” 
(COX, 2006). 
 Todavia, o conceito de má-fé se entrelaça ao conceito de Para-outro, pois este, designa o 
modo de ser alienado do Em-si (quem se é), que ao se relacionar dissimuladamente com o Para-si 
(os outros), inaugura uma conduta falseada, sem vontade, inautêntica no modo de existir, pois 
devido ao senso de exigência de comportamento taxado, para inserção no contexto apresentável 
aos outros, tem-se desvalorizado a liberdade pessoal, que nesse momento é desprivilegiada para 
fazer jus ao desejo dos outros de forma teatral. 
Sua expressão não autêntica de viver indica não saber diferenciar os poucos 
valores que possui daqueles que lhe foram impostos. É continuador passivo de 
sua história. (..). O raro contato consigo mesmo faz exacerbar comportamento 
defensivos necessário à manutenção da reduzida autoestima (ERTHAL, 2013, 
p. 214). 
 Na psicoterapia vivencial, o cliente que se demonstra alienado, vivendo sem poder de 
escolha convicta, fazendo atos diários que não lhe agradam, mas que os faz para agradar outrem, 
tem por configuração um exemplo de má-fé. Situada em um bloqueio da liberdade experiencial, 
cabendo ao facilitador do processo, identificar, demonstrar e desenvolver um diálogo cabível ao 
entendimento e amplitude do determinado fenômeno causador da má-fé. Sobre esse 
aparecimento constante no fazer terapêutico, Erthal (2013) conclui: 
Muitos indivíduos vivem como se aceitassem passivamente sua 
existência, atribuindo significados superficiais à sua própria vida. Age-se 
mecanicamente como para fugir de um enfrentamento com dados reais, 
o que lhe exigiria uma atitude decisória. Esse comportamento é a própria 
má-fé (p. 121). 
 Entretanto, não se pode esquecer, que um movimento puxa o outro, isto é, a má-fé 
advém da ênfase dada no modo de ser Para-outro em detrimento do modo de ser do Em-si-Para-
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si, onde nesta genuinidade de relação, tem-se o equilíbrio. Desse modo, viver para si e para o 
outro na medida dessa fronteira, configura um ato que passa pela investigação do que é bom para 
mim e do que pode ser aproveitado para o outro na relação, quando validando as causalidades 
necessárias da existência. Exemplificando esse fenômeno, há a situação em que uma pessoa 
precisa trabalhar para prover recursos a família, mas esse trabalho possui regras que de alguma 
forma incomodam a liberdade do sujeito, que tendo que adaptar-se, usando o estilo de ser que lhe 
é próprio, tentará balancear-se no peso de um emprego que não faz jus as suas vontades 
principais, até que consiga algo de seu agrado. 
 A noção de temporalidade é discutida desde o início do pensamento filosófico 
(MARCONDES, 2007). Sartre que valorizava a liberdade perante todos as ocorrências da vida, 
trouxe para a questão do tempo, a noção de tentativa do homem livre em controlar esse evento. 
Ao passo disso, expôs o presente, o passado e o futuro, como estâncias temporais que se cruzam, 
atrapalhando ou permitindo os processos do indivíduo (MARQUES; TIBAJI, 1998). 
 O passado na teoria de Sartre não é aceito como existente, mas quando esse atrapalha o 
desenvolvimento do presente, causa repressão na evolução perceptiva do sujeito existencial. 
(MARQUES; TIBAJI, 1998). Assim, mais uma situação comum que se apresenta nas dificuldades 
das experienciações dos fatos presentes, é a supressão da presentificação do ser, impelida pelo 
tempo passado. Nela aspectos existenciais muito comumente intitulados de náusea e melancolia, 
causam impedimentos na condição de estar psicofisiologicamente inteiro no tempo do agora, 
livre de fenômenos que já aconteceram, mas teimam em persistir, bloqueando contato com o 
mundo fenomenológico do presente. 
 Quando algum fator se torna incompreensivo em primeiro plano, e tal motivo se faz 
bloqueado por um fenômeno do passado, como algo não resolvido, um drama reprimido, ou 
uma temporada da vida que não foi vivenciada e sim tentada ser esquecidaa força antinatural, o 
indivíduo que as detém em seu presente, terá dificultada na condição de compreensão e 
elaboração. Fazendo-se necessário para uma evolução saudável diante de tais compreensões, a 
desenvoltura dessas emoções, que até então incomodam, por estarem fazendo parte de uma 
temporalidade que não é o adequado a elas. 
 Em suma, afirmará Marques e Tibaji (1998, p.78), acerca do tema da temporalidade 
passada: “dessa forma, eu vivo o passado, inserido em mim e sem cogitação de transformá-lo, 
pois ele “foi” e por isso “está-ali”, dotado de características não modificáveis e de não variação. 
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Mas, eu não “sou” o passado, da mesma forma que eu o “era”. De fato, o passado tende a 
atrapalhar quando não coagulado na memória, e a função do psicólogo, quando percebe a 
dificuldade de libertação, é identificar junto com o cliente, dando abertura a sua reflexão, 
engajando formas de reverter o bloqueio temporal na vida de quem os sofre, adaptando-os 
(ERTHAL, 2013). 
 O futuro, semelhantemente ao passado, pode afetar negativamente a existência, pois 
quando esse tempo é valorizado mais que o tempo do presente, não se torna um projeto de ser, e 
sim, estigma de ansiedade e depressão, incapacitando na concentração do desvelo temporal do 
aqui e agora, sabendo que é o único momento realmente existente para a teoria sartreana 
(MARQUES; TIBUJI, 1998). 
 Destarte, tanto para a filosofia, como para a psicologia em questão, a aderência à 
temporalidade excessiva do passado e do futuro, impedem o movimento originário da existência 
do homem, que é o do presente. E enquanto, cronificado em futuro ou passado, estará impedido 
de experienciar o verdadeiro fenômeno da vida e seu real valor, que é imensurável e passageiro. 
 
 
CONCLUSÃO 
 
 A psicologia sartreana, se faz ímpar em sua maneira de avaliar o ser no mundo, mas sua 
ontologia e modo de investigar o homem, são tão congruentes com a psicologia fenomenológica 
existencial, quanto o é, a de Heidegger e Husserl. Nesse entendimento, Sartre foi objeto de 
estudo e desenvolvimento de comparação teórica, trazendo resultados cabíveis a um 
entendimento no campo da psicologia humanista. 
 Diante do exposto, considera-se que a abordagem sartreana na psicologia, é algo ainda em 
estudo, mas que, apesar da incipiência, tem construção viável para que se obtenha 
posicionamentos favoráveis ao estudo clínico de homem. Portanto, o artigo apresentado, 
procurou trazer os conceitos e desenvolvê-los de forma breve, mas provocadora em algum 
sentido para a pesquisa desse prolífero filósofo e de sua certa contribuição nos estudos de 
psicologia existencial. 
 Os princípios filosóficos de Sartre se equiparam com alguns princípios psicológicos do 
homem contemporâneo. Sua teoria é atenta aos fatores de mundo que enlaçam o compromisso 
entre ser que existe e escolhas emergentes. Nesse intuito, o trabalho apresentou os apontamentos 
da filosofia de Sartre e as desdobrou para poder de forma sintética, tentar auxiliar a psicologia 
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fenomenológica existencial, a procurar entender alguns atos derivados desse homem que trafega 
livremente pela existência. 
 Em desfecho, a pesquisa procurou representar um mapeamento entre Sartre e a 
compreensão da psicologia diante dos percursos comportamentais do homem, demonstrando sua 
liberdade experiencial, como um foco de investigação cultural, social, e individual, ocasionando 
angústia, mas mediante essa angústia, protuberar a capacidade de libertação, através da facilitação 
de processos psíquicos no sentido de corpo e mente unificados. Para isso, foram apresentados 
conceitos do existencialismo do autor, que simetrizam com casos psicológicos, que exercem um 
modelo de ação e reação do homem, investigados pela psicologia, relacionando assim, uma 
preocupação em se tratar desses temas mediante a prática terapêutica dos psicólogos com 
inclinação fenomenológica existencial. 
 
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ERTHAL, T.C.S. Trilogia da Existência: teoria e prática da psicoterapia vivencial. 1. Ed. Curitiba: Appris, 
2013. 
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HEIDEGGER, M. Ser e Tempo (parte I). 15 ed. Editora Vozes: Petrópolis, RJ, 2005. 
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___________. O existencialismo é um humanismo. 3. Ed. Rio de Janeiro: Vozes Ltda, 2010. 
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