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CARNÍVOROS Os cães e os gatos possuem hábitos alimentares que condizem ao seu histórico de caçadores, tendo a dieta baseada em proteínas de origem animal. O primeiro passo para esse alimento no organismo do carnívoro é a entrada na boca (cavidade oral). Dentro dela, esse alimento precisa ser processado, onde ocorrerá a primeira quebra dele em partículas menores e a transformação dele em bolo alimentar. Dentro da cavidade oral, o alimento entra em contato com o vestíbulo da cavidade oral, nela existe a cavidade própria da boca que é onde está localizada a língua a responsável por movimentar o alimento dentro da cavidade oral. O alimento é triturado pelos dentes até chegar a partes pequenas e nos carnívoros os dentes são um total de 42 para o cão e 30 para o gato, sendo todos eles dentes braquidontes. O alimento é também umedecido pela saliva, que é produzida pelo conjunto de glândulas salivares que nos carnívoros são 4, glândula salivar parótida, sublingual, mandibular e zigomática, que através de ductos salivares leva a saliva para a cavidade oral. Dessa forma, o alimento triturado e umedecido passa agora por outro evento, a deglutição. A deglutição do bolo alimentar ocorre pela saída dele da cavidade oral para a orofaringe, que acontece pela contração dos músculos da mastigação. O alimento toca a mucosa faríngea e promove os reflexos de fechamento do óstio intrafaríngeo que impede que o alimento retorne à cavidade oral, ao mesmo tempo a epiglote se retrai e permite a passagem do conteúdo para dentro do esôfago. O esôfago possui o peristaltismo que é responsável pelo movimento do bolo alimentar dentro dele. O alimento ali, passa pelo esôfago pela parte cervical (dorsal), após, pela parte torácica e passa pelo diafragma através do hiato esofágico, caracterizando a porção abdominal desse esôfago e chegando até a cárdia do estômago. O alimento passa pela cárdia, fazendo a transição do esôfago para o estômago. No estômago o bolo alimentar é quebrado através de digestão enzimática, com a liberação do suco gástrico, já que a mucosa do estômago dos carnívoros é 100% glandular. O alimento passa pela cárdia do estômago através do esfíncter cárdio e vai para o fundo gástrico e depois ao corpo do estômago, que é a região média e principal. Depois passa para a região pilórica e sai do estômago para o duodeno através do óstio pilórico, regulado pelo esfíncter pilórico, que marca a transição do estômago para o intestino. No duodeno o bolo alimentar passa pela parte cranial do duodeno que é conectada ao fígado pelo ligamento hepatoduodenal que é por onde desemboca o ducto colédoco da papila duodenal maior, trazendo a bile produzida no fígado e também nessa região chega o ducto pancreático, por onde chega o suco pancreático. Depois o bolo alimentar prossegue e passa pela flexura duodenal cranial, parte descendente, flexura duodenal caudal, parte transversa, parte ascendente e pela flexura duodenojejunal, por onde ele vai para o jejuno. No jejuno ocorre uma parte da absorção dos nutrientes e ao passar por ele, o quilo passa para o íleo pelo esfíncter do íleo e com o auxílio da papila íleal passa do diretamente ao cólon, já que não precisa passar pelo ceco (mas se passar, vai do ceco CAMINHO DO ALIMENTO PELO TUBO DIGESTÓRIO NAS DIFERENTES ESPÉCIES DE ANIMAIS DOMÉSTICOS @mari_lopes8 para o cólon pelo óstio cecocólico) caracterizando a junção íleocólica. No cólon, passa por suas porções, o cólon ascendente, cólon transverso e cólon descendente e passa então após ter sofrido desidratação, para o reto. No reto, o bolo fecal é armazenado na ampola retal até o momento da eliminação pelo ânus, que ocorre pelo movimento do músculo esfíncter anal externo e interno localizados no canal anal. SUÍNOS O suíno é um animal de hábitos alimentares variados, é considerado um animal onívoro e seu tubo digestório possui algumas particularidades. O alimento que é ingerido é também quebrado e absorvido pelos componentes do sistema digestório. O primeiro passo é a captação desse alimento pelos lábios, que no suíno formam um plano rostral. Depois, dentro da cavidade oral acontece a quebra desse alimento em partículas menores através da mastigação, já que a língua que movimenta esse alimento dentro da cavidade própria da boca e todo o alimento é triturado, pela ação dos dentes braquidontes e hipsodontes que esse animal possui. Além de triturado, esse alimento é umedecido pela saliva, produzida nas glândulas salivares, que possuem ductos salivares que desembocam na cavidade oral, sendo a glândula salivar parótida a mais desenvolvida. A saliva facilita a deglutição desse alimento que é um evento marcado pela passagem dele da cavidade oral para a orofaringe, o qual ao tocar a mucosa faríngea ocasiona o fechamento do óstio intrafaríngeo e simultaneamente a epiglote se retrai e permite a passagem desse conteúdo para dentro do esôfago. Após a deglutição, o alimento passa pelas partes cervicais, torácicas e abdominais do esôfago até chegar à região aglandular (proventricular) do estômago e depois chega à cárdia, que já faz parte da região glandular do estômago. Da cárdia, através do esfíncter cárdico, o alimento passa para o fundo gástrico, que no suíno possui o divertículo ventricular. Do fundo gástrico vai para o corpo do estômago e após para a parte pilórica e assim, o quilo sai do estômago para o duodeno pelo óstio pilórico de forma regulada através do tórus pilórico. No duodeno o quilo passa pela parte cranial do duodeno que inclusive é a região onde está o ligamento hepatoduodenal que conduz o ducto colédoco do fígado ao duodeno e também há o ducto pancreático e ambos são provenientes da papila duodenal maior (suínos também possuem ducto pancreático acessório da papila duodenal menor). Depois passam da parte cranial para a flexura duodenal cranial, para a parte descendente, flexura duodenal caudal, parte transversa, parte ascendente e flexura duodenojejunal. Após a última flexura do duodeno o quilo passa ao jejuno e segue para o íleo que se abre no ceco através do óstio ileocecal da papila ileal que é regulada pelo esfíncter ileocecal. No ceco sofre fermentação e segue então, para o cólon através do óstio cecocólico. O quilo nesse seguimento do intestino grosso, passa pela alça espiral formada pelos giros centrípetos, pela flexura central e retorna pelos giros centrífugos do cólon ascendente e segue para o cólon transverso e depois para o cólon descendente, que após ter sido desidratado vai para o reto. No reto, o bolo fecal formado pela desidratação ocorrida no intestino grosso vai para a ampola retal, dilatação da porção final do tubo alimentar. A saída das fezes do reto ocorre pela passagem pelo ânus que é regulado pela ação do músculo esfíncter anal interno e músculo esfíncter anal externo. EQUINOS Os equinos são animais herbívoros e seu sistema digestório apresenta algumas particularidades em relação às outras espécies. O alimento que o equino consome é capturado pelos lábios, que são sensíveis e móveis. Esse conteúdo entra então na cavidade oral para ser umedecido e mastigado. A mastigação ocorre pela ação dos dentes hipsodontes e braquidontes que o animal possui, fazendo a quebra desse alimento. Ele é também movimentado pela língua que está localizada na cavidade própria da boca, passando pelo vestíbulo da cavidade oral e vestíbulo labial. É ainda umedecido pela saliva produzida pelo conjunto de glândulas salivares maiores e menores. As glândulas salivares maiores possuem ductos salivares que se abrem dentro da cavidade oral, liberando seu conteúdo dentro da boca. O alimento quebrado e misturado em saliva é direcionado para a orofaringe, que quando toca a mucosa faríngea promove os reflexos da deglutição, acontecendo a retração da epiglote permitindo a passagem do alimento para o esôfago que é impulsionadopor músculos da deglutição. No esôfago, pela ação do peristaltismo, o alimento passa pelas partes cervicais, torácicas e abdominais do esôfago, que atravessa o diafragma pelo hiato esôfágico, chegando ao estômago na cavidade torácica. Ele chega no esôfago pela cárdia do estômago e passa para o fundo gástrico através do esfíncter cárdico bem desenvolvido do equino. O fundo gástrico forma um saco cego e junto a porção cárdica formam a região aglandular do estômago que no interior do estômago é separada da região glandular pela margem pregueada. Do fundo gástrico, o alimento segue para o corpo do estômago e depois vai à parte pilórica e dela através da regulação do esfíncter pilórico passa pelo óstio pilórico e vai para o duodeno. No duodeno passa pela parte cranial onde está localizada a ampola hepatopancreática que é um dispositivo que armazena temporariamente a bile produzida no fígado e também por onde chega o ducto pancreático principal, ambos regulados pelo esfíncter de Oddi (o equino possui ainda um ducto pancreático acessório pequeno). Da parte cranial vai para a flexura duodenal cranial, depois para a parte descendente, para a flexura duodenal caudal, parte transversa, parte ascendente e por fim para a flexura duodenojejunal. Após sair do duodeno vai para o jejuno e segue para o íleo que através do óstio ileocecal vai para o ceco. No equino o ceco é responsável pela fermentação microbiana do alimento para a obtenção dos nutrientes e o restante disso passa do ceco para o cólon através do óstio cecocólico. O quilo passa pelo cólon ascendente através do cólon ventral direito, flexura esternal, cólon ventral esquerdo, flexura pélvica, cólon dorsal esquerdo, flexura diafragmática e cólon dorsal direito, seguindo para o cólon transverso e para o cólon descendente, por onde passa o bolo fecal em direção ao reto. No reto vai para a ampola retal e é eliminado pelo ânus através da ação dos músculos esfíncters anais externos e internos. BOVINO O bovino é um animal herbívoro que rumina e fermenta seu alimento dentro do estômago. O trajeto no tubo digestivo se inicia na boca, através da captação do alimento pela língua que leva para dentro da cavidade oral e o movimenta dentro dela. Dentro dela o alimento é quebrado em partículas menores pelos dentes hipsodontes, já que os dentes braquidontes que são os incisivos fazem par com pulvino dentário. É também umedecido pela saliva produzida nas glândulas salivares maiores e menores, que possuem ductos salivares que se abrem na mucosa da cavidade oral. Dessa forma, triturado e umedecido, o alimento pode ser deglutido. A passagem da cavidade oral para a orofaringe é facilitada pelas rugas palatinas que quando a língua toca o palato duro promove reflexos da deglutição, fazendo o fechamento do óstio intrafaríngeo. A língua é elevada fazendo uma pressão no palato mole que impede o retorno do alimento para a cavidade oral e assim, a epiglote se retrai e permite a passagem do alimento para dentro do esôfago. No esôfago percorre por movimentos peristálticos as partes cervicais, torácicas e abdominais, dando entrada no estômago. O esôfago chega na cárdia através do óstio cárdico situado entre a junção ruminoreticular, que é onde começa a ser processado no retículo e por ação dele o alimento é selecionado e volta à boca para ser remastigado e após, retornar ao estômago indo dessa vez ao rúmen, que possui os pilares ruminais que ajudam na mistura do conteúdo líquido e sólido e além disso é onde ocorre a fermentação propriamente dita, intensificada pelas papilas ruminais que fazem a reabsorção dos ácidos graxos voláteis produzidos pela microbiota ruminal. Do rúmen segue para o retículo novamente pelo átrio do rúmen e do retículo segue ao omaso pelo óstio retículomasal e dele vai para o abomaso pelo óstio omasoabomasal, chegando ao fundo gástrico, passando pelo corpo do estômago e chegando ao piloro. No abomaso o quilo sofre ação enzimática por ser a região glandular do estômago. Saindo do piloro pelo óstio pilórico, chega ao duodeno, passando então pela parte cranial que é onde está a papila duodenal maior com o ducto colédoco e o ducto pancreático principal (mais caudalmente o ducto pancreático acessório). Depois passa para a flexura duodenal cranial, para parte descendente, para a flexura duodenal caudal, parte transversa, parte ascendente e flexura duodenojejunal indo ao jejuno. Do jejuno vai ao íleo e passa pelo óstio íleocecal regulado pelo esfíncter do íleo e segue para o ceco. Do ceco o quilo segue para o cólon passando pelo óstio cecocólico. No cólon ascendente passa pela alça proximal (formato de S) e segue para a alça espiral, passando pelos giros centrípetos, pela flexura central e retornando pelos giros centrífugos indo agora à alça distal. Depois segue ao cólon transverso e ao cólon descendente passando também pelo cólon sigmóide indo em direção ao reto. No reto o bolo fecal segue para a ampola retal que depois é eliminado pelo ânus através do movimento do músculo esfíncter anal interno e do músculo esfíncter anal externo. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS KÖNIG, H. E.; LIEBICH, H-G. Anatomia dos animais domésticos: texto e atlas colorido. 6. ed. Porto Alegre: Artmed, 2016. DYCE, K. M.; WENSING, C. J. G.; SACK, W. O. Tratado de anatomia veterinária. 4 ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2010.