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Regeneração e cicatrização

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Regeneração e cicatrização 
 
A neutralização de agentes agressores leva a desorganização e destruição tecidual. 
Torna-se necessária uma segunda etapa dos mecanismos de defesa, caracterizada pela 
reorganização da área lesada. O reparo consiste na substituição das células e tecidos alterados por 
um tecido neoformado derivado do parênquima e/ou estroma do local injuriado. Se a reparação for 
feita principalmente pelos elementos parenquimatosos, uma reconstrução igual a original pode 
ocorrer (regeneração), mas se for feita em grande parte pelo estroma, um tecido fibrosado não 
especializado será formado (cicatriz). Poderá ocorrer um ou outro processo ou os dois, dependendo 
de alguns fatores sendo os mais importantes: a capacidade dos elementos do parênquima se 
regenerarem e a extensão da lesão. 
Quando, em vez de atingir focalmente as células no seu citoplasma, a lesão causa a perda de muitas 
células, o reparo é mais complexo e pode assumir uma das duas possibilidades: 
 
1)Se as células parenquimatosas morrem, mas o estroma permanece íntegro, o reparo se faz a 
partir de células do mesmo tipo das que se perderam, voltando o órgão à sua estrutura normal 
(REGENERAÇÃO). 
2) Se o estroma é destruído, o reparo se faz fundamentalmente às custas do tecido conjuntivo 
(CICATRIZAÇÃO), o que quase sempre aparece combinado com certo grau de regeneração dos 
elementos epiteliais, os quais podem ou não se reproduzir a estrutura que tinham anteriormente 
Neste último caso, ocorre uma REGENERAÇÃO ATÍPICA. 
Um organismo vivo tem a capacidade de reparar suas perdas, propriedade persistente desde o nível 
celular. REPARO TECIDUAL é a habilidade do corpo em substituir células lesionadas ou mortas e 
reparar tecidos após dano (inflamação). 
 
TIPOS DE REPARO 
REGENERAÇÃO (Restabelecimento da célula original do tecido) 
Compreende o processo onde o tecido lesado é reposto por células da mesma origem daquelas que 
se perderam, como o crescimento, em anfíbios, de um membro amputado. 
CICATRIZAÇÃO (Substituição do local danificado por Tecido Conjuntivo Fibroso) 
É a substituição do tecido lesado por tecido conjuntivo fibroso. Para que a cicatrização se efetue são 
necessárias a eliminação do agente agressor, a ativa manutenção do potencial de proliferação das 
células, complementadas pela irrigação e nutrição suficientes. Como a cicatrização por tecido fibroso 
é constituída por tecido mais simples e mais primitivo do que os tecidos que ela substitui, essa 
cicatrização implica na perda permanente da função fisiológica da região comprometida. 
 
FATORES QUE INFLUENCIAM NA REGENERAÇÃO E CICATRIZAÇÃO 
Capacidade Proliferativa Celular 
As células do corpo podem ser divididas em 3 categorias de acordo com a capacidade de 
regeneração: 
a) CÉLULAS LÁBEIS: são aquelas que continuam a se multiplicar durante a vida toda (células 
epiteliais, hematopoiéticas e linfóides). Regeneram-se com rapidez e facilidade 
b) CÉLULAS ESTÁVEIS: normalmente não se dividem, contudo têm a capacidade de proliferar 
quando estimuladas núcleos permanecem quiescentes a maior parte do tempo. (são as células das 
glândulas como: fígado, pâncreas, salivares, endócrinas e as células derivadas do mesênquima como 
fibroblastos, osteoblastos). 
c) CÉLULAS PERMANENTES são aquelas que perderam totalmente a capacidade de se dividir, 
(como as células do sistema nervoso central e músculo) os núcleos não tem mais a capacidade de 
reiniciar o processo replicativo. Uma reconstrução original da área lesada só poderá ocorrer se as 
células afetadas forem do tipo lábil ou estável porque se for do tipo permanente, ocorrerá à 
substituição por tecido conjuntivo. 
 
QUALIDADE DA MATRIZ EXTRACELULAR E ESTROMA REMANESCENTE  
O INTERSTÍCIO ou MATRIZ EXTRACELULAR é constituído por uma rede complexa de 
macromoléculas que preenchem os espaços intracelulares. Ela regula o crescimento, a proliferação, o 
movimento e a diferenciação das células que vivem no seu interior. 
A MEC também se condensa logo abaixo das revestimentos epiteliais, endoteliais e mesoteliais para 
formar uma estrutura característica e especializada, a MEMBRANA BASAL. 
As macromoléculas da MEC podem estar estruturadas em fibras (colágenas, reticulares e elásticas) 
ou sob a forma de um complexo amorfo, intimamente associado às fibras, denominado 
SUBSTÂNCIA FUNDAMENTAL AMORFA. Tais macromoléculas são: 
● Proteínas fibrosas (colágeno e elastina), que formam as fibras colágenas e reticulares 
(colágeno) e elásticas (elastina). 
● Proteínas Não-Fibrosas, de aderência (laminina e fibronectina), que aderem as células à MEC, 
e proteínas organizadoras também com função de aderência, como a tenascina, a entactina e 
a ondulina. 
● Glicosaminoglicanos (poliglicanos) e proteoglicanos, que formam um gel altamente hidratado, 
a substância fundamental, na qual as proteínas fibrosas estão imersas. 
Tem como funções:  
• Estrutura à migração celular 
• Manutenção da polaridade celular correta 
• Fonte de células importantes (acima) 
• Fonte de sinalizadores importantes ao reparo 
• Manutenção da diferenciação celular 
• Controle do crescimento celular 
• Arcabouço para renovação tecidual 
• Estabelecimento de microambientes teciduais 
 
PRESERVAÇÃO DAS CÉLULAS-TRONCO ADULTAS 
● Capacidade prolongada de auto-renovação. 
● Replicação assimétrica. 
● Células-Tronco embrionárias x Células-Tronco Adultas (linhagem específica). 
 
FATORES DE CRESCIMENTO (Polipeptídeos) 
Esses fatores, os quais podem ter múltiplos ou restritos alvos celulares, podem, também, promover a 
sobrevida celular, locomoção, contratilidade, diferenciação e angiogênese, atividades tão importantes 
quanto seus efeitos promotores de crescimento. Todos os fatores agem como Ligantes a Receptores 
específicos, os quais liberam sinais para as células alvo. 
EGF e TGF-α; HGF; VEGF; PDGF; FGF; TGF-β (são MITOGÊNICOS em sua maioria ativam a mitose) 
-> SINALIZAÇÃO -> ATIVAR TRANSCRIÇÃO, ESTIMULAR CICLO CELULAR. 
 
MECANISMOS DE REPARO TECIDUAL  
● Capacidade das células quiescentes reentrarem no ciclo celular. 
● Diferenciação eficiente das células-tronco adultas. 
● HIPERPLASIA ↔ HIPERTROFIA. 
 
FORMAÇÃO DA CICATRIZ 
● Emigração e Proliferação de fibroblastos no local da lesão 
(↑de fibroblastos e células endoteliais, síntese de colágeno) 
● Deposição da Matriz Extracelular (Angiogênese e Tecido de Granulação ou Jovem) 
(↓de fibroblastos e células endoteliais, ↑síntese de colágeno) 
● Remodelação Tecidual 
(↑síntese de Metaloproteinases e ↓síntese de colágeno) 
O termo cicatriz é mais frequentemente associado à cura de feridas na pele, porém é usado também 
para descrever a substituição de células parenquimatosas de qualquer órgão após infarto do 
miocárdio. 
 
 
Cicatrização por 1ª Intenção 
Também chamada de união primária, tem importância principalmente em cirurgia e em ferimentos. É 
o tipo mais simples de reparação que pode ocorrer. O exemplo mais comum é a incisão cirúrgica feita 
com bisturi e posterior sutura dos bordos. A incisão leva a morte de células epiteliais, assim como de 
elementos do tecido conjuntivo. Uma vez feita a sutura o espaço entre os bordos é reduzido e fica 
cheio de coágulo.  
A fibrina formada induza migração e serve de matriz para a proliferação de fibroblastos e 
angioblastos, que vão formar o tecido de granulação. Geléias de firia induzem a fibroplasia e 
angiogênese. Inicia-se uma inflamação aguda com exsudato principalmente de neutrófilos e 
posteriormente de macrófagos. Ao mesmo tempo fibroblastos e angioblastos proliferam a partir dos 
bordos e começam a invadir a área inflamada dando origem a um tecido rico em fibroblastos e vasos 
neoformados conhecido como tecido de granulação. 
Inicialmente é um tecido altamente celular, mas com a contínua produção de fibras colágenas, 
tornam-se menos celular e dentro de algum tempo a área está ocupada por um tecido com poucas 
células e vascularizado, rico em fibras, constituindo a cicatrização, e marcando para sempre o local 
da incisão cirúrgica. A proliferaçãonão contínua de células epiteliais é controlada por fatores do 
crescimento celular, e esta é uma das diferenças importantes em relação ao que ocorre nos 
carcinomas. 
 
Cicatrização por 2ª intenção 
Também chamada de união secundária, ocorre quando a área lesada é mais extensa e os bordos não 
podem ser coaptados por sutura, como por exemplo, em úlceras, abcessos ou então devido à 
contaminação de uma incisão cirúrgica. O processo básico é o mesmo que na união primária, 
diferindo apenas por ser a área lesada maior e ter grande quantidade de exsudato inflamatório e 
restos necrosados.  
O tecido de granulação vai se proliferando à medida que a área vai sendo limpa. A cicatrização por 
segunda intenção ocorre inevitavelmente com a formação de grande quantidade de tecido cicatricial. 
A formação excessiva de tecido cicatricial pode provocar uma protuberância no local, sendo o 
processo chamado de quelóide.  
A união secundária difere da primária por:  
● Perda de grande quantidade de tecido 
● Presença de uma maior quantidade de restos necróticos e exsudato inflamatório  
● Formação de maior quantidade de tecido de granulação  
● Produção de cicatriz mais extensa 
 
FATORES QUE INFLUENCIAM NA CICATRIZAÇÃO 
Sistêmicos 
- Nutrição 
- Condições Metabólicas 
- Condições Circulatórias 
- Hormônios 
 ​Locais 
- Infecção 
- Fatores Mecânicos 
- Corpos Estranhos 
- Tamanho, Localização e Tipo da Ferida 
 
COMPLICAÇÕES NA CICATRIZAÇÃO DA FERIDA 
Formação deficiente de Cicatriz (do tecido de granulação ou organização da cicatriz) 
Pode levar a dois tipos de complicações:  
- Deiscência ou Ruptura de uma ferida 
- Ulceração. 
Formação Excessiva dos Componentes do Processo de Reparo 
Pode originar cicatrizes hipertróficas e queloides. Outro desvio na cura de feridas é a formação de 
quantidades excessivas de tecido de granulação, que fazem protusão acima do nível de pele 
circundante e bloqueiam a reeptelização, processo esse chamado Granulação Exuberante. 
Formação de Contratura  
A contração no tamanho de uma ferida constitui uma parte importante do processo normal de 
cicatrização. Um exagero desse processo origina a Contratura e resulta em deformidades da ferida e 
dos tecidos circundantes.