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Poder Familiar 
 
Elaboração: Luciano L. Figueiredo1. 
1. Conceito. 
 
Poder familiar ou autoridade parental constitui o conjunto de deveres e direitos reconhecidos aos genitores em face 
de seus filhos menores de 18 anos não emancipados, visando a administração patrimonial e existencial destes. 
 
Art. 1.630. Os filhos estão sujeitos ao poder familiar, enquanto menores. 
 
Art. 1.631. Durante o casamento e a união estável, compete o poder familiar aos pais; na falta ou impedimento de 
um deles, o outro o exercerá com exclusividade. 
 
Parágrafo único. Divergindo os pais quanto ao exercício do poder familiar, é assegurado a qualquer deles recorrer 
ao juiz para solução do desacordo. 
 
Poder familiar é sinônimo de Pátrio Poder? 
 
O que fazer na hipótese de divergência no exercício do Poder Familiar? 
 
Art. 1.631. Durante o casamento e a união estável, compete o poder familiar aos pais; na falta ou impedimento de 
um deles, o outro o exercerá com exclusividade. 
 
Parágrafo único. Divergindo os pais quanto ao exercício do poder familiar, é assegurado a qualquer deles recorrer 
ao juiz para solução do desacordo. 
 
Extinção do matrimônio ou da união estável extingue o Poder Familiar? 
 
Art. 1.632. A separação judicial, o divórcio e a dissolução da união estável não alteram as relações entre pais e 
filhos senão quanto ao direito, que aos primeiros cabe, de terem em sua companhia os segundos. 
 
E novas núpcias? 
 
Art 1.636. O pai ou a mãe que contrai novas núpcias, ou estabelece união estável, não perde, quanto aos filhos do 
relacionamento anterior, os direitos ao poder familiar, exercendo-os sem qualquer interferência do novo cônjuge ou 
companheiro. 
 
Parágrafo único. Igual preceito ao estabelecido neste artigo aplica-se ao pai ou à mãe solteiros que casarem ou 
estabelecerem união estável. 
 
O ENUNCIADO 337 DO CJF caminha neste sentido: “O fato de o pai ou a mãe constituírem nova união não repercute 
no direito de terem os filhos do leito anterior em sua companhia, salvo quando houver comprometimento da sadia 
formação e do integral desenvolvimento da personalidade destes”. 
 
2. Exercício do Poder Familiar e o seu Conteúdo. 
 
Conteúdo taxativo ou exemplificativo? 
 
 
1 Advogado. Sócio-Fundador do Luciano Figueiredo Advogados Associados. Doutorando em Direito Civil (PUC/SP). Mestre em 
Direito Privado (UFBA). Especialista em Direito do Estado (UFBA). Graduado em Direito pela Universidade Salvador (UNIFACS). 
Professor de Direito Civil da Faculdade Baiana de Direito e do Complexo de Ensino Renato Saraiva. Professor Convidado em 
Diversos Cursos pelo País. Palestrante. Autor de Artigos Científicos e Livros Jurídicos. Instagram: @lucianolimafigueiredo. Pe-
riscope: @lucianofigueiredo. Contato: luciano@lucianofigueiredo.adv.br 
 
 
 
 
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Art. 1.634. Compete a ambos os pais, qualquer que seja a sua situação conjugal, o pleno exercício do poder familiar, 
que consiste em, quanto aos filhos: 
 
I - dirigir-lhes a criação e a educação; 
II - exercer a guarda unilateral ou compartilhada nos termos do art. 1.584; 
III - conceder-lhes ou negar-lhes consentimento para casarem; 
IV - conceder-lhes ou negar-lhes consentimento para viajarem ao exterior; 
V - conceder-lhes ou negar-lhes consentimento para mudarem sua residência permanente para outro Município; 
VI - nomear-lhes tutor por testamento ou documento autêntico, se o outro dos pais não lhe sobreviver, ou o sobrevivo 
não puder exercer o poder familiar; 
VII - representá-los judicial e extrajudicialmente até os 16 (dezesseis) anos, nos atos da vida civil, e assisti-los, após 
essa idade, nos atos em que forem partes, suprindo-lhes o consentimento; 
VIII - reclamá-los de quem ilegalmente os detenha; 
IX - exigir que lhes prestem obediência, respeito e os serviços próprios de sua idade e condição. 
 
Usufruto legal? 
 
Art. 1.689. O pai e a mãe, enquanto no exercício do poder familiar: 
 
I - são usufrutuários dos bens dos filhos; 
II - têm a administração dos bens dos filhos menores sob sua autoridade. 
 
Art. 1.690. Compete aos pais, e na falta de um deles ao outro, com exclusividade, representar os filhos menores de 
dezesseis anos, bem como assisti-los até completarem a maioridade ou serem emancipados. 
 
Parágrafo único. Os pais devem decidir em comum as questões relativas aos filhos e a seus bens; havendo di-
vergência, poderá qualquer deles recorrer ao juiz para a solução necessária. 
 
Pode alienar ou gravar bens? 
 
Art. 1.691. Não podem os pais alienar, ou gravar de ônus real os imóveis dos filhos, nem contrair, em nome deles, 
obrigações que ultrapassem os limites da simples administração, salvo por necessidade ou evidente interesse da 
prole, mediante prévia autorização do juiz. 
 
Parágrafo único. Podem pleitear a declaração de nulidade dos atos previstos neste artigo: 
 
I - os filhos; 
II - os herdeiros; 
III - o representante legal. 
 
3. Suspensão, Destituição e Extinção do Poder Familiar. 
 
Hipóteses de suspensão: 
 
Art. 1.637. Se o pai, ou a mãe, abusar de sua autoridade, faltando aos deveres a eles inerentes ou arruinando os 
bens dos filhos, cabe ao juiz, requerendo algum parente, ou o Ministério Público, adotar a medida que lhe pareça 
reclamada pela segurança do menor e seus haveres, até suspendendo o poder familiar, quando convenha. 
 
Parágrafo único. Suspende-se igualmente o exercício do poder familiar ao pai ou à mãe condenados por sentença 
irrecorrível, em virtude de crime cuja pena exceda a dois anos de prisão. 
 
Hipóteses de Destituição: 
 
Art. 1.638. Perderá por ato judicial o poder familiar o pai ou a mãe que: 
 
I - castigar imoderadamente o filho; 
 
 
 
 
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II - deixar o filho em abandono; 
III - praticar atos contrários à moral e aos bons costumes; 
IV - incidir, reiteradamente, nas faltas previstas no artigo antecedente. 
 
Hipóteses de Extinção: 
 
Art. 1.635. Extingue-se o poder familiar: 
 
I - pela morte dos pais ou do filho; 
II - pela emancipação, nos termos do art. 5o, parágrafo único; 
III - pela maioridade; 
IV - pela adoção; 
V - por decisão judicial, na forma do artigo 1.638. 
 
 
 
 
 
 
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