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Diphyllobothrium latum 
Nome comum: Tênia do peixe. Nomes comuns da doença ou condição associada: Difilobotríase, Botriocefalíase, Doença da tênia do peixe, Infecção pela tênia do peixe. 
Morfologia 
Ovos. 
Os ovos de Diphyllobothrium latum diferem dos cestódeos discutidos até agora, uma vez que eles não são formados por um típico embrião hexacanto . Em vez disso, o ovo de D. latum apresenta um estádio larval ciliado conhecido como coracídio, cercado por uma casca lisa de coloração amarela a marrom. O ovo tem um formato oblongo. O tamanho típico é de 55 a 75 µm por 40 a 55 µm, com uma média de 65 por 48 µm. Uma estrutura parecida com uma tampa, denominada opérculo, está presente em uma das extremidades do ovo. Uma pequena, porém distinta protuberância terminal, também conhecida como protuberância abopercular, se estende na extremidade oposta do ovo. 
Escólices. 
O escólice de D. latum também é diferente das outras espécies de cestódeos discutidas até agora . O escólice de D. lattum tem a forma de amêndoa e possui duas fendas de sucção longas e proeminentes, não apresentando ventosas. 
Proglótides. 
As proglótides de D. latum são mais largas do que longas . As proglótides grávidas possuem estruturas uterinas localizadas centralmente que, com frequência, assumem uma formação de roseta.
Diagnóstico Laboratorial 
O diagnóstico de D. latum é realizado por meio de exames de amostras de fezes em busca de ovos característicos e/ou, menos frequentemente, de proglótides. Em certas ocasiões, a escólice também pode ser observada. A recuperação de proglótides e escólices intactos de D. latum de pacientes não tratados é rara. As amostras de fezes de pacientes que receberam tratamento com medicamentos devem ser examinadas. Para assegurar que o tratamento tenha sido bem-sucedido, espera-se a eliminação do escólice e a ausência de (novas) proglótides nas fezes. 
Ciclo Biológico 
O ciclo biológico do D. latum é relativamente complexo, uma vez que requer dois hospedeiros intermediários para que seja completo. A infecção humana por D. latum se inicia quando o plerocercoide, definido como um estádio larval precursor, é ingerido com o consumo de carne de peixe de água doce crua ou mal cozida. No intestino delgado, o escólice emerge da plerocercoide e se fixa na mucosa intestinal. O verme adulto se autofecunda, e os ovos são eliminados para o ambiente externo pelas fezes. Caso estes ovos entrem em contato com água doce, o coracídio, ou larva natatória livre, eclode. Esta larva é ingerida pelo primeiro hospedeiro intermediário, as espécies de copépodes do gênero Cyclops. O próximo estádio de desenvolvimento do D. latum é o estádio larval conhecido como procercoide, e que ocorre no copépode. O copépode infectado é ingerido pelo segundo hospedeiro intermediário, um peixe de agua doce. Uma vez dentro do peixe, o procercoide se desenvolve na larva plerocercoide no tecido muscular. A ingestão do peixe cru infectado pelo ser humano inicia um novo ciclo. É importante observar que geralmente o segundo hospedeiro intermediário, um peixe de água doce, tem um tamanho pequeno. Sabe-se que esses peixes se tornam presas de peixes maiores antes de infectarem diretamente os seres humanos. Os peixes maiores albergam o parasito e funcionam como hospedeiros de transporte. O consumo desses peixes maiores pelo ser humano resultará na liberação da larva plerocercoide, a qual se desenvolverá e continuará o ciclo biológico. 
Epidemiologia 
D. latum pode ser encontrado em variadas regiões temperadas do mundo inteiro. Sabe-se que os Estados Unidos, Alasca e Grande Lagos são áreas endêmicas. Outras importantes áreas endêmicas incluem partes da América do Sul e da Ásia, África Central, Região Báltica e Finlândia. É nestas regiões que peixes de água doce crus são consumidos rotineiramente. Além dos seres humanos, outros animais que se alimentam de peixes também podem-se infectar por D. latum e funcionar como hospedeiros definitivos.
Sinais Clínicos 
Assintomático. Estima-se que a maioria das pessoas infectadas por D. latum não apresenta sintomas clínicos. Difilobotríase: Infecção pela Tênia do peixe. Pessoas infectadas por D. latum geralmente apresentam sintomas consistentes com alterações digestivas. Fraqueza geral, perda de peso e dor abdominal também podem ocorrer. Quando o verme adulto de D. latum se estabelece no intestino e se fixa na porção proximal do jejuno, o paciente corre o risco de desenvolver deficiência de vitamina B12. Essa condição mimetiza aquela observada na anemia perniciosa. Habitantes de determinadas localidades, como a Finlândia, parecem apresentar maior risco de adquirir esta condição induzida pelo parasito. Alguns deles parecem também ser hereditariamente predispostos a adquirir anemia perniciosa. Isto é importante, pois sugere que pacientes saudáveis infectados por D. latum aparentemente não apresentam sintomas mais graves. 
Tratamento 
Os fármacos de eleição no tratamento das infecções por D. latum são praziquantel e niclosamida, caso disponível. 
Prevenção e Controle 
Existem duas medidas principais de prevenção e controle para impedir a disseminação de D. latum. Estas incluem destino adequado para as fezes humanas e evitar ingerir peixe cru ou mal cozido, cozinhando por completo todo o peixe antes do consumo.

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