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5 Máquinas Elétricas II Wagner Fernandes Zeferino Eletrotécnica 6 7 Wagner Fernandes Zeferino Máquinas Elétricas II Criciúma Eletrotécnica 8 SATC — Associação Beneficente da Indústria Carbonífera de Santa Catarina Presidente de Honra Ruy Hülse Diretor Executivo Fernando Luiz Zancan Diretor Administrativo Financeiro Marcio Zanuz Diretor Carlos Antônio Ferreira Coordenação Geral da Faculdade Jovani Castelan Coordenação do Colégio SATC Izes Ester Machado Belolli Coordenação do Centro Tecnológico SATC Luciano Dagostin Biléssimo Secretária Acadêmica Hilda Maria Furlan Ghisi Cruz Pesquisadora Institucional Kelli Savi da Silva Coordenador EaD Jaqueline Marcos Garcia de Godoi Coordenador do Curso Gilberto Fernandes da Silva Produção do Material Didático Equipe EaD. 9 SUMÁRIO APRESENTAÇÃO.............................................................................................. .......05 UNIDADE 1: TRANSFORMADORES E SUAS APLICAÇÕES ......................... .......07 TÓPICO 1: TIPOS DE TRANSFORMADORES ................................................. .......08 TÓPICO 2: DIVISÕES QUANTO A FINALIDADE ............................................. .......11 TÓPICO 3: DIVISÕES QUANTO AOS TIPOS CONSTRUTIVOS ...................... .......15 TÓPICO 4: MODELOS MAIS COMUNS DE MERCADO ................................... .......20 EXERCÍCIOS ............................................................................................................ 25 CHECK LIST ............................................................................................................. 26 UNIDADE 2: PRINCÍPIO DE FUNCIONAMENTO .................................................... 27 TÓPICO 1: INDUÇÃO MÚTUA ................................................................................. 28 TÓPICO 2: BOBINA PRIMÁRIA ............................................................................... 30 TÓPICO 3: BOBINA SECUNDÁRIA ........................................................................ 31 TÓPICO 4: TRANSFORMADORES IDEAIS ............................................................. 31 TÓPICO 5: RAZÃO DE TENSÃO E RAZÃO DE ESPIRAS ............................... .......32 TÓPICO 6: RAZÃO DE CORRENTE ................................................................. .......33 TÓPICO 7: AUTOTRANSFORMADOR ......................................................................34 EXERCÍCIOS. ........................................................................................................... 36 CHECK LIST ............................................................................................................. 37 UNIDADE 3: LIGAÇÕES E DERIVAÇÕES .............................................................. 38 TÓPICO 1: LIGAÇÃO SÉRIE .................................................................................... 39 TÓPICO 2: LIGAÇÃO PARALELO ........................................................................... 39 TÓPICO 3: LIGAÇÃO TRIÂNGULO ......................................................................... 40 TÓPICO 4: LIGAÇÃO ESTRELA .............................................................................. 42 TÓPICO 5: LIGAÇÃO ZIG-ZAG ................................................................................ 43 TOPICO 6: DERIVAÇÕES OU COMUTADORES.....................................................44 TÓPICO 7: DESLOCAMENTO ANGULAR ........................................................ .......50 EXERCÍCIOS ............................................................................................................ 53 CHECK LIST ............................................................................................................. 54 10 UNIDADE 4: CARACTERÍSTICAS CONSTRUTIVAS, PERDAS E EFICIÊNCIA ... 55 TÓPICO 1: PERDAS NO COBRE ............................................................................ 56 TÓPICO 2: PERDAS NO NÚCLEO .......................................................................... 57 TÓPICO 3: RENDIMENTO ................................................................................ .......57 TÓPICO 4: PARTES PRINCIPAIS .................................................................... .......59 TÓPICO 5: BUCHAS ......................................................................................... .......63 TÓPICO 6: RADIADORES ................................................................................ .......67 TÓPICO 7: PLACA DE CARACTERÍSTICAS ................................................... .......68 TÓPICO 8: COMPONENTES DE PROTEÇÃO ................................................. .......72 EXERCÍCIOS ............................................................................................................ 83 CHECK LIST ............................................................................................................ 84 GABARITO COMENTADO ...................................................................................... 85 REFERÊNCIAS ........................................................................................................ 89 5 APRESENTAÇÃO Bem-vindo (a) ao componente curricular Máquinas Elétricas II do curso Técnico de Eletrotécnica, na modalidade a distância, da SATC. Este material foi desenvolvido para ensinar você a conhecer o transformador de energia, entender o seu funcionamento e liga-lo de forma correta. Na Unidade 1 estudaremos alguns conceitos básicos sobre o nosso componente curricular. Nela identificaremos os locais que os transformadores estão instalados e a interferência que cada modelo pode gerar em nosso dia a dia. Na Unidade 2 veremos como é o princípio de funcionamento dos transformadores. Na Unidade 3 além de definições importantes, apresentaremos a parte de normatização. Aprenderemos alguns valores nominais, tais como: potências comerciais, razões de tensão e corrente, ensaios nos enrolamentos e suas principais derivações. E, por fim, na Unidade 4 trabalharemos as principais características de instalação e de construção dessas máquinas. A carga horária dessa disciplina é de 70 horas/aula, mas você poderá organizar seus momentos de estudos com autonomia, conforme os horários de sua preferência. No entanto, não esqueça que há um prazo limite para a conclusão desse processo. Então fique atento as datas para realizar as avaliações presenciais, as on- line, publicadas pelos professores no Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA), e possíveis trabalhos solicitados pelo educador. Para o estudo dessa apostila você terá auxílio de alguns recursos pedagógicos que facilitarão o seu processo de aprendizagem. Perceba que a margem externa das páginas dos conteúdos são maiores. Elas servem tanto para você fazer anotações durante os seus estudos quanto para o professor incluir informações adicionais importantes. Esse material também dispõe de vários ícones de aprendizagem, os quais destacarão informações relevantes sobre os assuntos que você está estudando. Vejamos quais são eles e os seus respectivos significados: 6 ÍCONES DE APRENDIZAGEM Indica a proposta de aprendizagem para cada unidade da apostila. Mostra quais conteúdos serão estudados em cada unidade da apostila. Apresenta exercícios sobre cada unidade. Apresenta os conteúdos mais relevantes que você deve ter aprendido em cada unidade. Se houver alguma dúvida sobre algum deles, você deve estudar mais antes de entrar nas outras unidades. Apresenta a fonte de pesquisa das figuras e as citaçõespresentes na apostila. Traz perguntas que auxiliam você na reflexão sobre os conteúdos e no sequenciamento dos mesmos. Apresenta curiosidades e informações complementares sobre um conteúdo. Traz endereços da internet ou indicações de livros que possam complementar o seu estudo sobre os conteúdos. Lembre-se também de diariamente verificar se há publicações de aulas no Portal. Pois é por meio delas que os professores passarão a você todas as orientações sobre o componente. Ainda é bom lembrar que além do auxílio do professor, você também poderá contar com o acompanhamento de nosso sistema de Tutoria. Você poderá entrar em contato sempre que sentir necessidade, seja pelo email tutoria.ead@satc.edu.br ou pelo telefone (48) 3431 – 7590/ 3431 - 7596. Desejamos um bom desempenho nesse seu novo desafio. E não esqueça: estudar a distância exige bastante organização, empenho e disciplina. Bom estudo! 7 UNIDADE 1 TRANSFORMADORES E SUAS APLICAÇÕES Objetivos de Aprendizagem Ao final desta unidade você deverá: aprender a finalidade dos transformadores; identificar as divisões dos transformadores quanto a finalidade; identificar os tipos mais comuns de mercado. Plano de Estudos Esta unidade está dividida em quatro tópicos, organizados de modo a facilitar sua compreensão dos conteúdos. TÓPICO 1: TIPOS DE TRANSFORMADORES TÓPICO 2: DIVISÕES QUANTO A FINALIDADE TOPICO 3: DIVISÕES QUANTO AOS TIPOS CONSTRUTIVOS TÓPICO 4: MODELOS MAIS COMUNS DE MERCADO 8 TÓPICO 1 TIPOS DE TRANSFORMADORES A energia elétrica, até chegar ao ponto de consumo, passa pelas seguintes etapas: a) geração: a força hidráulica dos rios ou a força do vapor superaquecido é convertida em energia nos chamados geradores; b) transmissão: os pontos de geração normalmente encontram-se longe dos centros de consumo; torna- se necessário elevar a tensão no ponto de geração, para que os condutores possam ser de seção reduzida por fatores econômicos e mecânicos e diminuir a tensão próxima ao centro de consumo, por motivos de segurança; o transporte de energia é feito em linhas de transmissão, as quais atingem até centenas de milhares de volts e que percorrem milhares de quilômetros; c) distribuição: este procedimento está apresentado esquematicamente nas figuras a seguir, em um sistema de potência, incluindo geração, transmissão e distribuição de energia elétrica: 9 Acima, a tensão é diminuída próximo ao ponto de consumo, por motivos de segurança; porém, o nível de tensão As figuras desta página foram retiradas do catálogo da WEG de transformadores. 10 desta primeira transformação não é, ainda, o de utilização, uma vez que é mais econômico distribuí-la em média tensão. Então, junto ao ponto de consumo é realizada uma segunda transformação, a um nível compatível com o sistema final de consumo (baixa tensão). Sendo um equipamento que transfere energia de um circuito elétrico a outro, o transformador toma parte nos sistemas de potência para ajustar a tensão de saída de um estágio do sistema a tensão da entrada do seguinte. O transformador, nos sistemas elétricos e eletromecânicos, poderá assumir outras funções, tais como isolar eletricamente os circuitos entre si, ajustar a impedância do estágio seguinte a do anterior ou, simplesmente, todas essas finalidades citadas. A transformação da tensão (e da corrente) é obtida graças a um fenômeno chamado "indução eletromagnética", o qual será detalhado mais adiante. Observe na figura a seguir o processo de indução eletromagnética: Esta figura foi retirada do site: www.ibytes.com.br 11 TÓPICO 2 DIVISÕES QUANTO A FINALIDADE Transformadores de Corrente (TC); Transformadores de Potencial (TP); Transformadores de distribuição; Transformadores de força. Transformadores de Corrente (TC) Estes transformadores possuem as seguintes características: são conectados em série com a carga; a corrente no primário é a mesma da carga; com corrente nominal no primário a corrente no secundário é de 5 A; a corrente no primário pode variar de: 5 A a 8000 A; o enrolamento primário possui poucas espiras de fio GROSSO (pequena resistência). Veja a seguir o esquema de um transformador de corrente: Este topico foi escrito com base no livro de João Belmiro Freitas, máquinas elétricas, editora mcgraw –hill do brasil. 12 Transformadores de Potencial (TP) Estes transformadores possuem as seguintes características: é um transformador comum; é conectado em paralelo com a carga; a tensão no primário é a mesma da carga; com tensão nominal no primário a tensão no secundário é de 115 V; Esta figura foi retirada do site: https://sites.google.com /site/punarobley/medid or-de-energia-eletrica Importante: Não se deve deixar o secundário de um TC em ABERTO, pois o aumento excessivo do FLUXO leva a SATURAÇÃO do núcleo. Isto provoca excessivas perdas térmicas no ferro, resultando na queima do isolamento. 13 a tensão no primário pode variar de 115 V a 460 kV; o enrolamento primário possui muitas espiras de fio fino (grande resistência). Transformadores de Distribuição Os transformadores de distribuição são máquinas normalmente utilizadas em redes de média e baixa tensão, ou seja, em circuitos de consumidores finais de energia elétrica. São transformadores comuns, quanto à finalidade e princípio de funcionamento, e que normalmente estão presos aos postes de energia e próximos das unidades consumidoras, como casas e condomínios residenciais. São responsáveis em alimentar as residências com tensão de consumo final, 127 volts, 220 volts ou 380 volts, isso irá variar conforme a necessidade da rede e da Esta figura foi retirada do site: https://sites.goo gle.com/site/pun arobley/medidor- de-energia- eletrica Importante: A principal função dos TCs e TPs é a de isolarem os circuitos de potencia dos circuitos de medição das redes de transmissão e distribuição de energia. 14 ligação do transformador, fato esse que será mais bem estudado em um momento posterior do nosso componente curricular. Veja abaixo a foto de um transformador de distribuição com valores nominais de15 a 500 kVA. Transformadores de Força Os transformadores de força são máquinas normalmente utilizadas em redes de alta tensão e potência, ou seja, em subestações e redes de potência. São transformadores mais completos em relação aos de distribuição, pois possuem dispositivos de proteção e funcionamento que não existem nos transformadores comuns. Quanto à finalidade de transformação e princípio de funcionamento, eles são muito parecidos com os transformadores de distribuição. Eles são responsáveis em alimentar os circuitos de força de subestações de regiões residenciais e empresas e Esta figura foi retirada do site: http://www.solucoesindus triais.com.br/empresa/ele tricidade-e- eletronica/magnetix- brasil/produtos/eletroeletr onica/transformadores- de-energia Importante: Os transformadores de distribuição utilizados em postes de redes públicas não devem ultrapassar a potência máxima especificada junto a empresa que é responsável pela rede elétrica, pois o mesmo pode ser muito grande e pesado, excedendo a norma da empresa. 15 possuem tensão de consumo final que pode variar conforme a região e a necessidade da instalação. Abaixo você pode observar a foto de um transformador de força: Divisões quanto aos Enrolamentos a) Transformadores de dois ou mais enrolamentos; b) Autotransformadores. TÓPICO3 DIVISÕES QUANTO AOS TIPOS CONSTRUTIVOS a) quanto ao material do núcleo: com núcleo ferromagnético; com núcleo de ar. Esta figura foi retirada do arquivo pessoal do autor. 16 Veja a tabela abaixo: Ferromagnético Ar Baixo custo; Alta permeabilidade magnética (µ) (pequena ); Alta resistividade elétrica (evita ); Curva e histerese estreita (baixa perda por histerese); Lâminas de Aço-Silício para transformadores maiores e de baixa frequência; Lâminas de ferrite para pequenos trafos de alta frequência e pequena potência. Vantagens: característica linear; sem perdas magnéticas. Desvantagens: grande relutância → força eletromotriz maior, ou seja, maior ou N maior ou ALTA FREQUÊNCIA. b) quanto à forma do núcleo: shell; core: core envolvido core: cinco colunas envolventes; enrolado: é o mais utilizado no mundo na fabricação de transformadores de pequeno porte (distribuição), alguns fabricantes chegam a fazer transformadores até de meia-força (10MVA): empilhado: o envolvido; o envolvente. 17 Veja na figura abaixo um enrolamento empilhado: Monofásico tipo envolvido (core - type): enrolamento em seções; bobinas concêntricas; usado em distribuição até 69 KV. Veja na figura abaixo um enrolamento envolvido: Monofásico yipo envolvente (shell-type): menor fluxo de dispersão; maior quantidade de ferro; usado em tensões superiores a 69 KV. c) quanto ao número de fases: monofásico; polifásico (principalmente o trifásico). As figuras desta página até o final do Tópico 4 foram retiradas do Catálogo Weg Transformadores. 18 Observe a seguir o esquema de um transformador monofásico: Na sequência, você pode observar o esquema de geração da tensão alternada: Abaixo temos o esquema de um transformador trifásico: E, a seguir, o esquema de geração de tensão alternada trifásica: 19 d) quanto à maneira de dissipação de calor: parte ativa imersa em líquido isolante (transformador imerso); parte ativa envolta pelo ar ambiente (transformador a seco). e) quanto à disposição relativa dos enrolamentos: enrolamentos superpostos: 20 TÓPICO 4 MODELOS MAIS COMUNS DO MERCADO Transformador de potência utilizado em subestações de energia particulares ou em subestações de cooperativa ou concessionária de energia elétrica. Sua potência não ultrapassa os 100 MVA. A figura a seguir mostra um transformador de força 5000 a 100.000 KVA: Transformador de distribuição normalmente encontrado em sistemas de distribuição de energia em média ou baixa tensão, são transformadores simples e que não possuem as características técnicas referentes a segurança apresentada pelos transformadores de potência. Abaixo você pode observar um transformador de distribuição15 a 500 KVA: A figura ao lado foi retirada do site: http://www.baldintransfo rmadores.com.br/?pg=p rodutos&acao=ok&pg2= produto 21 Os transformadores a seco são máquinas normalmente utilizadas em subestações abrigadas, pois estão abertas, ou seja, não possuem carcaça, e toda a refrigeração delas depende do meio ambiente onde ela está instalada. Eles são de construção simples e utilizados em baixa tensão, normalmente tensão de distribuição de energia. Na sequência, você pode observar um transformador a seco 300 a 3000 KVA: Os Transformadores de Potência (TP) são máquinas utilizadas para viabilizar a leitura de tensão em alta tensão. O TP fornece uma leitura proporcional ao valor da tensão que está sendo medida e a envia até um instrumento, um voltímetro por exemplo. Suas principais características são: separar os instrumentos de: As figuras desta página foram retiradas do Catálogo Weg de Transformadores. 22 controle; medição; proteção do circuito de AT. ter no secundário: TP – tensões proporcionais às tensões no primário. Destaca-se: é um transformador comum; é conectado em paralelo com a carga; a tensão no primário é a mesma da carga; com tensão nominal no primário a tensão no secundário é de 115 V; a tensão no primário pode variar de 115 V a 460 kV; o enrolamento primário possui muitas espiras de fio fino (grande resistência). A figura a seguir mostra um TP (medição): Os transformadores de corrente têm a mesma função dos transformadores de potência, mas a principal característica é a de transformar corrente para proporcionar a medição e o controle. Destaca-se: A figura ao lado foi retirada do Catálogo Weg de Transformadores. 23 é conectado em série com a carga; a corrente no primário é a mesma da carga; com corrente nominal no primário a corrente no secundário é de 5 A; a corrente no primário pode variar de 5 A a 8000 A; o enrolamento primário possui poucas espiras de fio grosso (pequena resistência). Para medição o núcleo é mais fino que os de proteção (satura mais rápido e assim protege os equipamentos). A seguir você pode observar um TC (medição): Para obter a leitura de potência, podemos ligar o TC e o TP juntos, conforme desenho abaixo: Importante: Não se deve deixar o secundário de um TC em ABERTO, pois o aumento excessivo do FLUXO leva a SATURAÇÃO do núcleo. Isto provoca excessivas perdas térmicas no ferro, resultando na queima do isolamento. A figura ao lado foi retirada do Catálogo Weg de Transformadores. 24 A figura ao lado foi retirada do site: http://blog.larios.tecnologi a.ws/iBlog/archives/6940/ 25 EXERCÍCIOS 1. Um transformador pode assumir diversos papeis de transformação ao longo de uma linha de transmissão, distribuição e até no cotidiano dos nossos dias. Descreva quais os caminhos da eletricidade, evidenciando os transformadores nesse trajeto, que se inicia na geração e vai até os pontos de consumo? _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ 2. Quais os tipos de enrolamentos descritos na apostila de Máquinas Elétricas II? _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ 3. Qual o modelo de transformador comercial mais indicado para um trabalho de transmissão de energia e o modelo ideal para um trabalho de distribuição, levando em consideração o seu uso. _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ 26 CHECK LIST Nesta unidade você pôde aprender: o local que está instalado cada transformador segundo o seu modelo de fabricação; para cada trabalho a ser realizado por uma máquina existe um modelo especial e de construção dedicada ao mesmo; saber o que é um transformador e quais as suas finalidades e os principais modelos comerciais. 27 UNIDADE 2 PRINCÍPIO DE FUNCIONAMENTO Objetivos de Aprendizagem Ao final desta unidade você deverá: explicar o funcionamento de um transformador; explicar as razões de tensão e corrente; definir os transformadores ideais. Plano de Estudos Esta unidade está dividida em sete tópicos, organizados de modo a facilitar sua compreensão dos conteúdos. TÓPICO 1: INDUÇÃO MÚTUA TÓPICO 2: BOBINA PRIMÁRIA TÓPICO 3: BOBINA SECUNDÁRIA TÓPICO 4: TRANSFORMADORES IDEAIS TÓPICO 5: RAZÃO DE TENSÃO E RAZÃO DE ESPIRAS TÓPICO 6: RAZÃO DE CORRENTE TÓPICO 7: AUTOTRANSFORMADOR 28 TÓPICO 1 INDUÇÃO MÚTUA O fenômeno da transformação é baseado no efeito da indução mútua. Veja a figura abaixo, na qual temos um núcleo constituído de lâminas de aço prensadas e onde foram construídos dois enrolamentos: Onde: Vp = tensão aplicada na entrada (primária); Np = número de espiras do primário; Ns = número de espiras do secundário; Vs = tensão de saída (secundário). A figura ao lado foi retirada do site: https://pt.wikipedia.org/wi ki/Transformador 29 Sendo que: primário é o lado que recebe energia; secundário é o lado que alimenta a carga; Se Vp for maior que Vs, o transformador é abaixador; Se Vp for menor que Vs, o transformador é elevador; Se Vp for igual a Vs, o transformador e isolador de tensão. Se aplicarmos uma tensão V1 alternada ao primário, circulará por este enrolamento uma corrente I1 alternada que, por sua vez, dará condições ao surgimento de um fluxo magnético também alternado. A maior parte desse fluxo ficará confinado ao núcleo, uma vez que é este o caminho de menor relutância. Esse fluxo originará uma força eletromotriz (f.e.m.) El no primário e E2 no secundário, proporcionais ao número de espiras dos respectivos enrolamentos, segundo a relação do número de espiras. Podemos também provar que as correntes obedecem à seguinte relação: A corrente I1 esta localizada no lado primário do transformador, enquanto que I2 está caracterizando uma corrente Esta imagem foi retirada do site http://www.cepa.if.usp.b r/energia/energia1999/ Grupo2B/Hidraulica/tran sformador.htm 30 de saída do mesmo transformador. Podemos concluir que as correntes do primário e do secundário de um transformador de energia estão em uma razão inversa a razão da tensão deste transformador. Concluindo a figura acima podemos verificar que no primário o numero de espiras (voltas ao redor do núcleo) e muito maior que no secundário, então concluímos que este transformador é um abaixador de tensão, onde a tensão de entrada é maior que a tensão de saída. TÓPICO 2 BOBINA PRIMÁRIA A bobina primária de um transformador é formada por várias espiras de fio de cobre ou alumínio isoladas entre si, ou seja, existe o contato físico entre as espiras de uma mesma bobina, mas não existe o contato elétrico entre elas. A bobina primária deve ser preparada para receber a tensão de entrada do transformador, se o número de espiras do primário for maior que o número de espiras do secundário podemos concluir que esse transformador é abaixador de tensão. 31 TÓPICO 3 BOBINA SECUNDÁRIA A bobina do secundário de um transformador é projetada para alimentar uma carga em relação à tensão da mesma. Se a carga necessita de uma tensão de alimentação de 380 V, por exemplo, o secundário desse transformador deve fornecer para essa carga a tensão de 380 V, então podemos concluir que o secundário alimenta uma carga que está conectada ao mesmo. Da mesma forma que o primário, o secundário é formado por várias espiras de fio magnético de cobre ou alumínio isoladas entre si, ou seja, existe o contato físico, mas não existe o contato elétrico entre elas. Podemos concluir também que se o número de espiras do secundário for menor que o numero de espiras do primário, o transformador é abaixador de tensão. TÓPICO 4 TRANSFORMADORES IDEAIS Os transformadores ideais são assim denominados, pois não possuem perdas. Esse modelo de transformador não Este tópico foi escrito com base no livro Máquinas Elétricas Teoria e Ensaios de Geraldo Carvalho. 32 existe na prática e apenas devemos questionar sobre ele para que possamos entender as razões de transformação. Um transformador ideal possui 100% de eficiência, ou seja, a potência de entrada é igual a potência de saída, não levando em consideração as perdas no núcleo e no material dos enrolamentos. Nesse modelo de transformador, de uso exclusivo para estudo, o fator de potência das cargas também não deve ser levado em consideração. Então, podemos concluir que: Onde: Ef – eficiência (%); Ps – potência do secundário (W); Pp – potência do primário (W). TÓPICO 5 RAZÃO DE TENSÃO E RAZÃO DE ESPIRAS A razão de tensão de um transformador é diretamente proporcional a razão de espiras do mesmo transformador, ou seja, se quisermos aumentar a tensão de um transformador devemos aumentar o número de espiras do enrolamento na mesma proporção. Então, quanto maior o número de espiras maior será a tensão na bobina e vice-versa, quanto maior a tensão maior será o numero de espiras. Veja: 33 Onde: Np – número de espiras do primário; Ns – número de espiras do secundário; Vp – tensão do primário (V); Vs – tensão do secundário (V). Quando a tensão do primário U1 é superior à do secundário U2, temos um transformador abaixador (step down). Caso contrário, teremos um transformador elevador de tensão (step up). Cabe ainda fazer notar que sendo o fluxo magnético proveniente de corrente alternada, este também será alternado, tornando-se um fenômeno reversível, ou seja, podemos aplicar uma tensão em qualquer dos enrolamentos que teremos a f.e.m. no outro. Baseando-se nesse princípio, qualquer dos enrolamentos poderá ser o primário ou o secundário. Chama-se de primário o enrolamento que recebe a energia e secundário o enrolamento que alimenta a carga. TÓPICO 6 RAZÃO DE CORRENTE A razão ou relação de corrente está inversamente proporcional a razão de tensão do transformador em questão, ou seja, quanto maior a tensão menor será a corrente na bobina do transformador. Como a razão de tensão é igual a razão de espiras, podemos concluir que a razão de corrente também é o inverso da razão de espiras, em outras palavras, quanto maior a razão de espiras menor será a corrente na bobina do transformador. Veja: Este tópico foi escrito com base no livro Máquinas Elétricas Teoria e Ensaios de Geraldo Carvalho. 34 Então : Is – corrente no secundário (A); Ip – corrente no primário (A). TÓPICO 7 AUTOTRANSFORMADOR É um transformador com um só enrolamento, com derivações, ou com vários enrolamentos sobre um mesmo núcleo ligados em série, observe na figura a seguir: Ele possui estrutura magnética semelhante aos transformadores normais, diferenciando-se apenas na parte elétrica, isto é, os enrolamentos do primário e secundário possuem certo número de espiras em comum. É um transformador normalmente fabricado em altas potências. Em eletrônica, quando se deseja várias tensões; A figura ao lado foi retirada do site: http://www.byknirsch.com.br/ artigos-05-07- trafomalnec.shtml 35 Como regulador de tensão (autotrafo com várias derivações). A relação entre a tensão superior e a tensão inferior não deve ser superior a três. É reversível, pode ser abaixador ou elevador. Não possui comutador. Quando tiver várias tensões, é dotado de painel de religação ou as diversas saídas podem ser conectadas diretamente nas buchas. O autotransformador trifásico é realizado com agrupamento das fases em estrela. Vantagens: deslocamento angular entre AT e BT é sempre nulo; possibilidade de ligação do centro à terra, a fim de eliminar o perigo de sobretensões com respeito à terra linha BT; simplicidade na construção dotransformador; dimensões mais compactas. Desvantagem: em caso de abertura do enrolamento na porção comum entre os circuitos de alta e baixa tensão, a tensão do lado do gerador automaticamente aparece no lado da carga; necessidade de isolamento adicional; ligação metálica direta entre os lados de alta e baixa tensão. 36 EXERCICIOS 1. O princípio de funcionamento de um transformador está relacionado ao fenômeno da indução mútua. Explique com as suas palavras o que é indução mutua? _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ 2. Quais os principais modelos de transformadores existentes no mercado, em relação as suas razões de transformação? _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ 3. Por que um autotransformador não pode ser utilizado em uma rede de distribuição de energia elétrica? _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ 37 CHECK LIST Nesta unidade você pôde aprender: qual o princípio que faz com que um transformador possa variar a sua entrada em relação a sua saída; um transformador ideal não possui perdas e a sua eficiência e de 100% e esse tipo de transformador é de exclusividade didática; as razões de bobina, tensão e espiras estão relacionadas ao funcionamento do transformador; o autotransformador possui trabalhos específicos e não pode ser utilizado em uma rede de transmissão e/ou distribuição de energia devido as suas características técnicas construtivas. 38 UNIDADE 3 LIGAÇÕES E DERIVAÇÕES Objetivos de Aprendizagem Ao final desta unidade você deverá: identificar as ligações, série e paralelo, entre os transformadores; explicar as ligações internas dos transformadores, destacando as mais utilizadas; identificar as derivações possíveis que podem ser feitas nos transformadores; explicar quais os princípios de funcionamento dos transformadores. Plano de Estudos Esta unidade está dividida em sete tópicos, organizados de modo a facilitar sua compreensão dos conteúdos. TÓPICO 1: LIGAÇÃO SÉRIE TÓPICO 2: LIGAÇÃO PARALELO TÓPICO 3: LIGAÇÃO TRIÂNGULO TÓPICO 4: LIGAÇÃO ESTRELA TÓPICO 5: LIGAÇÃO ZIG-ZAG TOPICO 6: DERIVAÇÕES OU COMUTADORES TÓPICO 7: DESLOCAMENTO ANGULAR 39 TÓPICO 1 LIGAÇÃO SÉRIE A ligação em série de transformadores é utilizada quando duas cargas são atravessadas pela corrente total ou de circuito; neste caso, a tensão em cada carga será a metade da tensão do circuito: A corrente total da carga irá passar pelos secundários de TR1 e TR2 respectivamente. TÓPICO 2 LIGAÇÃO PARALELO Na ligação em paralelo de transformadores, a tensão do circuito, neste caso, é aplicada na carga dos dois transformadores em paralelo. A tensão no secundário de TR1 será a mesma aplicada a carga no secundário de TR2, a corrente em cada carga será a metade da corrente total do circuito. Esse modelo de ligação é mais comum em redes de distribuição de energia elétrica, principalmente quando não existe uma subestação próxima ou quando as distâncias são muito longas. A figura ao lado pertence ao arquivo pessoal do professor. Esta Unidade foi escrita baseada no livro de KINGSLEY JÚNIOR, Charles. Máquinas elétricas. 6.ed. Porto Alegre: Bookman, 2006 40 Observe abaixo um transformador ligado em paralelo: TÓPICO 3 LIGAÇÃO TRIÂNGULO Na ligação entre os secundários de um transformador trifásico podemos fazer algumas ligações nos mesmos, conforme a necessidade da carga ou rede que esse transformador irá alimentar. Para a ligação triângulo a tensão entre as fases será a tensão que alimentará uma carga sem que seja feita uma É importante saber que as diferenças entre os transformadores que podem ser ligados em série ou em aparalelo não podem ultrapassar o 7% das impedâncias dos mesmos envolvidos na ligação. 41 referência com um fio neutro, ou seja, em triângulo não existe neutro, a tensão das fases será a tensão fornecida para a carga, como, por exemplo, o 220 volts fase-fase. Nesse tipo de ligação a referência com um fio de terra irá fornecer uma tensão de 127 V. Se ligarmos os três sistemas monofásicos entre si, como indica a figura abaixo, podemos eliminar três fios, deixando apenas um em cada ponto de ligação, e o sistema trifásico ficará reduzido a três fios U, V e W. A tensão em qualquer um desses três fios chama se "tensão de linha", UL, que é a tensão nominal do sistema trifásico. A corrente em qualquer um dos fios chama-se "corrente de linha", IL. Examinando o esquema da próxima figura, vê-se que: a carga é aplicada a tensão de linha UL que é a própria tensão do sistema monofásico componente, ou seja, UL = Uf; a corrente em cada fio de linha, ou corrente de linha IL, é a soma das correntes das duas fases ligadas a este fio. As figuras abaixo mostram ligações triângulo: As figuras ao lado e abaixo foram retiradas do Catálogo da Weg. 42 TÓPICO 4 LIGAÇÃO ESTRELA Em uma ligação em estrela a corrente em cada fio da linha é a mesma corrente da fase a qual está ligada, ou seja: IL = Ifase A tensão de linha (VL) é igual à soma das tensões em duas fases ligadas a este fio, isto é: VL= Vfases 1+ Vfases2 A figura abaixo mostra a ligação estrela: As figuras dos Tópicos 4 e 5 foram retiradas do Catálogo da Weg. 43 Na ligação do secundário de um transformador em estrela, podemos usar como exemplo um transformador de distribuição de energia que é muito comum aqui na nossa região e facilmente encontrado. Nesse transformador a tensão entre as fases é de 380V, tensão esta que é enviada para uma carga monofásica (220V) fazendo a referência com o neutro do transformador. Podemos concluir que a tensão entre fases é 380V, se referenciarmos com o fio terra teremos uma tensão de rede de 220V, ou seja, 380/ 1,73. Observe a ligação estrela abaixo: TÓPICO 5 LIGAÇÃO ZIG-ZAG Este tipo de ligação é preferível onde existem desequilíbrios acentuados de carga. Cada fase do secundário compõe-se de duas bobinas dispostas cada uma sobre colunas diferentes, ligadas em série, assim a corrente de cada fase do secundário afeta sempre por igual às duas fases do primário. Nas figuras a seguir temos um diagrama mostrando as ligações e os sentidos das correntes em cada enrolamento, bem como o diagrama fasorial da ligação zig-zag. 44 O transformador torna-se mais caro, principalmente pelo aumento de 15,5% no volume de cobre e pela complexidade de sua montagem. Além de atenuar a 3ª harmônica, oferece a possibilidade de 3 tensões: 220/127 V, 380/220 V e 440/254 V. Para obtermos 220/127 V ligamos em paralelo as duas bobinas de uma mesma coluna e para 440/254 V ligamos as bobinas em série. Observe a ligação zig zag nas figuras a seguir: TÓPICO 6 DERIVAÇÕES OU COMUTADORES Para adequara tensão primária do transformador a tensão de alimentação, o enrolamento primário, normalmente o de Tensão do Secundário (TS), é dotado de derivações (taps) que podem ser escolhidas mediante a utilização de um painel de ligações ou comutador, conforme projeto e tipo construtivo, instalados junto a parte ativa dentro do tanque. Esta Unidade foi escrita baseada no material disponível: http://www.weg.net/br/Me dia-Center/Central-de- Downloads/Resultado- da- Busca?keyword=transfor mador&x=31&y=11 45 Esse aparato, na maioria dos transformadores de baixa potência, deve ser manobrado com o transformador desconectado da rede de alimentação. Em geral, o valor da tensão primária, indicada pela concessionária, constitui o valor médio entre aqueles que efetivamente serão fornecidos durante o exercício. Derivação principal: derivação a qual é referida a característica nominal do enrolamento, salvo indicação diferente a derivação principal é: a) no caso de número ímpar de derivações, a derivação central; b) no caso de número par de derivações, aquela das duas derivações centrais que se acha associada ao maior número de espiras efetivas do enrolamento; c) caso a derivação determinada segundo "a" ou "b" não seja de plena potência, a mais próxima derivação de plena potência. Derivação superior: derivação cujo fator de derivação é maior do que 1; Derivação inferior: derivação cujo fator de derivação é menor do que 1; Degrau de derivação: diferença entre os fatores de derivação, expressos em percentagem, de duas derivações adjacentes; Faixa de derivações: faixa de derivação do fator de derivação, expresso em percentagem e referido ao valor 100. A faixa de derivações é expressa como segue: a) se houver derivações superiores ou inferiores: + a %, - b % ou ± a % (quando a = b); b) se houver somente derivações superiores: + a %; c) se houver somente derivações inferiores: - b %. 46 A seguir podemos verificar alguns dos principais modelos de derivações existentes no mercado. Comutador de Derivações Este é um dos modelos mais antigos existentes, a derivação era feita por meio da associação das chapas de aço que eram disponibilizadas conforme a necessidade da tensão do sistema. A figura abaixo mostra um comutador de derivações: Comutador Tipo Painel O painel é instalado imerso em óleo isolante e localizado acima das ferragens superiores de aperto do núcleo, num ângulo que varia de 20° a 30°, para evitar depósitos de impurezas em sua superfície superior. A figura a seguir mostra um comutador tipo painel de posições. Ele consta de chapa de fenolite, a qual recebe dentro de determinada disposição os terminais dos enrolamentos. Os parafusos que recebem esses terminais estão isolados desta chapa do painel por meio de buchas de porcelana ou epóxi para garantir boa isolação entre eles. A conexão entre os parafusos é feita por pontes de ligação de formato adequado a A figura ao lado foi retirada do arquivo pessoal do professor. 47 fácil troca de posição e perfeito contato com o aperto das porcas. Só se usa comutador tipo painel para casos em que se tenha 8 ou mais derivações ou no caso de religáveis. Comutador Acionado a Vazio Este tipo de comutador tem como principal vantagem a facilidade de operação, sendo sua manobra feita internamente por meio de uma manopla situada acima do nível do óleo, ou feita externamente. O acionamento externo é usado obrigatoriamente quando o transformador possui conservador de óleo ou ainda quando o mesmo possui potência maior que 300 kVA. Os tipos de comutadores acionados a vazio utilizados são: a) comutador linear 30 A: com número de posições inferior ou igual a 7; há tanto com acionamentos externo quanto interno, simples ou duplo, usado até 500 kVA: b) comutador linear 75 A: com as mesmas características do anterior, sendo que este é usado de 750 kVA até 2500 kVA: A figura ao lado foi retirada do site: http://www.osetoreletrico.c om.br/web/component/con tent/article/58-artigos-e- materias-relacionadas/89- tcc-reprojeto-de- transformador-com- aumento-de-potencia.html 48 c) comutador linear 300 A: número de posições até 13, acionamento externo, usado para potências superiores a 3 MVA; este comutador possui grande flexibilidade, admite até três colunas, com até quatro grupos de contato por colunas; d) comutador rotativo: até 7 posições, com acionamento externo para tensões até classe 145 kW e corrente até 1200 A, normalmente 200, 300, 400, 800 e 1200 A: e) comutadores lineares especiais: construídos com até 13 posições e para qualquer classe de tensão e corrente até 2500 A; podem vir com contatos para bloqueio de operação intervinda. A figura ao lado foi retirada do site: http://seielectric.com/pt/po rtfolio/comutador-linear/ 49 Todos os comutadores mencionados são para acionamento sem tensão e sem carga. Comutador sob Carga Os fabricantes nacionais de comutadores sob carga são: MR do Brasil e ABB. Abaixo você pode observar a imagem de um comutador sob carga: O comutador sob carga é composto de alguns sistemas de proteção próprios. Possui pontos básicos de funcionamento para conexão externa: alimentação do motor de rotação, pontos de conexão para comando elevar-baixar (ligados as bobinas dos contatores das chaves de partida reversoras), ponto de retenção e ponto de conexão para comando externo. O motor ligado ao eixo do comutador é acionado por chave reversora. Os pontos de retenção da tensão de alimentação também devem ser alimentados, fase-fase ou fase neutro, conforme especificado pelo cliente. Os pontos elevar- A figura ao lado foi retirada do site: product-gs-img/on-load- tap-changer- 10175562.html 50 baixar são acionados por comando externo e dão partida a chave reversora. Com esse mecanismo fazemos o giro do eixo do comutador e, consequentemente, do cilindro interno do comutador. Muitas vezes, os sistemas dos clientes exigem controle remoto da posição em que se encontra o comutador. Existem três tipos de discos potenciométricos que normalmente são utilizados para fazer o paralelismo entre transformadores e medição de posição: o denominado par-ímpar, o de posição e o potenciométrico. Todos possuem diferentes representações diagramáticas, devem ser especificados no pedido do comutador para compra e sua utilização deve ser definida por quem especifica o comutador. O acionamento motorizado do comutador pode fazer comutações independentes de circuitos externos, para isto basta alimentá-lo corretamente. Neste caso, a comutação elétrica é feita apenas manualmente nos botões de comando do próprio acionamento (ou manual na manivela, não possibilitando qualquer outro tipo de acionamento). TÓPICO 7 DESLOCAMENTO ANGULAR Em transformadores trifásicos, os enrolamentos de cada fase são construídos trazendo intrinsecamente o conceito de polaridade, isto é, isolando-se eletricamente cada uma das fases podemos realizar o teste de polaridade do mesmo modo que para os transformadores monofásicos. No entanto, tal procedimento torna-se pouco prático, além do mais, não nos informa a maneira como estão interligados os enrolamentos. Assim uma nova grandeza foi introduzida, o "deslocamento angular" que é o ângulo que define a posição recíproca entre o triângulo das tensões concatenadas primárias e Esta Unidade foi escrita baseada no material disponível: http://www.weg.net/br/Me dia-Center/Central-de- Downloads/Resultado- da- Busca?keyword=transfor mador&x=31&y=11 51 o triângulo das tensões concatenadas secundárias e será medido entre fases. De uma maneira prática: seja o transformador ligado na configuração mostrada na tabela que veremosa seguir. Traçamos os diagramas vetoriais de tensão do transformador (ver figura seguinte). Tomando o fasor de AT como origem, determinamos o deslocamento angular por intermédio dos ponteiros de um relógio cujo ponteiro grande (minutos) se acha parado em 12 coincide com o fasor da tensão entre o ponto neutro (real ou imaginário) e um terminal de linha do enrolamento de alta tensão e cujo ponteiro pequeno (horas) coincide com o fasor da tensão entre o ponto neutro (real ou imaginário e o terminal de linha correspondente do enrolamento considerado). Para os transformadores que tratamos nesta especificação, o mais comum é a utilização da ligação triângulo na alta tensão e estrela na baixa (designado por Dy). Quanto ao deslocamento angular, o normal é de 30° para mais ou menos (avanço ou atraso), cujas designações são Dy11 e Dy1. As demais ligações e deslocamentos angulares não requerem nenhum cuidado especial e podem ser facilmente fornecidas. Da mesma forma na tabela a seguir veremos a designação de ligações de transformadores trifásicos de uso generalizado e o correspondente deslocamento angular. Os diagramas de ligação pressupõem igual sentido de bobinagem para todos os enrolamentos. A tabela a seguir mostra os exemplos de defasagem em graus, usando indicação horário de fasores, o deslocamento no caso é Dy11, ou seja, - 30°. Observe na figura a seguir os deslocamentos angulares e suas ligações: 52 A figura acima foi retirada do Catálogo Weg Transformadores. 53 EXERCICIOS 1. Para ligarmos transformadores em série e paralelo devemos verificar alguns detalhes referentes a construção dos transformadores. Então, defina três características que devem ser observadas antes de ligarmos transformadores em série e paralelo? _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ 2. Quais os critérios de escolha da ligação do secundário de um transformador? _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ 3. As derivações dos transformadores servem para regular a tensão de saída de um transformador. Explique como é o princípio de funcionamento dessas derivações ou TAPS? _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ 54 CHECK LIST Nesta unidade você pôde aprender: que um transformador pode sim ser ligado em série ou paralelo com outro transformador; em um transformador a ligação em série se caracteriza em manter uma determinada corrente na carga e que a ligação em paralelo pode proporcionar o aumento da potência de uma carga, mantendo a tensão nominal dos transformadores envolvidos na ligação; as ligações dos secundários dos transformadores podem ser mudadas conforme a necessidade da carga e/ou sistema; os comutadores servem para adequar o bobinado primário para receber a tensão da rede e liberar uma tensão apropriada a carga. 55 UNIDADE 4 CARACTERÍSTICAS CONSTRUTIVAS, PERDAS E EFICIÊNCIA Objetivos de Aprendizagem Ao final desta unidade você deverá: identificar as perdas no transformador, cobre e núcleo; explicar a relação do rendimento do transformador com as perdas e com o fator de potência das cargas; reconhecer as principais partes de um transformador trifásico identificar os equipamentos de proteção do transformador. Plano de Estudos Esta unidade está dividida em oito tópicos, organizados de modo a facilitar sua compreensão dos conteúdos. TÓPICO 1: PERDAS NO COBRE TÓPICO 2: PERDAS NO NÚCLEO TÓPICO 3: RENDIMENTO TÓPICO 4: PARTES PRINCIPAIS TÓPICO 5: BUCHAS TÓPICO 6: RADIADORES TÓPICO 7: PLACA DE CARACTERÍSTICAS TÓPICO 8: COMPONENTES DE PROTEÇÃO 56 TÓPICO 1 PERDAS NO COBRE Em condições normais de funcionamento as perdas nos equipamentos podem variar de acordo com algumas características climáticas relacionadas a altitude de instalação até 1000 m. É considerado que a temperatura ambiente não ultrapasse os 40°C e a média diária não seja superior aos 30°C. Para essas condições, os limites de elevação de temperatura previstos em normas são: média dos enrolamentos: 55°C; do ponto mais quente dos enrolamentos: 65°C; do óleo (próximo a superfície): 50°C (selados), 55°C (com conservador). Considerações importantes: a) perdas na resistência ôhmica dos enrolamentos: são perdas que surgem pela passagem de uma corrente (I) por um condutor de determinada resistência (R). Essas perdas são representadas pela expressão I2 x R e dependem da carga aplicada ao transformador; b) perdas parasitas no condutor dos enrolamentos: são perdas produzidas pelas correntes parasitas induzidas, nos condutores das bobinas, pelo fluxo de dispersão. São perdas que dependem da corrente (carga), do carregamento elétrico e da geometria dos condutores das bobinas; c) perdas parasitas nas ferragens da parte ativa e tanque. Esta Unidade foi escrita baseada no material disponível: http://www.weg.net/br/Me dia-Center/Central-de- Downloads/Resultado- da- Busca?keyword=transfor mador&x=31&y=11 57 TÓPICO 2 PERDAS NO NÚCLEO As perdas no núcleo de um transformador podem ser divididas em duas classes de perdas, por histerese e por correntes parasitas. Perdas por histerese são provocadas pela propriedade das substâncias ferromagnéticas de apresentarem um atraso entre a indução magnética (B) e o campo magnético (H). O fenômeno da histerese é análogo ao da inércia mecânica. Perdas por correntes parasitas, assim como no caso das perdas parasitas no material condutor dos enrolamentos, o fluxo indutor variável induz no ferro forças eletromotrizes que, por sua vez, farão circular as correntes parasitas em circuitos elétricos fechados. Elas são proporcionais ao quadrado da indução. Como vimos, as perdas se apresentam principalmente no núcleo e nos enrolamentos e são expressas em watts. Existem perdas originárias de indução nas ferragens e no tanque e outras de origens aleatórias nem sempre de perfeita definição. Quando da realização de ensaio para determinação das perdas, estas aleatórias são detectadas juntamente com as principais. Além da elevação de temperatura, a ABNT também estabelece as perdas máximas para transformadores de distribuição imersos em óleo, em função da potência, do número de fases e da tensão do primário. Existem tabelas da ABNT encontradas na NBR 5440, nas quais consta o valor das perdas descritas. TÓPICO 3 RENDIMENTO "Relação, geralmente expressa em porcentagem, entre a potência ativa fornecida e a potência ativa recebida por um 58 transformador." Esta é a definição dada ao rendimento pela norma NBR 5356. O rendimento de determinado transformador não é fixo ao longo do seu ciclo de operação, pois depende do fator de potência e da relação entre a potência fornecida e a potência nominal. Esta última relação é conhecida como fator de carga. Usa-se, então, para o cálculo do rendimento: Onde: Ef – Eficiência; Vs – Tensão do secundário; Is – Corrente do secundário; FP – Fator de Potência; Pc – Perda no cobre; Pn – Perda no núcleo; O rendimento máximo de um transformadorocorre quando as perdas no material dos enrolamentos e as perdas no ferro forem iguais. Se quisermos saber qual a carga que deve ser aplicada a um transformador para que este opere com rendimento máximo, devemos fazer: EF = potência de saída / potência de entrada (100%). As perdas no cobre de um transformador podem ser calculadas pela seguinte formula: 59 Onde: Pc – Perda no cobre total; Ip – Corrente do primário; Rp – Resistência do primário; Is – Corrente do secundário; Rs – Resistência do secundário. TÓPICO 4 PARTES PRINCIPAIS Veremos agora as características construtivas do transformador a óleo, pois no item relativo ao funcionamento do transformador não nos preocupamos em detalhar a forma construtiva, uma vez que lá o objetivo era de esclarecer o fenômeno elétrico envolvido na transformação. Face às características particulares, abordaremos um capítulo específico para transformadores a seco, no qual serão abordados detalhes, tais como: história, características construtivas, vantagens, aplicações, etc. As principais partes podem ser vistas na imagem a seguir, as quais estão determinadas pelos números de 1 a 12, segundo a legenda: A figura abaixo foi retirada do site: www.weg.net 60 61 Parte Ativa Chamamos de parte ativa do transformador, ao conjunto formado pelos enrolamentos, primário e secundário, e pelo núcleo, com seus dispositivos de prensagem e calços. A parte ativa deve constituir um conjunto mecanicamente rígido, capaz de suportar condições adversas de funcionamento. Núcleo O núcleo é constituído por um material ferromagnético, que contém em sua composição o silício, que lhe proporciona características excelentes de magnetização e perdas. Porém, esse material é condutor e estando sob a ação de um fluxo magnético alternado, dá condições de surgimento de correntes parasitas. Para minimizar este problema, o núcleo, ao invés de ser uma estrutura maciça, é construído pelo empilhamento de chapas finas, isoladas com carlite. Presta-se especial atenção para que as peças metálicas da prensagem sejam isoladas do núcleo e entre si para evitar as correntes parasitas, que aumentariam sensivelmente as perdas em vazio. Essas chapas de aço, durante a sua fabricação na usina, recebem um tratamento especial com a finalidade de orientar seus grãos. É esse processo que torna o material adequado a utilização em transformadores, devido a diminuição de perdas específicas. É também com a finalidade de diminuir as perdas, que nessas chapas são feitos cortes a 45° nas junções entre as culatras e os pilares. Os tipos de chapas de aço silício mais utilizadas são: M4 da Acesita, MOH e equivalentes, 023ZDKH-90 e equivalentes. 62 Enrolamento Os enrolamentos, primários e secundários, são constituídos de fios de cobre ou alumínio isolados com esmalte ou papel, de seção retangular ou circular. O secundário, ou, dependendo do caso, BT, geralmente constitui um conjunto único para cada fase, ao passo que o primário pode ser uma bobina única ou fracionada em bobinas menores, que chamamos de panquecas (para transformadores de distribuição apenas). E, consequentemente, o primário (a parte externa), por motivo de isolamento e economia, uma vez que é mais fácil de "puxar" as derivações do enrolamento externo. Os enrolamentos são dispostos concentricamente, com o secundário ocupando a parte interna. Podemos encontrar esses modelos de enrolamentos em: trafo de distribuição; trafo de força; bobinas de baixa tensão; trafo de distribuição; trafo de força; trafo de distribuição com enrolamento enrolado; bobinas de alta tensão. Chamamos de derivação, aos pontos localizados no enrolamento primário, conectados ao comutador. Tipos de bobinas: barril, qualquer potência; camada, qualquer potência; panqueca, até l,5 MVA; disco, acima de 1 MVA; hélice, acima de 1MVA; 63 hobbart, acima de 1MVA; hélice múltipla, enrolamentos de regulação. Tanque Destinado a servir de invólucro da parte ativa e de recipiente do líquido isolante, subdivide-se em três partes: lateral, fundo e tampa. Nesse invólucro encontramos os suportes para poste (até 225 kVA), suportes de roda (normalmente para potências maiores que 300 kVA), olhais de suspensão, sistema de fechamento da tampa, janela de inspeção, dispositivos de drenagem e amostragem do líquido isolante, conector de aterramento, furos de passagem das buchas, radiadores, visor de nível de óleo e placa de identificação. O tanque e a respectiva tampa devem ser de chapas de aço, laminadas a quente, conforme NBR 6650 e NBR 6663. Com referência aos tipos construtivos, os transformadores podem ser: selados e com conservador de óleo. TÓPICO 5 BUCHAS São os dispositivos que permitem a passagem dos condutores dos enrolamentos ao meio externo. São constituídos basicamente por: corpo isolante: de porcelana vitrificada; condutor passante: de cobre eletrolítico ou latão; terminal: de latão ou bronze; vedação: de borracha e papelão hidráulico. 64 As formas e dimensões variam com a tensão e a corrente de operação e para os transformadores dessa especificação subdividem-se em: buchas de alta tensão, classe 15, 24.2 e 36,2 kV e todas com capacidade de 160 A: buchas de baixa tensão com tensão nominal 1,3 kV e correntes nominais de 160,400, 800, 2000, 3150 e 5000 A: As figuras do Tópico 5 foram retiradas do site: www.product- gs/porcelain-bushing- insulation-for-transformer- 1503291083.htmlBuchas ABNT: conforme NBR 5034 65 Buchas DIN São utilizadas em alta tensão nas classes de 15, 24,2 e 36,2 kV e correntes nominais de 250, 630, 1000, 2000 e 3150 A: 66 Buchas Condensivas São usadas apenas em transformadores com potência superior a 2500 kVA e tensões maiores que 36,2 kV, sendo encontradas apenas nas correntes de 800 a 1250 A. Para correntes maiores só existem buchas condensivas importadas. No Brasil são fabricadas buchas até a classe de 245 kV, para tensões maiores somente importadas. Essas buchas são muito mais caras que as de cerâmica, tanto DIN quanto ABNT. A figura a seguir mostra uma bucha de alta tensão: 67 Buchas Especiais Existem buchas para correntes até 24000 A na classe 36,2 kV, mas só importadas. Buchas Poliméricas A porcelana é substituída por um isolante polimérico. A vantagem desse tipo de bucha é que elas são mais resistentes a quebras ou vandalismos. TÓPICO 6 RADIADORES Todo o calor gerado na parte ativa se propaga por meio do óleo e é dissipado no tanque (tampa e sua lateral). As elevações de temperatura do óleo e do enrolamento são normalizadas e devem ser limitadas para evitar a deterioração do isolamento de papel e do óleo. Dependendo da potência do transformador, ou melhor, de suas perdas, a área da superfície externa poderá ser insuficiente para dissipar esse calor e é então necessário aumentar a área de dissipação. Para tal usam-se radiadores que poderão ser de elementos ou tubos. Observe: 68 TÓPICO 7 PLACA DE CARACTERÍSTICAS A placa de identificação é um componente importante, pois é ela quem dá as principais características do equipamento. No caso de manutenção, por meio dos dados contidos nela, a Assistência Técnica será capaz de identificar exatamente o que contém a parte ativa, sem ter que abrir o tanque e no caso de ampliação da carga, em que o outro transformador é ligado em paralelo, teremos condições de construir um equipamento apto a esse tipo de operação. O material da placa poderá ser alumínio ou aço inoxidável, a critério do cliente. As figuras a seguir mostram placas de identificação comos dados técnicos referente a um modelo de transformador: A figura ao lado foi retirada do site: www.inovetransformadores.c om.br 69 As figuras do Tópico 7 foram retiradas do site: http://dipoloeletrico.blogsp ot.com.br/2014/03/8- checks-importantes-antes- de-energizar.html 70 Nas figuras acima encontramos um exemplo de placa de identificação de um transformador de distribuição (225 kVA) e a de um transformador de força (200 MVA). As informações nela contidas são normalizadas (NBR 5356) e representam um resumo 71 das características do equipamento. A placa de identificação deve conter, no mínimo, as seguintes informações: as palavras "Transformador" ou "Autotransformador'', ou "Transformador de Reforço", ou "Transformador Regulador"; nome e demais dados do fabricante; número de série de fabricação; ano de fabricação; norma utilizada para fabricação; tipo (segundo a classificação do fabricante); número de fases; potência nominal ou potências nominais e potências de derivação diferentes das nominais, em kVA; designação do método de resfriamento (no caso de mais de um estágio de resfriamento, as respectivas potências devem ser indicadas); diagrama de ligações, contendo todas as tenções nominais e de derivações (com identificação das derivações), além de respectivas correntes; frequência nominal; limite de elevação de temperatura dos enrolamentos; polaridade (para transformadores monofásicos) ou diagrama fasorial (para transformadores polifásicos); impedância de curto - circuito, em porcentagem; tipo de óleo isolante e volume necessário, em litros; tensões nominais do primário e do secundário; massa total aproximada, em quilos; níveis de isolamento; número do manual de instruções, fornecido pelo fabricante, junto com o transformador; vazão, para transformadores com resfriamento a água; 72 correntes de curto - circuito máximas admissíveis, simétricas e assimétricas e duração máxima admissível da corrente, em segundos; número da placa de identificação; tipo para identificação. Em transformadores maiores que 500 kVA, ou quando o cliente exigir, a placa de identificação deverá conter outros dados como: informações sobre transformadores de corrente se as tiver; dados de perdas e corrente de excitação; pressão que o tanque suporta; qualquer outra informação que o cliente exigir. TÓPICO 8 COMPONENTES DE PROTEÇÃO Indicador de Nível do Óleo O óleo isolante do transformador se dilata ou se contrai conforme a variação da temperatura ambiente e a variação da carga alimentada pelo transformador, em função disso haverá elevação ou abaixamento do nível do óleo. Sendo assim, a finalidade do indicador de nível do óleo é mostrar com perfeição o nível de óleo no visor e ainda servir como aparelho de proteção ao transformador. A seguir você pode observar a figura de um indicador de nível de óleo: 73 O ponteiro do indicador de nível de óleo é movimentado por meio de dois magnéticos (imãs) permanentes, que são acoplados a um flutuador (bóia). O movimento é efetuado pela bóia, de acordo com o nível de óleo, que transmite indicações precisas ao ponteiro, devido a grande sensibilidade dos magnéticos. Termômetros O termômetro é utilizado para indicação da temperatura do óleo. Existem dois tipos: o termômetro com haste rígida, usado em transformadores de meia-força, e o termômetro com capilar, usado em transformadores de força. Eles são constituídos de um bulbo, um capilar e um mostrador. O bulbo é colocado na parte mais quente do óleo, logo abaixo da tampa. O mostrador é constituído de uma caixa, um visor com indicador, um microrruptor, dois ponteiros de limite, que se movimentam apenas por ação externa, e um ponteiro de indicação de temperatura máxima. Este ponteiro é impulsionado pela agulha de temperatura, apenas quando em ascensão desta, pois na redução fica imóvel, possibilitando assim a verificação da temperatura máxima atingida em um dado período. Conforme a variação da temperatura do bulbo, o líquido (mercúrio) em seu interior sofre dilatação ou contração, transmitindo a variação de temperatura Esta figura foi retirada do site: www.halten.com.br 74 até o mecanismo interno do mostrador do termômetro, no mesmo instante o ponteiro indicador é acionado e, dependendo do valor da temperatura atingida, o sistema de proteção acionará o alarme, desligando e fazendo o controle automático do dispositivo de resfriamento do transformador imerso em óleo. Veja abaixo a figura de uma haste rígida: E, na sequência, a figura de uma haste rígida com capilar: 75 Termômetro do Enrolamento com Imagem Térmica A imagem térmica é a técnica utilizada para medir a temperatura no enrolamento do transformador. Ela é denominada imagem térmica por reproduzir indiretamente a temperatura do enrolamento. A temperatura do enrolamento, que é a parte mais quente do transformador, é a temperatura do óleo acrescida da sobre-elevação da temperatura do enrolamento (t) em relação ao óleo. O termômetro do enrolamento com imagem térmica é composto de uma resistência de aquecimento e um sensor de temperatura simples ou duplo, ambos encapsulados e montados em um poço protetor, imerso em uma câmara de óleo. O conjunto é instalado na tampa do transformador, equalizando-se com a temperatura do topo do óleo, indicando assim a temperatura no ponto mais quente do enrolamento. A resistência de aquecimento é alimentada por um transformador de corrente associado ao enrolamento secundário do transformador principal. Portanto, a elevação da temperatura da resistência de aquecimento é proporcional a elevação da temperatura do enrolamento além da temperatura máxima do óleo. A constante do tempo do sistema é da mesma ordem de grandeza do enrolamento, logo o sistema reproduz uma verdadeira imagem térmica da temperatura do enrolamento. Na sequência você pode observar a figura de um termômetro analógico: 76 Controladores Microprocessados de Temperatura Os controladores microprocessados de temperatura foram desenvolvidos para substituir, com vantagens da tecnologia microprocessada, os termômetros de óleo e enrolamento tradicionais utilizados em transformadores e reatores de potência. Este equipamento recebe o valor da resistência de um sensor e o transforma (por meio de um transdutor incorporado) em temperatura equivalente, a qual é vista em painel frontal digital. Ele desempenha diversas funções de controle e acionamento de contatos, sendo que por meio de teclado frontal podemos configurar os parâmetros de sua atuação e ler os valores medidos e setados. Os controladores microprocessados são necessários quando o cliente solicita indicação digital de temperatura no transformador, pois os termômetros usuais são analógicos. Esta figura foi retirada do site: www.bimetal.com.br 77 Válvula de Alívio de Pressão (VAP) A válvula de alívio de pressão, de fechamento automático, instalada em transformadores imersos em líquido isolante, tem a finalidade de protegê-los contra uma possível deformação ou ruptura do tanque em casos de defeitos internos com aparecimento de pressão e com aparecimento de pressão elevada. Essa válvula é extremamente sensível e rápida (opera em menos de dois milésimos de segundo), fecha-se automaticamente após a operação impedindo assim a entrada de qualquer agente externo no interior do transformador. Veja abaixo a figura de uma válvula de alívio: Relê Detector de Gás Tipo Buchholz O relê de gás tem por finalidade proteger equipamentos imersos em líquido isolante, por meioda supervisão do fluxo anormal do óleo ou ausência, e a formação anormal de gases pelo equipamento. Ele normalmente é utilizado em transformadores que possuem tanque para expansão de líquido isolante. Esse tipo de relê detecta de forma precisa, por exemplo, os seguintes problemas: vazamento de líquido isolante, curto- circuito interno do equipamento ocasionando grande deslocamento de líquido isolante, formação de gases internos Esta figura foi retirada do site: www.qualitroucorp.com.br 78 devido a falhas intermitentes ou contínuas que estejam ocorrendo no interior do equipamento. A figura a seguir mostra um relê Buchholz: O relê detector de gás é normalmente instalado entre o tanque principal e o tanque de expansão do óleo dos transformadores. A carcaça do relê é de ferro fundido, possuindo duas aberturas flangeadas e ainda dois visores nos quais está indicada uma escala graduada de volume de gás. Internamente encontram-se duas boias de gás no relê, a boia superior é forçada a descer (isto acontece também caso haja vazamento de óleo). Se por sua vez uma produção excessiva de gás provoca uma circulação de óleo no relê, é a bóia inferior que reage, antes mesmo que os gases formados atinjam o relê. Em ambos os casos, as bóias ao sofrerem o deslocamento, acionam contatos. Secador de Ar de Sílica Gel O secador de ar de sílica gel é usado nos transformadores providos de conservador de óleo, funcionando como um desumidificador de ar do transformador. Para evitar a deterioração do óleo do equipamento ou bolsa de borracha pelas impurezas e umidade no ar respirado, coloca-se um copo com óleo e sílica gel na passagem por onde o ar é suspirado. Quando Esta figura foi retirada do site: www. http://emb- online.net/sp/productos. php 79 o nível do óleo no conservador baixar, haverá o respiro de ar atmosférico, este ar passará primeiramente pelo copo de óleo, onde ficarão eliminadas as impurezas sólidas e em seguida o ar atravessa os cristais de sílica gel, que retiram a umidade do ar; em seguida, já totalmente limpo e sem umidade, o ar penetra no conservador. O ar ao passar pela sílica gel deixará na mesma a umidade, fazendo que a sílica gel troque de coloração, até a sua saturação conforme indicado abaixo: coloração laranja: sílica gel seca; coloração amarela: sílica gel com aproximadamente 20% da umidade absorvida; coloração amarelo-claro: sílica gel com 100% de umidade absorvida (saturada). Para regeneração da sílica gel recomenda-se colocar em estufa com temperatura máxima de 120°C de 2 a 4 horas. Na sequência, você pode ver a figura de um secador de ar: Esta figura foi retirada do site: http://www.veretra.com.m x/equipo-de- seguridad/deshidratador/ 80 Relê de pressão súbita O relê de pressão súbita é um equipamento de proteção para transformadores do tipo selado. Normalmente o relê de pressão súbita é instalado acima do nível máximo do líquido isolante, no espaço compreendido entre o líquido isolante e a tampa do transformador. Entretanto, é aceitável também a montagem horizontal sobre a tampa do transformador. O relê é projetado para atuar quando ocorrem defeitos no transformador que produzem pressão interna anormal, sendo sua operação ocasionada somente pelas mudanças rápidas da pressão interna independente da pressão de operação do transformador. Por outro lado, o relê não opera devido a mudanças lentas de pressão, próprias do funcionamento normal do transformador, bem como durante perturbações do sistema (raios, sobretensão de manobra ou curto-circuito), a menos que tais perturbações produzam danos no transformador. Observe a figura de um relê de pressão abaixo: Manômetro e Vacuômetro O manômetro é um instrumento utilizado para medir a pressão interna do tanque de óleo. E o vacuômetro, mede pressão e vácuo. Observe: Esta figura foi retirada do site: http://seielectric.com/pt/ produtos-for-oems/ 81 Relê de Tensão Ele tem como finalidade acionar os comutadores em carga. Possuem contatos de elevar/baixar tensões e também proteção contra sobrecorrente, subtensão e sobretensão. Sistema de Ventilação Forçada O regime ONAF é constituído de radiadores mais um conjunto de ventiladores. Esses ventiladores podem ser acionados manualmente ou automaticamente por um termômetro de imagem térmica. Em transformadores pequenos (menor que 5 MVA) pode ser usado o termômetro de óleo. Os ventiladores podem ser montados na lateral ou na parte inferior dos radiadores, sendo que com a montagem lateral, o rendimento do sistema de ventilação é maior. Normalmente o acréscimo de potência com um sistema de ventilação forçada situa-se em torno de 25%. Veja abaixo uma figura mostrando a ventilação forçada: Esta figura foi retirada do site: http://www.salvicasagra nde.com.br/pressao/va cuometro/vacuometro- sistema- bourdon.html#.Vh6YfPl Viko 82 Sistema OFWF A dissipação das perdas é feita por intermédio de um trocador de calor casco-tubo, do tipo óleo-água. Normalmente esse sistema é usado em UHE e em transformadores de forno. Nesse sistema o óleo é forçado a passar no trocador por uma bomba e a água vem de uma torre de resfriamento ou água corrente proveniente de um rio. Normalmente um trocador desses dissipa até 500 kW. A seguir você pode observar a figura de um trocador de calor: Esta figura foi retirada do site: http://pt.dreamstime.co m/photos- images/ventilador-de- refrigera%C3%A7%C3 %A3o-do- transformador.html Esta figura foi retirada do site: www.weg.net/materiais 83 EXERCICIOS 1. Defina as perdas de um transformador? _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ 2. O que influencia na eficiência de um transformador elétrico trifásico? _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ 3. Um transformador básico é dividido em três partes principais, defina quais são estas partes. _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ 4. De todos os equipamentos de proteção estudados, escolha dois deles e defina o seu princípio de funcionamento. _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ 84 CHECK LIST Nesta unidade você pôde aprender: quais são as perdas de um transformador e o que cada uma delas interfere na eficiência de um transformador trifásico; Você pode identificar as principais partes de um transformador e aprender sobre a placa de características de um transformador trifásico; quais os principais dispositivos de proteção dos transformadores. 85 GABARITO COMENTADO UNIDADE 1 Questão 1 Para responder esta questão devemos utilizar a primeira figura que aparece na Unidade 1. Tudo inicia na geração, temos um transformador elevador, após a potência é direcionada para uma linha de transmissão de energia. O transformador é do tipo elevador para elevar a tensão e, consequentemente, abaixar a corrente elétrica, evitando muitos custos nas estruturas e equipamentos