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Atuação Fonoaudiológica em Pacientes com lesões cerebrais Centro Universitário UNINOVAFAPI TÓPICOS INTEGRADORES - 8ª SÉRIE - ATENÇÃO EM FONOAUDIOLOGIA CLÍNICA Prof. Ms. CLAUDIO MARTINS CORREIA LIMA Componentes: Ana Maria Baima; Catharina Prado; Emanuel Moita. A lesão cerebral pode ocorrer devido a uma vasta gama de condições, doenças ou traumas. As causas mais comuns de lesão cerebral são os Traumatismos cranio- encefálicos (TCE) e os Acidentes Vasculares Cerebrais (AVC). Outras causas possíveis de lesão cerebral difusa incluem hipoxia prolongada (falta de oxigênio), envenenamento, infecção tais como meningites ou encefalites, e moléstias neurológicas. As sequelas variam de acordo com cada caso clinico. RESPIRAÇÃO A respiração adequada é caracterizada por uma movimentação lenta, ritmada e coordenada de tórax e abdome durante a inspiração e expiração, o que é importante para a qualidade da vocalização. Pacientes com lesões cerebrais podem apresentar alterações quanto ao tipo respiratório (superior, inferior e costaldiafragmático) e ao modo (nasal, oral e mista). Além de capacidade respiratória reduzida e incordenação pneumofonoarticulatório. Desta forma o fonoaudiólogo irá trabalhar para obtenção de progresso nesta área adequando a movimentação muscular durante a respiração; adequando o modo e o tipo respiratório, para facilitar maior movimentação do abdome e favorecer ganho na capacidade pulmonar de armazenamento e uso de ar; e ajudando na adequação da coordenação inspiração- expiração, cuidando do ritmo respiratório. ESTRATÉGIAS 1. Estabelecer o padrão respiratório correto quanto ao modo: • Manter algum objeto entre os lábios sempre que estiver em silêncio; • Esparadrapo: ao dormir, colocar um pedaço de esparadrapo sobre os lábios em posição vertical; • Pode ser utilizados apitos, velas, balões, canudos, bolinhas de isopor etc. • Espirômetro ESTRATÉGIAS 2. Propiciar aumento da capacidade respiratória: • Inspiração Fracionada; • Inspiração profunda; • Respiração controlada; Ex: 1º tempo: inspiração nasal lenta; 2º tempo: pausa; 3º tempo: expiração bucal, contando oralmente e soltando o ar do diafragma. Respiração completa: diafragma, intercostal e superior em uma só respiração. • Espirômetro Ex: o paciente deverá ocluir as narinas com clip e fazer uma inspiração forçada, assoprar no espirômetro posicionado entre os lábios e os dentes, rapidamente e forçadamente. ESTRATÉGIAS 3. Promover melhor coordenação pneumofonoarticulatória: Método de sons facilitadores ➢ Técnica de sons fricativos ➢ Técnica de sons vibrantes Disfagia Orofaríngea Neurogênica : Estágio Oral Estágio Faríngeo Estágio Oral: ➢ Fraqueza, paralisia ou falta de coordenação das estruturas envolvidas podem resultar na ineficiência no preparo e/ou trânsito do bolo alimentar. ➢ Sintomas comuns em lesões de nervos cranianos (hipoglosso (XII) e facial (VII)). ➢ Danos no sistema nervoso central, aos circuitos do córtex, da substância branca ou dos núcleos da base. (responsáveis pela coordenação das estruturas orais). SINTOMAS: • Sialórreia (D. da sensibilidade na cavidade oral anterior) • Acúmulo de alimentos no sulco labial ou bucal (D. de sensibilidade entre as estruturas periodontais e da mucosa das bochechas) • Dificuldade para lidar com o bolo alimentar(D. da sensibilidade na cavidade oral anterior) • Dificuldade de mastigação (D. proprioceptivo na articulação temporomandibular) • Tempo prolongado de preparação oral( Diminuição da sensibilidade oral • Perda do controle do bolo alimentar (Diminuição da sensibilidade orofaríngea) Dificuldade de mastigação: • Objetivo: Ativação e regulação da musculatura mastigatória • Estratégia: Deslizar sobre o Masseter até o ângulo mandibular. Acúmulo de alimentos no sulco labial ou bucal: • Objetivo: Promover vedamento labial com trabalho de força no Músculo Bucinador • Estratégia: A terapeuta alonga as comissuras labiais e a paciente tenta fechar. Depois, o contrário, a paciente fecha e a terapeuta tenta abrir, fazendo uma contrarresistência dos músculos com forças antagônicas. Proteção de Vias respiratórias ➢ Supraglótica: orientar o paciente a respirar fundo, prender a respiração, engolir forte e tossir logo após a deglutição. ➢ Supersupraglótica: o procedimento é semelhante ao da supraglótica, porém deve prender a respiração com força. Indicado para pacientes que tem histórico com aspiração durante a deglutição, redução da atividade esfinctérica e demora no disparo do reflexo de deglutição. Show a breath hold plus hard swallow (rosenbeck,2012) ➢ Modo de execução: Prender a respiração e deglutir com força dos músculos da língua e faringe. ➢ Efeito fisiológico: ▪ Protege as vias respiratórias ao nível de prega vestibular ▪ Aumento da pressão da língua e palato ▪ Redução da estase valecular Deglutições Múltiplas Modo de execução: O paciente deve deglutir algumas vezes após a primeira deglutição com o alimento. Efeito fisiológico: Limpeza de resíduos Toda prática clínica baseada em evidências começa pelo reconhecimento da questão clínica, ou pela dúvida sobre o procedimento mais adequado para solucionar um determinado problema. Assim, a partir do reconhecimento da dúvida, é possível formular uma pergunta clinica adequada, pesquisar artigos relevantes, fazer uma avaliação critica da literatura encontrada e implantar esses achados na pratica clínica. ANGELIS, Elizabeth 2016 Referências Tratado de especialidades em fonoaudiologia FERRAZ, M.C.A. Manual prático de motricidade orofacial: avaliação e tratamento. 6ed, Revinter, 2012, p190 Cielo CA; Pascotini FS; Ribeiro VV, et al. Fonoterapia vocal e fisioterapia respiratória com idosos saudáveis: revisão de literatura. Rev. CEFAC. 2016 Mar-Abr; 18(2):533-543