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Texto cantiga de amor - cantiga de amigos_correção

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1 
 
 
LITERATURA PORTUGUESA 10º ano Módulo 1 2020/21 
CORREÇÃO 
 
TEXTO 1 
 
Leia com atenção a cantiga que se segue. 
 
 
Vedes, amigo, [o] que oj’oí1 
dizer de vós, assi Deus me perdom, 
que amades ja outra e mi nom; 
mais, s’é verdade, vingar-m’ei assi: 
punharei2 ja de vos nom querer bem 
e pesar-mi-á ém3 mais que outra rem4. 
 
Oí dizer, por me fazer pesar, 
amades vós outra, meu traedor; 
e, s’é verdade, par Nostro Senhor, 
direi-vos como me cuid’a vingar: 
punharei ja de vos nom querer bem 
e pesar-mi-á ém mais que outra rem. 
 
E se eu esto por verdade sei 
que mi dizem, meu amigo, par Deus, 
chorarei muito d’estes olhos meus 
e direi-vos como me vingarei: 
punharei ja de vos nom querer bem 
e pesar-mi-á ém mais que outra rem. 
 
Fernam Velho (CBN 819; CV 403) 
 
 
1 ouvi; 2 esforçar-me-ei; 3 sofrerei; 4 coisa 
 
 
Apresente, de forma bem estruturada, as respostas aos itens que se seguem. 
 
1. Integre a cantiga no respetivo género da poesia trovadoresca, justificando a sua opção. 
Trata-se de uma cantiga de amigo, porque o sujeito poético é uma jovem mulher que se 
dirige ao seu “amigo”, uma vez que se sente traída. 
 
2. Identifique e explique o estado de espírito do sujeito poético. 
O sujeito poético encontra-se zangado e bastante magoado, porque ouviu dizer que o 
seu “amigo” a enganou, amando outra mulher. 
 
3. Caracterize, do ponto de vista psicológico, o sujeito poético. Justifique a resposta por 
meio de uma passagem textual. 
A jovem mulher é determinada e corajosa, porque, embora sofrendo muito, vai terminar 
o namoro com o “amigo”, uma vez que se sente enganada por ele. Por outro lado, a 
menina é esperta e pretende certificar-se da veracidade daquilo que lhe contaram (v. 13 
e 14) antes de tomar qualquer decisão. 
 
4. Faça a análise formal da cantiga. 
Trata-se de uma cantiga de refrão, constituída por três estrofes. 
5 
10 
15 
2 
 
 
TEXTO 2 
 
A dona que eu am'e tenho por senhor 
amostrade-me-a Deus, se vos en prazer for, 
se non dade-me a morte. 
A que tenh'eu por lume d'estes olhos meus 
e porque choran sempr(e) amostrade-me-a, Deus, 
se non dade-me-a morte. 
Essa que Vós fezestes melhor parecer 
de quantas sei, ai, Deus, fazede-me-aveer, 
se non dade-me a morte. 
Ai Deus que me-a fizestes mais ca min amar, 
mostrade-me-a u possa con ela falar, 
se non dade-me a morte. 
Bernal de Bonaval (CV 657, CBN 1066) 
 
Apresente, de forma bem estruturada, as respostas aos itens que se seguem. 
 
1. Caracterize o estado de espírito do sujeito poético, explicitando as razões que o determinam. 
O sujeito poético está desesperado, porque precisa de ver e de falar com a sua amada. Essa 
necessidade advém do grande amor que sente pela “senhor” e da impossibilidade de estar 
próximo dela. 
 
2. Caracterize, de forma completa, o objeto do amor. Justifique a resposta. 
A “senhor” é muito bela – “fezestes melhor parecer de quantas sei” – e a sua ausência 
provoca o sofrimento do sujeito poético, que chora por ela. 
 
2.1. Transcreva exemplos de uma metáfora e de uma hipérbole utilizadas na descrição da 
“senhor”. 
A hipérbole está presente na seguinte passagem: “Ai Deus que me-a fizestes mais ca min 
amar”. A metáfora está presente na seguinte passagem: “A que tenh'eu por lume d'estes 
olhos meus”. 
 
3. Refira a importância da última estrofe para o sentido global da cantiga. 
A última estrofe apresenta uma novidade relativamente ao resto da cantiga, porque nos 
revela que existe alguma proximidade entre o sujeito poético e a “senhor”, uma vez que para 
além de a ver, ele pede a Deus para falar com ela. Isto deixa supor um grau de intimidade 
entre os dois maior do que aquele que existe na maior parte das cantigas de amor.

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