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01 -Livro de prática - Petição Inicial -

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1 
Petição Inicial – Reclamação Trabalhista 
 
Sumário: 1.1. Conceito: 1.1.2. Jus postulandi: 1.2. Importância de uma boa 
redação: 1.3. Forma: Verbal ou Escrita: 1.3.1. Reclamação Trabalhista Verbal: 
1.3.1.1. Procedimento: 1.3.1.2. Penalidade pela não redução a termo: 1.3.2. 
Reclamação Trabalhista Escrita: 1.3.2.1. Endereçamento: 1.3.2.2. Qualificação 
das partes: reclamante e reclamado: 1.3.2.3. Breve exposição dos fatos: causa 
de pedir: 1.3.2.4. Pedido: 1.3.2.4.1. Pedido certo e determinado: 1.3.2.4.2. 
Pedidos alternativos e sucessivos (subsidiário): 1.3.2.5. Requerimentos – 
Citação / Notificação da parte contrária; Justiça Gratuita; Provas: 1.3.2.6. Valor 
da causa: 1.4. Petição Inicial – Ritos: 1.4.1. Rito Sumário (rito de alçada): 1.4.2.1 
Peculiaridades do rito sumaríssimo: 1.4.3. Rito Ordinário: 1.5. Indeferimento da 
Petição Inicial no Processo do Trabalho – Emenda ou Aditamento –: 1.6. 
Comissão de Conciliação Prévia: 1.7. Tutela Provisória: 1.7.1. Tutelas 
provisórias de urgência contempladas na CLT: 1.7.2. Tutela de urgência 
antecipada e tutela de urgência cautelar: 1.7.2.1. Requisitos da tutela de 
urgência antecipada e cautelar: 1.7.2.1. Tutela de urgência antecedente e tutela 
de urgência incidental: 1.7.3. Tutela de urgência cautelar: 1.7.4. Fungibilidade 
das tutelas de urgência: 1.7.5. Tutela da evidência. 
 
 
A petição inicial na Justiça do Trabalho, como regra, é conhecida como 
Reclamação Trabalhista. Esta nomenclatura, na Justiça do Trabalho, foi a 
sugerida pelo legislador, art. 837 e seguintes da CLT. Contudo, é comum a 
utilização dos dois termos. 
 
1.1. Conceito 
 
Conforme aponta Francisco Ferreira Jorge Neto1, a petição inicial é o 
meio material de que o cidadão dispõe para ativar a prestação jurisdicional, 
 
1 CAVALCANTE, Jouberto de Quadros Pessoa; JORGE NETO, Francisco Ferreira. Prática 
Jurídica Trabalhista. 6ª ed., São Paulo: Atlas, 2015, p. 29. 
 
 
expondo a relação jurídica material controvertida e os seus fundamentos 
jurídicos e legais, além do requerimento da respectiva solução pelo Estado. 
 
A reclamação trabalhista, nada mais é do que um ato introdutório do 
processo, materialização do direito de ação2. Seria o start do processo. 
 
Mauro Schiavi, aponta de forma objetiva que, “a petição inicial é vital para 
o processo, pois é ela que baliza a sentença, que não pode se divorciar dos 
limites do pedido (art. 141 e 492 do CPC)”3. 
 
 
1.1.2. Jus postulandi 
 
 Na Justiça do Trabalho a presença do advogado é dispensável. A parte 
(reclamante ou reclamado) tem capacidade para postular os seus direitos ou de 
se defender sem a necessidade de advogado. Na seara trabalhista, ainda 
persiste este instituto. 
 
CLT - Art. 791. Os empregados e os empregadores 
poderão reclamar pessoalmente perante a Justiça do 
Trabalho e acompanhar as suas reclamações até o final. 
 
 Contudo, o Tribunal Superior do Trabalho limitou o jus postulandi na 
justiça do trabalho: 
 
Súmula nº 425 do TST. JUS POSTULANDI NA JUSTIÇA 
DO TRABALHO. ALCANCE. O jus postulandi das partes, 
estabelecido no art. 791 da CLT, limita-se às Varas do 
Trabalho e aos Tribunais Regionais do Trabalho, não 
alcançando a ação rescisória, a ação cautelar, o mandado 
 
2 SOUTO MAIOR, Jorge Luiz. Petição Inicial. São Paulo: LTr, 1996, p. 83. 
3 SCHIAVI, Mauro. Manual de direito processual do trabalho. 10ª ed., São Paulo: LTr, 2016, p. 
529. 
 
 
de segurança e os recursos de competência do Tribunal 
Superior do Trabalho. 
 
 Assim, o jus postulandi não pode ser exercido pela parte nos casos de: 
 
- ação rescisória; 
- ação cautelar; 
- mandado de segurança; 
- recursos de competência do TST. 
 
 
1.2. Importância de uma boa redação 
 
A petição inicial deve ser cuidadosamente redigida, sopesando-se cada 
palavra, o encadeamento lógico da exposição e a correta formulação do pedido. 
Sua redação, inclusive, deve obedecer aos requisitos do estilo: clareza, precisão 
e concisão4. 
 
 
1.3. Forma: Verbal ou Escrita. 
 
A reclamação trabalhista pode ser proposta de forma verbal ou escrita. 
 
Art. 840 da CLT - A reclamação poderá ser escrita ou 
verbal. 
 
 
1.3.1. Reclamação Trabalhista Verbal 
 
Art. 840 da CLT – [...] 
§ 1º - [...] 
 
4 GIGLIO, Wagner D. Direito processual do trabalho. 15 ed., São Paulo: Saraiva, 2005, p. 175 
 
 
§ 2º - Se verbal, a reclamação será reduzida a termo, em 2 
(duas) vias datadas e assinadas pelo escrivão ou 
secretário, observado, no que couber, o disposto no 
parágrafo anterior. 
 
Interessante apontar que, ainda que a reclamação trabalhista seja verbal, 
deverá ser reduzida a termo, pois o Juiz do Trabalho somente tomará contato 
com a petição inicial escrita. 
 
 
1.3.1.1. Procedimento 
 
Quanto ao procedimento, conforme preceitua o art. 786 da CLT, a 
reclamação verbal deverá ser distribuída antes de sua redução a termo. 
 
Após a distribuição da reclamação verbal, o reclamante deverá, salvo 
motivo de força maior, apresentar-se no prazo de 5 (cinco) dias, ao cartório ou à 
secretaria, para reduzi-la a termo, sob a pena estabelecida no art. 731, art. 786, 
parágrafo único da CLT. 
 
Art. 731 - Aquele que, tendo apresentado ao distribuidor 
reclamação verbal, não se apresentar, no prazo 
estabelecido no parágrafo único do art. 786, à Junta ou 
Juízo para fazê-lo tomar por termo, incorrerá na pena de 
perda, pelo prazo de 6 (seis) meses, do direito de reclamar 
perante a Justiça do Trabalho. 
 
 
1.3.1.2. Penalidade pela não redução a termo 
 
A penalidade aludida no artigo supra, aponta que, se o reclamante 
distribuir a reclamação verbal e não voltar no prazo estabelecido pelo mesmo 
artigo, 5 (cinco) dias, só poderá propor nova reclamação trabalhista após 6 
meses. 
 
 
 
Vale ressaltar que na maioria das Varas do Trabalho, a distribuição e a 
redução a termo (fatos ocorridos na relação de trabalho) ocorrem no mesmo ato. 
 
Interessante notar, que a penalidade imposta pelo referido artigo ocorre 
na primeira distribuição, diferentemente da reclamação trabalhista escrita, que 
por sua vez, só poderá ser proposta após 6 (seis) meses da propositura de 2 
(duas) ações arquivadas pelo não comparecimento do reclamante na primeira 
audiência designada pela Vara do Trabalho. 
 
OBS: No inquérito para apuração de falta grave (art. 853) e nos dissídios 
coletivos não se admite reclamação verbal. 
 
 
1.3.2. Reclamação Trabalhista Escrita 
 
Art. 840 da CLT e 391 do NCPC: 
 
Art. 840 - A reclamação poderá ser escrita ou verbal. 
§ 1º - Sendo escrita, a reclamação deverá conter a 
designação do Presidente da Junta, ou do juiz de direito a 
quem for dirigida, a qualificação do reclamante e do 
reclamado, uma breve exposição dos fatos de que resulte 
o dissídio, o pedido, a data e a assinatura do reclamante 
ou de seu representante. 
 
Art. 319. A petição inicial indicará: 
I - o juízo a que é dirigida; 
II - os nomes, os prenomes, o estado civil, a existência de 
união estável, a profissão, o número de inscrição no 
Cadastro de Pessoas Físicas ou no Cadastro Nacional da 
Pessoa Jurídica, o endereço eletrônico, o domicílio e a 
residência do autor e do réu; 
III - o fato e os fundamentos jurídicos do pedido; 
 
 
IV - o pedido com as suas especificações; 
V - o valor da causa; 
VI - as provas com que o autor pretende demonstrar a 
verdade dos fatos alegados; 
VII - a opção do autor pela realização ou não de audiência 
de conciliação ou de mediação. 
 
As reclamações trabalhistas, devem conter obrigatoriamente os 
elementos da ação: Partes, Causa de Pedir e Pedido. 
 
Pensando na estrutura das reclamações trabalhistas, abordaremos, 
passo a passo e de forma objetiva, os seus principais requisitos. 
 
 
1.3.2.1. Endereçamento 
 
Designação do Juiz do Trabalho. 
 
Exemplo: 
 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DA ___ VARA DO TRABALHO 
DE GUARULHOS/SP.OBS: Por mais que o juiz do trabalho seja magistrado federal a constituição não 
o denomina como juiz federal do trabalho, e sim como juiz do trabalho. Portanto, 
a nomenclatura correta a ser utilizada é Juiz do Trabalho. 
 
 
1.3.2.2. Qualificação das partes: reclamante e reclamado 
 
Reclamante: nome completo, nacionalidade, estado civil, profissão, domicílio e 
residência com CEP, CPF, RG - com o órgão expedidor, número da CTPS, PIS, 
nome da mãe (importante dado para evitar o homônimo), data de nascimento. 
Tomamos por base o Provimento GP/CR nº 05/2008, art. 339, do TRT2. 
 
 
 
Reclamado: 
- Se Pessoa Física: indicar sua qualificação e endereço completo. 
- Se Pessoa Jurídica: nome completo, endereço completo e CNPJ. 
OBS: Se a parte não detém todas as informações da parte contrária poderá ser 
declarado que desconhece tais dados. Logo, percebe-se que o endereço e o 
nome da parte contrária são dados fundamentais na sua qualificação. 
 
 
1.3.2.3. Breve exposição dos fatos: causa de pedir 
 
Conforme preceitua o artigo 840 da CLT, não seria necessária a 
exposição dos fundamentos jurídicos, bastando a exposição dos fatos na 
reclamação trabalhista. Contudo, abordaremos o tema conforme o art. 319 do 
NCPC, que pontua sobre a necessidade da exposição dos fatos e dos 
fundamentos jurídicos. 
 
Os fatos e fundamentos jurídicos também são conhecidos como causa de 
pedir. 
 
 Fato + Fundamento Jurídico = Causa de Pedir. 
 
Para Joel Dias Figueira Júnior5, a causa de pedir é o núcleo da petição 
inicial. Corroboramos do mesmo entendimento. 
 
Fato: são literalmente os fatos ocorridos na relação de emprego, o fato 
em si mesmo. Chamamos esses fatos de causa de pedir próxima. 
 
Fundamento jurídico: Trata-se da fundamentação jurídica sobre os fatos 
narrados. Chamamos essa fundamentação jurídica de causa de pedir remota. 
 
 
5 FIGUEIRA JUNIOR, Joel Dias. Comentários ao Código de Processo Civil. V4 – T.II 2ª e., São 
Paulo: RT, 2007, p. 49. 
 
 
Lembrando que o CPC adotou a teoria da substanciação, ou seja, a 
coexistência do fato e da fundamentação jurídica a qual chamamos de causa de 
pedir. 
 
1.3.2.4. Pedido 
 
Pedido, nada mais é do que o resumo do que o autor pretende receber. É 
através dele que o autor externa sua pretensão. 
 
Pode ser imediato ou mediato: 
 
- Pedido Imediato; consiste na providencia jurisdicional (declaratório, 
constitutivo ou condenatório). 
 
- Pedido Mediato: consiste na tutela do bem jurídico pretendido, ou seja, 
na reparação do direito violado, por exemplo, horas extras. 
 
Lembrando que o juiz está adstrito ao pedido da parte, art. 492 e 141 do 
NCPC. 
 
Relembrando: 
 
- Extra petita: O juiz concede tutela jurisdicional diversa do pedido 
formulado. 
 
- Ultra petita: O juiz concede a tutela jurisdicional correta, mas em 
quantidade maior. 
 
- Citra petita: o juiz concede a tutela jurisdicional correta. Mas em 
quantidade menor, sem motivo justificável. 
 
OBS: Na seara trabalhista há alguns casos em que o juiz pode se utilizar 
da Extrapetição. Exemplo, indenização no caso de pedido de reintegração de 
empregado estável. Art. 496 da CLT. 
 
 
 
 
1.3.2.4.1. Pedido certo e determinado 
 
Os pedidos nas reclamações trabalhistas deverão ser formulados de 
forma certa (expressa) e determinada (aspectos qualitativos e quantitativos). 
 
Os pedidos genéricos são exceções. As hipóteses estão descritas no art. 
322 e 324 do NCPC. No direito do trabalho os pedidos genéricos mais comuns 
são os pedidos de indenização onde se pede para o juiz fixar o quantum da 
indenização. 
 
 
1.3.2.4.2. Pedidos alternativos e sucessivos (subsidiário) 
 
Pedido Alternativo: trata-se da possibilidade do devedor escolher o 
cumprimento da obrigação. Na seara trabalhista, podemos exemplificar da 
seguinte forma: requerimento do fornecimento das guias do seguro-desemprego 
ou o pagamento da quantia equivalente ao benefício pleiteado. 
 
 Pedido Sucessivo (subsidiário): trata-se de pedidos subsidiários. A 
alternância ocorre se o primeiro pedido, principal, for rejeitado. Aqui não há 
escolha do devedor. Exemplo: Juiz eu quero “A”, se vossa excelência não 
conceder “A” então eu quero, no mínimo, “B”. 
 
 
1.3.2.5. Requerimentos – Citação / Notificação da parte contrária; Justiça 
Gratuita; Provas 
 
 No processo do trabalho não temos, como regra, o procedimento citatório. 
O que temos é a notificação da parte contrária, art. 841 da CLT. 
 
 
 
 Esta notificação ocorre sem a análise primária do juiz do trabalho, 
diferentemente do que ocorre no processo cível. Quem emite a notificação é a 
secretária da vara, sem antes o juiz ter contato com a petição inicial. 
 
 Se o empregado não possuir condições financeiras para arcar com as 
custas do processo poderá requeres os benefícios da gratuidade de justiça. Vale 
ressalta o entendimento do TST sobre a comprovação da “declaração de 
pobreza”, in verbis: 
 
O simples fato de o autor estar empregado e ter auferido 
renda não afasta por si só a presunção de pobreza, pois a 
situação de pobreza não é medida única e exclusivamente 
pela renda auferida, mas por uma somatória de fatores, 
como o nível de endividamento, por exemplo" RR-845-
33.2010.5.02.0444, Aloysio Corrêa da Veiga, relator, 6ª 
turma. 
 
 O requerimento da gratuidade de justiça tem amparo no art. 790, §3º da 
CLT. 
 
Art. 845 - O reclamante e o reclamado comparecerão à 
audiência acompanhados das suas testemunhas, 
apresentando, nessa ocasião, as demais provas. 
 
 Seria necessário apresentar ou requer as provas com que o autor 
pretende demonstrar a verdade dos fatos alegados juntamente com a petição 
inicial, art. 319, VI do NCPC? 
 
 Sérgio Pinto Martins entende que a CLT tem dispositivo próprio para 
exarar sobre as provas no processo trabalhista, art. 845 da CLT, não aplicando 
o art. 391, VI do NCPC. 
 
 Francisco Ferreira Neto entende que o art. 391, VI, do NCPC é aplicável 
no processo do trabalho. 
https://aplicacao5.tst.jus.br/consultaProcessual/consultaTstNumUnica.do?consulta=Consultar&conscsjt=&numeroTst=845&digitoTst=33&anoTst=2010&orgaoTst=5&tribunalTst=02&varaTst=0444
https://aplicacao5.tst.jus.br/consultaProcessual/consultaTstNumUnica.do?consulta=Consultar&conscsjt=&numeroTst=845&digitoTst=33&anoTst=2010&orgaoTst=5&tribunalTst=02&varaTst=0444
 
 
 
 Corroboramos do mesmo entendimento de Sergio Pinto Martins. No 
entanto, é comum o requerimento do protesto de provas dos fatos alegados na 
reclamação trabalhista. 
 Vale ressaltar que, são documentos indispensáveis aqueles sem os quais 
o mérito da causa não possa ser julgado, por exemplo: norma coletiva, contrato 
que e pretende anular etc. 
 
 
1.3.2.6. Valor da causa 
 
 Valor da Causa é a importância pecuniária que se atribui ao pedido. Não 
podendo ser calculada de imediato, deverá ser calculada por estimativa. Art. 319, 
V do NCPC. 
 
O valor deverá ser fixado: 
 
 -Havendo pedidos cumulados, a soma de todos; 
 -Havendo pedidos alternativos, o de maior valor; 
 -Havendo pedidos sucessivos, o valor do principal; 
 
 Por fim, a reclamação trabalhista deverá conter a assinatura do autor ou 
do seu representante (advogado). 
 
 
1.4. Petição Inicial – Ritos 
 
 Rito Ordinário, Sumaríssimo e Sumário. 
 
 Como regra, na justiça do trabalho, o que determina o rito procedimental 
a ser seguido é o valor da causa. 
 
 Quando pensamos nos “ritos” devemos ter em mente que cada rito 
apresentará peculiaridades especiais. 
 
 
 
 
1.4.1. Rito Sumário (rito de alçada) 
 
 Art. 2º, §3º, da Lei 5584/70 = Até 2 (dois) salários mínimos. 
 
 O rito sumário deixou de ser utilizado na prática, não obstante subsista 
previsão legal. Ainda que alguns autores sustentam que ele deixou de existir com 
a instituição do rito sumaríssimo, ele ainda está vigente em nosso sistema. 
 
 
1.4.2. Rito SumaríssimoArt. 852-A e seguintes da CLT = Até 40 (quarenta) salários mínimos. 
 
 O que diferencia o rito sumaríssimo do ordinário são algumas 
peculiaridades que o rito sumaríssimo detém por ser mais célere. 
 
 Vale ressaltar, que a estrutura da redação da reclamação trabalhista, 
tanto no rito ordinário, quanto no rito sumaríssimo, é a mesma. Como dito, o que 
muda são apenas algumas peculiaridades contidas no rito sumaríssimo. 
 
 
1.4.2.1 Peculiaridades do rito sumaríssimo 
 
 - O pedido deverá ser certo e determinado, com sua respectiva 
quantificação (líquido), art. 852-B, I. Logo, na peça inicial (reclamação 
trabalhista) os pedidos deverão ser liquido. 
 
 - Não há citação por edital. O reclamante tem que informar corretamente 
o nome e endereço da parte contraria, art. 852-B, I. 
 
 - Se não for observada as peculiaridades acima o processo é arquivado, 
art. 852-B, §1º. 
 
 
 
 - Como regra, as reclamações trabalhistas são instruídas em audiência 
única, art. 852-C. Nos casos em que houver a necessidade de perícia, por 
exemplo, poderá o juiz designar nova data para a realização de nova audiência, 
art. 852-H, §4º. 
 
 - Art. 852-E: o juiz tem a obrigação de persuadir os litigantes a conciliarem. 
 - Os incidentes e exceções processuais deverão ser decididos de plano 
na audiência. 
 
 - Numero de testemunhas: 2 (duas), no máximo, art. 852-H, §2º. 
 
 Cuidado: as testemunhas deverão comparecer independente de 
intimação, ou seja, a convite da parte. O juiz só procederá a intimação da 
testemunha se for comprovado o convite, art. 852-H, §3º. 
 
 
1.4.3. Rito Ordinário 
 
 Demais reclamações trabalhistas = acima de 40 (quarenta) salários 
mínimos. 
 
 OBS: as ações que figuram a administração pública direta, autárquica e 
fundacional sempre observarão o rito ordinário. 
 
 
1.5. Indeferimento da Petição Inicial no Processo do Trabalho – Emenda ou 
Aditamento – 
 
* Emendar a inicial significa corrigi-la. 
 
* Aditar a inicial significa adicionar. 
 
 
 
 No processo do trabalho as possíveis emendas e aditamentos ocorrem 
com mais frequência e possibilidades, pois a notificação da parte contrária 
(reclamada) ocorre sem a análise primária do juiz, pois quem emite a notificação 
da parte contrária é a secretária da vara, sem antes o juiz ter contato com a 
petição inicial, diferentemente do que ocorre no processo cível, em que juiz 
manda emendar ou aditar a petição inicial antes de citar a parte contraria. Logo, 
o juiz do trabalho tem o seu primeiro contato com a petição inicial (reclamação 
trabalhista) no dia designado para a primeira audiência. 
 
 Vejamos os apontamentos do NCPC e do TST sobre o indeferimento da 
petição inicial, in verbis: 
 
Art. 321 do NCPC: O juiz, ao verificar que a petição inicial 
não preenche os requisitos dos arts. 319 e 320 ou que 
apresenta defeitos e irregularidades capazes de dificultar o 
julgamento de mérito, determinará que o autor, no prazo de 
15 (quinze) dias, a emende ou a complete, indicando com 
precisão o que deve ser corrigido ou completado. 
Parágrafo único. Se o autor não cumprir a diligência, o 
juiz indeferirá a petição inicial. 
 
Súmula nº 263 do TST: 
PETIÇÃO INICIAL. INDEFERIMENTO. INSTRUÇÃO 
OBRIGATÓRIA DEFICIENTE. Salvo nas hipóteses do art. 
330 do CPC de 2015 (art. 295 do CPC de 1973), o 
indeferimento da petição inicial, por encontrar-se 
desacompanhada de documento indispensável à 
propositura da ação ou não preencher outro requisito legal, 
somente é cabível se, após intimada para suprir a 
irregularidade em 15 (quinze) dias, mediante indicação 
precisa do que deve ser corrigido ou completado, a parte 
não o fizer (art. 321 do CPC de 2015). 
 
 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm
 
 
 Se a petição Inicial for indeferida de plano, art. 330 do NCPC, cabe 
Recurso Ordinário. 
 
 Lembrando que estamos diante de uma decisão sem resolução de mérito 
(terminativa), exceto nos casos de prescrição e decadência (resolução de 
mérito). 
 
 Seria aplicável o art. 331 do NCPC no processo trabalhista (juízo de 
retratação)? 
 
Art. 331. Indeferida a petição inicial, o autor poderá apelar 
(recurso ordinário), facultado ao juiz, no prazo de 5 (cinco) 
dias, retratar-se. Grifo nosso. 
 
 
 No nosso sentir sim, art. 769 da CLT. 
 
Art. 769 - Nos casos omissos, o direito processual comum 
será fonte subsidiária do direito processual do trabalho, 
exceto naquilo em que for incompatível com as normas 
deste Título. 
 
 
1.7. Tutela Provisória 
 
Base legal: Artigos 294 e seguintes do CPC. Sugerimos a leitura dos 
artigos 294 à 311 do CPC. 
 
Tutelar direitos é a função principal da Justiça. Já o processo, é o 
instrumento pelo qual se busca a efetividade desta tutela. 
 
Na busca da tutela pretendida por meio do Estado/Juiz, há situações 
em que a longa duração do processo acaba por gerar prejuízos ou risco de 
 
 
prejuízos para uma das partes, comprometendo a efetividade do direito que se 
busca por meio do poder judiciário. 
 
No mesmo passo, o professor Wambier aponta que, a tutela 
antecipada, “foi introduzida no sistema processual brasileiro [...], visando 
erradicar a ineficiência do processo diante da declarada e assumida morosidade 
do Poder Judiciário na solução dos conflitos”6. 
 
Oportuno os apontamentos de Luiz Guilherme Marinone sobre o 
tema: 
O procedimento ordinário é injusto às partes mais pobres, 
que não podem esperar, sem dano grave, a realização dos 
seus direitos. Todos sabem que os mais fracos ou pobres 
aceitam transacionar sobre os seus direitos em virtude da 
lentidão da justiça, abrindo mão da parcela do direito que 
provavelmente seria realizado, mas depois de muito tempo. 
A demora do processo, na verdade, sempre lesou o 
princípio da igualdade.7 
 
Diante desta realidade criam-se as técnicas de sumarização – tutelas 
sumárias, liminares -. Conforme redação do art. 294 e seu parágrafo único do 
CPC, a tutela provisória pode fundamentar-se em urgência ou evidência. Sendo 
que, a tutela provisória de urgência, cautelar ou antecipada, pode ser concedida 
em caráter antecedente ou incidental. 
 
Logo, podemos dizer que a tutela provisória se subdivide em tutela de 
urgência e tutela da evidencia. Sendo que a primeira, pode ser assecuratória 
(cautelar), ou antecipatória (tutela antecipada). Já a segunda (evidência), busca 
a efetivação, a concessão, de um direito incontroverso. 
 
 
6 WAMBIER, L. R.; ALMEIDA, F.R.C. de; TALAMINI, E. Curso avançado de processo civil. São 
Paulo: Revista dos Tribunais, 2000, p. 346. 
7 MARINONE, Luiz Guilherme. A tutela antecipada na reforma do processo civil. São Paulo: 
Malheiros, 1995, p. 14. 
 
 
Percebe-se que o intuito da tutela provisória, independente da 
modalidade (urgência ou evidência), pretende combater os riscos de dano para 
quem busca o provimento jurisdicional, derivados da demora da solução judicial 
do litigio. 
 
Assim, quando nos deparamos com a necessidade de maior 
celeridade do provimento jurisdicional, podemos nos valer das tutelas 
diferenciadas - tutelas de urgência ou evidência-, que se apresentam como 
meios de regulação provisória do litigio que envolve as partes do processo, ou 
seja, antecipação do que se pretende no processo. 
 
Por fim, o legislador previu que a tutela de urgência pode se dar de 
forma antecipada ou cautelar. 
 
 
1.7.1. Tutelas provisórias de urgência contempladas na CLT 
 
Antes de adentrarmos ao tema, propriamente dito - tutelas provisórias 
NCPC - vale frisar que a CLT contempla apenas duas hipóteses de concessão 
de liminar no curso do processo de conhecimento, artigo 659, IX e X: 
 
Art. 659 - Competem privativamente aos Presidentes das 
Juntas, além das que lhes forem conferidas neste Título e 
das decorrentes de seu cargo, as seguintesatribuições: 
IX - conceder medida liminar, até decisão final do processo, 
em reclamações trabalhistas que visem a tornar sem efeito 
transferência disciplinada pelos parágrafos do artigo 469 
desta Consolidação. 
 X - conceder medida liminar, até decisão final do processo, 
em reclamações trabalhistas que visem reintegrar no 
emprego dirigente sindical afastado, suspenso ou 
dispensado pelo empregador. 
 
 
 
Assim, a CLT trata o tema de forma genérica, na medida que não 
prevê a possibilidade da antecipação do resultado final da lide para outras 
hipóteses em que se verifique a necessidade de sua antecipação8, como por 
exemplo, a reintegração de empregado estável que não seja dirigente sindical. 
 
Ao bem da verdade, na prática, o tópico específico na petição inicial 
que dissertará sobre a antecipação do resultado final do processo, deverá 
apenas observar os dispositivos legais específicos, pois os requisitos bases são 
os mesmos, isto é, a presença do fumus boni iures e do periculum in mora. 
Exceção encontramos na tutela da evidência, mas trataremos do tema em tópico 
específico. 
 
Por exemplo, se a questão versar sobre reintegração de dirigente 
sindical, a base legal será o dispositivo da CLT, art. 659, X. Se a questão versar 
sobre reintegração de gestante, a base legal será o dispositivo do NVPC, art. 
300 e seguintes. Vale ressaltar que há doutrinadores que pregam que o 
dispositivo legal celetista pode ser utilizado de forma analógica para as demais 
hipóteses de estabilidades. 
 
 
1.7.2. Tutela de urgência antecipada e tutela de urgência cautelar - CPC 
 
Nas tutelas de urgência antecipada, a pretensão da parte é a 
satisfação antecipada do direito pretendido, ou seja, tem caráter finalístico, o que 
se objetiva é a antecipação da pretensão do pedido final. Trata-se de tutela 
satisfativa. 
 
Já a tutela de urgência cautelar tem natureza conservativa, ou seja, 
busca a conservação do direito. Esta medida provisória pretende conjugar o 
pedido provisório com o objeto sobre o qual deva incidir o pedido final (ação 
principal), como por exemplo, assegurar futura satisfação de crédito na fase de 
execução. 
 
8 BEZERRA LEITE. Carlos Henrique. Curso de direito processual do trabalho, 13ª ed. São Paulo: 
Saraiva, 2015, p. 597. 
 
 
 
Segundo Ramiro Podetti9, tais medidas (cautelares) tem o objetivo de 
assegurar bens, pessoas e provas para a obtenção da pretensão do pedido final 
(ação principal). 
 
Para facilitar a compreensão exemplificamos: 
 
Como exemplo de “assegurar bens” temos a figura do 
arresto. 
Como exemplo de “assegurar pessoas” temos a 
figura da guarda de pessoas. 
Como exemplo de “assegurar provas” temos a figura 
da produção antecipada de provas. 
 
Percebe-se que são figuras muito próximas. No direito comparado, 
não existe distinção entre essas duas medidas, todas recebem a nomenclatura 
de medidas cautelares10. 
 
 
1.7.2.1. Requisitos da tutela de urgência antecipada e cautelar 
 
 
CPC. Art. 300. A tutela de urgência será concedida 
quando houver elementos que evidenciem a 
probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco 
ao resultado útil do processo. 
 
Em regra, a doutrina, diz ser necessário o fumus boni iuris 
(probabilidade do direito) e o periculum in mora (perigo de dano OU o risco ao 
resultado útil do processo) para justificar as tutelas de urgência, seja para a tutela 
de urgência antecipa, seja para a tutela de urgência cautelar. Contudo, a 
 
9 PODETTI, Ramiro. Tratado de las Medidas Cautelares. Buenos Aires, 1956, p. 36. 
10 THEODORO JÚNIOR, Humberto, Curso de Direito processual Civil, Vol. I. 56ª ed. Rio de 
Janeiro: Forense, 2016, p. 812. 
 
 
densidade dos requisitos podem variar. Humberto Theodoro, com maestria 
aponta que: 
 
Segundo o princípio da proporcionalidade, o que se 
passa é que quanto mais verossímil o direito, menos 
rigorosa se apresenta a exigência do risco de dano; e 
quanto mais grave o perigo de uma lesão extrema e 
irreparável, mais se atenua o rigor na exigência do 
fumus boni iuris. Assim é que se vai da 
admissibilidade de medidas liminares para “tutela 
pura do fumus extremado” (tutela da evidência, sem 
reportar-se ao perigo de dano) até a adoção de “tutela 
do periculum extremado” (como nas medidas 
autorizadas pela legislação ambiental, que se fundam 
no “princípio da precaução”, sem maior preocupação 
com demonstração efetiva do direito – fumus – dada 
a “emergência crítica” evidenciada no caso 
analisado). Entre os dois extremos, cabem inúmeros 
tipos, em que ora se valoriza mais intensamente o 
fumus, ora o periculum, embora ambos sejam 
exigidos, ainda que assimetricamente.11 
 
 
1.7.2.1. Tutela de urgência antecedente e tutela de urgência incidental 
 
Muitos doutrinadores, com espeque no novo Código de Processo 
Civil, subdivide as tutelas de urgência em tutela de urgência antecedente e tutela 
de urgência incidental. 
 
Conforme preceitua o art. 303 do CPC, o pedido de urgência pode ser 
anterior a propositura do processo principal (tutela de urgência antecedente), e 
segundo o art. 300 do CPC o pedido de urgência pode ocorrer juntamente 
 
11 THEODORO JÚNIOR, Humberto, Curso de Direito processual Civil, Vol. I. 56ª ed. Rio de 
Janeiro: Forense, 2016, p. 799. 
 
 
(dentro) do processo principal (tutela de urgência incidental), seja liminarmente, 
na propositura da demanda ou no transcorrer do processo. 
 
Lembrando que, quando se tratar de tutela de urgência antecedente, 
o autor deverá aditar a petição inicial, com a complementação de sua 
argumentação, a juntada de novos documentos e a confirmação do pedido de 
tutela final, em 15 (quinze) dias ou em outro prazo maior que o juiz fixar, art. 303, 
§1º, I do CPC. 
 
 
1.7.3. Tutela de urgência cautelar 
 
CPC. Art. 301. A tutela de urgência de natureza 
cautelar pode ser efetivada mediante arresto, 
sequestro, arrolamento de bens, registro de protesto 
contra alienação de bem e qualquer outra medida 
idônea para asseguração do direito. 
 
O novo CPC traz o mesmo espírito do código de processo civil 
pretérito no que tange às medidas cautelares, conforme citação do artigo supra. 
 
Manteve-se o poder geral de cautela, no entanto não temos mais um 
capítulo especial no novo código que dispõem sobre procedimentos específicos 
das medidas cautelares. 
 
 
1.7.3.1. Tutela de urgência cautelar - Procedimentos 
 
A tutela cautelar antecedente deverá ser proposta no juízo 
competente para apreciar a demanda principal, art. 299 do CPC. 
 
A petição inicial acautelatória antecedente deverá observar os 
requisitos básicos do art. 305 do CPC, in verbis: 
 
 
 
Art. 305. A petição inicial da ação que visa à 
prestação de tutela cautelar em caráter antecedente 
indicará a lide e seu fundamento, a exposição 
sumária do direito que se objetiva assegurar e o 
perigo de dano ou o risco ao resultado útil do 
processo. 
 
Por ser autônoma a medida cautela, deverá conter o valor da causa. 
 
Concedida a medida liminar ou não, o demandado deverá ser citado 
para contestar o pedido da medida cautelar, no prazo de 5 (cinco) dias, art. 306 
do CPC. 
 
No procedimento cautelar também se aplica os efeitos da revelia se o 
demandado não contestar os pedidos, devendo o magistrado decidir a questão 
em 5 (cinco) dias. 
 
Se houver a necessidade de audiência de instrução e julgamento, o 
magistrado assim designará, caso contrário, após a apresentação de 
contestação, o juiz chamará o processo a conclusão e decidira sobre o pedido. 
 
Contra sentença proferida no processo cautelar cabe Recurso 
Ordinário. 
 
Vale ressaltar que o pedido principal deverá ser formulado no prazo 
de 30 (trinta) dias, art. 308 do CPC. 
 
 
1.7.4. Fungibilidade das tutelas de urgência 
 
 
 
Quanto aos procedimentos das tutelas urgência, no que tange o 
correto manejo da medida provisória,a melhor doutrina12, hodiernamente com 
amparo no art. 305, parágrafo único do CPC, prima pela flexibilização dos 
procedimentos, ou seja, para a busca da garantia de efetividade da tutela 
jurisdicional, as questões meramente formais não podem obstar à realização de 
valores constitucionalmente garantidos. Logo, nas tutelas provisórias opera-se o 
princípio da fungibilidade dos procedimentos. 
 
 
1.7.5. Tutela da evidência 
 
CPC. Art. 311. A tutela da evidência será concedida, 
independentemente da demonstração de perigo de 
dano ou de risco ao resultado útil do processo, 
quando: 
I - ficar caracterizado o abuso do direito de defesa ou 
o manifesto propósito protelatório da parte; 
II - as alegações de fato puderem ser comprovadas 
apenas documentalmente e houver tese firmada em 
julgamento de casos repetitivos ou em súmula 
vinculante; 
III - se tratar de pedido reipersecutório fundado em 
prova documental adequada do contrato de depósito, 
caso em que será decretada a ordem de entrega do 
objeto custodiado, sob cominação de multa; 
IV - a petição inicial for instruída com prova 
documental suficiente dos fatos constitutivos do 
direito do autor, a que o réu não oponha prova capaz 
de gerar dúvida razoável. 
Parágrafo único. Nas hipóteses dos incisos II e III, o 
juiz poderá decidir liminarmente. 
 
12 BEDAQUE, José Roberto dos Santos. Tutela cautelar e tutela antecipada: tutelas sumárias de 
urgência. 3. ed. São Paulo: Malheiros, 2003, p. 291. 
 
 
 
 
Quando se pensa na tutela da evidência, o direito pleiteado de forma 
sumária, antecipada, não está apoiado em situações de “perigo de dano”, ou 
seja, não há necessariamente o periculum in mora, e sim em uma causa que se 
pode aferir liquidez e certeza do direito material pretendido, isto é, o direito de 
uma das partes está suficientemente provado. Aqui as provas são robustas e os 
elementos de convicção são suficientes para garantir, ainda que de forma 
antecipada, em favor de uma das partes no processo.13 
 
Luiz Fux, na obra “Tutela de segurança e tutela da evidencia”, diz que 
trata-se de direito evidente, cuja a prova dos fatos alegados são incontestáveis, 
ou ao menos impassíveis de contestação séria. 
 
Podemos explicar, no Direito do Trabalho, as situações em que o 
empregador demite o empregado e não homologa a sua rescisão contratual. 
Nestes casos, com a propositura da reclamação trabalhista, é possível pedir de 
forma antecipada (tutela de evidência) o soerguimento do FGTS e autorização 
para pleitear Seguro Desemprego, pois é evidente que nos casos de rescisão 
contratual por iniciativa do empregador o empregado tem direito a soerguer o 
FGTS e receber Seguro Desemprego. 
 
Assim, a tutela da evidência pressupõe, por sua própria natureza, 
demanda principal já ajuizada. Podendo a ação ajuizada contar com pedido 
liminar logo na propositura da ação, art. 311 parágrafo único do CPC, ou 
incidentalmente, art. 311, I do CPC. 
 
 
 
 
13 THEODORO JÚNIOR, Humberto, Curso de Direito processual Civil, Vol. I. 56ª ed. Rio de 
Janeiro: Forense, 2016, p. 887. 
 
 
MONTANDO A PEÇA: Petição Inicial - Reclamação trabalhista – Rito 
Ordinário. Pontos necessários: 
 
1) Endereçamento; 
2) Qualificação das Partes, identificação (nominação da peça), base legal; 
3) Fato e Fundamento Jurídico (tópicos separados); 
4) Pedido, Requerimentos finais; 
5) Encerramento. 
 
 
Exemplo: 
 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DA ___VARA DO TRABALHO 
DE GUARULHOS/SP14 
 
 
 
 
 
 
SERGIO CALDAS, brasileiro, casado, soldador, 
portador da Cédula de Identidade Rg nº 44.454.544-1 SSP/SP, inscrito no 
CPF/MF sob o nº 303.453.833-33, e-mial: sergiocaldas@pinus.com, CTPS nº 
071171 Série: 00202–SP cadastrado no PIS sob o nº 2.049.113.102-4, nascido 
em 17.06.1980, filho de SILVIA CALDAS, residente e domiciliado na Rua Jaú, 
34 – Jardim Odete – Guarulhos/SP - CEP: 02598-004, por seu advogado que 
esta subscreve, endereço completo e CEP, vem, respeitosamente à presença 
de Vossa Excelência, com fulcro nos art. 840, §1º da CLT e art. 319 do CPC, 
propor 
 
RECLAMAÇÃO TRABALHISTA 
 
 
14 Para facilitar a escrita para os candidatos à aprovação no exame de ordem, sugerimos o 
seguinte endereçamento: AO DOUTO JUÍZO DA ___ DO TRABALHO DE GUARULHOS/SP. 
 
 
Em face de TOP LINE LTDA, inscrita no CNPJ sob nº 16.126.056/0001-90, com 
endereço na Rua Bajé, 690 - Jardim Courace - Guarulhos/SP - CEP: 01022-
303. 
 
 
I - DO CONTRATO DE TRABALHO15 
 
O reclamante foi contratado para exercer a função de 
soldador em 12 de abril de 2012. Exerceu seu horário de trabalho de segunda à 
quinta-feira das 8 às 18 horas e as sextas-feiras das 8 às 17 horas, com 1 (uma) 
hora de intervalo intrajornada para refeição e descanso, tendo percebido como 
último salário o valor de R$ 1.238,00 (um mil e duzentos trinta e oito reais). Foi 
dispensado em 27.11.2015, sem justo motivo. 
 
 
II - DO AVIDO PRÉVIO 
 
Em 02 de março de 2015 o reclamante recebeu 
notificação, aviso prévio, que seu contrato de trabalho iria se extinguir, sem justo 
motivo. Contudo, a Reclamada lhe informou que o aviso prévio seria pago de 
forma indenizada. Conforme pode se verificar no TRCT, em anexo, o salário 
correspondente ao aviso prévio não foi pago. 
 
Assim, nos termos da Lei 12.506/11, requer o 
pagamento do aviso prévio de forma indenizada, no montante de 39 dias. 
 
 
III - DAS FÉRIAS 
 
Neste diapasão, as férias é um dos direitos do obreiro 
assegurado pela Constituição Federal, art. 7º, inc. XVII, CLT, art. 129 e seg. e 
Convenção nº 132 da OIT. Direito este que visa a melhoria da condição social 
 
15 Para os candidatos à aprovação no exame de ordem, não há a necessidade de inserir este 
tópico na petição inicial. 
 
 
do trabalhador, sempre acrescido de um terço sobre o valor das férias a serem 
recebidas. 
 
O reclamante não gozou férias durante todo o pacto 
laboral. Neste caso, tem direito a férias simples e proporcionais dos seguintes 
períodos aquisitivos: Abril de 2013 à abril de 2014, acrescidas do 1/3 
constitucional; e, Abril de 2014 à abril de 2015, acrescidas do 1/3 constitucional. 
 
Assim, nos termos dos artigos 130 e 146 da CLT, 
requer o pagamento das férias acima discriminadas. 
 
 
DOS PEDIDOS E REQUERIMENTOS 
 
Face ao exposto requer a procedência dos pedidos 
abaixo elencados, condenando a reclamada ao pagamento dos seguintes títulos: 
 
- Férias simples ......................................................................... indicar valor (R$); 
- 1/3 das férias simples .............................................................. indicar valor (R$); 
- Férias proporcionais ............................................................... indicar valor (R$); 
- 1/3 das férias proporcionais .................................................... indicar valor (R$); 
- Aviso prévio proporcional indenizado, 39 dias ......................... indicar valor (R$); 
 
- Requer seja que esse juízo se digne conceder ao 
reclamante os benefícios da gratuidade da justiça, nos termos do art. 790, §3º 
da CLT, por não ter meios suficientes para custear as despesas da causa e 
manter-se. 
 
- Ex positis, requer a notificação da reclamada, para 
comparecer à audiência a ser designada e, querendo, contestem a presente 
reclamatória, sob pena de confissão e revelia. 
 
- Protesta provar o alegado por todos os meios de 
provas admitidos em Direito, notadamente pelo depoimento pessoal dos 
 
 
representantes legais da reclamada, oitiva de testemunhas, apresentação de 
documentos e o que mais se fizer necessário na busca da verdade e efetivação 
da justiça. 
 
Espera, por fim, seja a presente reclamação 
trabalhista julgada PROCEDENTE, para condenar a reclamada no pedido e nas 
demais cominações de estilo, sem exceção. 
 
Dá-se à presente causa o valor de R$ ____________ 
(tantos mil reais). 
 
Termos emque, 
pede deferimento. 
 
Guarulhos, 28 de fevereiro de 2019. 
 
Nome do advogado 
OAB/SP nº 
 
 
 
 
MONTANDO A PEÇA: Petição Inicial - Reclamação trabalhista – Rito 
Ordinário. Pontos necessários: 
 
1) Endereçamento; 
2) Qualificação das Partes, identificação (nominação da peça), base legal; 
3) Fato e Fundamento Jurídico (tópicos separados); 
4) Pedido, Requerimentos finais; 
5) Encerramento. 
 
 
Exemplo: 
 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DA ___VARA DO TRABALHO 
DE GUARULHOS/SP16 
 
 
 
 
 
 
SERGIO CALDAS, brasileiro, casado, soldador, 
portador da Cédula de Identidade Rg nº 44.454.544-1 SSP/SP, inscrito no 
CPF/MF sob o nº 303.453.833-33, e-mial: sergiocaldas@pinus.com, CTPS nº 
071171 Série: 00202–SP cadastrado no PIS sob o nº 2.049.113.102-4, nascido 
em 17.06.1980, filho de SILVIA CALDAS, residente e domiciliado na Rua Jaú, 
34 – Jardim Odete – Guarulhos/SP - CEP: 02598-004, por seu advogado que 
esta subscreve, endereço completo e CEP, vem, respeitosamente à presença 
de Vossa Excelência, com fulcro nos art. 840, §1º da CLT e art. 319 do CPC, 
propor 
 
RECLAMAÇÃO TRABALHISTA 
 
 
16 Para facilitar a escrita para os candidatos à aprovação no exame de ordem, sugerimos o 
seguinte endereçamento: AO DOUTO JUÍZO DA ___ DO TRABALHO DE GUARULHOS/SP. 
 
 
Em face de TOP LINE LTDA, inscrita no CNPJ sob nº 16.126.056/0001-90, com 
endereço na Rua Bajé, 690 - Jardim Courace - Guarulhos/SP - CEP: 01022-
303. 
 
 
I - DO CONTRATO DE TRABALHO17 
 
O reclamante foi contratado para exercer a função de 
soldador em 12 de abril de 2012. Exerceu seu horário de trabalho de segunda à 
quinta-feira das 8 às 18 horas e as sextas-feiras das 8 às 17 horas, com 1 (uma) 
hora de intervalo intrajornada para refeição e descanso, tendo percebido como 
último salário o valor de R$ 1.238,00 (um mil e duzentos trinta e oito reais). Foi 
dispensado em 27.11.2015, sem justo motivo. 
 
 
II - DO AVIDO PRÉVIO 
 
Em 02 de março de 2015 o reclamante recebeu 
notificação, aviso prévio, que seu contrato de trabalho iria se extinguir, sem justo 
motivo. Contudo, a Reclamada lhe informou que o aviso prévio seria pago de 
forma indenizada. Conforme pode se verificar no TRCT, em anexo, o salário 
correspondente ao aviso prévio não foi pago. 
 
Assim, nos termos da Lei 12.506/11, requer o 
pagamento do aviso prévio de forma indenizada, no montante de 39 dias. 
 
 
III - DAS FÉRIAS 
 
Neste diapasão, as férias é um dos direitos do obreiro 
assegurado pela Constituição Federal, art. 7º, inc. XVII, CLT, art. 129 e seg. e 
Convenção nº 132 da OIT. Direito este que visa a melhoria da condição social 
 
17 Para os candidatos à aprovação no exame de ordem, não há a necessidade de inserir este 
tópico na petição inicial. 
 
 
do trabalhador, sempre acrescido de um terço sobre o valor das férias a serem 
recebidas. 
 
O reclamante não gozou férias durante todo o pacto 
laboral. Neste caso, tem direito a férias simples e proporcionais dos seguintes 
períodos aquisitivos: Abril de 2013 à abril de 2014, acrescidas do 1/3 
constitucional; e, Abril de 2014 à abril de 2015, acrescidas do 1/3 constitucional. 
 
Assim, nos termos dos artigos 130 e 146 da CLT, 
requer o pagamento das férias acima discriminadas. 
 
 
IV - DA TUTELA DA EVIDÊNCIA 
 
MM Juiz (a), o artigo 311, IV, do CPC, preconiza o 
que: 
 
Art. 311 CPC: A tutela de evidência será concedida, 
independentemente da demonstração de perigo ou 
de risco ao resultado útil do processo quando: 
Inciso IV – A petição inicial for instruída com prova 
documental suficiente dos fatos constitutivos do 
direito do autor, a que o réu não oponha prova capaz 
de gerar dúvida razoável. 
Trata-se da situação subjudice, pois, embora a 
reclamada tenha rescindido o contrato de trabalho pactuado entre as partes, sem 
justo motivo, não foi dada a devida baixa na CTPS do autor, ou seja, não 
propiciaram a devida homologação, razão pela qual, não pode o reclamante 
soerguer os valores depositados a título de FGTS, os quais conforme Extrato de 
Conta Vinculada para fins Rescisórios somam R$ 9.500,00 (nove mil e 
quinhentos reais), documento anexo. 
 
 
 
 Também não pode socorrer-se das parcelas 
inerentes ao Seguro desemprego, que é direito do trabalhador. Nesse sentido, 
tendo em vista que o reclamante encontra-se em penúria, posto que a par de ter 
ficado sem seu emprego não recebeu as devidas verbas rescisórias, requer com 
fulcro no artigo 311 do vigente CPC se digne Vossa Excelência em determinar 
autorização Judicial para que se possa levantar junto à Caixa Econômica Federal 
os valores depositados do FGTS até o momento. 
 
Requer ainda autorização para receber o benefício do 
seguro Desemprego, na forma da lei, tendo em vista que o reclamante encontra-
se em penúria, posto que a par de ter ficado sem seu emprego não recebeu as 
devidas verbas rescisórias, sendo a prova documental anexa suficiente para 
tanto, não tendo a reclamada condição de oferecer qualquer prova capaz de 
obstaculizar a pretensão ao direito líquido e certo do obreira. 
 
Assim, requer seja concedida Liminarmente Inaudita 
Altera Pars, consoante disposição legal processual a Tutela da Evidência para 
que seja autorizado o levantamento dos valores parcialmente depositados do 
FGTS, com as atualizações monetárias e os juros até então computados, bem 
como, seja expedida autorização para requerimento de pagamento do Seguro 
Desemprego na forma da lei, por ser inclusive direito do trabalhador. 
 
 
DOS PEDIDOS E REQUERIMENTOS 
 
Diante do exposto requer: 
 
- Seja a concessão liminar da Tutela da Evidência nos 
termos e fundamentos constantes na Causa de Pedir, ou seja, autorização para 
levantamento dos valores alusivos ao FGTS, e autorização para que o 
reclamante possa requerer e receber as parcelas alusivas ao Seguro 
Desemprego, na forma da vigente legislação; 
 
 
 
- Seja a procedência dos pedidos abaixo elencados, 
condenando a reclamada ao pagamento dos seguintes títulos: 
 
- Férias simples ......................................................................... indicar valor (R$); 
- 1/3 das férias simples .............................................................. indicar valor (R$); 
- Férias proporcionais ............................................................... indicar valor (R$); 
- 1/3 das férias proporcionais .................................................... indicar valor (R$); 
- Aviso prévio proporcional indenizado, 39 dias ......................... indicar valor (R$); 
 
- Seja que esse juízo se digne conceder ao 
reclamante os benefícios da gratuidade da justiça, nos termos do art. 790, §3º 
da CLT, por não ter meios suficientes para custear as despesas da causa e 
manter-se. 
 
- Ex positis, requer a notificação da reclamada, para 
comparecer à audiência a ser designada e, querendo, contestem a presente 
reclamatória, sob pena de confissão e revelia. 
 
- Protesta provar o alegado por todos os meios de 
provas admitidos em Direito, notadamente pelo depoimento pessoal dos 
representantes legais da reclamada, oitiva de testemunhas, apresentação de 
documentos e o que mais se fizer necessário na busca da verdade e efetivação 
da justiça. 
 
Espera, por fim, seja a presente reclamação 
trabalhista julgada PROCEDENTE, para condenar a reclamada no pedido e nas 
demais cominações de estilo, sem exceção. 
 
Dá-se à presente causa o valor de R$ ____________ 
(tantos mil reais). 
 
Termos em que, 
pede deferimento. 
 
 
 
Guarulhos, 28 de fevereiro de 2019. 
 
Nome do advogado 
OAB/SP nº

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